Visitas Inesperadas escrita por Janus


Capítulo 7
Capítulo 7




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Já estava ficando tarde. Mina ficou na piscina por cerca de uma hora. Apenas Ray tinha se juntando a ela, mas agora, ambas já sentiam que era hora de ir embora. Estavam saindo do cômodo que o anfitrião tinha cedido como quarto para se trocar. A ira da Ray para com as duas “assanhadas” futuristas já tinha se atenuado bastante, especialmente por Mina ter-lhe dito que elas não estavam levando nada a sério, e que estavam, realmente, apenas se divertindo o máximo possível nesta que seria a única festa que iriam participar daquele século.

Saíram da grande mansão e procuraram suas amigas. Não era difícil acha-las. Como a maioria das pessoas já tinham se ido, bastou procurar por uma das quatro “modelos” que estavam por lá. Acabaram achando a Serena, e, naturalmente, Darien estava junto.

- Oi Serena. Se divertiu?

O rosto de Serena já dizia tudo, não era preciso perguntar mais nada. Ela estava claramente nas nuvens, e, com certeza, não responderia coisa com coisa. Pelo que se lembrava, aquela era a vez em que ela e Darien ficaram mais tempo juntos. Quatro horas dançando e namorando.

- Eu acho que ela se divertiu sim – respondeu Darien no lugar dela – não desgrudou de mim por nada, nem para comer.

Hum... será que aquele super almoço das meninas durante o dia era parte deste plano de “noite inesquecível” para Serena? Bom, não importava mais. Já estava ficando tarde e tinham que ir embora.

- Onde estão as outras?

- Acho que vi Amy indo para a churrasqueira.

- Eu vou avisar a ela que já estou indo – disse Mina – se não nos vermos mais, boa noite.

- Boa noite Mina, nós também já estamos indo. Eu ainda tenho que deixar Serena e Rini em casa. Se encontrar Rini por lá, avise para ela nos encontrar.

- Eu aviso – disse Mina já indo a passos acelerados em direção a churrasqueira.

Contornou uma bela e grande fonte e, andando mais um pouco, pôde ver a churrasqueira. Amy, Lita, Rini, Joynah e Anne estavam lá, sendo que Joynah estava devorando os últimos espetos do churrasco.

- Juro que gostaria de saber como você não engorda – disse ela assim que ficou ao seu lado.

- Eh qdus eugh – Joynah engoliu a carne semi mastigada com dificuldade, mas era isso ou ficar engasgada – é que eu faço muito exercício!

- Sim – disse Rini de forma maliciosa – ela mastiga o dia inteiro...

- Há Serena, você não vai me perturbar mais com isso não. É parte de minha natureza, e ponto final! – disse ela pegando outro espeto.

- Bem, acontece que você é a única que tem tal natureza...

- Dá para vocês pararem de falar de mim? – pediu Joynah – senão vou contar onde é que você está trabalhando agora, para conseguir dinheiro para...

- Tá bom! A gente para.

- Como? – perguntou Mina curiosa – a princesa do reino está trabalhando?

- Bem, os pais dela nunca a proibiram de trabalhar – comentou Joynah – mas, como princesa, fica difícil arrumar um emprego.

- E você precisa trabalhar? – perguntou Mina curiosa.

- Para eu poder comprar o que eu quero, preciso. A mesada dos meus pais não ajuda muito.

- Mas você vai ser rainha um dia! – disse Lita.

- Certo... mas, até lá, eu tenho que viver, não é?

- É... – concordou Mina não entendendo muito aquilo.

- Ela quer comprar um girociclo – dedurou Joynah – Seus pais já disseram que não vão dar para ela.

- Puxa vida! Mas você não perde uma, heim? – reclamou Rini.

- Olha só quem fala! Não é você quem sempre fica falando que sou glutona?

- E você é! Alias, você está, sempre que possível, se olhando na balança.

- Pelo menos não fico desesperada pegando a fita métrica quando minhas roupas começam a não me servir mais – devolveu Joynah, deixando Rini vermelha.

- Mas vocês parecem mesmo a Ray e a Serena – comentou Mina rindo – Sempre discutindo!

- Na verdade - cochichou Anne em seu ouvido – elas estão sempre competindo.

- Percebi – respondeu ela no mesmo tom.

Joynah ignorou os cochichos das duas e atacou outro espetinho. Estava  mesmo com muita fome, e carne assada, embora gostosa, era um dos poucos alimentos que menos a sustentavam. Mas como já tinham acabado com os espetos de peixe...

- Nossa Joynah – disse Lita que estava, pela primeira vez, experimentando um dos espetos da festa – esta carne tem um tempero muito parecido com aquela que você fez hoje no almoço.

- Dá para reparar? – perguntou ela ainda mastigando.

- Claro que dá – respondeu ela – se eu não soubesse a origem, diria que foi você quem os preparou.

Joynah ficou levemente ruborizada, mas não disse nada.

- Bem, eu só vim até aqui para falar boa noite – disse Mina – já está ficando tarde. Há sim! Darien pediu para você se apressar – disse para Rini.

- Nós também já estamos de saída – disse Anne – só estamos esperando para ver quantos espetinhos a Joynah vai comer ainda.

- Vocês não perdoam mesmo, não é? – reclamou Joynah.

- Se é para apontar defeitos – disse Rini, sorrindo – sabe que não.

- Tá bom. Que tal eu começar a falar daquela sua celulite na...

- Tá bom, tá bom, tá bom! – disse Rini um pouco assustada – vamos parar por hoje.

Mina afastou-se delas rindo um pouco.

- Avise ao Darien que vou em quinze minutos – gritou Rini para ela.

- Tudo bem – gritou ela de volta.

Lita olhou para Joynah devorando mais um espeto. Realmente, ela não estava brincando quando disse que comia o equivalente a três pessoas.

- Calma mama, já vou terminar – disse ela entre um espeto e outro – é que eu gastei muita energia dançando hoje.

- Não se preocupe – disse Lita com um sorriso – é que eu estava pensando no que a Mina disse: Como é que você não engorda?

- Há mãe! – disse ela em tom de sofrimento.

- Calma, calma! – tentou tranqüiliza-la – não a estou criticando. É que você já comeu coisa de cinco quilos de carne, e.. para onde vai tudo isso? Seu estômago devia estar inchado.

- Acho que vira energia – disse ela terminando mais um espeto – não sou propriamente uma humana, nem exatamente uma sailor. Sou algo situado entre as duas coisas. Alias, já tentou comer algo enquanto está transformada em sailor?

- Para falar a verdade, não.

- Experimente qualquer dia. Vai notar que há um aumento de vigor.

- Há! Ai está você.

Lita virou-se na direção de onde veio a voz e viu um senhor, acompanhado de outra pessoa, se aproximando delas. Percebeu que Joynah praticamente engoliu mais um pedaço de carne sem mastigar e virou-se em direção ao homem.

- Senhor Yutsama! Desculpe, estava tão ocupada na festa que nem fui cumprimenta-lo.

- Não tem porque se desculpar – tornou ele – a festa foi um sucesso, em grande parte por sua culpa.

- Ora... obrigada – disse Joynah encabulada.

- Senhor Yada, esta é a pessoa de quem lhe falei.

- Prazer em conhece-la – disse o recém apresentado Yada, curvando-se.

- O prazer é meu - Joynah fez o mesmo gesto.

- Minha cara, realmente fiquei impressionado com suas habilidades culinárias. Os temperos que preparou para as carnes e peixes deixaram a comida excepcional. Eu gostaria de lhe fazer uma oferta.

Lita deu uma olhada de soslaio para Joynah, que apenas ficou vermelha em resposta. Agora ela sabia onde Joynah tinha feito alguns serviços e tinha cobrado em comida.

- Oferta?

- Sim. Eu tenho um restaurante na parte sul da cidade, e gostaria de convida-la para ser minha cozinheira. Pago muito bem, incluindo participação nos lucros.

- Me desculpe – disse ela encabulada – mas é que vou deixar a cidade em breve. E provavelmente não irei voltar. Além disso – sorriu – eu já tenho emprego.

- Uma pena – lamuriou-se ele – aposto que você faria muito sucesso.

- Eu já faço – começou a vangloriar-se – o restaurante de meus pais fica cheio quando é minha vez de fazer a comida.

- Convencida – disse Rini em voz baixa para ela.

- E esta aqui – disse apontando para Rini – é a melhor garçonete que temos.

Rini ficou vermelha feito um pimentão. Lita olhou incrédula para a futura filha de Serena, não acreditando que seria sua empregada um dia.

- Você me paga por essa! – disse Rini se afastando.

- Joynah – chamou Anne – está ficando tarde.

Joynah a observou e notou que ela estava preocupada. Devia estar sentindo alguma coisa. Alguma coisa, talvez... demoníaca, a julgar pela expressão de seu rosto.

- É verdade – concordou ela – nós já ficamos mais do que deveríamos – desculpou-se ela enquanto se curvava – perdoe-me senhor Yada, mas eu preciso realmente partir.

O senhor Yada despediu-se dela, visivelmente chateado por não poder emprega-la. Lita, Joynah, Anne e a quase sempre silenciosa Amy saíram de lá indo na mesma direção de Rini.

- Rini trabalha no restaurante? – perguntou Lita para Joynah.

- Sim – respondeu simplesmente – e a mãe não sabe.

- E eu? Eu sei?

- Agora sabe – respondeu sorrindo.

Anne estava subitamente com a cara fechada, fato este que chamou a atenção de Amy.

- Anne, o que foi?

- Bem – começou ela – a nossa hora de ficar para escanteio está chegando.

- Como?

Anne não pôde dizer mais nada. Um carro havia acabado de derrubar o portão de entrada, por pouco não atropelando os poucos convidados que já estavam de saída. Passou relativamente próximo a elas e parou ao lado do senhor Yutsama, que estava claramente atônito com a situação. Uma arma foi apontada para ele, e uma bola negra, disparada por esta,  atravessou seu coração, retirando o seu cristal puro.

Rini voltara correndo, seguida pelas outras e por Darien, juntando-se a elas.

- Temos que nos transformar – disse Lita olhando a cena.

- Tem muita gente olhando ainda – disse Rini - Vão para a mansão e se transformem dentro da toalete. Nós vamos nos esconder e ficar de olho. Mas não demorem – deu um sorriso – ou teremos de entrar em ação.

- Nem em sonhos – disse Serena – vamos meninas.

As cinco saíram correndo para a mansão. Darien seguiu com as outras até atrás da fonte próxima a churrasqueira – queria ter certeza de que não iam se transformar. Rini pediu para Joynah ir para o outro lado, atrás da casa dos empregados e vigiar de lá. Ela fez suas asas surgirem e voou em um trajeto em forma de parábola para lá.

- Eu não acredito! – disse Darien ao ver aquilo.

- As outras não comentaram nada sobre isso com você?

- Não – respondeu ele ainda com os olhos arregalados – ela é uma sailor ou um alien?

- Acho que um pouco de cada – disse Anne observando a mulher que já tinha descido do veículo e que agora examinava o cristal do coração puro que sua arma tinha arrancado de seu dono.

Viram o homenageado da festa gritar pelo pai e ir correndo em direção a mulher. Esta arrancou sua jaqueta branca e a jogou em cima dele, fazendo-o perder equilíbrio e cair no chão. Anne apenas estava imaginando quando suas mães iriam agir. Com certeza sentiram a mudança no vento assim como ela.

- Cadê aquelas duas? – perguntou Rini.

- Devem estar observando para saber se este é o cristal que procuram.

- Estão falando e Urano e Netuno? – perguntou Darien.

- Isso mesmo – confirmou Anne.

- Falando em sailors atrasadas... onde estão mamãe e as outras?

- Eu vou procura-las – disse Darien olhando ao redor e não vendo nada – não façam coisas impensadas – lembrou ele antes de partir.

Rini observou seu futuro pai ir correndo na direção da mansão. No futuro, ele seria o primeiro a dizer para ela entrar em ação. Como os tempos mudam...

No outro lado do jardim, atrás da casa dos empregados, sailor Urano e Netuno se aproximavam furtivamente pelo canto mais escuro desta. Estava tão escuro que ela tateava na parede, para não tropeçar em nada. Ainda estava com a orelha zunindo de tanto ouvir Netuno reclamar, que não acreditava naquela história de Joynah ser tão forte assim.

- O que? – exclamou ela quando sentiu algo estranho na parede.

- O que foi? – perguntou Netuno.

- Tem... um estranho objeto macio e quente aqui – disse ela tateando o estranho achado – parece... um...

As duas ficaram de boca aberta. A escuridão total foi subitamente iluminada por uma bola de luz – fraca – que tinha se materializado na mão de uma pessoa. Era Joynah, que olhava para elas de um jeito um tanto misterioso.

- Urano – disse ela de forma muito gentil – já fui chamada de muita coisa, mas de “estranho objeto”, é a primeira vez...

- O que você está fazendo aqui? – disparou Netuno com raiva.

- Tentando ficar fora do caminho – respondeu ela com calma – mas já que vocês vão querer vigiar daqui, eu já vou indo...

Urano a viu se afastar pelo caminho estreito, acompanhando a parede, levando consigo a bola de energia luminosa. Assim que ela se afastou cerca de dez passos, a luz desapareceu. Aquela noite estava prometendo ser complicada.

"- Serena, está me ouvindo?"

- Sim Joynah – disse Rini no seu comunicador – estou.

"- As duas já estão aqui." – disse ela com um suspiro – "tive que cair fora antes que Netuno começasse a brigar".

- Como?

"- Depois eu explico. Onde estão as nossas heroínas?"

- Boa pergunta. Eu...

Um barulho chamou a sua atenção. Quando olhou novamente na direção da mulher estranha que estava examinando o cristal do coração puro, viu ela pulando para escapar do ataque de sailor Urano. Logo, ela e Netuno estavam com o cristal nos braços, observando ele. Falaram alguma coisa para o mulher misteriosa e esta aparentemente ficou irritada, correndo até a porta do bagageiro do seu carro enquanto as duas sailors estavam devolvendo o cristal ao seu dono.

Alguns dos poucos convidados da festa que ainda se encontravam por lá, começaram a correr em direção a eles. Mas, subitamente pararam ao ver uma criatura estranha sair do porta malas do carro da mulher. Tinha um grande espelho quadrado na mão esquerda, e uma estrela negra no ombro direito. As duas, Urano e Netuno, já tinham desaparecido, nesta altura. O convalescido senhor Yutsama estava sendo levado para longe pelo filho. A mulher gritou alguma coisa para o demônio e entrou no carro fugindo, enquanto  o demônio começava a destruir tudo o que via, e a perseguir os desesperados que ainda se encontravam por lá.

- Isso está ficando muito sério – comentou Anne – acho melhor agirmos.

- Ainda não – disse Rini, mantendo uma firme expressão de auto controle – só se ficarmos absolutamente sem opções.

Pegou o seu comunicador e tentou chamar por Serena. Esperava ter-se lembrado em que faixa ele operava. Logo, a imagem de Amy – será que ela tinha chamado errado? – apareceu na pequena tela de seu comunicador. Parecia aflita e meio que esmagada por algo.

- Onde diabos vocês estão? – berrou ela – o inimigo já esteve aqui e deixou um demônio que está destruindo tudo.

"- Ai" – respondeu Amy – "estamos presas na toalete".

- Como é? – perguntou Anne confusa.

O rosto de Ray apareceu ao lado do de Amy. Ela disse:

"- Entramos todas no mesmo toalete, mas ele era muito pequeno. E a tonta da Serena trancou a porta antes de ver que não entrava mais nada"

"- Não vem colocar a culpa para cima de mim não" – era a voz de Serena vinda de algum ponto do cubículo – "e tira esse cotovelo do meu olho"

"- Não é cotovelo" – respondeu a voz de Mina – "é o joelho da Lita".

"- Ai! Pelo amor de Deus, venham abrir esta porta! Rápido!"

Rini desligou e olhou para Anne com um ar meio que encabulado. Não disse nada para ela. Deu mais uma olhada no demônio que estava agora atacando algumas esculturas no jardim, e saiu correndo, seguida de Anne, para a mansão. Aproveitou e chamou Joynah pelo comunicador. Sua força poderia ser útil para abrir a porta onde elas estavam presas. O problema seria achar em qual toalete elas tinham entrado.

Mas era uma dúvida boba. Assim que Rini entrou na mansão, foi direto para as escadas, no segundo andar, onde ficavam as toaletes. Mas Anne a chamou para baixo, por um corredor lateral. Foi quando Ela se lembrou que Anne podia saber onde estavam as sailors. Recriminando-se por esquecer aquele detalhe tão importante, seguiu Anne pelo corredor até chegar a uma porta ao lado de uma escada que devia dar no porão da mansão.

- Estão aqui – disse Anne.

Rini chegou até a porta e bateu nela.

- Vocês estão ai dentro?

- TIREM A GENTE DAQUI!!!! NÃO AGUENTO MAIS ESSE CALOR!

- ESTOU FICANDO ENJOADA...

- PELO AMOR DE DEUS!!!! A MINA VAI VOMITAR!!!! ABRAM ESTA PORTA!!!!!!!

- Elas estão ai – disse Anne.

Rini tentou abrir a porta mas ela estava emperrada. Logo, Joynah se juntou a elas. Ela ainda não sabia o que estava acontecendo.

- O que foi? – perguntou.

- As tontas estão presas ai – disse Rini apontando para a porta fechada – que tal abri-la?

- Fácil – disse Joynah olhando para a porta – é de madeira. Um puxão deve dar.

Joynah apoiou o pé direito no batente da porta e segurou a maçaneta com a mão direita.

- Vá com calma – disse Anne, ficando um pouco preocupada.

Joynah puxou a maçaneta com força e esta saiu na sua mão.

- Eu disse para agir com calma! – criticou Anne.

- Que culpa tenho se esta porta é de péssima qualidade? Vou quebrar isso.

Fechou o punho e preparou-se para abrir um rombo na porta, quando Rini a deteve.

- Não! – disse ela segurando sua mão – elas devem estar coladas na porta neste espaço apertado. Você vai quebrar a porta e acertar uma delas.

- E o que fazemos? O demônio está fazendo a maior confusão, e aquelas duas já devem ter ido embora, deixando as sobras para estas aqui – apontou para a porta.

- O que o registro no museu das sailors dizia? – perguntou Rini para Anne.

- Dizia o mesmo que aquele demônio que você derrotou ontem: "Derrotado pelas sailors guerreiras em doze de maio".

- Bom, não foram elas que derrotaram o demônio ontem, isso quer dizer que acho que posso assumir o papel de Serena.

- Não senhora – disse Anne – já fizemos demais por aqui. Elas é quem tem de cuidar disto.

- E como vamos tira-las daí em tempo?

- Opa! Quem será? – disse Anne ao perceber que seu comunicador estava tocando.

- Urano?! – disse assustada quando a viu – o que foi?

"- Onde estão aquelas tontas?" – perguntou ela.

- Err... estão ocupadas no banheiro – respondeu Rini que se colocou ao lado de Anne.

"- Como?"

- Olha, elas estão meio que sem chance de atuarem agora – disse Joynah.

"- Bom, façam alguma coisa então."

- Por que nós? – perguntou Rini.

"- Não é nossa função defender as pessoas" – disse Netuno – "esse trabalho é das inner senshi"

- Só que nós somos as lunar senshi – disse Rini – também não seria propriamente nossa função.

"- E quanto a Sailor Terra?"

Ambas olharam para Joynah.

- Que que foi?

- Você é uma inner senshi – disse Rini – mesmo que honorária.

- Há não... eu prometi ao meu pai!

- Bom – disse Anne – apenas tente manter o demônio distraído enquanto soltamos elas.

Joynah pensou por alguns segundos. Um estrondo, seguido de gritos alucinados, a convenceu.

- Muito bem - disse ela ao mesmo tempo em que suas asas começavam a surgir em suas costas – mas eu só vou tentar segura-lo até elas aparecerem.

Joynah ergueu-se alguns centímetros acima do piso e voou pelo corredor até a primeira janela, saindo por esta. A noite, suas asas "virtuais" eram bem brilhantes.

- A Sailor Terra está indo. Mas ela só vai atrasar o inimigo. Temos ordens de não interferir.

“- Melhor que nada.” – disse Urano irritada antes de desligar.

- Serena – disse Anne olhando para ela – que história é essa de "lunar senshi"?

- Acabei de inventar – ela sorriu – gostou?

- É... acho que sim...

- Mas agora... como sua mãe sabia da nossa freqüência?

- Ela deve ter mexido no meu comunicador esta noite. Tudo bem, é só usarmos sinais codificados.

- Mas o que vocês estão fazendo ai fora? Está ficando difícil respirar aqui dentro! – era a voz da Amy.

- Estamos fazendo o melhor que podemos – disse Anne.

- Eu vou procurar um pé de cabra. Anne, transforme-se e fique de prontidão para ajudar Joynah.

- Como é?

- Ainda sou a líder de vocês – disse Rini a encarando – ao trabalho.

- Tá bom – disse ela pegando seu pequeno pendente de transformação – Pelo poder da Lua Titã, transformação!

- Vou subir no telhado e observar – disse Sailor Titã já correndo em direção ao jardim.

Dentro do espaço confinado do banheiro, as meninas tentavam parar de esmagar umas as outras. Lita, apoiando-se nas paredes, começou a "escalar" o cubículo, dando um pouco de espaço para as outras abaixo dela. No entanto, suas mãos suadas começaram a escorregar, e ela, em pânico, agarrou a primeira coisa que viu no teto do banheiro, um sprintler anti-incêndio. Infelizmente, o objeto não era feito para suportar tal peso, e quebrando-se, começou a inundar o banheiro!

- Ai!!!

- Vamos morrer afogadas! – gritou Ray

- Ai não... o meu cabelo! – chorou Serena.


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