Looking Back escrita por Laryssa Costa


Capítulo 2
Recém Chegada


Notas iniciais do capítulo

Obrigada aos que voltaram para reler a história, e aos que comentaram também! Qualquer coisa: consequenciadaspalavras.tumblr.com ;
Boa Leitura!



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— Mamãe está aqui meu amor. – Falei enquanto ela se enroscava em um de meus braços e eu tentava manobrar minhas malas e bolsa na outra. Emmett veio ao meu amparo.

— Sabe, ficar esse tempo todo sem ter você pra me dar uma ajudinha apresentado umas colegas suas, foi bem complicado. Tive que me virar aqui sozinho! – Emmett falou enquanto terminava de colocar as malas dentro do porta malas e entrava no carro no banco do motorista.

— E até hoje não está sequer noivo, pra você ver. – Mamãe reclamou e eu ri, me apertando mais a Rennesme enquanto sentava no banco de trás do carro para ficar melhor de aconchega-la nos meus braços.

— Rosalie falou que está com muitas saudades de você, sabia? – Falei passando as mãos em seus cabelos e ela finalmente tirou o rosto de meu pescoço para me olhar sorrindo. – Falou que não vê a hora de você voltar a San Francisco para poder ver você de novo.

— Tia Rose perguntou por mim? – Sua voz de animação preencheu o carro e meu sorriso se alargou ainda mais. Ela estava em meus braços, novamente, finalmente. — Porque ela não veio mamãe? Você vai me levar para San Francisco? Não vai me deixar aqui sozinha?

A cada pergunta que ela fazia seu olhar suplicante de “você vai me deixar mais uma vez” estava impregnado em seus olhos, mas eu tinha que ignorar se quisesse me mostrar firme.

— Ela não pôde vir, está estudando. E eu não vim para cá a férias, vim a estudo e trabalho, sabia? Vou trabalhar no Hospital de Forks. E quando eu voltar para Califórnia, você vai comigo.

— Sério mamãe? – Rennesme falou levantando a cabeça rápido, me olhando eufórica. Eu ri de alegria, enquanto minha mãe e Emmett fizeram uma careta de descontentamento. Mas não falaram nada. E nem podiam. Eu agradeço por eles terem a criado por tanto tempo, mas ela era minha filha. Eu não deixaria que eles voltassem atrás e não deixassem eu pegar a minha filha e levasse pra onde eu bem entendesse.

— Claro que sim meu amor. – Puxei ela pra deitar em meu colo novamente – Vamos comprar um apartamento novo, talvez o Tio Emm possa até morar conosco se ser bonzinho este tempo que vou passar aqui. – Ele falou um “ei” sorrindo um pouco, mas nossa mãe ainda continuou calada. – Vamos pode ir a qualquer lugar que você quiser.

— Vou poder ter aulas de balé? E de música?

— Claro que vai poder. Vai poder fazer tudo que você quiser! – Falei passando as mãos em seu cabelo arrumando os fios soltos de seu penteado.

Rennesme estava acostumada a não me perguntar sobre seu pai. Depois de um tempo sem respostas dos meus pais e de Emmett, que não sabiam que era Edward, ela como não tinha muito tempo comigo, perguntou apenas algumas vezes e na maioria das conversas eu desmentia. Teve um dia que ela falou “Tudo bem mamãe, o que importa é que você vai ficar sempre comigo, certo?” E até agora, isto estava bastando.

Ela sabia que não podia me chamar de mãe na frente das outras pessoas, pelo menos não em Forks. Quando ia me visitar na Califórnia, ela sempre ficava mais à vontade. Pois podia me chamar de mãe a qualquer hora que fosse, não se preocupando se estivesse em frente a desconhecidos ou não. Em Forks era diferente. Minha mãe decidiu assim e eu não contestei por conta dos Cullens. Edward era um imbecil, mas quanto tempo ele demoraria a entender ou Alice demoraria a perceber que Rennesme me chamando de mamãe, logo nove meses depois de eu ter terminado um “relacionamento” com Edward? Estaria na cara.

Assim, uma história foi inventada. Rennesme foi adotada por meus pais assim que eu saí da cidade, para alimentar o instinto materno de minha mãe, já que a filinha caçula dela estava indo embora para a cidade grande. Rennesme assim teve que chamar Renné na frente das pessoas de mãe e Charlie de pai e Emm, de Emm mesmo. Mas as vezes, ainda saia um Tio Emm, mas as pessoas achavam normal, por conta da idade de Emmett. Que não é muito diferente da minha, mas é uma cidade pequena, então qualquer coisa é motivo para falatório.

Tirando o fato de se confundir um pouco as vezes com Emmett, Rennesme se adaptou muito bem a situação. E nunca, ainda bem, se voltou contra mim. Minha família sempre a criou dizendo-a o quanto eu a amava e para continuar cuidando dela, eu precisava ficar longe. Mas quando eu pudesse voltar, a levaria para ficar comigo. E olhem só, aconteceu. Mas tinham algumas coisas que eu precisava saber.

— Hm, mãe? Doutor Carlisle ainda mantêm contato? Ou os Cullen?

— Não, ele a viu algumas vezes apenas de relance. Quando Rennesme ficou com virose uma vez e catapora em outra e ela teve que ir ao pediatra, ele estava no hospital e parou para dar um pequeno “olá”, mas não foi exatamente uma conversa, sabe como médicos são ocupados – Minha mãe olhou para mim e sorriu com orgulho, sorri fracamente esperando pelo resto da resposta – Bom, que eu saiba ela já viu apenas o filho mais velho e Esme uma vez, no supermercado, não foi querida?

Minha mão livre se apertou com força no meu joelho. Edward. Edward manteve contato com minha filha. Com noss... Não, minha. Minha filha.

— Eles comentaram algo? Falaram com ela? – Falei casualmente, sorrindo para Rennesme que agora mexia em meu celular olhando fotos de acampamentos que Rosalie me obrigou a fazer uma semana antes, como despedida da cidade.

— Bom, ele apenas pegou em sua mão. Até quando Esme a viu e abraçou, disse que era uma graça de menina. Falou que parecia muito com você. – Olhei para minha mãe com desespero e ela logo tratou de me acalmar – Ele não contou nada Bella. Nós ficamos atentos todos estes anos e até agora, tudo está correndo tudo muito bem. As pessoas não falam nada estranho de nada, além do mais...

Mamãe continuo falando bobagens que eu fiquei tentando me acalmar e não dar um surto de pânico dentro do carro com minha filha no colo. Lembrei-me do presente que trouxe para ela e mostrei um cordão de ouro escrito uma frase em francês “Te amo mais do que minha própria vida” e coloquei nela, que ficou satisfeita assim que viu o espaço do pingente que se abria e tinha uma foto de nós duas lá dentro.

— Mamãe, eu e o Tio Emm vamos na loja de brinquedos mais tarde. Semana passada eu ganhei um concurso na minha escola. Ganhei até uma faixa! – Ela falou sorrindo, Emmett concordou orgulhoso. – Sou a melhor aluna do mês. Com as melhores notas também, além das tarefas extracurriculares. E ele disse que eu ia ganhar um presente por conta disso.

— Hmm, acho que não. – Falei segurando o riso e Rennesme me olhou triste, como quem pergunta “porque?” – Você vai ganhar dois presentes agora! – Falei começando a brincar com ela no carro e sua risada preencheu o carro inteiro que parou em frente à minha antiga casa.

— Mãe! A senhora me assustou! – Ela falou rindo e prendendo os braços ainda mais em meu pescoço, ri saindo do carro com ela em meu colo.

— Se quiser eu posso só esperar você desarrumar as malas e trocar de roupa pra gente ir logo... – Emmett me falou, mas fiz uma cara de desanimação para ele.

— Vocês vão ter que me esperar um pouquinho, tudo bem? Doutor James me disse que assim que eu chegasse em Forks eu teria que dar uma passadinha no Hospital para assinar logo os papeis da residência e falar com o residente chefe para saber meus horários. – Minha mãe me olhou com aquela cara de “você acabou de chegar” – Mãe, sou médica. E vim aqui pra começar meus estudos, não posso parar. Minha sorte, é que agora estou perto da minha pequena.

Sorri um pouco e a beijei na testa. A coloquei no chão e ela me seguiu juntamente com Emmett até o meu quarto, onde agora, era o de Rennesme.

— Esqueci de falar querida, arrumei um quartinho lá no fundo do corredor para você. Aquele onde nós colocávamos as bagunças de Emmett. Vamos, leve as coisas dela para lá Em! – Minha mãe apareceu nas escadas, apontando para o fundo do corredor e Rennesme foi correndo para lá, com a minha mochila mais leve.

— Minha Isabella! – Ouvi a voz grave de meu pai atrás de mim, virei-me rapidamente e fui ao seu encontro com um “pai” abafado pelo seu abraço. Ele estava um pouco velho e cansado, mas como sempre dizia “firme e forte”. E ainda adorava pescar. Mesmo estando na idade de se aposentar, não queria largar o posto de policial da calma cidade de Forks. – E Renné venha, eu acho que tem pessoas batendo na porta.

Enquanto Emmett jogava minhas malas encima da cama nova que mamãe tinha comprado especialmente para o quarto improvisado, Rennesme foi deitar encima dela. Assim que terminou, falei que ia tomar um banho rápido e ela ficou mexendo na minha mala enquanto eu peguei minha toalha e fui para o único banheiro do corredor. Tem coisas que nunca mudam. Antes de chegar a porta do quarto, voltei e a abracei, que retribui com amor e sorriu feliz.

Quando eu voltei ela estava com dois presentes nas mãos. Ok, isto era para depois do jantar. Mas como eu tinha esquecido de escondê-los bem da minha pequena espiã...

— Mamãe, são meus? – Ela olhou com esperança nos olhos.

— Ei! Sabia que isto era surpresa para depois do jantar? – Falei rindo e ela fez bico se agarrando no enorme embrulho dourado de Rose. – Mas já que você encontrou antes do jantar, não é? Porque não vai em frente e abre?

— Eba! – Ela pulou um pouco encima da cama e começou a tentar desatar o laço, que estava virando um nó em suas mãos – De qualquer jeito, eu acho que não vamos jantar em casa hoje. Provavelmente vamos pra um restaurante, sabia? Foi o que eu ouvi a mamãe falando, ela está bem animada. – Ela parou por um momento olhando o embrulho e começou a rasgar o pacote – Mas eu juro que não estava escutando atrás da porta, ela falou enquanto estava me vestindo, ou seja, ela falou para eu escutar.

— Você está uma menina bem inteligente, não? – Ri, e peguei algumas roupas que eu tinha escolhido para usar antes de viajar. Uma calça jeans, botas de cano longo sem salto marrons, uma blusa branca de mangas longas e um casaco grande vermelho.

— Mamãe, você está parecendo aquelas mulheres de filmes nova-iorquinos ou londrinos que eu assisto. – Ela falou, enquanto ainda abria o pacote de Rose.

— Hm? Quem deixa você assistir filmes nova-iorquinos ou londrinos na TV?

— O Tio Emm! E nós temos TV assinada. Vovó adora assistir Ugly Betty, ela gravou todos os episódios, e mesmo com ele terminado, ela assiste toda noite. Olha mamãe, uma boneca!

— E é loira, a cara da Rosalie! – Sorri e ela concordou, abrindo mais a caixa olhando os acessórios dela. Soltei o meu cabelo e passei uma maquiagem mais leve possível. Estendi a mão para Rennesme que já estava de olho no outro embrulho. — Venha meu amor, mamãe tem que ir para o Hospital. Não sei quanto tempo vou ficar por lá, então o quanto mais cedo eu for, mais cedo eu volto para eu poder ir a loja de brinquedos com você e com o Emm, certo?

— Claro mamãe! – Ela pulou da cama, deixando o embrulho encima da mesma, e veio segurar minha mão, e descemos juntas a escada. Emmett estava sentado no sofá assistindo futebol e Rennesme correu para deitar encima dele e pegou seu controle mudando em seguida para o seriado do Bob Espoja, Calça Quadrada.

— Oh Deus, o que eu fiz para merecer isto. – Ele falou enquanto eu discretamente pegava as chaves do seu carro que estavam na mesa de bebidas. – O que você me arrumou Bells?

— Você me ama muito Tio Emm, então não tem nada do que reclamar! – Ela falou enquanto se enroscava nele como se fosse um travesseiro enorme e eu ri da situação.

— Você tem a família que sempre quis Emm, e não reclame da minha filha, ela é minha cópia perfeita. Aliás, estou pegando seu carro... – Fechei a porta de casa apenas para ouvir um “Isabella Swan” ecoando pelas paredes de madeira. Ri e sai me aquecendo com as mãos, mas feliz por não ter começado a chover, ainda.

Em minha casa tinham dois carros. O de meu pai, que era uma viatura policial, e o de Emmett. Era claro que eu preferiria dirigir o de Emmett. Independentemente qual fosse eu o escolheria, pois eu não andaria em um carro com sirenes e luzes azuis e vermelhas pela cidade. Isso seria constrangedor e chamativo. E eu não estava preparada para nada disto.

O Hospital de Forks era bem renomado. Doutor Carlisle tinha o administrado mais do que impecavelmente e os pacientes na maioria das vezes eram de cidades vizinhas. Com certeza ele tinha sido reformado depois da minha saída, pois agora ele parecia muito maior e muito mais moderno do que antes. Estacionei o carro na entrada para pacientes e fui atrás de informações na recepção, tirei meu casaco e coloquei no braço, andando diretamente para um homem de aparência asiática.

— Bom Dia, gostaria de falar com o Doutor Carlisle Cullen. – Falei olhando para a estética do hospital e finalmente parando para olhar o funcionário que me olhava agora fixamente com uma certa curiosidade.

— Desculpe Senhorita, mas para falar com o Doutor Cullen você precisa ter uma hora agendada. Você pode ir naquele espaço para marcar consultas, e se tiver sorte, conseguir falar com ele. – Ele apontou para um espaço onde tinham várias senhoras fofinhas e sorridentes, um lugar para onde eu não queria ir.

— Não, não sou paciente. Doutor James da Califórnia, San Francisco, me mandou. Sou a médica residente, Isabella Swan. Por favor, ou me mande para uma conversa com Doutor Carlisle Cullen ou me mande para a residente chefe deste Hospital. – Falei, enquanto olhava diretamente para o homem a minha frente.

— Isab... Bella? – O homem com características asiáticas sorriu para mim como se estivesse me vendo novamente e então deu um sorriso de reconhecimento. O olhei desconfiada — Não está lembrada de mim? Sou eu, Eric! Eric Yorkie! Parceiro de bagunça de Edward Cullen, Mike Newton, Jacob Black e Jasper Brandom! No colegial! Nossa, e você... Isabella Swan. A sumida Isabella Swan! Por onde você andou por todo esse tempo em? Provavelmente em um lugar muito bom, para ter virado isto... – E então sorriu divertido e piscou para mim, que até no momento não esbocei reação alguma.

Após alguns momentos calada, ele ajeitou sua postura e me olhou um pouco envergonhado, provavelmente achando que eu não estava lembrando dele. Eu nunca esqueceria dos amigos idiotas de Edward. Uns nem tanto, mas outros como este...

— Eric Yorkie, claro. Acho que me lembro do seu nome sim. Então, vai ser possível falar com o Doutor Carlisle Cullen? – Falei sem entusiasmo na voz. “Por favor, alguém me leve para longe deste homem, por favor, alguém me leve para longe deste homem” eu pensava. “Antes que o amigo babaca dele aproveite o momento e apareça também”.

— Ah, claro Bella. – Ele falou sorrindo um pouco. “Isabella” cocei a língua para não corrigi-lo de primeira vez, e consegui. — Vou ver o seu horário aqui nos arquivos do Hospital.

— Certo, esperarei.

— Ninguém estava esperando sua chegada, sabe? – Ele riu para si próprio. — Achávamos que iria ficar por lá mesmo, onde que você estava... Ah, sim, Califórnia. Mas dê um dia e todos vão estar lhe visitando. Ou pelo menos ligando...

— Achou meu horário?

— Sim, Doutor Cullen marcou um horário pra você. Terceiro andar, sala 22. Então, provavelmente você manteve contato com Edward...

— Claro que não. – Corte-o do início, pegando minha bolsa que eu tinha colado sobre o balcão e antes de me virar completei — E não é porque eu voltei que significa que quero voltar a falar com todo mundo, então nem se dê ao trabalho se for para me chamar de “Garota estúpida, sem sal e virgem” novamente, ok, Yorkie?

Ele me olhou como se eu estivesse ficado louca por um momento e depois seu sorriso irônico congelou no seu rosto, e provavelmente deve ter se lembrado das últimas coisas que disse a Edward quando ele me deixou plantada na porta da sua luxuosa casa, para sair com seus amigos bêbados.

Seis anos atrás, Forks.

“— Isabella, o baile é no final de semana! Não acredito que você ainda não comprou seu vestido. – Jessica falava enquanto se olhava pela quarta vez no espelho vestida com seu vestido longo rosa quase neon. — Sabe, eu acho que você, como praticamente melhor amiga da Alice que está preparando a festa, e Edward, que é o mais popular de toda a escola e ainda por cima filho de uma das famílias mais ricas daqui de Forks, não pode simplesmente ir com “qualquer coisa”. Vai ser ridículo.

— Com certeza. – Lauren pontuou a frase de Jessica voltando do provador com um vestido dourado colado. — Além do mais, não sei porque você não pediu para ajudar na festa também.

— Vocês deviam deixar a Bella em paz meninas. – Ângela falou, se sentando ao meu lado, enquanto estava com um par de sapatos nas mãos. — Além do mais, Alice Cullen não está na frente dos preparativos da festa porque quer. Os professores a colocaram, aliás, a colocaram com a Tânia Denali.

— Pensem como quiserem. – Lauren falou sorrindo pra Jessica — Mas se fosse a minha amiga, é claro que ela teria que me colocar dentro. Imagina, que amiga seria essa então?

Eu não estava com animação para reclamar com elas nem nada do tipo, então acabei por escolher ficar calada. Estes dias além de muito cansada, eu estava passando mal com muita frequência. Possivelmente, eu estava doente. Mas não ia falar isto em pré-baile, afina de contas, como Edward iria querer me convidar deste jeito?

Era óbvio que ele iria me convidar, eu era namorada dele. Era isso o que ele falava para mim, e ele andava comigo em público, então, claro. Nós estávamos juntos. E consequentemente, íamos ao baile juntos. Mas não queria deixar minha vaga aberta por um problema de comida qualquer, claro que não. Só que talvez eu devesse falar com Alice. Nós com este baile estávamos sem nos falar um pouco. Ela sempre ia a minha casa, quase todos os dias da semana, até quando tínhamos que estudar para as provas e íamos para a biblioteca, ela passava em minha casa... Mas agora com todos estes preparativos, ela estava quase sempre andando com Tânia. E eu estava longe de ficar chateada, afinal, compromissos são compromissos.

Talvez foi este meio termo de dúvida que me fez, três horas depois, estar em frente à casa luxuosa dos Cullen’s. Mas eu deveria ter calculado bem a minha ida, pois agora estava uma chuva medonha caindo como se fosse o dia do próprio diluvio, só podia ser. Estava ligando para Alice, e sempre caia na caixa postal. Depois de umas sete tentativas, finalmente ela atendeu.

— Oi Bells.

— Oi Alice, você está em casa? Pode abrir a porta pra mim?

— Er, desculpa, não estou em casa agora. Poderia voltar mais tarde? Meus pais também não estão, então por isso que não peço para você esperar lá dentro.

— Mas... É que as luzes estão ligadas.

— Bom, talvez Edward emprestou a casa para alguns amigos por algumas horas. Talvez você devesse voltar mais tarde.

Fiz uma careta para o tom de voz da Alice, e ainda mais para a casa. As luzes estavam acessas e eu podia jurar que podia ouvir algumas vozes abafadas, que deviam estar bem altas dentro da casa. Mesmo eu sabendo que deveria confiar em Alice, e ainda mais não ficar espiando as coisas alheias, eu disse um fraco “Tudo bem” para ela e logo em seguida, desci do carro. Nos primeiros segundos, toda minha camisa escura de moletom e minha calça jeans escuras ficaram ensopadas, seria uma sorte se eu não pegasse pelo menos um resfriado naquilo.

Minhas botas faziam um barulho estranho e chato por conta da quantidade absurda de agua que tinha entrado nelas, e qualquer um perto de mim poderia ouvir o som de “squash squash, squash squash”.

Fiquei por alguns segundos tocando a campainha, para ter certeza de que me ouviriam. Logo ouvi vozes bem alteradas e várias reclamações. Edward apareceu na porta com um sorriso irônico.

— Você disse que só demoraria cinco minutos pra trazer o resto das bebidas. – Ele falou com a voz embolada assim que abriu a porta. Alguns dos amigos deles estavam perto da porta, brigando entre si. Enquanto alguns estavam sentados no sofá com algumas meninas em suas pernas. Assim que o olhar de Edward parou em minha expressão assustada, ele fez uma cara confusa e logo depois de surpresa. — Isabella? O que está fazendo aqui?

— Eu... Vim ver Alice. Ela falou que não estava em casa, mas eu vi as luzes acesas e pensei que você estava em casa. Pelo visto... Acertei. É uma festa? – “Porque você não me convidou?” Quis terminar com esta pergunta, mas mordi minha língua antes disto.

Ele ficou me olhando por um momento, e eu não sabia se era formulando uma mentira para me dizer ou decidindo se falava ou não a verdade. Enquanto isto, eu pegava chuva e ele se quer me pediu para entrar. Não tinha nenhuma parte de mim que não estava molhada.

— Alice está aqui. – Ele falou olhando pra trás por um momento e logo após fechando um pouco a porta como se quisesse bloquear minha visão por oque estava acontecendo. — Mas ela está ocupada. E pelo que eu me lembre, você não gosta destes tipos de festa, querida.

— Eu sou sua namorada. Deveria pelo menos saber.

Ele mexeu as mãos em “esquece isso” e por fim me olhou. Seus olhos estavam pesados, e eu podia sentir seu hálito de álcool ao longe. Seus cabelos estavam bagunçados e agora que eu fui perceber, mas camisa de botões não estava toda abotoada, porque pelo que parecia, eles tinham sido arrancados.

— Com o que aconteceu semana passada, eu achei que você tinha decido algo para nós Edward, porque você ficou deste jeito? Eu fiz alguma coisa? – Eu falei controlada, tentando manter as lágrimas. Mas percebi então, que de tão molhada que eu estava, isto já não iria fazer tanta diferença assim.

— O que aconteceu semana passada foi ótimo querida, ótimo. Mas olhe só, essa festa não é pra você, então que tal você voltar pra casa, hm? Amanhã de manhã você pode vir para cá, e nós dois conversamos direito. Meus pais só chegam em casa amanhã à noite mesmo, nós podemos aproveitar. Agora, volte pro carro e vá para casa, tudo bem?

Sem poder mais falar nada, fiz um sinal positivo na cabeça e apertei minhas duas mãos com força para tirar a vergonha que eu estava sentindo. Além de rejeição. Essa era a primeira vez que ele fazia isso comigo... Pelo menos assim, tão na cara. Eu achei que depois que finalmente eu me entreguei para ele, ele poderia entender que teria tudo o que quisesse de mim. Será que isto tinha sido mesmo o certo?

E logo na hora que eu estava me virando para sair, dois de seus amigos, Eric Yorkie e Mike Newton apareceram atrás de Edward e um logo reclamando.

— Esse imbecil do Tyler ainda não trouxe as bebidas? As meninas estão esperando cara! – Eric Yorkie apoiou a mão no ombro de Edward e depois virou para mim — Ora, ora, se não é Isabella Swan, a garota estúpida, sem sal e virgem! – E começou a rir, sendo acompanhado por Mike e pelo meu desespero Edward deu um sorriso constrangido.

— O que ela está fazendo aqui? – Mike perguntou para Edward que os empurrou parra dentro, olhando rapidamente para mim e fazendo um sinal “vá para o carro”.

— Nada, e ela já está de saída, porque vocês não vão lá para dentro? – E por fim, fechou a porta, sem nenhuma vez se quer, se preocupando com a chuva incomoda e com o vento congelante em que eu estava presente. Ensopada e agora, com lagrimas rolando ao mesmo temperamento da chuva, me abracei e fui para o carro, um pouco tonta e um pouco enjoada. Meu carro era velho, e eu tinha recebido de presente do meu pai ano passado assim que tirei minha habilitação, com dezesseis anos. Por conta disto, não tinha aquecedor, e eu teria que me virar com o frio que fazia dentro dele.

Ao olhar novamente para dentro da casa, noite Alice olhando por entre as cortinas do primeiro andar da casa com um olhar de “porque você não foi para casa?”. Não sabia se ela me disse para ir embora porque não queria que eu visse Edward naquele estado, ou porque eles não me queriam lá... O que interessa agora, é que estou me sentindo perdida. E a sensação é terrível.”

Não demorei muito a achar a sala de Carlisle, que diferente das outras que tinham números em suas portas, a dele tinha do nome “Doutor Cullen” e estava em uma parte bem privilegiada de paisagem do Hospital.

— Isabella Marie Swan! – Doutor Carlisle se levanta de sua mesa assim que entro na sala, e me recebe com um belo sorriso no rosto. Parecia bem entusiasmado, fiquei desconfiada de início, e então me lembrei que ele sabia de minha filha mas não tinha condição de saber que era sua neta. — Que prazer enorme vê-la aqui novamente! Faz quantos anos? Cinco? Cinco e meio?

— Seis. – Falei simplesmente, com um sorriso torno no rosto, enquanto deixo o meu casaco em uma mesa perto da porta e me direciono a cadeira confortável e luxuosa do seu consultório, mas não antes de dar um abraço agradável no Doutor.

­— Como cresceu. – Ele falou sorrindo e se sentando na cadeira sem parar de olhar para mim. — Califórnia fez muito bem para você, se me permite dizer. Além de que, claro, muitas mulheres ficam magnificas depois da maternidade. Como está a pequena Rennesme?

— Cresceu também, bastante. – Sorri um pouco. Eu gostava de falar da minha filha, mas de um modo, falar da minha filha com ele parecia algo perigoso. Por isso tinha que medir muito as minhas palavras antes de qualquer coisa. — Está linda.

— Minha mulher falou que parece muito com você. Eu a vi algumas vezes, infelizmente poucas. Mas todos sabem que é uma criança magnifica. Então, como foi na Califórnia? É um tempo bem diferente daqui, não?

— Bastante. Demorei muito tempo para me acostumar, mas por fim, gostei do calor confortável que podemos aproveitar do estado, e da cidade onde eu estava. Mesmo que eu não saísse muito, a universidade sugava bastante o meu tempo.

— E pelo que vi, deu bastante resultados. Doutor James, falou maravilhas de você. Seu acompanhamento acadêmico é simplesmente perfeito e sem falar dos estágios extra curriculares que você desempenhou. Poucas pessoas que trabalham aqui chegaram com isto que você tem logo após a universidade, estou muito animado com isso. Animado por ter você trabalhando para mim!

— Isso significa que eu não preciso passar por uma entrevista e nem nada do tipo? – Falei sorrindo e ele me acompanhou.

— Nada de entrevistas! – Ele exclamou – Doutor James me ligou pessoalmente, depois de uma cirurgia cardíaca para falar de você. Ele a um ótimo professor, pelo menos é o que muitos dizem, mas dificilmente se apega tanto a uma aluna como se apegou a você. A residência é sua. E claro, remunerada. Muito bem remunerada. Seu contrato é de cinco meses.

— Ótimo, você não sabe o quanto isto me faz feliz, Doutor Carlisle. Será um grande prazer ajudar as pessoas da minha cidade. Posso ver os meus horários? – Assim que termino a minha pergunta, ele sorri, como se estivesse se preparando para contar uma novidade.

— Então, seus horários você vai escolher. Afinal, você será a residente chefe. – Olhei para ele assustada — Eu sei, você vai dizer que não tem experiência, mas como eu disse, estou impressionado Isabella! Você fez maravilhas na sua época acadêmica, e minha confiança está inteiramente para você.

— Doutor Carlisle, eu não posso aceitar. – Pauso um pouco para medir minhas palavras. Eu precisava daquela residência, só não precisava ser a chefe daquela residência — Não tenho passado um tempo confortável com minha filha a seis anos. Se eu aceitar chefiar os residentes eu não vou ter tempo para ela.

— Como eu disse Isabella, seus horários você irá escolher. Eles serão flexíveis e você terá uma substituta ou substituto quando não poder estar aqui. Você já perdeu bastante tempo do crescimento da sua filha, eu não deixaria você perder ainda mais. Eu mesmo, não sei o que seria de mim, ser poder mimar Alice e Edward quando pequenos. Eu também era médico, e amava minha profissão. Mas nós também temos que amar nossa família. Admiro você por tudo o que você fez e faz até hoje, para manter aquela doce criança segura e você trabalhou para dar um futuro confortável para ela. Merece tê-la também.

— Obrigada. – Falei com uma emoção escondida. A família de Rennesme eram minha mãe Renné, meu pai Charlie, Emmett e eu. Mas por um momento, fiquei tentada a dizê-lo que o meu pequeno milagre, também fazia parte da família dele. Mas era claro que eu nunca iria fazer isto. Iriam tentar tirá-la de mim. Ou isso, ou iriam a fazer sofrer com a rejeição. Ela estava feliz com a ignorância, não estava?

— Você poderá pegar alguns papeis que algumas enfermeiras escreveram para você, sobre seus residentes, sobre seus horários flexíveis, sobre o hospital. Neste mesmo corredor uma delas tem sala, você poderia ir lá e dizer que eu pedi para lhe mostrar o hospital, certo? Gostaria que você começasse amanhã à noite, tudo bem?

— Maravilhoso. Me acostumei a não dormir mais. – Fiz uma brincadeira irônica aos plantões de aula que tive que ficar acordada e Carlisle riu. O olhei surpresa, provavelmente estava de bom humor hoje.

Demorei mais do que o necessário no Hospital de Forks, e enquanto a enfermeira me entregava papeis de acordo com o que falava, eu ficava mais e mais preocupada com o horário por conta de minha filha. As vidraças enormes que mantinham seu papel como parede do lugar, me avisavam que estava caindo uma quantidade de chuva bem abundante.

Horas depois eu estava com várias pastas nas mãos e com uma pressa enorme para chegar em casa. Ao estacionar na garagem de casa, corri para dentro e encontrei Rennesme sentada na escada, com uma pequena apostila em mãos. Ela estava com roupa trocada e usava umas belas botinhas verdes de camurça por cima de sua legging preta e uma blusa branca de botões.

— Tio Emm falou que não podemos ir pra outra cidade com esta chuva. Então vovô decidiu nos levar para jantar fora! – Ela falou enquanto largava sua apostila nos degraus da escada e vinha para meu colo. Não era só eu que queria recompensar o tempo perdido.

— Hmm, jantar fora é? – Sorri para ela e lhe dei um leve beijo na testa — Sou visita, então não preciso pagar nada, certo?

— Mal chegou e já está sendo mão de vaca, olhe. – Emmett falou fazendo uma careta de negação pra cima de mim. — Vamos, vai banhar que eu estou com fome.

— Tão carinhoso. – Falei subindo as escadas e mamãe apareceu no final delas sorrindo.

— Como foi no Hospital, querida?

— Muito bom, vou ser a residente chefe. – Sorri maravilhada e os dois me olharam surpresos. — E o melhor de tudo é que ele deixou eu fazer meus horários por conta de Rennesme, começo amanhã à noite.

Depois de colocar Rennesme na cama, claro. Teria que passar a noite acordada para poder preencher alguns formulários obrigatórios do hospital e ler mais algumas coisas. Minha mãe ficou animada e Emmett logo perguntou quanto eu ganharia, ignorei ele e subi para meu quarto enquanto sua risada soava no andar de baixo. Coloquei Rennesme em minha cama e fui me aprontar. Um vestido branco simples com mangas longas e fofas, para completar um pingente bem delicado. Não queria parecer com uma mãe, eu aguentava comentário maldosos, mas não queria que a minha filha passasse por eles também. Descobri depois, que aquelas apostilas eram de música e ela passou um bom tempo falando sobre suas aulas de piano e como tinha um bom professor que sempre a cobrava para tocar as melhores músicas.

Sorria para ela com um toque de preocupação. Ela pegou o mesmo amor que o pai tem pela música. Lembro-me que escutei uma ou duas vezes Edward tocando escondido na sala de música da escola, quando ele tinha certeza que nenhum dos amigos de seu grupo estava perto o suficiente para escutar ou vê-lo fazendo aquilo. Claro que isto não era ruim, afinal, minha filha estava pegando as coisas boas do pai. Mas não queria que isto ficasse evidente demais para as pessoas desta cidade.

Como eu disse, eu aguentei a humilhação que me fizeram passar no passado, e também posso aguentar as fofocas e os cochichos que todos farão se descobrirem algo. Mas não quero que minha filha passe por isso, nós duas estamos muito bem do jeito que estamos. No dia das mães, ela me tem. E no dia dos pais, ela tem a quem presentear: Charlie ou Emmett, porque eles a criaram com um amor que eu sei, que Edward não teria.

— Oh Deus, que chuva! – Minha mãe entrou sem bater no meu quarto me assustando um pouco e fazendo Rennesme rir — Vamos logo, se não é provável que o caminho até o Brandom’s fique inacessível. Não quero que a volta da minha filha fique sem comemoração.

— A comida de lá é ótima, mamãe. Minha professora, a Sra. Brandom quase sempre está lá, a senhora pode conhecer ela! Ela é minha de balé, disse que eu estou preparada para apresentar o Lago dos Cines. Já assistiu Lago dos Cines? Eu nunca vi pessoalmente, só pela TV e em desenhos da Barbie...

Minha mãe me olhou com uma cara de “se deixar ela vai falar o dia todo” e se virou para ir embora e eu a acompanhei, com uma Rennesme falante e empolgada. Ela disse que sua professora falou que em Nova York tem as melhores apresentações do Lago dos Cines e perguntou se um dia eu poderia a levar, falei que sim e que a levaria para qualquer coisa, até para ver o Balé de Bolshoi. Ela não sabia o que era, então tive que explicar o caminho inteiro o que era esta companhia de balé e ópera. Emmett, o pai e a mãe, foram obrigados a escutar as perguntas frequentes de Rennesme até o restaurante.

— Querida, chegamos. Que tal você parar só um minutinho suas perguntas para sua mãe, enquanto nós vamos atrás das mesas, hm?

Rennesme resmungou e saiu do carro com Renné e Charlie para dentro do restaurante, bem luxuoso por fora, devo dizer. Emmett me fez ir para o banco do passageiros e fomos para o grande estacionamento guardar o carro. Um homem nos atendeu na frente perguntando a nossa reserva ou se queríamos fazer, mas logo vimos nossa mãe acenando animadamente para nós dois. As luzes do local eram amarelas, um contraste maravilhoso com as cores medianas do local, que deixavam um ar requintado e aconchegante para o lugar. Fui a poucos restaurantes assim na Califórnia, que eram muitos caros, principalmente em San Francisco. Rose e eu só íamos a pubs e em alguns restaurantes baratos para tomar café da manhã, quando queríamos fugir um pouco do campus.

— Esse restaurante não existia quando eu saí daqui. – Falei baixo para Emmett enquanto nos sentávamos em lado oposto ao dos nossos pais. Era uma pergunta em forma de afirmação e ele afirmou com a cabeça, confirmando logo depois:

— Ele foi construído a pelo menos um ano e meio, quando o filho dos Brandom se casou, eles acharam melhor fazer um restaurante para eles, e o negócio deu bem certo, levando em conta que temos poucos restaurantes nas redondezas e a comida daqui é muito boa. É raro não encontrar eles aqui, provavelmente vão vir falar com você.

— Eu não lembro deles... Ou lembro. Não sei ao certo.

— Você pode até não conhecer, querida irmãzinha, mas como essa cidade é pequena e é cheia de fofoqueiros, provavelmente eles conhecem você. Filha dos Swans, que foi pra Califórnia, bla bla bla. Todo mundo gosta da Califórnia, muito sol, universidades, pessoas interessantes. – Ele riu e pegou o cardápio que um dos garçons ofereceram. O seu pedido foi o mesmo que o meu e o dos nossos pais, Rennesme viu o cardápio comigo e fez um diferente.

E assim como Emmett disse, que provavelmente eles me conheceriam, eles vieram dar as boas-vindas. Os Brandom eram um casal até que elegante, e tinham um grande orgulho do seu mais novo negócio. Pelo menos era o que pareceu depois de sua apresentação do restaurante para mim que duraram uns cinco minutos. Logo depois falaram com orgulho do filho, que já tinha se casado e com uma bela moça. Não vou negar que não estava nem um pouco interessada no que eles tinham para compartilhar comigo, mas fui educada. Só que minha guarda aumento consideravelmente quando eles começaram a me fazer perguntas.

— Então Isabella, como foi a universidade? Seus pais falaram que você foi fazer medicina, certo? Um ótimo curso. Nosso filho também fez, mas foi aqui em Forks. É uma boa universidade, mas com certeza nada comparado a da Califórnia, deve ser por isso que escolheu ir para lá. Não foi?

— Certamente. – Falei simplesmente enquanto eles me olhavam sorrindo.

— O Hospital de Forks, é simplesmente maravilhoso. Depois que o Dr. Carlisle comprou e assumiu o hospital, não tenho mais preocupações com minha saúde! Uma ótima família, devo dizer. A filha deles, é simplesmente magnífica. Alice, menina encantadora. Foi ela que fez a decoração do nosso restaurante, não esperaria coisa melhor. Além do mais... – A senhora Brandom falava, mas logo foi interrompida pelo seu marido.

— Falando em filhos, Rennesme está uma criança magnífica, Renne. Vocês tiveram um grande coração a aceitando. – Ele sorriu para minha filha que me olhou, e pelo pedido que a fizemos desde sempre, ficou calada. — Não devem passar muito tempo juntas Isabella, mas saiba que sua irmã é uma graça de criança, educada, bem prendada e será uma moça linda, assim como você se tornou.

­ — Ela tem o mesmo tom de cabelo seu. Deve ter puxado para Renné, não é? Sua irmã também deveria ter o cabelo dessa cor, a minha irmã por exemplo, tem também. Somos todos loiros, e meu filho também teve esse gene que devo dizer com orgulho, maravilhoso. – A mulher continuou – Parece muito com você Isabella, mas claro, os olhos tem uma cor linda...

— Sim, ela é maravilhosa. – Falei interrompendo em um duro tom, querendo logo acabar com a conversa, mas é claro, que eles não notaram.

— Não vou mentir que a cidade inteira ficou bem espantada com seu sumiço, e depois bem preocupada por sua saúde. Teve ter sido, por isso também que escolheu medicina. Não foi, Isabella, querida? Claro, que se fosse eu também, naquela época, preferiria sair da cidade para me cuidar. O Hospital não estava tão bom quanto agora. Tivera sorte, que os seus tios, a família do irmão de Charlie a aceitou, seria um incomodo você...

— Ora só, nossa refeição chegou. – Emmett falou alto para eles escutarem e a Sra. Brandom logo parou de falar e prestou atenção a ele. — Teremos o prazer de comer e depois dizer o que achamos dela, certo?

— Ah, claro! Vamos deixar vocês comerem, enquanto vamos falar com as outras mesas. Qualquer dia desses, vamos marcar uma visita na sua casa para conversarmos mais! – Ela falou empolgada, então se despediu com o marido, deixando Emmett com uma cara irritada e eu sem paciência.

— Eles são bem enxeridos. – Minha mãe falou estressada, provavelmente com raiva – Porque simplesmente não podem deixar nossa vida em paz e ir cuidar da deles. Se eu tivesse um restaurante que faturava bem, eu estaria viajando, não aqui querendo saber da vida alheia!

Não falamos nada por um tempo. Meu pai comia com as sobrancelhas franzidas, e minha mãe resmungava para si mesma de tempo em tempo. Eu e Emmett comíamos em silencio, e Rennesme vendo a tenção dos meus pais, ficou apenas observando e algumas vezes, me chamando para cortar algo em seu prato quando sentia dificuldade.

Eu não tinha muito afundo a história que meus pais contaram quando eu fui “obrigada” a sair da cidade, mas vê-los contando me pareceu bem real e até eu acreditaria se não fosse a protagonista e soubesse do que realmente tinha acontecido. Em algum momento, Rennesme pediu para ir ao banheiro e eu fui acompanha-la por puro impulso e minha mãe sorriu quando nós duas levantamos da cadeira, mas ela se sentou novamente.

— Rennesme sabe onde fica. – Ela falou e voltou a comer e começando a conversar com papai e Emm.

E era verdade. Em vez de eu guia-la, sua mão me guiavam para dentro do restaurante e quando vi, estávamos no grande e decorado banheiro. Fiquei do lado de fora olhando para o espelho, enquanto minha filha entrava em uma cabine. Não tinha ninguém no banheiro quando entramos, mas assim que Rennesme terminou e eu lavava as mãos, ouvi os barulho de saltos entrando e me virei automaticamente para ver quem era.

Uma mulher com um vestido preto elegante, saltos scapin bem altos e cabelo curto também olhou para mim automaticamente, mas em vez de seu semblante apresentar susto e um toque de desespero como o meu, fez cara de surpresa.

— Bella? – Sua voz era a mesma, tinha que ser ela.

— Isabella. – A corrigi. — Olá, Alice.

Desejava não ter feito isso. Desejava não ter se quer entrado nesse banheiro. Desejava aliás, ter ficado em casa e eu mesma ter feito uma boa comida caseira para minha “volta” não passar despercebida. Até que ouvi a voz de minha filha falar animada logo atrás de mim:

— Sra. Brandom! – Ela falou feliz, em reconhecimento de algo. Eu não fiz nada de errado minha gente, para poder passar por isso. Me diga só, de onde que minha filha conhece essa mulher. Eu querendo deixar os Cullens longe da minha pequena, e agora Alice sorri para ela feliz, mas volta a olhar para mim.

Que situação.


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