Looking Back escrita por Laryssa Costa


Capítulo 3
Reencontros ao acaso


Notas iniciais do capítulo

Obrigada a todos que acompanham, que tal no final do comentário falarem o que estão achando hm? Eu iria amar! Beijos, e boa leitura :*



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— Achei que nunca mais ia te ver. – Ela falou com um sorriso no rosto e se aproximou, provavelmente para um abraço, mas eu peguei a mão de Rennesme antes disso e ela soube que era para eu não me aproximar. — Olá Rennesme. – Ela falou com um tom um pouco decepcionado.

— Ela é a minha professora de balé! – Rennesme falou sorrindo para mim, esperando que nos cumprimentássemos ou algo do tipo. Não me surpreendi, Alice sempre gostou de dança. Fazia todas as coreografias das apresentações da escola e estava em primeiro lugar enquanto líder de torcida na escola.

— Sério? – Falei para minha filha, sorrindo. — Estávamos de saída, muito bom lhe ver depois deste tempo. – Levei Rennesme em direção a porta e Alice abriu a boca para falar algo, mas logo depois a fechou. E não ouvi nada enquanto eu voltava para mesa, com uma Rennesme questionadora “O que achou dela? Ela não é linda?”, não queria que ela me perguntasse sobre aquela mulher.

Assim que sentei na mesa, tentei me acalmar um pouco. Meu passado estava voltando para mim. Eu sei que esta cidade é mais pequena do que um bairro da cidade onde eu morava e fiz universidade seria, mas porque o destino não podia me dar pelo menos mais alguns três ou quatro dias para eu poder me preparar para isso? Já foi um choque chegar aqui e ver algumas pessoas que eu não mantinha contato regulamente, mas isso já é um pouco demais para o primeiro dia.

Mas eu não estou mais na idade de fugir. Já fiz isto uma vez, e não vou fazer isto novamente. Estou fazendo residência em um bom hospital. Perto da minha filha, perto da minha família, e com ótimas oportunidades. Não deixarei meu passado nesta cidade com pessoas cruéis afete isto.

— Vi Alice Cullen no banheiro. – Tentei parecer casual ao falar isso para Emmett, enquanto nossos pais conversavam.

— Seria estranho se não a visse por aqui. E não é mais Alice Cullen, e sim, Alice Brandom. Ela se casou com o filho único dos Brandom e agora é a Sra. Brandom também. Ela é arquiteta e urbanista, ela que ajudou no restaurante. Dá aulas de balé na escola em que Rennesme estuda, é a professora dela. Faz um tipo de trabalho voluntário.

— Os Cullen adoram trabalhos voluntários. – Minha mãe falou sorrindo e com uma pitada de ironia. Provavelmente estava falando de Esme Cullen, que sempre estava ajudando alguém em algo. Seja no hospital ou em qualquer parte da cidade. — Eu também gostaria bastante de ter o dia inteiro livre para fazer o que eu quisesse. Mas ser professora pega muito do meu tempo.

Minha mãe tem orgulho em ser professora de inglês. Diz que é maravilhoso poder ensinar as crianças sua língua de origem e fala com grande paixão dos literatas norte-americanos e o que as suas obras ensinam para a vida de uma pessoa. Não posso me queixar de que sua paixão por estudo fez Rennesme ter uma grande feição por tudo que pudesse aprender. Melhor avó e mãe que essa, eu não acho que existiria.

— Claro. – Eu e Emmett falamos ao mesmo tempo sorrindo um para o outro, para ela não continuar reclamando de seu tempo. Ele piscou para mim divertido e eu rolei os olhos como quem dizia “fala sério”, mas na verdade minha preocupação estava a mil. Será que ela sabia de alguma coisa, ou desconfiava de algo? Por tudo que é sagrado para mim, eu espero que não.

— Está bem querida? – Minha mãe falou após um tempo conversando com meu pai e Rennesme com Emmett após algum tempo. — Está tão calada. Eu sei que por parte a culpa é minha, afinal de contas, viajar é cansativo e você sequer dormiu...

E nem iria. – Tiver uma enorme vontade de dizer. Afinal, precisava descansar bastante pela viajem e pelo começo da minha residência no Hospital, mas infelizmente não tinha descansado nem parado para alguma coisa desde que tinha chegado na cidade, e ainda tinha várias fichas que as enfermeiras tinham me entregado para preencher. Que horas eu poderia dormir? Mas depois de anos a base de energéticos e café, era uma coisa normal. Só que não ajudava em nada saber que aquela mulher que eu costumava chamar de amiga, tem um convívio próximo com minha filha. O que eu faria se ela descobrisse que era tia de Rennesme?

— Isso, estou cansada. – Falei não querendo entrar em detalhes e prolongar a conversa.

— Acredite querida, este é um lugar adorável. Simplesmente, adorável. Mas infelizmente não para pessoas recém chegadas na cidade, porque os Brandom são pessoas altamente curiosas. Estamos acabando, se quiser vamos embora antes da sobremesa.

Do outro lado da mesa, vi Alice sentada olhando diretamente para mim. E quando viu que foi pega observando o meu momento “família” sorriu. Eu não queria aguentar mais isto.

— Eu preferiria sim, mãe.

Na volta para casa, Charlie estava explicando para Rennesme porque algumas pessoas são presas. Em cada resposta que ele dava, vinham mais dez perguntas a frente. Eu sempre ria das gracinhas que Emmett fazia pelas perguntas de Rennesme, que ficava bastante brava e reclamava com ele. Minha mãe estava vendo sua agenda para amanhã e ficava dizendo para todo mundo fazer silêncio porque ela precisava se concentrar, minha filha estava no meu colo. Eu adorava minha família, e ficava triste por saber que minha filha não poderia compartilhar disto algum dia, ou talvez até sim, se eu me casasse novamente. Mas essa agora é sua família, e para nós duas, está tudo bem. Eu acho.

Assim que chegamos em casa, minha rotina já estava pronta. Minha mãe para recompensar a sobremesa não comida no Brandom’s fez alguns bolinhos caseiros, que tomamos com uma coca e no caso de Rennesme um suco e por fim fomos dormir. Ajudei Rennesme a banhar e vestir seu pijama preferido e ela acabou dormindo em meus braços um pouco mais tarde do que o normal para seu horário, e logo depois foi minha vez.

Coloquei ela no seu quarto e voltei pro meu, terminando de ver o que era necessário para o dia seguinte e fazendo meus planejamentos da semana, que com certeza, seriam modificados ao decorrer dela por conta do Hospital. Medicina é um curso corrido, exaustivo e no começo, até um pouco “solitário”. Mas eu tenho uma filha, e ela é a minha família. Nunca iria deixar o meu trabalho interromper qualquer que seja um momento de sua companhia.

E foi assim que eu acordei as seis, já me sentindo atrasada e com um cansaço bem grande por ter dormido apenas quatro horas desde que cheguei a Forks. Mas isso não seria o meu problema, isso eu estava sentindo.

Passei no quarto de Rennesme e ela ainda dormia tranquilamente, entrei no quarto apenas para lhe dar um beijo. Percebi que não sabia exatamente quando era seu horário de escola, mas, como minha mãe não veio acordá-la ou algo do tipo, deve ser um pouco mais tarde. Vesti uma calça jeans com cinto e uma blusa preta de botões. Como a correria dentro de um hospital era grande, preferi no meu primeiro dia ir de sapatilhas. Coloquei meu cabelo preso em um rabo de cavalo e fui com a minha bolsa de lado. Mal tinha conseguido tirar as minhas coisas da mala, então não tinha muita opção.

— Rennesme não tem escola? – Falei enquanto descia as escadas de madeira e senti o cheiro de café pelo ar vindo da cozinha. – Oi Emmett. – Falei ao passar por ele pela sala e pegar alguma coisa para comer no caminho. Eu estava completamente sem tempo. — Vai trabalhar hoje? Preciso do seu carro até a noite, quando voltar para poder compensar o sono não providenciado. – Sorri e ele jogou as chaves pra mim.

— Ela só tem aula as oito. Porque vai tão cedo? Poderia esperar um pouco e levá-la para a escola e depois ir pro Hospital.

— Hoje é o meu primeiro dia. Preciso entregar um monte de fichas, e ver as salas e os residentes que vou comandar. Isso é bem estranho aliás, eu mesma nunca fui residente fixa e agora estou coordenando todos. É tão empolgante! – Ri e saí correndo pra porta com um copo descartável com café.

— Calma aí, senhora empolgada. – Emmett abriu a porta pra mim e eu mandei um beijo pra ele — Não se esqueça de chegar antes das oito. Você tem uma filha, lembre-se.

— Nunca me esqueceria dela, tio urso.

Quando dirigia em uma velocidade rápida o suficiente para chegar no horário, percebi que precisava urgentemente comprar um carro. Nunca precisei me preocupar com isto morando dentro de um Campus quase toda minha vida universitária, e principalmente nos últimos anos, que arrumei um pequeno apartamento com Rose, e ela tinha um carro próprio que seus pais lhe deram de presente no qual eu também usava. Mas agora as coisas eram diferentes. Eu precisaria de um apartamento confortável, ou uma casa em um condomínio. Precisava dar o melhor a minha filha.

Assim que cheguei ao Hospital de Forks, fui sem delongas entregar os papeis que me deram no dia anterior, e a mesma enfermeira me informou que eu tinha uma sala, no qual Carlisle disponibilizou dizendo que era o melhor para mim. Estava indo agradecer quando ouvi uma voz que eu tenho certeza que nunca esqueceria.

— Não acredito que fez isto comigo Carlisle! - Tânia Denali. — Ela sequer tem um nome nesta cidade, não estudou aqui e sequer está prestes a fazer parte de sua família. Você deveria zelar pela sua família. – Ela esbravejou, furiosa.

— Eu zelo pela minha família Tânia, mas também zelo pelo hospital que atualmente, eu estou comandando. Então seria maravilhoso não se intervir em minhas escolhas, porque como sabe, o hospital é meu e sua residência também está aqui por minha escolha. Não existe hospital como este em Forks e você sabe muito bem disto. Ou seja, se não quer começar a carreira de um péssimo jeito, fique calada e aceite minhas ordens. A residente chefe vai ser, sim, Isabella Marie Swan.

— Isto é inadmissível.

— Inadmissível é você discordar do seu chefe. Acredite, eu não teria um pingo de ressentimento se a tirasse deste lugar, Tânia. Pois sou exigente e querendo ou não, você vai ser sim substituta dela enquanto eu mandar! Outra, existem pessoas que querem este cargo mais do que você, poderei mudar minha opinião se não parar com isto. Lembre-se: Está aqui somente pelo meu filho.

— Você deveria ter um pouco mais de afeição pela noiva do seu filho, sabia? – Tânia falou mais do que revoltada e eu entrei meio que em choque do outro lado da porta. Edward Cullen. Tânia Denali. Noivos. Casamento.

Nunca achei que isso aconteceria. Tudo bem que é quase uma regra que em cidades pequenas, namorados de ensino médio continuam namorando até a faculdade e por fim se casam, mas Edward e Tânia nunca sequer chegaram a ter um relacionamento na época de colegial... Pelo menos, não um relacionamento estável, como eu tinha com ele. Mas ao que parece, depois da minha saída da cidade, os dois finalmente tiveram tempo e liberdade o suficiente para saírem juntos, e estar como estão agora.

O pai da minha filha estava noivo e começaria uma nova família, sem ela. Mais um motivo para eu não dizer a Rennesme quem era seu pai. E eu a protegeria de todas as formas possíveis para os Cullen’s não saber, pois tanto eu quanto ela iriamos sofrer nas mãos desta família.

Bati rapidamente na porta, e sem ao menos esperar resposta, entrei. Tânia não tinha mudado muito dos tempos do colégio para cá, mas pelo que estava discutindo, continuava tão fútil quanto antes. Seu cabelo cacheado e loiro, estavam bastante arrumados em um penteado que não seria muito confortável para uma residente que correria de um lado para o outro o dia inteiro. Estava com salto alto e muita maquiagem, como sempre estava antigamente.

— Desculpem. – Falei pausadamente olhando de Carlisle para Tânia — Interrompo?

Carlisle se levantou da cadeira sorridente, e veio rapidamente apertar minha mão. Tânia continuou me olhando ao longe, sem se dar ao trabalho de vir me cumprimentar, mas sorriu falsamente como sempre fazia.

— Achei que você viria um pouco mais tarde, minha querida. – Ele me olhou com preocupação iminente no rosto. Provavelmente deveria saber que Rennesme tinha escola e que as escolas só abririam as oito, e eu não fui deixá-la.

— Hoje sendo o meu primeiro dia, tinha várias coisas a resolver. Infelizmente devo avisar que esta será a primeira e única vez que venho antes das sete. – Sorri para ele divertida e olhei diretamente para Tânia — Quanto tempo, é muito bom vê-la Tânia, é médica também?

Antes da mesma responder, Carlisle já estava negando com a cabeça, a deixando frustrada pelo momento. Sempre quis ser melhor em tudo, e dizer que seria minha substituta não era lá o glamour que ela sempre queria, principalmente se levarmos em conta de que eu era a ex do seu atual.

— Não, na verdade é maravilhoso que esteja aqui. Tânia Denali é sua substituta. Qualquer problema que você não pode resolver, qualquer paciente que você não poder atender no exato minuto ou qualquer residente que você não conseguir monitorar quando preciso, ela estará no seu lugar. Poderá ser substituída por outro, caso não venha a ter o resultado esperado, mas espero que isso não aconteça. – Ele voltou para mesa, procurando uma pasta entre as pastas encima de sua mesa enquanto Tânia não perdia a oportunidade de falar.

­— Do mesmo jeito que se você não obtiver o resultado esperado, eu poderei ficar no seu lugar. – Ela falou divertida, como se estivesse fazendo uma brincadeira, mas eu conseguia sentir o veneno por trás daquelas palavras.

— Acho isso impossível Tânia. – Carlisle falou com um sorriso distraído, e achei especialmente reconfortável ele me proteger das garras desta mulher — Isabella Swan foi designada para esse hospital com excelentes recomendações. Provavelmente não conhece Dr. James, de San Francisco, mas ele é um dos melhores médicos dos E.U.A. e o próprio me mandou um e-mail falando desta talentosa aluna a quem ele teve o prazer de dar aula. Além de ser uma das primeiras de sua turma, em uma das faculdades de medicina mais difíceis do mundo, tem um histórico impecável.

— Ora Doutor, não me glorifique tanto assim. – Falei sorrindo, mais do que satisfeita com a cara de Tânia de inveja — Sabe que tudo o que fiz foi por um motivo.

— Um excelente motivo, devo acrescentar. Não poderia escolher alguém mais adorável do que você para comandar os meus futuros empregados. – Me entregou uma pasta azul transparente que estava em suas mãos e continuou — Alias, aqui estão os residentes que vai comandar, os seus horários e os pontos de monitorações que deve vigiá-los, tudo bem?

— Absolutamente.

Juntamente com os nomes, estavam as fotos de cada um. E tentei segurar a surpresa por estar chefiando meus antigos colegas de escola. Ângela Weber, foi a primeira da lista e não consegui conter o sorriso de contentamento ao ver que ela estaria comigo, afinal, fazia tanto tempo que não a via. A única pessoa que me ajudou na hora que eu mais precisava e a única que sabe sobre Rennesme e seu grau de parentesco comigo. Logo após veio Jane Volturi, uma colega de classe que nunca tive um contato muito constante, mas lembrava de suas feições. Jasper Brandom, que pelo sobrenome já pude perceber que era o marido de Alice. Marido. Nunca parei para pensar que em um dos melhores momentos de sua vida, que seria o casamento, ela sequer tinha me mandado o convite. Nem que seja somente por consideração.

Ao que estou vendo, ela e Tânia continuam as mesmas amigas que me fez sair daqui. Jasper era loiro e parecia um pouco desconfortável na foto, e mesmo com sua esposa e a família com quem se relacionara, parecia ser uma boa pessoa, simpático. Após, Mike Newton. Um dos melhores amigos de Edward no colegial. Fiquei um pouco surpresa que tenha conseguido chegar a esses primórdios do curso que fez, mesmo acreditando na melhora das pessoas, achei que esse era um caso perdido.

Por fim, Tânia Denali. E suspirei de alívio. Não que fosse um alívio ficar com ela, mas como era a única folha que continha os residentes, isso significaria que Edward não ficaria comigo. Mal eu sabia se ele tinha realmente entrado para o curso ou não.

— Todos muito bem instruídos, pelo que eu soube pelas entrevistas e históricos. – Carlisle acrescentou ao me ver concentrada na descrição de cada um e seus horários.

— Carlisle, meu noivo irá aparecer por volta de que horas mesmo? – Tânia fez bastante ênfase na palavra noivo e olhou diretamente pra mim, que retribui com um sorriso educado, como se não me importasse com o fato. E não devo mesmo me importar. “Apenas me importo com minha filha, minha filha.”.

— Não sei, provavelmente a tarde. Edward irá ser vigiado especialmente por mim, afinal, tenho que garantir a continuidade de médicos na minha família. Meu pai foi um grande médico, assim como meu avô, meu tataravô. Edward terá que ser melhor do que esta pequena gênio aqui. – Ele sorriu pra mim e sorri para ele em retribuição. Tânia ficou incomodada por não conseguir surtir efeito algum em mim, mas se tem uma coisa que consegui neste tempo fora desta cidade e longe da minha filha, foi ter alto controle. Principalmente perto de pessoas que se achavam superiores as outras. — Suas fardas estão na sua sala, assim como alguns de seus residentes também estarão lá uma hora dessas.

Isso foi uma dispensa para sair da sala, e eu me virei na hora para começar minhas tarefas, enquanto Tânia ficou parada, ainda querendo discutir algo indiscutível com o Doutor. Fiquei admirando a vista panorâmica do elevador, enquanto me direcionava ao corredor da minha sala. E ao abrir a porta, o primeiro susto que levo em meu trabalho: Recebo um abraço de alguém que eu mal sabia quem era.

— Bella! – Ângela estava sorridente ao se afastar de mim, mas voltou a me abraçar quando me olhou novamente. Ficamos assim por quase um minuto. — Quase fiquei louca quando soube que ia voltar. E que vai ser minha chefe! Como você está? Como está a pequena Rennesme? Nossa, a gente precisa conversar. – Ela riu no final ao me ver rindo de suas perguntas.

— Sabe Ang, não seria algo que eu gostaria de comentar aqui... Alguém pode escutar e você sabe como eu sou cuidadosa com Rennesme. – Falei baixo, mas olhando carinhosamente para minha amiga. Seu cabelo estava curto como sempre, e seus olhos pequenos como sempre foram, mas notei mais abaixo, que tinha uma aliança de compromisso em seu dedo. — Ang, você está casada? – Falei surpresa.

— Na verdade não, faz duas semanas que fiquei noiva de Ben. Você lembra dele? Está bem melhor que antes! – Ela deu uma risadinha animada — Conseguiu um maravilhoso emprego e está até dando entrada em uma casa para nós dois. Ainda estou fazendo a lista de convidados e tudo mais, e bem... Ia pedir pra você ser minha madrinha.

Olhei para ela surpresa e emocionada. Fazia tanto tempo que não nos víamos ou nos falávamos, mas para ela, isso era uma mera observação.

— E claro, Rennesme ser madrinha de honra. – Ela falou com os olhos brilhando. — Gostaria bastante que você me ajudasse com tudo, eu estou em pânico e ao mesmo tempo tão feliz. Com Ben, com a minha residência aqui no Hospital, com meu noivado... e agora com você de volta. O casamento vai ser apenas daqui uns seis, sete meses, então não tem muita pressa assim. Se bem que com nós duas trabalhando aqui no hospital as coisas fiquem um pouco apertadas....

Ela falava sem parar e a cada palavra eu ficava mais radiante. Pelo menos uma vez na minha adolescência eu confiei em alguém que realmente merecia minha confiança.

— Calma, calma. – Falei sorrindo. — Sabe de uma coisa? Amanhã após o nosso turno, nós podemos sair para algum lugar e falar sobre tudo isso com calma. Você aproveita e me diz como está tudo aqui. Quem se casou com quem, quem não se casou, quem saiu da cidade... O que acha?

— Seria maravilhoso. Até porque eu não quero medicar um paciente com o remédio errado por conta das minhas euforias. Está tudo tão perfeito para mim Bells, espero que esteja para você também.

— Estou passando um tempo, e espero passar pelo resto da minha vida com a pessoa mais importante para mim. – Rennesme – Isso é mais que felicidade para mim.

Ângela sorriu, e antes de poder completar com mais alguma coisa, a porta de abriu sem cerimonias, fazendo-me afastar um pouco de Ângela pelo susto, a cara de “desculpas” de Jasper Brandom foi vista logo após. Atrás dele estava Jane Volturi, com uma cara de vergonha também.

— Sinto muito, achei que estava trancada. – Ele falou ficando vermelho. — Srta. Swan, sou Jasper Brandom, e essa é Jane Volturi. Somos seus residentes.

— Sem problema algum Jasper, e pode me chamar de Isabella. – Olhei rapidamente para Jane e sorri sem seguida — Bom, pelo que sei, está faltando Mike Newton e Tânia Denali.

— Bom, Isabella... O Mike se atrasa na maioria das vezes. – Olhei para Jasper surpresa, e ele percebendo acrescentou rapidamente em seguida — Não é sempre, apenas... apenas nas maioria das vezes. Mas Tânia com certeza virá com ele, então... er...

— Não vou deixar que o Sr. Newton fique se atrasando sem uma justificativa sempre quando for seu turno. O horário hoje é as sete horas, e se ele não está aqui hoje, as sete horas, deverá ser notificado. — Parei olhando para Jane e Ângela. — Não querem que carreguem mais trabalho em suas costas. Somos uma equipe, e a equipe se ajuda e ajuda a residente chefe. – Sorri em seguida, deixando todos um pouco mais relaxados.

Mas a verdade é que estava começando a me chatear com o que estava a vir. Mike Newton, um dos melhores amigos de Edward no colegial. Não sei se ainda continua ser, mas pelo visto, tudo indica que sim. Já que Tânia e Mike estão vindo juntos, provavelmente irão proteger um ao outro. Não vou deixar ele escapar das irregularidades – que podem vir a ter – já que após hoje, chegarei somente depois das sete horas por causa de Rennesme, e os residentes precisarão chegar as sete horas.

— Então Isabella, ficará conosco o dia inteiro?

— Para falar a verdade, eu só deveria começar meu plantão hoje à noite. Mas eu não ia me sentir confortável com tantos papeis pra entregar e eu precisava conhecer um pouco vocês antes. Decidi ficar aqui até mais ou menos umas onze horas, e então volto as nove ou dez horas para continuar com vocês.

Pretendia pegar minha filha na escola e passar a tarde com ela. E quando a colocasse para dormir à noite, eu poderia vir tranquila para o Hospital, até o dia seguinte, quando chegaria cedo em casa, para dessa vez, deixa-la na escola e dormir um pouco; O dia passou rápido, e foi melhor do que eu esperava. Alguns casos graves, outros apenas para cuidar de acidentes de baixo nível. Separei os meus residentes pelos pacientes que já estavam no Hospital e aos que chegavam de hora em hora.

A maior parte dos ferimentos eram cuidados pelos enfermeiros, e minha equipe ia apenas para diagnósticos ou algo mais grave. Muitas pessoas passavam por este Hospital, já que era o melhor que tinha do que em várias outras cidades do estado. Fiquei coordenando cada um, e até a mim mesma, para que depois, assim que arrumasse um tempo livre, pudesse fazer um quadro com os horários e com os médicos que cada um poderia passar o tempo aprendendo.

Mike Newton chegou um pouco tarde. Eram oito horas e os pacientes já estavam sendo atendidos por nós, quando ele chegou juntamente com Tânia pela porta da sala na qual eu estava diagnosticando uma senhora de idade, com problemas gástricos. Eles ficaram parados um pouco ao canto da sala, esperando o atendimento acabar e assim que ela saiu, Mike logo foi dizendo.

— Não sabia que Isabella Swan tinha virado, a bela Isabella Swan. Califórnia fez bem para você. – Mike sorriu, provavelmente se divertindo por jogar seu charme, mas apenas o olhei com normalidade.

— Está atrasado uma hora. – Falei rapidamente enquanto levantava da cadeira para ir atrás de Ângela que estava me chamando pelo bipe — Perderá quatro horas essa semana e não será colocado em salas de cirurgia para ser auxiliado por superiores.

— O que? – Mike falou contrariado.

— Foi o que você ouviu. – Falei sorrindo para ele — Não se atrase novamente, ou perderá três plantões. Isso aqui é uma residência médica, não uma faculdade ou o colegial.

As onze horas chegaram bem mais rápido do que eu achava, meu primeiro dia de residência não podia ser melhor, claro, tirando algumas pessoas ‘imprevistas’. Até pensava em passar mais um tempo com a equipe, mas estava na hora de pegar Rennesme na escola, e foi isso que me fez correr com o carro para a única escola de ensino infantil de Forks.

Não era tão grande como as outras escolas seriam, mas não podia falar nada, afinal, a taxa de natalidade e de crianças aqui na cidade eram praticamente nulas. Quando cheguei uma mulher gordinha, com as feições de coração, sorriu simpaticamente para mim e veio ao meu encontro. Ela estava arrumando algumas coisas em sua mesa, e fiquei um pouco alarmada quando percebi que as aulas já tinham terminado.

— Você é responsável por alguma criança? – Ela falou sorrindo e eu a olhei em dúvida — É que você parece muito nova para ser mãe. – Ela completou, vendo a minha indagação não falada.

— Ah... Hmm... Sim. Renesmee Carlie Swan. – Falei tentando soar indiferença ao seu “você parece muito nova para ser mãe”. — Onde ela está?

— Ah sim, Renesmee. Uma ótima criança. – Ela acrescentou — Hoje ela tem aula de balé, provavelmente está na sala com a professora de dança, a Sra. Brandom.

— Alice Brandom? – Falei, e ela afirmou com a cabeça.

Não esperei ao menos para me despedir. Sem ao menos perguntar onde ficava a sala de balé da escola, sai rumo aos corredores, desgovernada tentando achar onde minha filha estava. Não foi difícil de encontrar. A sala tinha uma janela bem grande de vidro, onde qualquer pessoa poderia ficar assistindo ao longe as meninas pulando divertidamente de um lado para o outro, seguindo Alice. Perto dela estava Renesmee, sorrindo e comentando algo com as amiguinhas ao seu lado.

Apareci na porta e não demorou muito para ela me ver. Renesmee continuou os passos que Alice fazia no início da sala, mas acenou pra mim e retribui com um sorriso. Não fiquei alarmada por ela me chamar de mãe ou algo do tipo, sabia quais eram as nossas regras, e mesmo sendo tão pequena, já sabia se controlar. Assim que terminou, correu para pegar sua mochila e foi ao meu encontro, infelizmente, acompanhada pela Alice.

— Achei que Emmett viria busca-la. – Alice falou enquanto vinha até mim — Normalmente ele que vem...

— Bom, como eu estou aqui agora, eu virei. – Falei simplesmente e abri meus braços, prontamente sendo preenchido por minha pequena, que não falou nada, apenas observou.

— Bom... Soube que será a médica chefe residente. – Ela falou, como pude perceber, para conseguir algum assunto. — Meu marido será um dos residentes também. Jasper. Jasper Brandom.

— Que bom. Trabalhar no hospital daqui tem grandes vantagens para a nossa carreira. – Falei indiferente e ela continuava a me olhar meio hesitante. Seus cabelos não estavam mais cortados rente a nunca como antigamente. Ela parecia ter adotado o novo visual de “mulher casada rica de Forks”, ainda eram curto, mas o corte Channel estava mais elegante que nunca.

— Então... Você, você se casou? Está noiva?

— Lá fora as coisas são diferentes daqui, como eu acho que você percebeu. Diferente de Forks, as mulheres de San Francisco não veem diferença de casamento aos 23 ou aos 32. Na realidade, existe até um certo lucro com isso. – Falei olhando dela para o seu anel — Espero que esteja feliz em seu casamento.

— Bom, ele é mais do que eu mereço. – Ela falou em um tom casual, e a única coisa que eu pude pensar foi “qualquer um é mais do que você merece, Alice Cullen.”, mas a minha amargura sabia ser bem escondida. — Eu não tinha o seu contato, seus pais disseram que infelizmente estava ocupada de mais para largar as coisas no meio de semana, da faculdade e ir ao meu casamento, então...

— Você não devia querer que eu fosse, se quisesse, eu estaria lá. Ou não. – Falei por fim, passando as mãos delicadamente pelos cabelos da minha filha, que continuava a olhar nosso confronto com um olhar intimidado. — Deve ter sido um casamento glorioso, meus parabéns atrasado para o casal.

Peguei a mão de Renesmee e fiz com que ela me desse a mochila que carregava, e a guiei para o carro. Pude ouvir as palavras ao longe de Alice “Você poderia me visitar qualquer dia desses”, apenas olhei para trás sem precisar dar explicações algumas. Ela sabia que eu não iria. Não depois do que tinha feito comigo.

Renesmee ficou um tempo calada no carro, apenas mexendo em minha bolsa, e fazendo careta quando eu falava para não pegar em alguma coisa ou outra com as mãos sujas de alguma maquiagem minha. Mas sabia que essa fase de silêncio iria passar rapidamente, não me decepcionei.

— Mamãe, você não gosta daqui? – Ela falou ainda mexendo nas minhas coisas.

— Claro que gosto, minha família está aqui.

— Então porque foi embora? – Ela finalmente olhou para mim, e fiz um esforço enorme para não deixar transparecer meu nervosismo.

— Porque a Califórnia é linda, meu bem. Você já foi para lá, não se lembra? Além de que a vida é bem melhor, os pontos turísticos, tudo mais.

— Então não foi embora por conta de mim?

— Claro que não. – Olhei para ela rapidamente, dando um sorriso incerto. — Se eu pudesse teria levado você assim que nasceu, mas a vida é um pouco complicada quando se cresce, sabe? Não ia ter seu tio coruja ou a vovó e o vovô com você o tempo inteiro se eu tivesse lhe levado comigo. Mas agora, eu vou ficar com você sempre. Assim que terminar minha residência, nós duas vamos pra Califórnia brincar na areia da praia todos os finais de semana.

— Mamãe, acho que gosto mais do frio. – Ela me olhou sem a carinha de preocupação que esboçava antes, e sorri aliviada, levando com brincadeira sua última observação.

— Então não quer ir pra Califórnia comigo? – Sorri de leve, mas com uma pontada em meu coração, caso recebesse um ‘não’ de minha própria filha.

— Eu quero ir com você mamãe, pra qualquer lugar. Mas não podíamos ir pra um lugar frio? – Ela sorriu com seus dentes de leite perfeitamente alinhados, e meu coração derreteu. Eu iria para qualquer lugar que ela quisesse. Já tinha passado muito tempo longe da única coisa que me manteve viva esses últimos anos.

Quando enfim chegamos em casa, Emmett estava esparramado no sofá, preguiçosamente mexendo em seu notebook, enquanto desviava as vezes vagamente sua concentração para o que estava na TV. Renesmee ao invés de subir para seu quarto, se trocar, foi logo se jogando no urso grande em hibernação que era seu tio.

— Princesa! Pronta para uma maratona de Bob Esponja? – Ela falou enquanto deixava o notebook de lado e começava a levantá-la pelo ar, mesmo sentado no sofá. Fiquei meio dividida em deixar aquilo continuar, ou pedi-lo para colocá-la no chão, já que eu estava um pouco temerosa caso ela caísse.

Proteção de mãe. Foi a primeira coisa que me veio a cabeça e sorri, deixando Renesmee se aproveitar de Emm.

— Bob Esponja não! Quero Tom e Jerry. – Renesmee afirmava ainda no ar, segurada apenas por uma das mãos de Emmett, que pareciam pela primeira vez, ameaçadoramente frágeis para conseguir suportá-la.

— Vou banhar, e já venho com seu almoço querida. Lave as mãos! – Falei alto, enquanto subia as escadas, e escutava Renesmee sendo colocada no chão por Emmett, e sorri aliviada.

Quando voltei, já banhada e arrumada, minha pequena e Emmett estavam sentados, quietos e atentos à TV, que como a pedido de Renesmee, passava Tom e Jerry. Enfim a fiz almoçar, e com o almoço dado após de sete episódios a mais, ela estava dormindo tranquilamente no meu colo, como eu sempre quis.

Assim que Emmett a viu adormecida, sorriu pra mim e perguntou como não quer nada “Que tal agora Doutor House?” Ri, mas aceitei. E enquanto os diagnósticos errados eram dados, eu ficava de momento em momento, interrompendo a concentração de Emmett e falando quais sintomas ela poderia realmente ter, caso estivesse com a doença que os estagiários estavam afirmando que ela teria.

Eu estava toda enrolada em Emmett, assim como Renesmee estava em estava em mim, e ele dava longos suspiros quando eu interrompia os raciocínios dos outros personagens para poder sussurrar baixinho as minhas conclusões. E ele falava algo como “Como é horrível assistir seriados de médicos com médicos.”, mas logo que terminava, me abraçava mais ainda.

Acabou que Emmett também dormiu. E tive que carregar Renesmee para seu quarto com o maior cuidado para não acordar ela também. Enquanto ficava sentada na cadeira de balanço, que provavelmente foi colocada por minha mãe em seu quarto para poder colocar Renesmee para dormir, eu escrevia algumas coisas nas papeladas do Hospital e de vez enquanto olhava para minha filha, querendo ter certeza que estava completamente confortável. Sabia que eu precisava de uma longa hora de sono para poder deixar o meu relógio corporal normal, mas como tinha me acostumado a passar tanto tempo acordada estudando e escrevendo relatórios para meus professores de universidades, sono para mim era alguma coisa que sempre poderia esperar mais um pouco. E foi assim que me vigiei para cochilar apenas vinte minutos, e consegui.

— Parece cansado. – Falei, quando decidi ir para sala e não encontrar Emmett dormindo no sofá como esperava. — Devia dormir mais um pouco.

Não tinha entrado direito em um dos quartos perto do de Emmett, e ao entrar percebi um pouco surpresa que era um escritório.

— Sou um empresário, nós somos que nem os médicos baby, sempre alertas. – Ele riu da própria piada, mas um minuto sequer tirou os olhos do seu computador.

— Está dando certo para você? Isso de ser empresário, quero dizer.

— Você nunca viu nossa mãe ou nosso pai se queixando sobre dinheiro, viu? Muito menos Renesmee, que sabe que pode ter tudo o que uma criança sempre quis. – Ele parou por um momento e deu um longo sorrio para mim – Algumas pessoas precisam de pouco para serem felizes mana, e eu sou uma delas. Se eu quisesse me mudar, ir para outro país, trabalhar como SEO em uma empresa de Nova York, acredite, eu posso. Mas eu gosto dessa casa, gosto da minha família.

— Quando eu levar Renesmee comigo... Vocês ficarão bem?

— Olha Bella, Renesmee é nosso sol também sabe? Vai ser realmente difícil. Nossa mãe é até conformada com isso, ela é cercada de crianças todos os dias. Adolescentes, jovens. Nosso pai, bom, ele gosta de viver assim, sossegado. Já eu realmente não sei o que vou fazer, não tenho família para desviar a minha atenção ou algo do tipo...

— Talvez possa ir com a gente. – Sugeri. Não iria querer Renesmee longe do tio que ela tanto amava.

— Talvez. Mas talvez isso não seja bom para Renesmee, porque ela vai precisar de um tempo só com você. Ela fez bastante perguntas sobre o que aconteceu, sobre você e tudo mais, desde que começou a fase de perguntas dela. Aqui nós também comemoramos dia dos pais sabia? Ela sempre fica confusa nessa data e pergunta se ela tem pai. O nosso pai sempre resolve, mas vai ter uma hora que ela vai querer confrontar você. Você pode deixar isso longe de nós, mas Renesmee é obrigada a saber. Não é uma mera opção para ela.

— Odeio quando você é o gênio que finge não ser.

— Faço o que eu posso. – Ele riu e voltou sua atenção para seu computador novamente.

Como tinha acabado minhas anotações antes de cochilar na cadeira de balanço de Renesmee, fui para meu quarto finalmente arrumar minhas roupas que mal tinham sido tiradas da mala. O tempo nublado deu início a mais chuva, um pouco mais forte do que necessário. Emmett disse que ia resolver umas coisas e passar na escola para pegar nossa mãe no caminho. Renesmee ainda dormia, e finalmente a ligação de Rose, veio para me tirar dos pensamentos de Forks.

“Olá docinho!”

“Pelo visto está bem empolgada. Saiu com seu noivo ou está bêbada?”

“Não estou bêbada. Ainda. Eu e Sam estamos passando por alguns problemas, mas a minha terapeuta falou que crises de casais a longo prazo, são normais.” Ela parou uns segundos, pensando no que tinha falado “Eu não acho tão normal sabe? Quero você aqui no meu apartamento Bells, com a gente fazendo maratona de ‘Drop Dead Diva’ e cantando Bruno Mars tão alto que o síndico teria que vir aqui de novo para reclamar!”

“O que aconteceu?” Sua voz estava chorosa, pelo visto, ela estava na fase de bêbada deprimente. Pelo que conheço de Rose, ela deve ter ficado com raiva antes de beber, feliz e satisfeita quando começou a beber, já bêbada ela está na fase ‘bebada deprê’ e por fim, vai ficar se lamentando cantando clássicos deprimentes, ou até Like a Virgin em um tom de angustia.

“Bom. Primeiro que tem uma prima dele chamada Leah que está na cidade e ele falou que ela está passando uns dias na casa dele.... Bells, eu não acho que seja prima. Mas ele sempre fala que eu estou exagerando e que tenho que parar com esses ciúmes. Mas Bells, eu não sou ciumenta! Mas se bem que posso estar exagerando…” Ela parou de falar, e por ums segundos, afastei o telefone do ouvido achando que a ligação tinha caído.

“Rose?”

“Ah, é, continuar.” Ela respirou profundamente, enquanto eu ouvia sons de garrafas sendo colocas em algum lugar. Provavelmente no chão onde ela estava sentada. “Então quando a gente briga ele sequer vem atrás de mim como vinha antes, sabe? Eu sei que isso é ser orgulhosa, mas poxa, nem quando eu tenho a razão?!? Isso é feio Bells. Muito, muito feio. E eu adultamente perguntei se ele queria adiar o nosso noivado sabe? Pra gente voltar a namorar e tudo mais... Mas ele começou a parecer desesperado e disse que não queria.”

“Rose, você é linda. Mais linda do que qualquer outra que eu já pude conhecer. Porque está perguntando coisas para ele? Se quer desnoivar, é só jogar o anel na cara dele minha amiga! Você pode estalar os dedos e o homem mais lindo do mundo vai correndo pra você.”

“Mas Bells, ele já conhece meus pais. Ele já faz parte da minha família... Já estou velha demais pra tentar uma coisa nova.”

“Rose, você sabe qual é a minha opinião nisso, não sabe? Eu acho que você deveria ir atrás de saber o que está acontecendo. Realmente. Beber a essa hora, para você, significa que as coisas estão indo do pior a decadência. Eu sei que você é perfeita de mais para não conseguir dar um jeito nisso.”

“Eu sei, eu sei... Vou ver oq... Hm, Bells. Te ligo depois, acho que a bebida finalmente quer sair.”

E então, essa foi a nossa ligação depois de alguns dias separadas.

O tempo passou praticamente voando, pouco depois de falar com a Rose, Renesmee chegou se enroscando em mim como um gato, e deixei um pouco a arrumação das minhas coisas para poder banhá-la. Passamos o resto do dia arrumando o resto das minhas coisas e por fim, achei que seria bom fazer um jantar para nós. Não ficaria muito feliz se minha mãe quisesse ir comer nos Brandom’s novamente. Mesmo que Alice não poderia estar lá hoje, era algo que eu realmente não queria ter o imprevisto de presenciar. Fiz frango xadrez, e pela cara de todos, ficaram bem surpresos ao ver que eu finalmente tinha aprendido a cozinhar. Não era uma surpresa para mim, afinal, universitários não podem viver só de fast foods e comida chinesa. Ajudei Renesmee com o dever de casa e ela me fez assistir seu ensaio de balé improvisado na varanda de casa.

Quando foi entorno das nove horas, eu já estava pronta e arrumada para um plantão sem descansos. Calças jeans justas, mas confortáveis para a minha maratona, um suéter de Cashmere vermelho e sapatos de salto alto fechados. Deixei meu cabelo solto só por costume, mas sabia que assim que chegasse lá, teria que prender alguma hora. Minha bata estava dentro do carro, e ao sair, dei um beijo em Renesmee, que sorriu ao perceber que a marca do meu batom vermelho tinha ficado em seu rosto.

Ao chegar, as coisas estavam do mesmo jeito. Residentes indo embora, residentes chegando. Médicos apressados, mais pessoas do que o normal para serem atendidas a esta hora da noite em uma cidade pequena...

Enquanto esperava o elevador me deixar no corredor de minha sala, folheava um dos meus livros de medicina que trouxe de casa para poder enfeitar minha sala. Nada de fotos, nada de moldura nas paredes, pinturas de um artista qualquer talvez, mas nada que possam achar que conheçam minha vida. Assim que passei pela porta da minha sala, recebi um bipe da sala de Carlisle, pedindo para dar uma passada por lá. Deixei minhas coisas encima da minha poltrona e tranquei a sala, levando a chave comigo.

— Algum problema? – Falei assim que entrei na sala de Carlisle, batendo apenas duas vezes antes de receber alguma ordem para entrada.

— Mike Newton veio fazer algumas reclamações a seu respeito, Isabella. – Carlisle falou com uma voz cansada, e tentei ser a mais breve possível.

— Infelizmente Dr. Cullen, eu não admito infrações. E uma dessas infrações é chegar muito depois do horário estabelecido pela equipe. Equipe se trabalha junto, unido. E não é isso que o Sr. Newton tem feito, senhor. Se nós estivéssemos precisando urgentemente dele para salvar algum paciente, o mesmo estaria morto por culpa não da equipe, mas do Sr. Newton.

— Fico feliz, Srta. Swan. De verdade. – Ele parou para dar um suspiro longo e gratificante — Ele está aqui apenas por sua amizade com Edward, que fez malabarismos comigo para que seu amigo incompetente entrasse. Ajudou bastante ser padrinho de noivado e do futuro casamento do meu filho, então não tenho muito a dizer.

— Entendo Doutor.

— Só precisava de suas palavras. Pode ir fazer seu trabalho agora e me desculpe qualquer transtorno por conta de adolescentes grades. – Ele sorriu e eu também, batendo continência divertidamente e indo em direção a porta.

A única coisa que eu não esperava era que na mesma hora, uma outra pessoa estaria entrando. Uma coisa que eu não esperava, era que esta mesma pessoa, me visse tirando brincadeira e sorrindo de forma tão espontânea perto desta mesma pessoa. Uma coisa que eu não esperava era ver Edward. Edward me olhando de uma forma totalmente surpresa e assustada, fazendo os dois, darmos passos para trás e se olhando de uma forma estranha.

— Bella... - Ah... Ah quanto tempo que ele não me chamava assim.


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Notas finais do capítulo

Rewiens?



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