A herdeira do Lorde II escrita por letter


Capítulo 17
Capítulo 15 - Just tonight


Notas iniciais do capítulo

LEIAM AS NOTAS FINAIS - Pessoal muito obrigada pelos reviews do último capítulo, de verdade, aqui está o capítulo que vocês tanto queriam, ganhei a aprovação da minha beta nesse capítulo, por isso espero que gostem :D e eu irei fazer uma pequena brincadeira, por isso, leiam as notas finais, certo? Boa leitura.



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Fiquei parada tempo demais depois do último grito que Druella soltou antes de nocauteá-la.

Eu poderia ouvir a agitação de seus companheiros à volta, e apostava o meu vira-tempo que em questão de segundos estariam lá dentro.

– Desculpa. – murmurei para Abraxas e Druella, desmaiados lado a lado de frente à lareira, e com o ferro em chamas com a marca negra ao chão.

Mentalizei a Floresta Proibida, e juntei as forças que me restavam para conseguir aparatar de uma das casas destruídas da Aldeia Trouxa. Apertei bem os olhos e senti um puxão no umbigo, enquanto minha cabeça girava.

Quando abri os olhos tentei colocar minha visão em foco, mas eu estava enjoada demais com o processo de aparatar para conseguir. Cambaleei até uma árvore e me apoiei nela, puxando com dificuldades o ar para meus pulmões.

Fechei os olhos por um segundo, para conseguir me concentrar, mas assim que os fechei a visão de o que eu fizera se materializou em minha mente, assim como todos os gritos que eu ouvi. Abri os olhos assustada, e de repente senti tudo o que estava em meu estômago subir pelo meu esôfago e sair pra fora. Eu não tinha certeza se o enjôo era por causa da aparatação ou por causa da lembrança.

Limpei a boca com a palma da mão, e consegui dar apenas alguns passos antes de cair de joelhos sobre a relva da Floresta Proibida.

– O que você foi fazer Belly? – perguntou uma voz, conhecida demais para estar ali.

Olhei atordoada por todos os lados, procurando a proveniência da voz, cheguei a levantar a pedrinha a minha frente para ver se vinha de lá.

– Olhe só para você. – murmurou bem atrás de mim.

Eu dei um salto, e com dificuldades mantive o equilíbrio quando coloquei-me de pé.

Virei para trás e senti meu estômago embrulhar novamente.

– Eu não estou louca. – murmurei para mim mesma, pressionando as pálpebras uma contra a outra. – Eu não estou louca. – repeti.

Senti mãos sobre meu rosto e abri os olhos assustada.

Eu poderia concordar que minha mente era bem capaz de projetar uma imagem, mas não concordava que meu corpo poderia proporcionar tais sensações por algo imaginado quando senti as mãos sobre meu rosto.

– Teddy? – balbuciei quase ininteligível.

Teddy sorriu e acenou. Apalpei todo seu rosto, seus cabelos, seus braços por um bom tempo até decidir que eu não estava louca. E mesmo se estivesse, minha mente não seria capaz de reproduzir uma réplica tão perfeita de Teddy. Seu sorriso torto, seus cabelos bagunçados, seus olhos grandes.

– Oh Teddy. – murmurei abraçando-o.

Os braços de Teddy me envolveram e me apertaram com toda a força que ele poderia possuir, como se tivesse medo de que eu escapasse por entre eles.

–Ah, Belly... Você não faz ideia de como fico feliz em ver que você está bem... Ou quase bem. – corrigiu ele se afastando centímetros de mim. – O que você fez? – perguntou ele arregalando os olhos e arqueando as sobrancelhas.

– Isso não importa, como é possível você estar aqui? – perguntei tentando colocar as ideias no lugar.

– Eu não estou, – respondeu ele. – não de verdade. Encontrei um feitiço muito antigo, que já não é mais ensinado nem aprendido, ele pode transportar por um curto tempo parte da alma de uma pessoa para o lugar que ela bem entende.

Transporcorpus? – perguntei. Teddy assentiu.

– Seus amigos estão me ajudado.

– Teddy você não pode usar esse feitiço! Não pode! – berrei sem querer, balançando a cabeça agora que eu entendia que tínhamos pouco tempo. – Quando você acordou? Você está bem? Como todos estão?

– Estou voltando. – murmurou ele levantando os olhos e fitando o nada. Tentei olhá-lo sem piscar, para que eu guardasse em minha mente cada pequeno detalhe seu, pois eu não sabia quando o veria novamente.

– Escuta Teddy, não tentem me puxar de volta, sei que estão tentando, o vira-tempo queima em mim quando tentam. Eu vou voltar quando o portal se abrir. Não se preocupe comigo.

Teddy assentiu, eu estava prestes a abrir a boca para dizer mais, mas seus lábios me silenciaram, e eu senti uma explosão dentro de mim. Era como se fosse o primeiro beijo, e afetava cada terminação nervosa, mas nos apertamos um contra o outro, de forma desesperada, como se fosse o último.

– Eu te amo. – ele sussurrou entre o beijo.

– Para sempre e sempre. – sussurrei de volta, e quando abri os olhos, Teddy já não estava lá.

Fiquei um bom par de minutos parada, olhando o lugar onde Teddy estivera, dividida entre uma felicidade que eu não sabia que cabia dentro de mim por vê-lo bem, e uma tristeza que superava o sentimento de felicidade, que se perguntava se eu o veria de novo.

O feitiço que Teddy usou, Transporcorpus, foi criado por Salazar Slytherin, para ver sua falecida amada. Salazar decidia encontrá-la anos antes, quando ela estava em seu auge. Porém, com pouco tempo de uso do feitiço Salazar percebeu que algo estava errado. Não conseguia executar suas atividades, conjurar quaisquer encantos, ou lembrar o que acabara de fazer. Não conseguia mais rir de piadas, e seu humor fora substituído por algo que se resumia ao nada. Salazar descobriu que o feitiço corrompia a alma, e quando mais o usava, mais sua alma se dividia. Daí parou de usar o feitiço, e fez questão de proibi-lo a todos que ele havia o ensinado.

Teddy não teria coragem de usar novamente, eu sabia que não, e eu realmente estava agradecida por isso.

Me coloquei a andar de volta para o castelo. O barulho de meus pés quebrando gravetos me sobressaltava, pois eu imaginava que era Riddle me seguindo. Eu sabia que teria enfrentá-lo, mais cedo ou mais tarde. Mas eu realmente ficaria feliz se fosse mais tarde.

Depois da carnificina na Aldeia Trouxa, Riddle instruiu meus instrutores a me marcarem. E quando dei por mim, Druella já levantava minha capa e Abraxas já segurava o ferro quente. Ambos ficaram perplexos quando notaram que eu já tinha a marca, e sem pensar os nocauteei antes de lançá-los um Obliviate.

Aliviada eu via as luzes do castelo ao chegar à orla da floresta, mas minha passagem foi impedida por um grupo de treze pessoas trajadas de negro, todos com varinha na mão. E no meio deles Tom Riddle. Eu jurava que havia chamas eu seus olhos ao me fuzilar.

– Acabem com essa meretriz. – pediu Druella com o rosto coberto de raiva.

– Vou dar a chance de ela nos explicar. – avisou Tom.

– Você nunca nos dá chances, e já deu milhares a ela!

Tom levantou o indicador, eu imaginei que estava pedindo silêncio. Mas era muito mais que isso. Druella se curvou, e começou a soltar espasmos. Todos olhavam, inclusive Cygnuss, seu noivo, mas ninguém dizia nada.

– Vou dar a chance de ela nos explicar. – repetiu Tom, e um silêncio absoluto se seguiu depois disso, ninguém ousou desafiá-lo.

– Eu me apavorei. – falei por fim.

– E? – insistiu Tom.

– Não sei, foi tudo rápido demais. – falei sem precisar fingir aflição, eu realmente estava aflita.

– Não consigo me lembrar de nada. – disse Abraxas, parecia sonolento. Julguei que o acordaram através do feitiço Ennervate.

– Eu também não. – todos pareceram surpresos com minhas últimas palavras, até mesmo eu, porque raios eu disse aquilo?

– Talvez o ferro tenha a assustado. – disse Cygnuss um tanto mal-humorado, olhando de soslaio para Druella que recuperava a compostura ao seu lado.

Riddle andou até mim, fiquei imóvel no lugar enquanto ele levantava minha capa, e segurava com força meu braço. Seus olhos estavam fixos na marca negra que fora feita em mim anos antes, por um antigo Comensal da Morte, sem minha permissão. Riddle pareceu um tanto satisfeito, abriu um pequeno sorriso de lado, e com seu indicador pressionou minha marca.

Senti ela queimar como nunca antes. Queria puxar meu braço para mim, mas Riddle o segurava com força. Eu queria gritar, mas o grito se perdera em algum lugar de minha garganta, e com os olhos semicerrados eu pude ver que todos sentiam sua marca arder naquele momento.

Riddle soltou uma exclamação. Quando o olhei seu rosto estava embaçado, e percebi que isso era causado pelas lágrimas que se acumularam em meus olhos. Eu não iria chorar na frente de Tom Riddle.

– Por mérito próprio, Annabelly Tonks é uma Comensal da Morte. – disse ele em voz alta.

Ninguém disse uma palavra.

Cassiopeia, sempre calada e na sua, foi a primeira a dar as costas e voltar para o castelo. Eu tinha que admitir, a garota tinha atitude. Um a um, todos foram saindo, e Riddle continuava parado, me fitando, como um campeão fita um troféu. Abraxas foi o único que ficou esperando Riddle.

Por fim, Riddle se virou, passou os braços pelos ombros de Abraxas, como se fossem velhos e bons amigos, e saíram para o castelo.

Esperei todos desaparecerem de vista, e olhei para trás. Eu vira Teddy em tão pouco tempo, mas agora já parecia que fora anos de distância.

Me arrastei para o castelo contra minha vontade, uma parte de mim queria se esconder dentro da floresta e esperar o vira tempo terminar o seu tempo marcado no passado e o portal abrir. Afinal, Teddy estava bem agora, e tudo isso era pra ele... Por ele. Mas alguma dia teríamos filhos, algum dia os netos do Lorde das Trevas nasceria, e seus ex-seguidores voltariam a nos perseguir. Poderiam estar na cola de Teddy nesse momento. Eu não poderia deixar isso acontecer. Eu não poderia perder Teddy novamente.

Me apeguei a esse novo fogo que surgiu dentro de mim, e voltei para o castelo. O sol já estava nascendo no horizonte, e quando entrei Minnie estava patrulhando os corredores como monitora-chefe da Grifinória.

Quando ela me olhou com seus bondosos olhos e sorriu, eu não vi a Minnie do sétimo ano, melhor da turma em Transfiguração, e monitora-chefe. Eu vi em seus olhos Minerva McGonagall, antiga diretora de minha época em Hogwarts, a quem tanto me apoiara, e me ajudara a sair das trevas em que eu me encontrara.

E quando eu vi essa Minerva, eu corri para seus braços, e chorei em seu ombro. Eu nunca me permitira demonstrar tamanha fraqueza, nem mesmo ao lado de Alice ou Teddy, mas eu tinha apenas dezessete anos e o peso do mundo em minhas costas. Por sua vez, Minnie me abraçou, e não disse uma palavra, apenas retribuiu o abraço e me deixou desabafar.



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Notas finais do capítulo

Bom pessoal, o próximo capítulo está pronto, mas falta betar, mas eu irei mandar o capítulo para o leritor/leitora que adivinhar, ou ao menos chegar perto do que acha que vai acontecer no próximo cap :D Por isso, comentem falando o que acharam desse, e principalmente, falando o que acham que vai acontecer, beijos e muito obrigada ♥ Quem gostou de ver o teddy? *O* ok, parei kk