A herdeira do Lorde II escrita por letter


Capítulo 20
Capítulo 18 - Happy Birthday


Notas iniciais do capítulo

Bem meus leitores, aqui está mais um capítulo para vocês. Eu ganhei o selinho de aprovação da minha beta nesse capítulo, então eu espero que vocês gostem dele. Há uma surpresinha inesperada nele :3 Até as notas finais.



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         Inúmeros livros estavam espalhados e abertos sobre uma mesa redonda na área restrita da biblioteca. À meia luz eu conseguia distinguir anotações na borda dos textos e palavras chaves sublinhadas à tinta.

         - Desde que você me contou tudo...

         - Você me obrigou a contar.

         -... Eu pesquisei tudo quanto pude do assunto. Não há muitos livros que abordam detalhadamente o que procuro saber, Madame Pince disse que havia mais, mas não faz ideia do que aconteceu com eles. – contou Minerva McGonagall sentada ao meu lado.

         - Sabemos o que aconteceu com eles. Riddle os roubou. – afirmei tentando focar as palavras a minha frente, mas à meia luz, era praticamente impossível enxergar. Uma vez que estávamos na biblioteca após o horário permitido, não podíamos ascender os candelabros ou archotes para não chamar atenção.

         - Provavelmente. – concordou Minerva. – Mas num todo eu consegui entender o que é uma horcrux.

         Minerva não precisava me explicar o que era uma horcrux, eu sabia do assunto mais do que eu queria saber. Aos quatorze anos, um fragmento da alma de Lord Voldemort se instalou em mim, me transformando em uma horcrux.

         - Certo, e seu plano? – meu braço formigava. Uma reunião fora marcada com todos os          Comensais e eu estava provavelmente muito atrasada.

         - Você sabe se já existe alguma horcrux?

         - Duas... Bom, um diário e um anel. – o anel eu já havia visto por mim mesma, mas o diário eu nunca vira. Riddle nunca dera sinal de que ele realmente existia, mas existia, fora a primeira horcrux a ser destruída no futuro.

         - Bom... – Minerva puxou um livro para si por um momento, e forçava os olhos para ler algumas linhas traçadas a tinta. – Se você conseguisse pegar alguma delas... Poderíamos conseguir destruir. Mas... Não sei se daria certo.

         - Era meu plano. – murmurei baixo demais.

         - O que? – perguntou Minnie se virando para mim.

         - Era meu plano. – repeti. – Quando vim para o passado, o meu intuito era destruir todas as horcruxes.

         - Mas você planejava ficar quanto tempo presa aqui? – ela perguntou.

         - O feitiço que me prende aqui é temporário, um ano, talvez mais ou talvez menos.

         - Isso não é tempo o suficiente para você destruir todas, uma vez que há só duas, por ora. – rebateu ela.

         - Eu destruirei Riddle pessoalmente antes que ele possa fazer as outras. – afirmei.

         - Annabelly, assim você não nascerá no futuro... Você... Me desculpe, mas você pensou direito ao encarar essa missão? – perguntou ela franzindo o cenho.

         Eu já havia pensado nessas palavras - nessa pergunta - mas ao ouvi-la vindo da boca de outra pessoa era mais duro do que eu poderia admitir.

         - Talvez não tenha pensado direito! E daí? Você vai e ajudar ou não?

         - Certo, não precisava estressar. – Minnie encolheu os ombros voltando a ler.

         - Desculpe... É só que... Eu não sei o que fazer. – admiti em voz baixa.

- Eu vou te ajudar. – afirmou ela com os olhos fixos nos livros.

- Por que está fazendo isso por mim, Minnie?

- Eu já te disse, eu odeio esse metido do Riddle... E não sei porque, mas gosto de você. – ela deu de ombros. – Mas vamos lá, você está atrasada, então eu não vou enrolar.

         Minerva se virou para mim e me fez uma prévia de todo seu plano.

         E eu tenho de admitir, fiquei impressionada com sua astúcia. Era um bom plano. Não, um ótimo plano.

         Eu estava subindo as escadarias aos pulos, enquanto em minha mente eu repassava uma série de desculpas plausíveis para aparecer atrasada em uma reunião convocada pelo maior bruxo das trevas de todos os tempos com todos seus comensais. Tom Riddle estaria disposto a me perdoar novamente na frente de todos seus comensais? E em paralelo a isso minha mente trabalhava na possibilidade de o plano de Minnie realmente dar certo. Se assim fosse, em poucas semanas eu me livraria do purgatório que isso havia se tornado.

         - Lestrange! – exclamou uma voz atrás de mim. Um arrepio correu por minha espinha enquanto eu sentia meu coração acelerar violentamente de encontro ao meu peito, fazendo minha respiração falhar. Parei automaticamente no lugar.

         Ninguém, ninguém mesmo me chamava pelo meu verdadeiro sobrenome aqui. Nem mesmo Minerva, ninguém sabia que esse era meu verdadeiro nome. E a aquela voz... A voz de Riddle. Desci a mão para o cós da saia, me virando vagarosamente para trás. Se ele havia descoberto a verdade sobre mim, haveria um duelo. E como descobrira? Minerva me traiu?         Andou vasculhando minha mente ou me dando Veritasserum enquanto eu dormia?

         - Eu estou a procurando por todos lugares. – Riddle subia os degraus calmamente até chegar ao que eu estava.

         - Eu... Eu estava indo para reunião... Eu... – eu me calei. Minha voz estava me entregando, soando mais culpada do que eu queria.

Um sorriso se abriu aos lábios de Riddle, mas não era seu sorriso frio do qual eu já me acostumara. Era caloroso, isso quase me assustou.

         - Por que se virou quando eu a chamei de Lestrange? – abaixei a cabeça sem saber o que responder, mas Riddle a levantou com o polegar. – Annabelly. – chamou ele.

         Meus olhos se encontraram com os seus por um segundo, mas algo estava errado. Seus olhos não estavam acinzentados, tão frios quanto sua alma. Estavam... Lilás.

         Riddle notou a confusão em meu rosto e soltou uma gargalhada, mas não com sua voz, e sim com a voz de...

         - Teddy! – exclamei.

         Ele assentiu, levantando o seu polegar aos próprios lábios, como se pedisse segredo.

         - Como...? Quando? Você...? – eu ofegava e os pensamentos não se concretizavam em minha mente. – Teddy! – exclamei novamente.

         - Uau, como eu senti sua falta. – disse ele. – Mas me tire daqui, por favor.

         - Claro. – assenti. – Claro. – puxei sua mão e dei meia volta, descendo as escadas aos pulos, e numa velocidade que não sabia que era capaz, corri até a Salão Comunal da Sonserina.         O salão estava praticamente deserto, uma vez que a maior parte dos sonserinos estavam sob os olhos de Tom Riddle em sua reunião com seus Comensais e os que estavam no Salão          Comunal mal notaram minha presença ou de Teddy, transformado em Tom Riddle.

         Só quando tranquei a porta de meu dormitório, que Teddy adquiriu sua aparência natural. A aparência que eu tanto amava.

         - Você prometeu que não usaria mais essa estúpida magia para te trazer para cá! – exclamei. – Teddy isso pode trazer vários efeitos colaterais!

         - Eu os aceitarei de bom grado – admitiu ele, parecendo desconfortável com suas vestes da Sonserina. – Esperei que talvez você me recebesse com um abraço. – ele deu de ombros.

         Balancei a cabeça, deixando a razão de lado. Teddy estava ali, e era isso que me importava, o abracei tão forte, não querendo o soltar mais, não queria me despedir dele novamente.

         - Sabe que eu posso voltar a qualquer momento, não sabe? – disse ele se afastando para que eu o fitasse no rosto. Eu me lembrava bem do feitiço, ele poderia levar qualquer pessoa para qualquer tempo, passado ou futuro, por um curto período de minutos ou horas.

         - Sei. – respondi infeliz.

         - Annabelly, você precisa voltar. – disse ele sem enrolar. – Sua lembrança no presente está enfraquecendo cada dia mais. Draco, seu tio, colocou equipes de busca atrás de você, se seus amigos contasse o que fizeram, seriam presos, é crime mexer com o tempo. Alice às vezes se esquece de quem você é... E... Às vezes até eu.

         - Eu vou voltar. – garanti.

         - Mas Belly... – Teddy tentou protestar novamente, mas antes que começasse seu discurso eu o beijei. Não sabia quanto tempo ele ficaria no passado, não sabia quanto tempo teríamos juntos, ou se teríamos tal chance novamente.

         - Por favor... – pedi sem saber para o que ou por quê.

         Teddy colocou suas mãos em minha cintura, enquanto o beijo se tornava mais intenso, eu          prendia os nós de seu cabelo em meus dedos o puxando para mais perto, se possível, de mim.

         - Belly... – murmurou ele, lábios sobre lábios.

         Eu havia me esquecido de seu toque, de seu cheiro, de seu hálito. Eu havia me esquecido de como era amar Teddy e ser amada por ele. E agora eu precisava disso. Precisava estar com ele.

-x-

         Teddy estava sentado aos pés da cama, terminando de amarrar seu calçado.

         - O feitiço pode acabar a qualquer momento. – explicou ele. – Não posso aparecer de volta ao presente despido. – sua tentativa de piada poderia ter sido engraçada em qualquer outro momento, mas não agora, não assim.

         Algo doía dentro de mim, era agonizante a perspectiva de que as pessoas que eu mais amava estavam se esquecendo de mim, era agonizante imaginar que Teddy poderia acordar e imaginar que eu fora um mero sonho, daqueles que você mal se lembra depois que acorda.

         - Ei, não fica assim. – disse ele limpando uma lágrima solitária que escapara de meus olhos sem que eu percebesse. – Estamos trabalhando no presente, para que você volte como o planejado.

         Teddy terminou de se vestir, e voltou a deitar do meu lado, começou a brincar com o vira tempo que pendia solto em meu peito nu. Agora a areia mágica do vira tempo estava bem menos da metade.

         - Teddy como você acordou? – percebi que eu não soubera como ele saíra de seu coma.

         - Me transferiram para um hospital trouxa. Seus medicamentos e tratamentos se mostraram melhores que poções. – explicou ele. – Depois de uma cirurgia e alguma espera, eu acordei um mês depois do ano novo.

         Eu estava apurando a informação quando meus olhos se esbugalharam.

         - Mas eu vim para cá em setembro! – exclamei.

         Teddy acenou com a cabeça.

         - Foi o que me disseram.

         - Não, você não entende. – me ajeitei na cama, sentando e puxando o lençol para me cobrir. – Ainda não estamos nem no recesso de natal, tem apenas quatro meses que eu estou fora do ar.

         Teddy parecia um tanto confuso, e seus cabelos e olhos foram variando de cor. Isso era o que acontecia quando seus sentimentos internos se confundiam.

         - Belly, quatro meses é quase o tempo que tem desde que usei pela primeira fez esse feitiço para te ver, logo que descobri a loucura que você fez. – falou ele devagar, como se explicar a diferença de cores para uma criança.

         - Não. – balancei a cabeça. – Isso não ocorreu nem à quatro noites. Não pode ser. Não faz sentido.

         - Talvez faça... Quero dizer, o tempo é relativo, não é algo concreto, não quer dizer que ele siga a mesma freqüência com você aqui, porque está nessa freqüência no presente... Ou futuro.

         - Em que mês vocês estão lá? – perguntei sentindo meu coração querendo saltar pela boca.

         - Maio. – Teddy sorriu. – Aliás, Feliz Aniversário.

- São vinte oito de maio? No presente? – minha voz estava quase num sussurro.

         - Sim, por que acha que eu vim? Eu tinha de vê-la no seu aniversário. Não é todo o dia que se faz dezoito anos.

         - Teddy você não entende, sendo assim, o feitiço que me prende no passado não durará oito meses a mais quanto eu acho que vai durar... Quero dizer, quanto tempo mais eu posso ficar aqui? E se eu não estiver pronta para voltar? Nem no lugar certo nem na hora certa? Eu não posso ficar presa aqui Teddy, não posso! Não posso usar feitiços que me levem para o futuro por uma hora a cada semestre... Eu vou desaparecer... eu...

         - Annabelly, acalme-se. – Teddy colocou ambas as mãos em meu rosto, me forçando a olhar para ele.

         - Mas Teddy... – minhas têmporas e maxilar doíam. Isso sempre ocorria quando eu segurava o choro.

         - Você saberá a hora e quando o portal se abrirá para você voltar, basta ficar de olho no vira tempo.

         - E se eu não conseguir?

         - Então Richard terá de conseguir outro vira tempo para que eu volte para o passado e fique preso para sempre com você, ou eu corromperei toda minha alma vindo te visitar algumas horas durante o ano. – Teddy tentava sorrir, mas não conseguia.

         Ele sabia tanto quanto eu que as chances estavam contra mim.

         - Tudo bem. – falei fingindo me acalmar. Eu não o deixaria sentir pior do que ele já estava se          sentindo. – Belo truque se transformar em Tom Riddle hoje. – comentei.

         - Meu treinamento como auror me ajuda a aperfeiçoar as habilidades matamorfomagas.

         - Obrigada por vir. – agradeci.

         - Não deixaria você passar seu aniversário sozinha. – disse ele plantando um beijo em meus lábios.

         - Acho que nunca mais comemorarei meu aniversário em dezembro novamente. – Teddy sorriu.

         - Eu queria poder ficar mais... Mas a qualquer momento...

         - Você será levado de volta. – completei com um suspiro. – Eu sei.

         - Antes que eu seja levado de volta, eu te amo, seja no presente, no passado, ou no futuro, eu te amo. – falou ele.

         - Eu também te amo, tanto que isso tudo é por você.

         - Eu sei. – respondeu ele de forma amarga.

         Mas o beijei, quem sabe quando eu teria a chance novamente?

         Teddy se escorregou para baixo de meu lençol, e corria suas mãos pelo meu corpo enquanto me beijava. Eu não queria que ele se separasse de mim. Nunca.

-x-

         Eu pressionava o lençol contra meu rosto, absorvendo o perfume de Teddy que ficara impregnado nele, antes que ele se fosse. Queria eu poder ficar assim pelo resto da noite, mas literalmente, o tempo estava voando, e mais do que nunca eu tinha de agir.

         Catei minhas roupas que estavam espalhadas de mal jeito pelo chão e as vesti antes de sair as pressas do quarto.

Pouco me importava se Tom Riddle não ficaria satisfeito por eu não comparecer a sua reunião que há essa hora já deveria ter terminado, o que me importava era que eu tinha de falar com          Minerva, e colocar seu plano em ação na próxima hora se possível. Pois eu não sabia mais quanto tempo eu tinha.


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Notas finais do capítulo

Bom eu admito que mais do que nos outros capítulos estou muito curiosa para saber o que vocês acharam da nova aparição inesperada de Teddy e das revelações que isso acarretou. E claro, quero saber o que esperam de agora pra frente, eu realmente adoro ver a ideia de vocês, sempre me ajudam a planejar melhor os capítulos ;) Bom é isso, muito obrigada por lerem. Beijão.