It Started Out As A Feeling escrita por Becky_Lovegood


Capítulo 2
Narnia, the Beavers and stories




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Pedro POV –

            Eu ainda não acredito que estamos em... Como é mesmo o nome? Ah, lembrei. Estamos em Nárnia. Agora eu estou andando pela neve, seguindo Lúcia até a casa do Sr. Tumnus e tentando abafar um riso cada vez que olho para Edmundo com esse casaco ridículo que eu lhe entreguei. Continuamos andando até que Lúcia falou:

- Aqui tem muita comida gostosa e nós vamos beber muito... – eu levantei minha cabeça e vi que ela estava olhando para uma porta arrombada no meio de algumas rochas – Chá...

- Lu? – eu a chamei, antes dela sair correndo preocupada – Lúcia!

Quando nós a alcançamos ela já estava dentro da casa. O lugar estava revirado, mesas e cadeiras jogadas no chão, almofadas e cortinas rasgadas, panelas e xícaras de chá quebradas, livros espalhados e com folhas arrancadas.

- Quem faria uma coisa dessas? – Lúcia disse triste.

Continuei andando e vi um aviso pregado na parede. Eu o peguei e li.

- “O fauno Tumnus, foi acusado de alta traição contra sua majestade imperial Jadis, Rainha de Nárnia, por abrigar inimigos e confraternizar com humanos. Assinado, Maugrim, comandante da Polícia Secreta. Viva à Rainha.”

- Chega... – Susana pegou o papel da minha mão – Agora temos mesmo que ir embora!

- Mas e o Sr. Tumnus? – Lúcia disse rapidamente.

- Se ele foi preso só por estar com um humano, acho que não temos muito a fazer. – Susana tentou explicar.

- Você não entende, não é mesmo? – Lúcia disse tristemente – Eu fui à humana! Ela deve ter descoberto que ele me ajudou!

- Melhor chamarmos a polícia. – eu disse e só depois me lembrei onde estávamos.

            - Eles são a Polícia. – Susana disse como se fosse à coisa mais óbvia do mundo, e era.

            - Não se preocupe! – eu me virei para Lúcia – Vamos dar um jeito.

            - Por quê? – eu me virei para encarar Edmundo – Ora, ele é um criminoso.

            Eu odeio esses comentários dele. Edmundo não consegue entender nada. Eu já estava prestes a dizer alguma coisa quando um pássaro que havia pousado em uma árvore ao lado da casa assoviou. Ele parecia ter falado ‘psiu’ ou eu estava ficando maluco. Todos nos viramos para observá-lo. 

            - Aquele pássaro fez ‘psiu’ pra nós? – perguntou Susana. Que bom, eu não era o único que pensava isso.

            Saí da casa e caminhei até o pássaro. E adivinhem? Um castor apareceu do nada. Lúcia lançou-lhe um olhar estranho.

            - É... É um castor...

            Então eu fiz a coisa mais idiota que alguém poderia fazer, esquecendo que ainda estávamos em um lugar onde praticamente tudo era possível. Eu estendi um de meus braços e falei, esfregando os dedos um no outro:

            - Vem cá, vem. Vem, castorzinho. – e estendi então minha mão.

            - Eu não vou cheirar isso, se é o que você quer. – Lúcia riu e eu me assustei. Um castor falando? Mas então, de novo, lembrei onde eu estava.

            - Ah, desculpe. – eu falei simplesmente.

            - Lúcia Pevensie? – ele lançou a Lúcia um olhar. O sorriso dela morreu, acho que imaginou como ele a conhecia.

            - Ah... Sim... – ela gaguejou.

            O castor entregou um lenço branco a ela. Lúcia o pegou e o observou.

            - É o lençinho que eu dei pro Senhor Tu-...

            -... -Mnus – ele a cortou – Ele me entregou antes que o levassem.

            - Ele está bem?

            O castor olhou em volta antes de sussurrar:

            - Sigam-me.

            Eu fui atrás de Lúcia, mas ouvi Susana tentando não gritar:

            - O que vai fazer?

            - Tem razão. Ah... Como vamos saber se é confiável? – Edmundo e seus comentários de novo, eu nem lhe dei ouvidos.

            - Ele disse que conhecia o fauno. – eu dei de ombros.

            - Ele é um castor! – Susana me deu um olhar de descrença – Não devia dizer absolutamente nada!

            - Está tudo bem? – o castor havia voltado, notando que não o seguíamos.

            - Está. Só estamos conversando. – eu o assegurei.

            - Melhor conversar num lugar seguro. – ele sussurrou e desapareceu na neve de novo.

            - As árvores ouvem. – Lúcia olhou em volta e sussurrou também.

            Susana e Edmundo trocam olhares e eu os observei, encorajando-os, antes de pegar a mão de Lúcia e seguir nosso novo amigo.

            - Venham, não é bom ficar aqui depois que anoitece. – o castor falou quando viu que já o seguíamos.

            Apressamos o passo e continuamos a andar pela floresta. Eu observava cada detalhe do lugar, era muito bonito. Passamos por algumas formações rochosas e quando o sol começava a se pôr, chegamos a um dique com uma placa na frente onde se lia: Sr. e Sra. Castor.

            - Ah, que maravilha, parece que minha esposa já esquentou a água para uma xícara de chá. – fumaça saía da casa do castor.

            - Que graçinha! – Lúcia disse observando a estrutura de madeira.

            - É um dique modesto. Há muito a fazer, ainda nem terminei. – o castor disse enquanto o seguíamos até o interior do local – Vai dar um trabalho danado.

            - Castor? É você? – ouvi uma voz bondosa e a esposa do Castor apareceu – Estava preocupada! Se souber que saiu com o texugo outra vez, eu...

            Sua fala morreu quando nos viu. Ela suspirou.

            - Ah, não são texugos... – então ela se aproximou, admirada – Oh, eu nunca pensei que viveria para ver está cena. Olha o meu pêlo, podia ter avisado para eu me arrumar.

            - Há! Avisaria uma semana antes se fosse adiantar. – ele riu e nós também.

            - Podem entrar, vamos ver se consigo alguma comida e uma companhia civilizada... – a Sra. Castor lançou um olhar ao castor.

            - Cuidado, olhem onde pisam. – o Senhor Castor nos alertou antes de entrarmos no dique.

- Desculpem a bagunça, não consigo tirar o Castor da cadeira. – a Senhora Castor deu uma risadinha.

Quando já estávamos sentados e aquecidos, começamos a conversar.

- Não há nada a fazer para ajudar Tumnus? – eu perguntei, preocupado.

- Foi levado para a casa da Feiticeira e você sabe o que dizem, poucos são os que passam pelo portão e voltam de lá. – o Castor alertou.

- Peixe com fritas? – Sra. Castor já estava colocando pratos na mesa – Mas há esperança, querida. – ela deu tapinhas consoladores em Lúcia e olhou com expectativa para o Castor – Esperança...

Ele cuspiu o chá que estava bebendo e disse, como se tivesse se lembrado de algo.

- Ah sim, esperança... Muita esperança! Aslam está a caminho. – ele sussurrou a última parte.

- Quem é Aslam? – Edmundo perguntou, pelo menos um comentário útil.

- Há-há-há, quem é Aslam? Há! Ele é muito engraçado! – Castor riu antes de a Senhora Castor dar-lhe uma batidinha no ombro – Que foi? – então ele notou nossas expressões – Vocês não sabem, não é?

- Bom, não estamos aqui há muito tempo... – expliquei.

- Ele é só o Senhor dos Bosques, o maioral, o verdadeiro Rei de Nárnia! – ele falou.

- Ele está fora há algum tempo... – a voz bondosa da Sra. Castor foi ouvida.

- Mas ele voltou! – o Castor exclamou – E aguarda vocês na Mesa de Pedra.

- Ele nos aguarda? – Lúcia disse confusa.

- Só pode ser brincadeira, eles nem conhecem a profecia! Quer dizer, as profecias.

- Bem, então... Explique. – a voz bondosa foi ouvida de novo – As duas.

- Duas? – Susana exclamou.

- Escutem, o retorno de Aslam, a Cavaleira de Nárnia, a prisão de Tumnus, a Polícia Secreta, está acontecendo por causa de vocês.

- Está nos culpando? – Susana perguntou, chocada.

- Não, culpando não. Agradecendo. – a Senhora Castor falou.

- Existe uma profecia. Duas, na verdade, mas explico a outra depois. Quando a carne de Adão e o osso de Adão em Cair Paravel no trono sentar, então há de chegar ao fim a aflição. Será que não percebem? Há muito foi previsto que dois Filhos de Adão e duas Filhas de Eva derrotariam a Feiticeira Branca e trariam paz a Nárnia.

- E sobre a cavaleira? – eu estava muito interessado em saber toda a história.

- Após a primeira profecia, uma segunda foi prevista. Há 100 anos a Feiticeira mandou matar, expulsar ou torturar todos os humanos narnianos, mas uma família foi protegida por Aslam, pois ela tinha sobre ela essa profecia, que dizia que uma menina nasceria e essa menina nasceu já faz 13 anos. A profecia contava que essa menina seria uma protetora de Nárnia e ajudaria vocês a derrotar a Feiticeira Branca.

- Quem é essa menina? – Susana perguntou.

- Seu nome é Rebeca Bell. Grande garota, não existe ninguém melhor na espada do que ela. Nós, narnianos, a adoramos. Claro, ela nasceu para nos proteger. Já faz alguns meses que a Feiticeira descobriu sobre essa segunda profecia. Ela foi atrás de Rebeca, mas não a encontrou, então matou os pais dela. Coitada. Mas mesmo assim a Feiticeira continuou sua busca e encontrou Rebeca. Eu queria estar lá para ver a cara da Feiticeira durante esse encontro.

- Por quê? – Lúcia disse, interessada.

- Acontece que Rebeca atrai olhares invejosos da Rainha Gelada. Olhos castanhos claros, cabelos com ondas bem douradas. Ela é linda, extremamente linda. E a Feiticeira não gostou nada disso.

- Ela é muito linda mesmo. Beleza natural. – a Senhora Castor garantiu.

- Isso mesmo! E Rebeca está aí, pelas florestas, esperando os Filhos de Adão e Filhas de Eva. – o Castor avisou.

- E vocês acham que somos nós? – Susana perguntou, desconfiada.

- É melhor que sejam! Com a ajuda de Rebeca, Aslam já preparou o exército de vocês! – o Senhor Castor exclamou.

- Nosso exército? – Lúcia se assustou.

- Mamãe nos deixou para não nos envolvermos numa guerra. – Susana me lançou um olhar significativo.

- Ah... Acho que vocês se enganaram. Não somos heróis. – falei, mas por dentro eu desejava ser um.

- Somos de Finchley! Escutem, obrigada pela hospitalidade, mas nós temos mesmo que ir! – Susana se levantou.

- Mas não podem sair assim! – o Castor nos olhou com temor.

- Ele tem razão! Temos que ajudar o Senhor Tumnus! – Lúcia exclamou decidida.

- Não podemos fazer nada... – tentei explicar – Desculpem, mas está na hora de voltar pra casa. Hum, Ed.

Me virei para encontrar a sala dos castores vazia. Edmundo! Onde ele se meteu?

- Ed? – repeti, sem resposta. Não acredito, olhei para Susana – Eu mato ele.

- Talvez não precise. – ouvi o Castor – O Edmundo já esteve em Nárnia antes.

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Aqui está o desenho do capítulo. E quem fez ele foi de novo a Ariele (hiddlestoner.tumblr.com).


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Notas finais do capítulo

Bom, é isso. Que bom que gostaram do prólogo. Já viram que a fic é mais baseada no filme, né? Pois é, eu prefiro os filmes, mesmo os livros sendo muito bons... E eu esqueci de falar que a personagem original também é um pouco inspirada na aparência da Emma Watson, sabem? A Hermione de Harry Potter... Então, tá aí o capítulo e espero que continuem gostando...



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