Como Se Eu Fosse Invisível escrita por Thay Escala


Capítulo 4
Capítulo 4: De Sonho a Pesadelo




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Eu caminhava por um dos corredores de Hogwarts. Parei quando vi Sirius Black caminhando na minha direção. Ao me ver ele abriu um lindo sorriso maroto. Então uma garota parou em sua frente e enlaçou os braços em seu pescoço. Sirius a empurrou, meio irritado. Então voltou a andar na minha direção. Ao chegar na minha frente ele sorriu maroto, me enlaçou pela cintura e me beijou.

Acordei num pulo, suando frio. Havia dois meses que eu estava em Hogwarts, e, meu Deus!, um sonho daqueles!

– Sonhando com olhos cinzas? - Uma voz perguntou atrás de mim. Olhei assustada na direção da voz e vi Monique já vestida. Ela riu com a minha reação e eu joguei meu travesseiro em cima dela, que só riu mais ainda. Só então eu notei que só estávamos nós duas no quarto. Me levantei rapidamente e coloquei meu uniforme.

A primeira aula era de poções, com a Grifinória. Chegamos um pouco atrasadas, e quase todos os lugares estavam ocupados. Monique se sentou ao lado de Jarden Forbs, da Sonserina. Olhei em volta e notei que só havia um lugar vago. Ofeguei ao notar que quem ocupava a cadeira ao lado era Sirius Black. Olhei aflita para Monique, num pedido silencioso de socorro. Ela apenas sorriu divertida e ergueu as sobrancelhas, antes de se virar para frente, como se nada tivesse acontecido. Eu a amaldiçoei mentalmente várias vezes até que a voz do professor me despertou de meus pensamentos assassinos:

– Srta. Cappan, eu gostaria de continuar a minha aula. - Corei e me dirigi ao assento ao lado de Sirius Black. Eu estava ofegante e olhava diretamente para frente, não ousando dirigir meu olhar pra Sirius Black. Suspirei aliviada quando o sinal do fim da aula soou. Levantei apressada e acabei tropeçando no banco, o que me fez deixar todos os meus livros caírem. Praguejei em voz baixa e me abaixei para pegar, até que outras mãos começaram a me ajudar. Levantei os olhos lentamente e vi Sirius Black. Peguei os livros com ele e gaguejei:

– O-obrigada. - Ele sorriu maroto.

– Não há de quê, Dominique. - Fui em direção à saída tentando disfarçar o arrepio que sua voz me causou.

•••

Quando Monique adentrou no Salão Comum, me encontrou deitada no sofá com um sorriso bobo no rosto. Sorriso esse que não passou por ela.

– Que sorrisinho de boba apaixonada é esse? - Ela perguntou, com um sorriso esperto no rosto e uma sobrancelha erguida. Deixei de sorrir imediatamente e respondi:

– Não estou com sorriso nenhum.

– Não agora. Deixa eu adivinhar o que você estava pensando... - Ela colocou um dedo no queixo e olhou pra cima, fingindo pensar. - Deixa eu ver... Sirius Black? - Ela riu em seguida. Peguei uma almofada e joguei nela.

– Cale a boca! - Ela riu mais escandalosamente ainda. Quando seu ataque acabou ela sentou-se ao meu lado e disse:

– Sério, o que você estava pensando?

Estava sem saída. Eu não poderia simplesmente dizer que passara a tarde inteira maravilhada com sua voz e com o fato de ele saber o meu nome.

– Hum, é... No trabalho de poções. - Respondi, nervosa. Sei que foi uma resposta estúpida, mas foi a única coisa que eu pensei. Ela ergueu uma sobrancelha.

– Trabalho de poções? Com aquele sorriso? Só se você estiver apaixonada pelo professor Slughorn. - Fiz uma careta. - E, ah!, não tem nenhum trabalho de poções! - Agora eu estou mesmo sem saída. - Nem prestando atenção na aula você estava! E seus pensamentos estavam obviamente dirigidos para a sua "distração"! - Ela riu.

– Que história é essa? É claro que eu estava prestando atenção! Só falei sobre o trabalho para ver se você também estava, ou estava distraida demais com o Forbs. - Tentei. Ela riu mais.

– Jarden Forbs? - Riu novamente. - Sei! Sinceramente, essa foi a pior desculpa que você já inventou! Vamos ver se você estava prestando mesmo atenção na aula. - Ela se levantou e foi até meus livros. Tirou de lá meu caderno de anotações. Abriu-o e me mostrou uma página com as anotações da última aula de ontem, de Transfiguração, e da segunda de hoje, de Feitiços. - Então onde estão as anotações da aula? - Ela ergueu uma sobrancelha.

– Eu... Prestei tanta atenção que decorei a matéria e não precisei fazer nenhuma anotação. - Menti, suando frio.

– Sei... Então, sobre o que foi a aula de hoje? - Ela ergueu novamente uma sobrancelha, me desafiando.

– Sobre... Você sabe... Aquele assunto... Ah, você sabe! Aquela poção... - Me enrolei. Eu realmente não havia prestado atenção. Ela riu vitoriosa.

– Admita, você estava pensando em Sirius Black. - Baixei os olhos, como uma confissão. - Eu sabia! - Ela levantou e começou a pular no carpete verde, como se aquela fosse a maior descoberta do século.

– Qual é o seu problema? - Perguntei, rindo um pouco. Ela parou de pular e abriu a boca para responder, mas, o que quer que fosse falar, foi cortado pelo barulho da porta se abrindo.

Nos viramos e vimos Samantha Goell fechar, ofegante, a porta atrás de si. Ela tinha o rosto vermelho, o batom um tanto borrado e os cabelos pretos e repicados totalmente fora do lugar, além de suas roupas, que estavam amassadas. Ela respirava ofegante, como se tivesse corrido uma maratona, mas, um instante depois, ela sorriu, correu em nossa direção e soltou um grito animadamente agudo. Tapei os ouvidos e esperei seu ataque terminar. Meu Deus, que tipo de amigas eu fui arrumar?

– O que foi agora? - Monique perguntou, quando Sam terminou seu ataque.

– Eu finalmente fiquei com Sirius Black! - E ela voltou a gritar. O sorriso em meu rosto desapareceu instantaneamente. Monique me encarou com uma expressão de pesar. - O que foi, meninas? Fiquem feliz comigo! - E voltou a saltitar e gritar. Me levantei, peguei meus livros e fui na direção do dormitório. - Dom, onde está indo? Venha compartilhar meu momento de felicidade!

– Desculpe, tenho que começar o trabalho de Feitiços.

– Mas é para semana que vem!

– Mas você sabe que eu gosto de fazer com antecedência. Até mais. - Ela deu de ombros e voltou a gritar e dar detalhes para Monique que eu definitivamente não queria ouvir.

Ao chegar no dormitório me joguei na minha cama. Eu já sabia que Sirius Black era literalmente o que se pode chamar de \\\"galinha\\\", mas eu me sentia invisível. Ele olhava para todas, ficava com todas, seduzia todas, menos eu. Justamente eu, que tive que desenvolver esse sentimento idiota por ele. Por que logo por ele? Enterrei minha cabeça no travesseiro, com as perguntas martelando em minha cabeça. Tinha mesmo que ser logo ele? A verdade é que eu me apaixonara por Sirius Black desde o primeiro momento em que o vi, naquele tombo ridículo na saída do trem. E agora eu estava completamente perdida, e os olhos que tinham o poder de me guiar não olhavam para mim. Eu me sentia como se eu fosse invisível.


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Notas finais do capítulo

Oii cupcakes & marshmallows!

Espero que vocês tenham gostado do capítulo! :3

Até o próximo!

Beijos,

Tatá.



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