It Started Out As A Feeling escrita por Becky_Lovegood


Capítulo 3
We have to fight?




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Pedro, Susana, Lúcia e o Castor vão atrás de Edmundo. O garoto se dirigia ao castelo da Feiticeira Branca.

- Rápido! – Pedro gritou.

Assim que os outros o alcançaram, Pedro parou. Na frente deles se erguia a morada da Rainha. Um silêncio perigoso pairava no ar.

- Edmundo!!! – Lúcia chamou.

- Shh, vão ouvir você! – o Castor alertou antes de Pedro sair correndo e ele o impedir – Não!!

- Me larga! – Pedro resmungou.

- Está fazendo o que ela quer! – o Castor salientou.

- Não podemos deixá-lo entrar! – falou Susana.

- É nosso irmão! – Lúcia continuou.

- Ele é isca! A Feiticeira quer vocês quatro!

- Para quê? – Pedro perguntou.

- Para impedir que a profecia se realize! Ela vai matá-los!

Mais silêncio perigoso. Agora o grupo conseguia ver claramente as portas do castelo se fechando e Edmundo sumindo de vista.

- Tudo isso é culpa sua, só sua. – Susana olhou com desgosto para Pedro.

- Minha culpa?! – ele exclamou.

- Nada disso teria acontecido se tivesse me escutado!

- Ah, e você sabia que ia acontecer. – Pedro revirou os olhos - Acho que não sabia...

- Não, eu não sabia o que ia acontecer, mas nós devíamos ter saído enquanto podíamos!

- Parem! – foi Lúcia quem gritou – Isso não vai ajudar o Edmundo.

- Ela tem razão. Só Aslam pode ajudar seu irmão agora. – o Castor se aproximou.

- Nós leve até ele. – Pedro pediu e Susana o encarou com desaprovação.

Os quatro lançaram um último olhar ao castelo antes de voltar para o dique do Castor.

***

Feiticeira POV –

- Maugrim! – eu chamei o comandante da minha Polícia Secreta – Sabe o que deve fazer com nossos Reis.

Edmundo. O menino me tinha sido muito útil. Pena que iria morrer, assim como os irmãos. Observei Maugrim e seu bando correr para fora da floresta em direção ao dique daqueles imundos castores. Logo que fiquei sozinha comecei a pensar.

Esse seria o fim perfeito de um dia memorável para Nárnia. O dia em que seus estúpidos Reis e Rainhas morreram. Tudo está perfeito. Ou melhor, quase tudo. Aslam ainda está vivo. E o pior de tudo, aquela menininha que acha que sabe lutar ainda está viva. Eu ficaria muito feliz em ver até mesmo Aslam vivo, se ela morresse. Aquela garota que age como uma princesa. Todos os narnianos a adoram, mais do que a mim. E claro, acham ela muito bonita. Bonita não, acham ela linda. Quem é mais linda do que eu?

Eu não sei como aquela família de humanos narnianos conseguiu sobreviver somente com a patética ajuda de Aslam. A família se escondeu por 100 anos enquanto crescia, ganhava descendentes e aguardava o nascimento da menina de ouro. A menina que odeio, mais do que a Aslam. Como essa mera família humana escapou da minha Polícia Secreta? Bom, eles escaparam uma vez, mas uma segunda vez eles não conseguiram. E a menina de ouro perdeu seus pais, que foram mortos pelo próprio Maugrim.

Há-há, os Reizinhos de Nárnia estavam prestes a morrer e a próxima da minha lista seria ela. Rebeca Bell, Cavaleira de Nárnia.

 ***

Castor POV –

Eu já conseguia ver a luz vinda de meu dique quando os ouvi. A Polícia Secreta da Feiticeira. Mandei meus Reis apressarem o passo e quando alcançamos a entrada da casa, gritei para minha esposa:

- Rápido, eles já estão atrás de nós!!

- Uh, está bem! Esperem um pouco! – ela disse e começou a pegar suprimentos.

- O que ela está fazendo? – Pedro me perguntou.

- Vão me agradecer mais tarde. – ela continuou revirando potes e abrindo armários – É uma longa viagem, vocês vão precisar comer...

A essa altura já estávamos todos revirando a procura de suprimentos e mapas e outras coisas que fossem úteis. Eu podia ouvir os latidos e os arranhões na madeira do dique. Senti uma repentina onde de raiva. Meu dique novo!

- Não, não! – Mãe Castor lamentou.

Agarrei-a pela mão e mostrei aos Reis um caminho subterrâneo que tínhamos. Eles me seguiram para dentro do buraco.

- O texugo e eu cavamos, vai sair perto da toca dele. – expliquei quando já estávamos correndo pela trilha.

- Você disse que ia sair na igreja! – Mãe questionou.

Então ouvi alguém cair e latidos.

- Lúcia! – Susana a ajudou a levantar e os latidos aumentaram.

- Estão no túnel. – a pequena sussurrou.

- Rápido! Por aqui! – indiquei uma direção.

Continuamos correndo rapidamente pelo túnel, fazendo curvas e sempre seguindo o trajeto. Os latidos ainda eram ouvidos. Viramos uma outra curva e eu avistei uma fenda no teto. Pulei e só precisei cavar um pouco mais para chegar no chão acima de mim. Ajudei cada um dos Reis a subir e Pedro me ajudou a tapar o buraco com alguns barris. Então a pequena Lúcia tropeçou em algo e eu não acreditei no que vi. Uma família de texugos, petrificada.

- Eu sinto muito mesmo, querido. – ouvi minha esposa.

- Ele era meu melhor amigo. Um dos únicos... – lamentei.

Então começamos a andar e vi que muitos outros animais a nossa volta tinham sofrido o mesmo destino.

- O que aconteceu aqui? – Pedro perguntou.

- É o que acontece com quem brinca com a Feiticeira! – eu me virei e vi ali uma raposa. Ou seria um lobo?

- Dê mais um passo, seu traidor! Dê mais um passo e faço você em pedaços! – ameacei.

- Há-há, relaxe. Eu sou um dos moçinhos. O herói.

- É?! Pois se parece muito mais com um dos vilões! – eu rebati.

- Ah, somente uma infeliz semelhança familiar. Mas falamos de raça depois, agora temos que ir. Temos mesmo que ir!

Latidos foram ouvidos. A Polícia Secreta tinha nos encontrado e estava arranhando os barris que tapavam a saída do túnel.

- O que você sugere? – Pedro falou.

O animal sorriu e nos mandou subir em uma das árvores, a mais fácil de escalar. Nós assim fizemos e bem a tempo, pois um segundo depois os lobos já estavam cercando o Raposo.

- Saudações, queridos primos! – ele cumprimentou – Perderam alguma coisa aqui? Quem sabe, sua caça?

- Não tente nos enrolar! – Maugrim rosnou – Eu sei muito bem de quem você é aliado. Procuramos os humanos.

- Há-há, humanos? Aqui em Nárnia? Desde quando? Não vejo humanos aqui já fazem 100 anos... A não ser pela cavalei-

Um dos lobos atacou o Raposo, o mordendo no pescoço. O animal soltou um ganido alto.

- Não fale nada sobre pessoas condenadas e sua recompensa será viver! – disse Maugrim – Há-há-há, não é muito. Mesmo assim, onde estão os fugitivos?

Por um momento eu pensei que Raposo iria contar para ele alguma coisa, tive a sensação que sim. Mas ele só disse:

- Norte... – ele tentou respirar, o aperto no pescoço cada vez mais firme – Fugiram para o norte...

Maugrim se virou para seu grupo.

- Farejem! – ele ordenou e o lobo que segurava o Raposo o jogou em uma pedra que estava perto.

Ouvimos mais um ganido, mais latidos e quando o lugar estava vazio, a não ser pela pequena criatura com dor, descemos da árvore.

***

Susana POV –

Acampamos ali mesmo. Depois que a fogueira já havia sido acesa, nos sentamos para conversar e nos aquecermos. Eu ainda não concordava com nada do que estava acontecendo. Virei-me para prestar atenção no Raposo, que explicava sobre os animais petrificados.

- Estavam ajudando Tumnus, a Feiticeira chegou aqui antes de mim e de Rebeca. Au! – ele ganiu, Sra. Castor estava cuidando do ferimento.

- Você está bem? – perguntou Lúcia suavemente.

- Adoraria dizer que cães que ladram não mordem. Uh! – o Raposo sorriu antes de ganir outra vez.

 - Pare de se mexer, por favor! – pediu a Sra. Castor – Por Aslam, está pior do que o Castor em dia de banho!

- O pior dia do ano. – Sr. Castor se lamentou e eu ri.

- Obrigado pela gentileza! É uma pena, mas não disponho mais de tempo. – Raposo se levantou.

- Vai partir? – Lúcia quis saber, parecendo triste.

- Foi um grande prazer, minha Rainha! E uma grande honra também! – ele fez uma reverência – Mas o tempo é curto e Aslam em pessoa me enviou para reunir mais tropas.

- Você viu Aslam? – empolgou-se o Castor.

- Como ele é? – sua esposa continuou.

- Ora, como sempre ouvimos dizer... – ele se virou para mim e Pedro – Será um prazer ter vocês ao nosso lado na batalha contra a Feiticeira.

- Mas não pretendemos lutar contra a Feiticeira! – falei com desgosto. Por que todos insistem em nos fazer lutar?!

- Mas com certeza o Rei Pedro... – ele pareceu embaraçado – Ah... A profecia!

- Não iremos à guerra sem você. – o Castor observou Pedro com expectativa.

Ele parou para pensar. Olhou para o chão, para Lúcia e para mim. Ele sabia que eu o mataria se ele aceitasse ir para a batalha.

- Só queremos nosso irmão de volta. – ele enfim falou.

E eu parei para pensar em Ed. Ah, Edmundo... Ele complicou tudo. Se ele aprendesse a obedecer, nós estaríamos seguros agora.

- E vocês vão tê-lo de volta, mas antes temos que chegar até Aslam. – o Castor disse.

- E eu vou indo. Preciso encontrar Rebeca antes que ela parta, precisa se esconder da Feiticeira, ordens de Aslam. Caso mudem de idéia, ainda têm um exército inteiro lhes esperando. Adeus! – o Raposo se despediu.

Ele se distanciou até sumir de vista entre às árvores. Ajeitei-me embaixo do casaco de pele que eu usava e decidi ir dormir. Logo, todos já estávamos descansando.


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Notas finais do capítulo

Voltei, gente! Agora a história começa a mudar. Próximo capítulo não vai demorar e vocês vão finalmente ver algo do ponto de vista da Rebeca Bell. Espero que tenham gostado e acho que isso. Beijos, Rebeca.



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