A herdeira do Lorde II escrita por letter


Capítulo 16
Capítulo 14 - Dark Mark


Notas iniciais do capítulo

LEIAM: Antes de tudo, muito obrigada mesmo a Lisa Jane e a
Rachel Black Lestrange, ambas me presentearam com lindas recomendações, e eu realmente queria agradecer. Como agradecimento a elas, dois presentes, um está no final do capítulo, e outro, é algo que eu fiz brincando no movie maker.
Foi apenas uma tentativa, por isso não me julguem, está muito amador,ok?
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http://www.youtube.com/watch?v=-YdAjEsZHGw
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O capítulo a seguir foi meio desafiante para se escrever, muito diferente do habitual, mas eu me esforcei bastante com ele e espero que vocês gostem.



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Aparatamos direto no centro de uma Londres que estava sendo assolada por uma impiedosa nevasca.

O Rio Tamisa que sempre se ocupava em se manter calmo durante todo o ano quebrava em violentas ondas contra o Palácio de Westminster, e as ruas se encontravam desertas de quaisquer pessoas. Deveria ser uma visão interessante, ou no mínimo divertida alguém das redondezas avistar três jovens em meio a nevasca, sem uma direção a seguir ao certo.

Abraxas que ainda segurava minhas mãos por termos aparatado juntos a pressionou chamando minha atenção para segui-lo, logo atrás de Druella. Andamos direto para uma cafeteria do outro lado da rua, que estava abarrotada de pessoas que esperavam pelo temporal passar.

– Isso complica um pouco as coisas. – cuspiu Druella abaixando o capuz negro, e por um momento me peguei a fitando, reparando como seus traços me lembravam tia Narcisa, os cabelos louros que desciam soltos pelos ombros e os olhos traçados como os de Narcisa. Tentei não notar que o contorno dos lábios e nariz eram os mesmo que os meus, ou que o formato do rosto era idêntico ao de Teddy. Tentei lembrar que ela não viria a ser minha avó.

– Café? – perguntou uma atendente nada sorridente, o que era de se esperar ao ter de servir mais números de pessoas do que o estabelecimento poderia suportar.

Druella a analisou de cima a baixo, torcendo os lábios e franzindo o nariz, como se o cheiro de trouxa a deixasse nauseada.

– Er... Três cappuccinos. - pedi. A atendente não nos olhou duas vezes e deu meia volta para trazer o pedido.

– Não vou beber nada preparado por trouxas. – avisou Druella.

– Não beba, é só para ficarmos aqui. - dei de ombros, como quem não quer nada, embora que por baixo da capa eu tremia e mentia para mim mesmo que era por culpa do frio.

– Isso não pode nos atrapalhar. – murmurou Abraxas. – É apenas um empecilho, talvez facilite as coisas.

Abraxas e Druella começaram a discutir qualquer coisa, mas minha atenção se voltou para dentro de mim, onde meu interior ralhava comigo mesmo por está ali, ao lado de dois grandes bruxos das trevas, dentro de um estabelecimento trouxa, em uma época onde todos os homens ainda usavam chapéu social.

Em poucas horas eu estaria de frente à dezenas de comensais, com uma vara de ferro fervilhando de encontro ao meu braço, e eu não havia inventado nenhuma desculpa ou justificativa plausível para já ter a marca.

– São três passos Tonks. – falou Abraxas me tirando de meus devaneios. – Um depende do outro, e juntos lhe levarão a sessão de iniciação, se falhar em qualquer um deles apagamos e reconfiguramos sua memória.

– E talvez algo trágico e inexplicável aconteça com você depois. – completou Druella bocejando, ignorando o olhar zangado de Abraxas. – Qual é, é a verdade! - Druella deu de ombros.

– Qual a primeira tarefa? – perguntei temendo a resposta.

– Matar um trouxa.

De todas as abominações feitas pelo homem, matar está no topo da lista. Matar o próximo desregula as leis da natureza, que dita que todos nós temos de crescer, reproduzir, envelhecer e morrer. Talvez a própria natureza interfira nesse processo, mas apenas ela tem esse direito, nenhum homem é melhor que o outro para se ver capaz de tirar uma vida. Matar é algo tão desprezível que sua própria alma se danifica no processo, se rompe e se parte.

Não sou a melhor pessoa para falar do assunto, pois querendo ou não por minhas mãos uma vida foi tirada. Mas por causa de meu orgulho, digo que não foi por minha vontade.

Minha alma e muito menos minha consciência podem ser consideradas limpas, já fiz coisas das quais reconheço que não há perdão, mas a maioria delas, não foi por minha vontade. Foi pela vontade de Riddle.

E novamente eu sujaria minhas mãos pela vontade de Riddle. Mas dessa vez era diferente, pois eu estava consciente de todos os meus atos, de todas minhas atitudes, e mesmo sabendo o quão errado isso era, ainda iria fazer. Iria tirar uma vida, mas com muita sorte, essa vida pouparia muitas outras que viriam a morrer pelas ordens do Lorde. Com sorte a outra vida de que tirei a muitos anos atrás, de uma colega de classe de Teddy, Penélope, seria poupada. Com sorte valeria à pena.

Mas não era tão simples como murmurar um Avada Kedavra.

Era mais complexo que isso.

Abraxas e Druella instruíam minha iniciação, mas Riddle demorou tempo demais para me permitir iniciar como uma Comensal, pois o ritual que inventara era demasiado complicado de se organizar da noite para o dia. Tive a sorte de adiar esse momento quando um lapso causado pela carta de Alice me obrigou a ficar na enfermaria em repouso por meia semana. Mas agora não mais teria como adiar.

Saímos da cafeteria quando a nevasca abrandou, e andamos para uma região mais afastada da cidade, e sem que se demorasse a área urbana foi cedendo lugar a uma vegetação rural, me perguntei por que não apartamos diretamente ali, mas percebi que era porque meus instrutores queriam me dar a chance de pensar realmente no que eu deveria fazer, e em minha cabeça se materializou uma antiga conversa que eu tive com Abraxas.

“Vá embora Annabelly. Você não é como nós, você é nobre demais para isso, e duvido que acredite nos mesmo princípios que a gente.”

Eu quase podia ouvir Abraxas repetir suas próprias palavras todas as vezes que ele me olhava de soslaio. Mas eu chegara até ali, e não iria desistir agora.

– Chegamos. – murmurou Abraxas.

Olhei em volta tentando entender o que via. Não havia muita coisa para se ver na verdade, menos de uma dúzia de pequenas casas rústicas construídas em volta de um pequeno poço e variadas plantações. Passamos boa parte da tarde na cafeteria esperando a nevasca diminuir, de forma que o sol quase já se punha. Alguns animais corriam soltos por entre as plantações, e nenhuma pessoa se encontrava a vista, o que era bastante sensato já que o frio era tanto que parecia que os dementadores fugiram de Azkaban e resolveram nos presentear com sua presença.

– Não entendo. – falei. – Por que aqui?

– Não questione as ordens do mestre. – ralhou Druella parecendo ofendida. – Temos de esperar até o por do sol, e todos irão chegar.

– Vamos atacar a vila, e você terá a chance de escolher o trouxa que quiser. Duas fases em uma Annabelly, amedrontar trouxas e matá-los. – Abraxas deu uma piscadela.

– E se você conseguir, a terceira fase é não fugir do ferro. – Druella parecia bastante entediada com aquilo tudo, mas logo seu rosto se iluminou ao ver um círculo negro se formar a nossa volta.

Uma dúzia de Comensais trajados de preto da cabeça aos pés acabara de se materializar a nossa volta, com a varinha em punho. Tom Riddle não estava entre eles.

– Ainda não desistiu Annabelly? – perguntou uma voz em tom de deboche, baixando o capuz. Cygnuss Black II, noivo de Druella e... meu avô. Cygnuss era dono de rebeldes cabelos castanhos e um par de olhos feito para combinar com eles. Fora os traços finos poderia facilmente ser confundido com Teddy, e isso me desconcertava.

– Vamos acabar logo com isso. – respondi apenas.

– Que bom que não desistiu Tonks. – agradeceu Caspar Crouch. – Quer dizer que agora vamos poder ter um pouco de diversão.

– Finalmente! – exclamou Avery abaixando seu capuz. – Com sorte ainda posso me divertir com alguma trouxa antes de acabar com a raça dela. – anunciou ele rindo, e arrastando mais um dúzia de risadas consigo.

Meu estômago embrulhou de nojo de mim mesma por estar perto de todos eles.

– Tic-Tac. – Falou uma miúda Cassiopeia com um sorriso doentio no rosto fitando o horizonte que acabara de encobrir o sol.

Cass foi a primeira a sacar a varinha, e sem murmurar qualquer palavra ateou fogo na primeira casa a frente.

Esse foi o sinal pelo visto.

Em um segundo todos os comensais se dispersaram, atacando todas as casas, até que os moradores assustados começaram a sair de dentro. Suas feições variavam da confusão, para o medo e o terror.

Os gritos se misturavam as gargalhadas, e os trouxas começaram a servir de cobaias para os Comensais praticarem todos os feitiços que eram proibidos dentro e fora do castelo.

Automaticamente minhas pernas começaram a se mover para frente, enquanto eu via todo o cenário se transformar.

Cygnuss atacava sem piedade um casal com o Crucio que se contorciam a sua frente, variando de um com outro, enquanto um gritava o outro assistia e isso parecia divertir Cygnuss como nada mais conseguia no mundo. Druella havia ido mais além e um corpo jazia em seus pés.

Cass se concentrava em reformular o rosto de uma jovem, que não devia ser mais velha que a gente, a navalha de Cass corria por seu rosto de diversas formas, e as lágrimas da garota se misturavam ao sangue causando uma cena nada divertida de se ver.

Nem Avery e nem Abraxas estavam a vista e eu não queria imaginar o que estavam fazendo nesse momento.

Goyle e Evan estavam com uma lista na mão, e liam em voz alta, feitiços sombrios que tentavam testar em um velho casal a sua frente, mas os feitiços não saiam como planejados, mas algo saía, e esse algo causava gritos tão terríveis que causava arrepios.

Eu continuava andando sem ver, e deparei com uma garota encolhida entre sacos de trigo, chorando diante da cena. Na mesma hora tive certeza que ela fora deixada ali especialmente para mim, pois todos os outros trouxas da aldeia já estavam nas mãos de algum Comensal.

A garota me olhou, os olhos vermelhos e marejados, deveria ter se muito uns catorze anos e usava roupas de dormir. Uma criança arrancada da cama. Mas o que me chamou atenção na garota era suas características particulares, os seus olhos cinzentos e arregalados, e seu cabelo negro levemente cacheado. Por alguma razão, ela se parecia muito com Penélope.

O meu primeiro assassinato.

– Por favor, seja rápida. – pediu a garota, entre os soluços, tremendo da cabeça aos pés, e eu tinha certeza que não era por conta do frio.

Eu concordava com ela que uma morte rápida era melhor do que ser fantoche de comensal, como os outros trouxas estavam sendo agora.

– Eu vou pagar por isso, não se preocupe. – disse secamente, desviando os olhos da garota.

A garota apertou bem as pálpebras, tirei a varinha de dentro da capa, e engoli em seco Andes de brandir:

Avada Kedavra!

Um raio verde incandescente iluminou o espaço entre mim e a garota, e logo que ele desapareceu, ela continuou com as pálpebras grudadas uma na outra, porém ela já não tremia.

Minha mão se apertou em volta da varinha com força, e eu olhei em volta, o massacre ainda continuava, mas agora as coisas pareciam acontecer de forma mais devagar, como se pedissem para que eu acelerasse os acontecimentos.

Cygnuss continuava a torturar o casal que escolhera, e sem motivos aparente me senti obrigada a andar até eles, parando do lado de Cygnuss no momento em que Druella também chegara ao seu lado. Druella parecia excitada demais com o que estava acontecendo, e interrompeu Cygnuss ao meio de sua maldição o virando para si e o beijando.

Não era algo que eu considerava normal para se fazer, dada as circunstâncias, mas Cygnuss a beijou de volta, e quando dei por mim, estava com minha varinha apontada para o casal que Cygnuss torturava. Tanto o homem quanto a mulher já eram bastante velhos, e haviam sido tão torturados que já tinham perdido a consciência quando eu simplesmente exclamei um audível: Avada Kedavra.

Cygnuss e Druella se desgrudaram um do outro com os olhos tão arregalados e assustados quanto os meus. O que acabara de fazer céus? Mas logo ambos caíram na gargalhada:

– Ela não se contentando com os que têm para ela! – exclamou Cygnuss, com ar de orgulho.

Uma descarga elétrica corria por meu corpo, e por um trágico segundo deixei a razão de lado.

Não controlei meus atos, e não entendi o motivo, mas continuei a brandir maldições para todos os trouxas que encontrava a minha frente, e um calor fora tomando conta de meu corpo. Cheguei a sorrir enquanto um velho gritava contra meu Crucio, e eu admito que eu não queria parar.

Uma fina chuva começara a cair, apaziguando as chamas das casas, e também as nossas forças. Eu estava ofegante, a procura de uma nova presa. Eu estava fora de mim. Uma mão tocou meu ombro, e me virei pronta para atacar, independente se fosse trouxa ou bruxo, eu apenas queria atacar.

– Sou apenas eu. – disse Tom Riddle tranquilamente segurando meu braço. Em algum momento em meio aquilo tudo ele aparecera ali, estava com uma pesada capa preta, assim como todos nós, porém a sua estava impecável, diferente das nossas que foram danificadas no meio da carnificina.

A fina chuva traçava um contorno em volta de si, e parecia iluminar seus olhos cinzentos, e seu sorriso branco. Eu o fitava, sorrindo e ofegante, excitada com aquilo tudo, a razão desaparecera completamente de mim, e naquele momento eu estava entregue apenas aos meus instintos.

– Foi incrível o que você acabou de fazer. – disse ele orgulhoso.

E a medida que minha respiração se controlava, eu voltava a mim.

Tom Riddle soltou meu braço e se virou de costas.

Eu olhei em volta tentando digerir a cena de destruição. As casas destruídas, corpos caídos e deformados, indícios de chamas as escondidas, e uma dúzia de comensais sorridentes.

Mosmordre! – bradou Tom Riddle de costas para mim com a varinha apontada para as nuvens.

A marca negra fora conjurada no céu e a ficha caiu em mim de que toda aquela destruição foi causada por minha causa.



Prévia do próximo capítulo:

– O que você foi fazer Belly? – perguntou uma voz, conhecida de mais para estar ali.

(...)

– Eu não estou louca – murmurei para mim mesma, pressionando as pálpebras umas contra a outra – Eu não estou louca – repeti

(...)

– Oh Teddy – murmurei abraçando-o.

Os braços de Teddy me envolveram e me apertaram com toda a força que Teddy poderia possuir, como se tivesse medo de que eu escapasse por entre eles.

(...)

– Acabem com essa meretriz – pediu Druella com o rosto coberto de raiva.

– Vou dar a chance de ela nos explicar – avisou Tom.

– Você nunca nos da chance, e já deu milhares a ela!



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Notas finais do capítulo

Gostaram da prévia? Gostaram do vídeo? :D Bem, muito obrigada por terem lido e eu queria mesmo que vocês dissessem o que acharam desse capítulo, criticas construtivas são bem vindas, não deixem de comentar, viu? Recomendem, favoritem, isso realmente incentiva. Um grande beijo e até o próximo que não irá demorar.