Un Baiser Plus escrita por H_S


Capítulo 26
Capítulo 26 - Pequeno Uchiha


Notas iniciais do capítulo

Hello people!
Tenho aqui mais um capítulo para vocês, sei que não tenho postado tão rápido como antes, mas entendam, meu tempo é muito curto para escrever agora e pra dividir com minhas outras coisas. Mas enfim, aqui está.
Capítulo completamente revisado pela Sayumi,mas se possuir algum erro pedimos desculpas.
Uma noticia boa para vocês é que venho considerando muito uma segunda temporada de U.B.P, então, digam o que acham e se continuariam acompanhando. =)
Mas enfim,sobre o capítulo pra quem tava com saudade do Madara (o que acho difícil) ele voltou! E pra quem tava com saudade do sedução do Itachi, ele também voltou! Madara com seus planos maléficos para variar e também nossa Karin, super amada (ironia). ;)
Enfim, espero que gostem do capítulo!
Sem mais delongas e BOA LEITURA!
P.S - Música (eu tinha esquecido :P)
1º-> http://www.youtube.com/watch?v=uqLGuRX_nLM



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UN BAISER PLUS

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Capítulo 26

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Pequeno Uchiha

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"Embora o amor seja comunicado de diversas maneiras, nossas palavras podem refletir a condição do nosso coração."

À Prova de Fogo (Fireproof)

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Porto de Chiba

Centro de carga e descarga

– Vamos falar de pagamentos, aqui... Eu fiz como foi prometido... Logo, tudo isso vai acabar, então, sugiro que seja lá o que tenha planejado para a Folha, que faça rápido. As coisas não duram para sempre.

– Devo dizer que você é bastante impaciente, Takahashi. Para que o meu “plano” vá adiante, eu preciso que você faça sua parte, sua imprestável. E colocar fitas e notícias falsas na televisão é uma coisa ridícula até para você, queridinha. Então, se quer que seu papai seja alguém novamente, vá fazer algo que preste.

– Eu quero que cumpra o que me prometeu. – Karin murmurou impaciente, batendo suas mãos contra a mesa. Por mais determinada que estivesse, sabia muito bem que Uchiha Madara não era nenhum tipo de inexperiente ou do tipo que comportava situações como aquela. Ele era intimidador, praticamente medonho e seus olhos mortos e maléficos, praticamente, pareciam devorar seu rosto a qualquer momento.

Madara soltou um breve sorriso.

– Sabe, eu sou uma pessoa paciente, até... Certo ponto. E se me permite dizer, você já está ultrapassando esse ponto. – as palavras de Madara ganharam certo tom ameaçador, fazendo Karin se encolher a sua frente, o divertindo. – Eu vou direto ao ponto com você, Karin... Você me fez uma oferta muito interessante e eu aceitei. Agora cumpra a droga da promessa, para ai... Você e seu papai serem alguém novamente... Enquanto isso, vocês podem continuar na merda que pouco me importa.

As mãos de Karin se apertaram mais. Ele era repugnante. Brincadeiras com ele custavam caro. Ele não era flexível. Ele era cem vezes, talvez mais, experiente do que já havia tentado ser em sua vida. Suas palavras eram praticamente um sopro fraco contra o furacão das dele.

– Kisame, acompanhe essa jovem até o lado de fora, já terminamos por hoje.

Kisame depositou sua mão áspera junto com suas unhas longas e finas sobre o braço de Karin, os envolvendo com a palma de sua mão.

– Ande logo, ruivinha.

Karin encheu seus pulmões de ar, tentando disfarçar seu medo aparente. Akatsuki era um nome de peso para qualquer pessoa do mundo das gangues, máfia e tráfico, até mesmo para uma pessoa normal. Não sentia nada além de um medo repulsivo por cada membro da Akatsuki. Até mesmo, Itachi por quem sempre teve uma grande queda fisicamente, lhe assustava na maioria das vezes.

Madara fitou a porta se fechar bruscamente e, então, ergueu seu corpo rapidamente em direção a uma das portas de sua sala. Seus dedos repuxaram o molho de chaves sobre sua mesa, abrindo a porta de oito trancas. Ali estava uma das preciosidades, além de dinheiro.

Empurrou rispidamente a porta, deixando um feixe de luz invadir o local. Seus passos ecoaram sobre a sala à medida que ia se aproximando da mulher ao canto, amordaçada, amarrada e vendada.

Como está nessa manhã, querida? - sua voz saiu possesiva. Irônica. E cínica. Em um russo marcante e perfeito.

Seus dedos retiraram a mordaça e, então, subiram um pouco a venda, mostrando os olhos azuis.

Queime no inferno. Seu desgraçado miserável! - Misha cuspiu. Sua raiva e ódio eram evidentes. Ainda tentava entender por que seu irmão simplesmente a dera como se fosse um simples lixo qualquer.

– Shhh... – Madara fez um breve ruído, a pedindo silêncio – Começamos com o pé esquerdo... Mas, saiba que você tem uma coisa que me interessa... Um útero... E você é bastante qualificada para me dar um herdeiro. Um menino. Um menino perfeito para continuar com o meu legado... Apenas alguém do meu sangue poderia seguir com o meu plano.

Eu não vou amaldiçoar uma criança a viver uma vida como a sua.

Misha disse ríspida. Madara apenas sorriu. Um sorriso tão sombrio contra os seus olhos.

Eu não pedi a sua permissão para ter a criança. Você a terá.

–----X-----

A caneta deslizou ao meio do papel fino, numa assinatura perfeita de Sasuke Uchiha. Não se deu ao trabalho de ler as palavras já conhecidas daquele contrato de reabilitação. Sabia muito bem que seria submetido a um tratamento de vinte e oito dias. Sem direito a telefonemas ou qualquer coisa do tipo. Parecia um pesadelo ficar longe das drogas e álcool. Mas estava fazendo aquilo por um bem maior.

Seus olhos fitaram a enfermeira abandonando o quarto e, então, lhe deixando apenas com a companhia de suas roupas e da imensidão branca que era o seu quarto. As informações que tinha sobre o parto eram breves e pequenas. Apenas sabia que seria uma cesariana de emergência e que no momento estavam tentando fazer de tudo para a estabilidade do bebê e da mãe. Aquilo tudo chegava a ser uma dor de cabeça sem fim, mas, depositava todas as suas expectativas para que tudo corresse bem. Depois daquele susto ainda se manter fixo em sua cabeça.

Lentamente passou sua calça jeans sobre sua cintura e, então, passou a camisa preta sobre seu peito definido. Esticou seu corpo tentando parar com a incômoda dor de suas costas, antes de colocar um de seus tênis. A velha rotina de acordar e se vestir haviam voltado. O que lhe parecia bom e monótono ao mesmo tempo.

Seus passos seguiram límpidos em direção à porta. Sua pele se encontrava pálida, seus olhos marcados. Dias sem drogas, era aquele o efeito. Sentia-se praticamente vigiado. O que obviamente era o que acontecia depois de assinar aqueles papéis. Mas, tentava manter seu andar firme em direção à sala de espera, até ter notícias positivas em relação à Sakura e a seu filho.

Seus passos pararam por alguns segundos antes de fitar Itachi sentado sobre um das cadeiras, com aquele seu mesmo olhar vidrado, indiferente, fixo e indecifrável. Quase que hesitante seus passos seguiram em direção à cadeira vazia. Cinco lugares de distância. Aquele era uma distância boa para seu próprio espaço pessoal, assim como o espaço ideal para seus próprios pensamentos.

Hospitais eram um tanto assustadores. Completamente brancos com o barulho fixo e alto do relógio ao meio da sala de espera. Assim que Itachi encarava as coisas. Depois de tanto tempo perdido nas próprias decisões, coisas tão patéticas como um relógio e sua batida fixa, para ele significava tantas coisas. Assim como o espaço evidente de cadeiras entre ele seu irmão.

O que ele poderia dizer para Sasuke depois de tanto tempo? Não tinha mais nada a ser dito. As coisas já estavam completamente atrofiadas, assim como a confiança de Madara. Por que tinha uma leve impressão que aquela garota... Estava ali para atingi-lo? Talvez por que aquele fosse o objetivo. Madara era um poço de segredos e obscuridade, sabia que aquela garota era algo a mais. Uma mulher podia dar uma coisa que um homem era incapaz. Perguntava-se se aquele era o x da questão.

– Deve ser algo interessante... Quase morrer e virar pai... – a voz de Itachi saiu forçada, era quase como jogar palavras em um precipício.

Sasuke virou lentamente sua cabeça, fitando pela primeira vez seu irmão. Tinha tantas coisas que queria ter compartilhado com Itachi. Desde seus campeonatos de futebol no primeiro ano, desde coisas patéticas que irmãos diziam um ao outro, mas qualquer chance de entrosamento entre eles havia acabado aquele dia. Ele havia matado alguém. Itachi era um assassino. Era assim que o via desde pequeno. O assassino.

– Não é a melhor forma para iniciar uma conversa. – Sasuke murmurou um tanto duro. Eram as primeiras palavras entre eles há anos.

– Não estou tentando começar uma conversa. Foram apenas comentários do momento.

Sasuke apertou seus lábios finos. Seus dedos roçaram pela barbar por fazer. Seus punhos se apertaram por uns minutos. Por que ele ainda estava ali?

– Não precisa manter uma compostura. Eu sei muito bem que não aguentamos ficar na mesma sala, então, por que não sai?

Você não aguenta ficar na mesma sala. Meu caso é diferente.

Um silêncio se espalhou pelo lugar. Aquilo poderia ser chamado de conversa? Aquilo podia ser chamado de irmãos? Para Sasuke, não. Aquilo não era uma família. Não eram irmãos. Não era uma conversa. Pergunta-se se Itachi pensava o mesmo ou se aquela era uma esperança de recuperar uma relação destruída.

– Espero que as coisas com seu filho corram bem.

As palavras saíram sinceras. E pela primeira vez, Sasuke realmente direcionou seu olhar para Itachi com uma ponta de pensamentos diferentes. Seus olhos fitaram o corpo revestido por um terno preto se afastando.

– Me desculpe, mas não poderei ficar. – Aquelas palavras eram quase conhecidas. Apenas modificadas para aquele momento. Seus olhos fitaram Itachi se afastando passivamente. Seus olhos se apertaram, tentando lembrar-se daquelas palavras, já tão conhecidas.

“Perdoe-me Sasuke, ficará para uma próxima vez”.

–----X-----

Os lençóis devidamente espalhados sobre a cama, apenas cobrindo míseras partes dos corpos entrelaçados. Hinata tinha sua cabeça apoiada sobre o peito largo e quente de Naruto. Era uma sensação relaxante, ter os dedos dele roçando sobre sua pele branca e macia. Os fios azulados se encontravam espalhados sobre o rosto branco e pelo travesseiro macio. Os dedos finos de Hinata rodavam sobre o peito de Naruto, aquela era uma ótima maneira de mantê-lo acordado.

– Acho que meus pais chegaram... – Naruto murmurou em um tom brincalhão. Não era a primeira vez que levava alguém para casa quando seus pais estavam fora, mas era a primeira vez que estava em sua casa com Hinata, completamente nua.

– Está brincando? – a voz de Hinata saiu presunçosa, a última coisa que queria, era uma grande cena de constrangimento.

– Não... Eu ouvi o barulho do carro. Em alguns minutos minha mãe vai achar alguma coisa para me xingar. Ai ela vai berrar “Naruto!”... E começar a dizer que eu sou irresponsável... Que por isso, eu não posso morar sozinho e blábláblá.

– Acho melhor... Eu vestir uma roupa... Você deveria fazer o mesmo... – a voz fina saiu receosa, se Kushina fitasse aquela cena de lençóis e roupas ao chão, a deixaria completamente envergonhada e acabaria com qualquer chance de encostar seus pés próximo a casa dos Uzumaki novamente.

– Hum... Aqui está bom.

Naruto sussurrou em seu ouvido, colocando seu rosto na dobra de seu pescoço, cheirando seus cabelos. Hinata soltou um pequeno sorriso com o movimento, queria completar logo seus dezoito anos, para finalmente ir morar apenas com Naruto, as coisas seriam bem mais fáceis. Sem se preocupar com pais, intervenções e horários.

– Você é um tremendo folgado, Naruto... – seu riso saiu abafado quando os lábios de Naruto se encontraram com os seus, os selando com um beijo voraz, não se conteve em contribuir, colocando uma de suas mãos sobre o rosto macio.

– Eu vou... – Hinata lutava para dizer as palavras ao meio daqueles beijos – Vestir minha roupa... – tentava encontrar forças para realmente fazer aquilo, mas seu corpo parecia ceder em redenção aos beijos de Naruto seguindo para o seu pescoço.

Tente.

Aquelas palavras saíram mais como um pequeno desafio. Hinata murmurou um breve “Naruto” misturado à indignação, se o plano era mantê-la naquela cama, ela lutaria contra, por mais difícil que parecesse. Suas mãos empurraram seu peito e seus lábios contraíram um riso com a pequena cara de criança sem doce que apareceu no rosto do loiro. Hinata puxou o lençol, tentando cobrir seu corpo. Um pequeno grito escapou por seus lábios enquanto Naruto ria, tentando puxar o lençol.

– Para! – sua voz saiu ao meio de seus risos, andando apressadamente para o banheiro, recolhendo suas roupas ao meio do caminho.

As mãos quentes de Naruto se envolveram por sua cintura, puxando Hinata contra si. Seus lábios se afundaram por seu pescoço, a beijando até sua clavícula. Hinata soltou um breve gemido de redenção. Era perda de tempo tentar evitar aqueles beijos, já que tanto ela quanto ele queriam apenas continuar com aquela pequena atividade.

Hinata virou seu corpo, ficando de frente para aqueles olhos azulados que apenas a encaram um tanto famintos, suas mãos deslizaram delicadamente sobre o pescoço de Naruto, o devolvendo um beijo. Sexo e nudez ainda não eram parte de seu sistema, ainda como a ideia de ficar nua a sua frente, mas, tentava arduamente se acostumar com aquela ideia sem que suas bochechas corassem violentamente.

Naruto devolvia o beijo na mesma proporção, passando a língua sobre o lábio inferior de Hinata, a fazendo soltar um pequeno riso.

Aquele tipo de situação era uma cena comum. Não era segredo que existia um relacionamento ali, além de um simples envolvimento adolescente. E era aquilo que prendia tanto Naruto a Hinata. Ele queria alguém a se agarrar e com ela, sabia muito bem que teria isso. Se eternidade existe, era o que desejava. Que durasse.

– Naruto! Eu tenho que repetir quantas vezes: Lave os pratos que você usa! Você não faz nada o dia inteiro e mataria você lavar um prato?!

Naruto conteve uma risada alta, jogando sua cabeça para trás e voltando a fitar Hinata.

– Eu não disse? – um sorriso brotou por seus lábios quando seus olhos fitaram as bochechas levemente coradas de Hinata, ela estava se controlando melhor que antes. Lembrava-se de como ela praticamente desmaiava quando eles só tinham treze, catorze anos.

Seu corpo se afastou rapidamente do dela, vestindo sua boxer e procurando seu jeans ao meio da bagunça de lençóis, quando seus olhos voltaram a olhar para Hinata, ela já se encontrava colocando sua blusa rendada.

Kushina abriu a porta alguns minutos depois, fitando a cama bagunçada, Hinata dentro do banheiro e Naruto apenas com a calça jeans.

– Que foi? – Naruto perguntou em seguida, fitando a sobrancelha erguida da mãe.

– Espero que tenha usado camisinha. – Kushina murmurou, apertando a ponte de seu nariz.

– Mãe!

– Estou apenas dizendo. Não quero ter netos agora e muito menos que tenha alguma coisa.

– Mãe. Já deu.

Kushina ergueu seus braços em redenção. Talvez devesse seguir o conselho de Minato e encarar os fatos que seu garotinho já tinha dezoito anos e já tinha uma vida sexual e um relacionamento. Mas, aquela parte materna ainda insistia em vê-lo como o garotinho.

– Desça logo que você tem que ir visitar a faculdade... Daqui a pouco todos seus amigos estão chegando aqui.

– Tá, mãe, eu já vou descer, eu só vou colocar uma camisa.

Kushina manteve sua boca fechada, apenas mandando seu típico olhar reprovatório para o filho. Parecia que quanto mais velho ficava, mas coisas tinha que temer.

–----X----

– Comecemos do inicio... Esse garoto... Vai ter grandes problemas respiratórios... Os pulmões dele... Não me agradam nem um pouco.

Sakura piscava seus olhos copiosamente, tentado processar cada palavra que saiam pela boca da doutora Yang enquanto matinha suas mãos presas ao estetoscópio em volta de seu pescoço. Os seriados de tevê denunciariam aquele comportamento como uma típica residente, o que na verdade, não era nada menos do que Yang tinha no momento.

– O que quero dizer é que, ele precisará de acompanhamentos até quando sair do hospital e tratamentos especiais... Ele pode ter problemas como alergia a pó, perfumes... Entre outras coisas... Bronquite, asma...

– Ele vai sobreviver? – aquela pergunta fez com sua garganta se apertasse. Não se importava em ter que perseguir Ryu com uma bombinha de asma, se ele ao menos pudesse viver de forma normal e saudável.

– Sim. – Yang disse em um tom óbvio, aquela conversa era um tanto complicada para quem ainda completava o segundo ano de residência – Ele só vai ficar na incubadora até ganhar peso e os pulmões se desenvolverem um pouco mais... Quando ele estiver completamente adaptado, você e seu filho vão poder viver juntos.

Um breve aceno foi o que sua cabeça deu em resposta antes de soltar mais um pergunta;

– Eu posso ver o meu filho? Eu sei que acabei de passar por um parto e que os pontos precisam de tempo, já me disseram isso várias vezes, mas eu sou a mãe dele. É, simplesmente, horrível eu não ter visto o meu próprio filho... Eu quero saber como ele é... E... Eu preciso vê-lo.

– Me desculpe... Mas... Você precisa ficar de repouso. – a voz de Yang tentou sair em um reconforto, mas o olhar tristonho de uma adolescente desesperada para ver o filho parecia como uma criança pedindo por doce, estava acostumada a dizer não, mas aquela situação era especial. Era como uma criança, pedindo por algo realmente valioso – Se permite dizer... É um garotinho muito lindo. Ele é pequeno... E muito magro... Mas tem os cabelos pretos... Realmente escuros... Os olhos ainda não estão abertos... Então não posso descrever isso para você... Mas a pele é branca... Completamente branca... Mãos pequenas... Tudo em perfeito estado.

Um pequeno sorriso fraco brotou por seus lábios. Aquilo não era o que queria. Queria poder vê-lo com seus próprios olhos e fazer sua própria descrição perfeita de seu filho, mas aquelas palavras foram o bastante para imaginá-lo. Não conseguia pensar em nada além de um mini-Sasuke Uchiha. Uma pequena voz em sua cabeça a relembrava para não deixá-lo ser como o pai, ao menos que quisesse problemas.

– Seu... Namorado, eu acho... – a palavras de Yang saíram duvidosas – Estará indo para a reabilitação em alguns minutos... O carro já está esperando do lado de fora, eu vou liberar uma visita breve entre os dois, sem que me cause problemas... Vocês vão ter dez minutos.

Seus olhos se abriram em um tanto de entusiasmo, Sasuke era primeira pessoa que queria ver depois de todo aquele susto repentino. Por um momento, sua boca se contraiu quando fitou o jeans e a blusa preta. Aquele era o sinal de que não o veria pelos próximos vinte e oito dias e aquilo eram apenas o bastante para apertar ainda mais seus sentimentos. Mas, em seguida, seus dentes apertaram seu lábio inferior apenas com a ideia de como seriam as coisas depois do hospital. E o que aconteceria se lhe ocorresse uma recaída? Seus lábios se soltaram e sua cabeça se balançou lentamente para os lados, o bombardeio de pensamentos havia voltado.

– Você pensa demais.

– Como sabe que eu estava pensando em algo?

– A linha na sua testa... – Sasuke roçou lentamente os dedos sobre sua testa e então desceu por seu rosto branco e macio – Você sempre tem essa linha na testa quando está pensando em coisas idiotas e desnecessárias.

–Para a sua informação... Não é nada desnecessário. – sua voz saiu desafiadora. Apesar de possuir um fundamento muito grande naquela afirmação vazia de Sasuke, eram sempre coisas desnecessárias a serem pensadas no momento.

– Se está dizendo. – os ombros de Sasuke se ergueram, deixando sua indiferença marcada sobre a conversa, fazendo Sakura apenas soltar um breve suspiro sobre seus lábios.

– Então... Você realmente está indo – as palavras saíram mais como uma pergunta – Tinha minhas dúvidas, mas você parece estar levando as coisas a sério dessa vez... O que me deixa... Relaxada.

Um breve sorriso de canto se repuxou sobre os lábios de Sasuke.

– Relaxada? Eu não sou do tipo que causa problemas, Haruno. Não sei de onde tirou essas acusações tão absurdas. – uma ironia típica soou pelas palavras que foram apenas ignoradas pro Sakura, a fazendo desviar completamente o assunto.

– Como ele é? Eu sei que você já deve ter o visto.

– Ele é... Pequeno. – Sasuke tentou da melhor maneira descrever seu filho, mas toda aquela história de paternidade e de ter um filho seu no mundo ainda parecia presa por sua garganta, na verdade, a questão era: Ele não sabia como era ter um pai que realmente não se baseasse em frieza. E sabia muito bem que talvez não conseguisse se diferenciar de seu pai nisso – Cabelos pretos... Ele ainda não abriu os olhos, então... E... Branco... Eu não sei como explicar.

Sakura soltou um breve sorriso, o fitando.

– Está bom. Eu posso me basear com o que você e a Doutora Yang disseram... O que não foi muito diferente.

– Não levo jeito pra isso. É um tanto visível.

Não se deu ao trabalho de concordar ou negar algo tão obvio como a total insensibilidade de Sasuke em quase tudo, não o julgava, era o jeito dele em lidar com as coisas.

– Eu estou indo... Vejo você depois. – aquilo soou como uma despedida forçada. Sakura subiu seus dedos finos sobre o braço de Sasuke até seu cotovelo, o puxando para um pouco mais perto.

– Tente não fazer merda. Tem um filho agora e ele não está na minha barriga. Então, ele depende de você também. Não de mim.

Sasuke comprimiu seus lábios, evitando um pequeno retruco a aquela fala. Deveria concordar com certos pontos, mas também, não conseguia suportar toda a aquela razão que Sakura queria possuir em tudo.

– Por que você... Sempre estraga o momento? – suas palavras saíram em uma pequena provocação antes de roçar seus lábios sobre os de Sakura. Era algo doce e até chegava a ser carinhoso, mas a breve mordiscada sobre seu lábio inferior a fez colocar suas mãos sobre os ombros largos, tirando todos os elogios sobre sua mente.

– Você não é não nem um pouco romântico?

– Não. – Sasuke disse seco e objetivo, a fazendo mostrar sua língua e um sorriso sarcástico brotar sobre os lábios de Sasuke.

De uma certeza Sakura tinha. Tinha dois garotos muito importantes para tomar conta.

–----X-----

A faculdade de Tóquio se encontrava cercado com dezenas de papeis amarelados pregados sobre postes e sobre todo o campus da escola com frases como “inscreva-se agora!”; “Faça nossa prova de seleção!”; “Sejam bem-vindos a faculdade de Tóquio, compre a camiseta de seu curso”.

Um aglomerado de alunos com jaquetas, blusas e bonés se encontrava ao meio do campus, era quase como uma mancha colorida sobre as cores mórbidas avermelhadas dos velhos prédios de tijolos do campus. As conversas se tornavam abafadas com as diversas vozes falando ao mesmo tempo. Era quase tedioso esperar os grupos de excursão para a faculdade.

Várias opções de faculdade eram vagas para todos. Mas, Tóquio era a grande escolhida. Ninguém se daria ao trabalho a procurar uma nova faculdade, Tóquio estava de bom tamanho e tinha bons cursos. Iriam deixar as coisas como estavam. Juntos desde pequenos.

– Estava todo mundo numa boa, sem fazer porra nenhuma da vida, então, o que inventam?! A faculdade! Ninguém merece... Desde a pré-escola nessa porcaria chamada colégio e agora quando completamente dezoito anos, tem faculdade! Parece até castigo. – Ino murmurou revoltada, passando seu rabo de cavalo sobre a abertura do seu boné dos Strokes.

– E é. Por isso, tem o “cu” no meio da palavra. – Shikamaru murmurou como se fosse algo óbvio, passando sua mão sobre seu queixo.

– Shikamaru, por que você não se mata? Juro que seria uma contribuição muito grande para a sociedade, um cérebro e uma idiotice a menos não vai fazer falta alguma.

– Por que vocês não param com toda essa frescura e calem a boca até vermos essa faculdade em paz? – a voz de Neji não saiu como um pedido. Era quase como uma ordem misturada a obrigação, criando um silêncio tenso sob o local.

– Vocês não são nem um pouco agradáveis. Deveriam... – a voz de Shikamaru foi impedida por uma fileira de olhares frios e duros penetrando sobre seu corpo – OK. Tá. Não falo nada... Mas que estupidez toda essa...?! Cruz credo.

– Sério... Você é pior que a minha avó de oitenta anos que fica falando da menopausa e de como ela não consegue mais comer um pedaço de carne sem que a dentadura descole e a carne escorregue pela a boca dela. – Ino soltou um breve comentário, dando os ombros em seguida.

– Isso não precisava ter sido compartilhado. Mas, obrigado pela informação inútil e nojenta. – Gaara murmurou.

– Yoshh! Desculpe interromper, mas eu sou Lee, Rock Lee e vou mostrar a faculdade para vocês. Eu estou aqui no meu segundo ano de educação física, que é minha paixão e, então, eu junto com o Shino, entomologia*, vamos mostrar pra vocês vários motivos de porque escolher, a faculdade de Tóquio.

O par de olhos fitaram lentamente os cabelos negros cortados em um formato ultrapassado, estilo tigela redonda, as sobrancelhas grossas, o sorriso excessivamente simpático e medonho. Era um perfeito mini-Gai, técnico de esgrima e nas horas vagas, torturante de educação física. Era como ver um fantasma do ano passado revivendo a frente de todos.

– Ai que merda... Um mini-Gai. A gente não tem sorte. – as palavras saíram em um pequeno sussurro para seus pensamentos conturbados. Paz e felicidade não pareciam ser uma das coisas propicias para Ino naquele momento.

– Vem cá, você e o Gai são parentes ou isso é alguma coisa bizarra? – Naruto perguntou, mascando um de seus chicletes sabor menta.

– Gai-Sensei?! YOSHHH! Ele é meu meio tio! Eu tenho tanto orgulho dele! Ele meu ídolo! Eu queria muito ter estudado com ele, mas as coisas não saíram como planejado...

– E... Blábláblá. Vamos em frente, ninguém aqui está interessado na sua história de vida. – Ino disse ríspida e seca. Não estava em um bom dia, seu braço respondia por aquilo.

– Gomen'nasai. – Lee murmurou, tentando recompor sua compostura abalada, seu corpo se endireitou ao meio de sua blusa esverdeada acompanhada com seu jeans camuflado e então sua boca começou a falar de forma ensaiada – Muito bem. Eu e Shino, como eu disse, vamos mostrar a faculdade para vocês... Então iremos formar um grupo...

Shino ajeitou seus óculos escuros sobre seus olhos, num dia nublado como estava Tóquio, aquilo poderia ser uma coisa esquisita para quem tinha uma visão perfeita. As mãos esbranquiçadas de Shino colocaram a folha em frente a seu rosto, começando a ler os nomes em uma chamada objetiva de grupos.

– Estão todos aqui, menos Sakura Haruno sem curso ainda e Uchiha Sasuke em economia.

– Vamos fazer a viagem com menos duas pessoas, então. – Lee deu os ombros, aquilo não parecia um problema para se preocupar. – Então... Aqui é o campus... Lá atrás fica o estacionamento...

Ninguém estava realmente ansioso para se tornar universitário, assim como ninguém realmente ligava para onde ficava a máquina de salgadinhos e o prédio de física. Na verdade, eram poucas coisas que todos ligavam no geral.

Ino tinha sua boca aberta por um bocejo e suas mãos segurando firmemente a ponta da manga de seu casaco. Escondendo sem pudor as marcas em seu pulso. Considerava-se grata por Gaara não ter feito muitas perguntas na formatura desde aqueles relatos de que cortava os pulsos. Mas, naquela época, tudo piorava. O dia que sua mãe havia ido embora se aproximava. Ainda se lembrava de ter ficado com seu ursinho de pelúcia nos braços sentada encolhida no chão de seu apartamento, esperando seu pai de noite.

Perguntava-se se tudo era tão terrível como parecia ser ou se era apenas azarada de ter tido uma mãe que a abandonara no meio da noite. Seus dedos roçaram sobre os cortes em seu pulso. Era algo completamente vergonhoso, compartilhar a própria dor com alguém.

–----X----

...To be continued...

Notas adicionais:

*Entomologia – ciência que estuda os insetos.



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Notas finais do capítulo

Gostaram? Espero que sim!
Deixem os comentários de vocês falando o que acharam do capítulo ou o que acham da história e também sobre a possível segunda temporada. =)
O próximo sai em breve.
Nos vemos nos review's!
Kisses and more kisses!
H_S