Amor. Um Sentimento Terrível. escrita por camila_guime


Capítulo 3
Últimos Momentos de Calmaria


Notas iniciais do capítulo

Obrigada pelo apoio pessoal!
Eis aqui mais um capítulo pra vocês!
Boa leitura!



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Cap. 03

Últimos Momentos de Calmaria

Jacques Malfoy andava passadamente pelos corredores de Hogwarts, se afastando da ala dos professores, quando se deparou frente a frente com seu sobrinho distante. Ambos se encararam com pouco afeto para quem se diziam “parentes”.

― Draco...

― Jacques. – O garoto não deu sinais de intimidação, e manteve o ar soberbo e sublime.

― Como vai com sua colocação? Espero que se adeque. Ouvi dizer que não costuma confraternizar com os de outras casas...

― Não confraternizo com estranhos em geral... – Ironizou o garoto. ― Parece que não está tão ocupado quanto eu... Com licença...

Draco tentou passar, mas Jacques o fez parar falando:

― Não pense que eu, como uma espécie de parente distante, irei facilitar qualquer coisa para você.

Draco olhou por cima do ombro.

― Não pense que vou permitir que se ponha no lugar superior além do que realmente é: um mero professor a mais aqui nessa maldita escola!

― Não, não penso. Mas com autoridade posso dizer que está indo pelo caminho errado. – Jacques replicou rudemente. ― Alunos não têm o que fazer na ala docente. Trate de voltar, a menos que queira ter trinta pontos a menos para começar...

Dravo virou-se já bravo.

― Você não pode... Você por acaso...

― Sou o professor responsável pela Magia Real, e posso fazer isso!

Draco estancou. Não tinha ouvido essa parte da conversa enquanto espiava os professores mais cedo. Ao se lembrar de um detalhe, seu sangue subiu à cabeça.

― Então foi você? Você colocou a mim e a nojenta da Granger juntos? E como se não bastasse, nos...

― Os coloquei como parceiros, sim! Agora ficou claro por que eu encontrei isto na porta da sala de reuniões... – Jacques tirou do bolso um par de Orelhas Extensíveis ― Você estava espionando...

― Diga o que quiser... Isso poderia ser de qualquer um! – Draco deu de ombros.

― É, mas você acabou de confirmar que sabia de informações das quais aluno nenhum foi informado.

― E o que você pode fazer a respeito disso?

― Poderia denunciar à Mcgonagall.

― Seria sua palavra contra a minha, e uma prova vaga sem substância alguma.

Draco respondeu, rebarbado, e saiu em direção aos jardins, desistindo de ir à ala dos professores. Mas antes de sumir, pôde ouvir Jacques dizendo:

― Pode se considerar com vinte pontos a menos!

Hermione terminava de explicar aos amigos sobre o pouco que captou de Jacques Malfoy naquele momento no corredor, com Draco. E falou sobre sua opinião a respeito do fato de um Malfoy desconhecido ter, de repente, virado professor de DCAT em Hogwarts.

— Acha que ele é um espião ou algo assim... – Harry concluiu por ela.

— Poderia ser não é? O estranho é: como Dumbledore não pensou nisso? – Hermione pôs a mão na testa, intrigada.

— Dumbledore já passou do tempo, - concluiu Rony. — Não que eu queira falar mal, mas... Ele não age, muitas vezes, com uma ingenuidade que não lhe cabe? Quer dizer... No primeiro ano ele deixou Quirrell entrar, no segundo, o idiota do Lockhard, mais tarde um Moody falso... Quer dizer... Onde estão os critérios para admitir professores hoje em dia?

Aquilo fez os amigos refletirem. Gina foi a primeira a se pronunciar depois de um tempo.

— Mas não vamos ficar sem nos ver, não é mesmo? Mesmo estando em células diferentes, não vão nos proibir de circular, vão?

Hermione suspirou.

— Eu não teria tanta certeza.

Harry se jogou de costas no sofá, desabando sobre o encosto.

— Eu não aguento!

Gina apertou-lhe a mão discretamente, gesto que não passou despercebido por Ronald. Antes que ele interviesse, Hermione pegou a mão de Rony de um lado e a de Gina do outro.

— Não vamos ficar sem nos ver. – Ela determinou. — Quer dizer... Gina e Harry estão na mesma Célula, e eu e Rony vamos dar um jeito para encontrar todos assim que possível, caso nos proíbam de circular. Eu vou estar na cola do Malfoy, digo, do Jacques. Vou fazer umas pesquisas e descobrir o que puder. Vou analisá-lo e vocês não precisam se preocupar com isso agora.

— É, mas você vai ficar bem não vai? – Rony quis saber. Hermione corou. — Me refiro ao fato de metade da Sonserina ter ficado no seu grupo, e do babaca do Malfoy.

— Ah, sim, claro! – Hermione tentou soar o mais segura possível. — Mas agora... Vocês não iam sair?

— Claro! Hogsmeade! – Rony sobressaltou. — Para onde íamos mesmo?

Gina e Harry se entreolharam.

— Eu ia até Dervixes e Bangue, - disse Harry impreciso.

— Eu ia até Café Madame Puddifoot – Gina arranhou a garganta.

O cérebro aguçado de Hermione percebeu a nota em falsa que escorregou pelo tom deles, e logo entendeu por que Gina ficara tão nervosa de manhã cedo com a possibilidade de estar um dia ruim... Então, antes que Rony decidisse perguntar o que eles fariam ou dar a ideia de todos saírem juntos, Hermione se pronunciou:

— Eu acho que estou fraca demais pra sair... – O que era notável pela palidez de seu rosto. — Acho que vou ficar. Gostaria de me fazer companhia, Ron?

Ronald quase tossiu ao ser pego de surpresa. Harry e Gina se entreolharam de novo, entendendo o desvio de Hermione.

— Claro Hermione! – Rony apertou a mão da amiga. — Pode contar comigo.

— Então Harry e Gina podem ir e... Fazer o que tem que... Fazer. – Hermione hesitou com medo do que isso poderia significar. — Mas voltem cedo, precisamos nos falar antes de irmos para nossas células...

— CLARO! – Harry e Gina concordaram com ênfase.

— Até logo, - Harry se curvou para abraçar Hermione, dando um toque no ombro de Rony em seguida.

— Tchau gente! – Gina acenou andando rapidinho até a saída do salão comunal.

Os dois deixaram o cômodo sob o ruído da porta fechando. Hermione e Rony se encararam depois do silêncio imperar. Só então notaram a solidão do salão comunal: quieto, parado, arrumado e limpo...

Rony assobiou, sem saber o que mais fazer, e Hermione olhou para a lareira seca. Malfoy e suas repentinas atitudes deste dia invadiram seus pensamentos. Por que Draco ficara tão nervoso com a história das Células? Por que ele acharia que Hermione poderia o impedir de se luvrar disso? E então, o segundo malfoy atravessou sua mente: Jacques. De onde ele surgiu? Com que propósito? Não poderia ser à toa que Dumbledore o pôs para dentro...

Então, de repente Hermione sobressaltou:

— Rony, onde está a Capa da Invisibilidade do Harry?

— O que? – Rony virou-se para ela.

— Você pode pegar pra mim? Eu tive uma ideia. Você vem comigo, mas não podemos ser pegos...

— Hermione, - Rony começou assustado — quando você fala assim dá até medo...

Hermione sorriu entusiasmada com sua ideia.

O dia ensolarado fazia Hogsmeade fervilhar de bruxos, anões, duendes e várias outras criaturas entre suas ruas tortuosas. Alguns alunos de Hogwarts, conhecidos de Harry e Gina, também passeavam por lá naquele fim-de-semana, mas ninguém dava muita atenção a quem encontrava, havia muitas coisas a fazer, para aproveitar.

Harry e Gina chegaram até Dervixes e Bangue. A loja possuía praticamente todo tipo de artigo mágico que poderiam querer. Suas prateleiras abarrotas e amontoados de mercadoria por toda parte constituíam o ambiente.

— Harry, por que quis vir aqui mesmo? – Gina perguntou. Notava-se seu tom de insatisfação.

Harry parou colocando-a bem a sua frente atenciosamente.

— Eu já disse: se vamos participar dessa empreitada, precisamos renovar umas coisas... A gente vai para um lugar melhor depois, eu prometo! – O rapaz piscou um olho e sorriu persuasivo.

Gina sentiu como se houvesse bolhas de ar no estômago e odiava quando Harry a convencia com aqueles olhinhos verdes. Mas dessa vez não cederia fácil.

— Harry, você está encarando isso de forma exagerada. Não é uma “empreitada”. O que acha que de mal pode acontecer se estaremos o tempo todo dentro de Hogwarts?

— E como você pode ter certeza disso?

Gina rolou os olhos e segurou o rosto de Harry nas mãos.

— Harry, eu acho que anos de perseguição te deixaram paranóico.

— Gina, Você-Sabe-Quem está trezentos e sessenta e cinco dias por ano atento. Ele quer o poder de volta. Nossa pior fraqueza seria relaxar, esquecer. E eu tenho certeza absoluta que, se ele está sabendo dessa “nova forma avaliativa” em Hogwarts, ele vai dar um jeito de tirar proveito. E não, eu não estou paranóico!

Gina sorriu, agora era sua vez de ser persuasiva.

— Harry, - passou os braços ao redor do pescoço ele, — Você-Sabe-Quem não vai pisar em Hogwarts. Mas se ele fizer isso, a gente vai ter que lutar como, de qualquer forma, faremos um dia... Você passa trezentos e sessenta e cinco dias por ano pensando nisso! – Ela rebateu. — Só por um momento, um dia, por favor, se permita ser apenas você mesmo!

Harry não tinha notado de verdade até então: sua vida, todos seus dias, em todos esses anos em Hogwarts, noventa por cento de sua preocupação esteve voltada para este problema. Certo, era um problema vital, mas agora, vendo Gina ali, implorando por um pouco de humanidade para ele mesmo, realmente sua auto-negligência pesou.

Harry suspirou e abraçou a cintura de Gina cautelosamente.

— Certo. Eu vou tentar agir com naturalidade. – Ele viu a ruiva sorrir mais satisfeita. — Mas como estamos aqui, eu vou levar ao menos um Bisbilhoscópio novo e um Espelho dos Dois Sentidos, já que vamos ficar separados dos outros!

Harry pegou Gina pela mão e a arrastou consigo para dentro da loja abarrotada. Ele nunca dava o braço a torcer, teimoso como sempre!

Mais tarde, Harry cumpriu o prometido e, depois de comprar um par de Espelhos de Dois Sentidos para cada um de seus amigos mais um Bisbilhoscópio para Rony e ele, seguiu com Gina em direção a uma montanha que havia ali perto. Não chegaram a subir por ela, mas havia uma árvore às redondezas, onde se sentaram na sombra, aproveitando o vento fresco do verão.

— Ótimo: dia de Harry Potter me levar para lugares diferentes! – Gina brincou sorrindo. — Por que aqui?

Harry passou um braço ao redor dos ombros dela.

— Sírius se refugiou nessa montanha por um tempo quando voltou para Grã-Bretanha.

— Sente muita falta dele... – Gina analisou.

— Muita.

O vento assoprou o cabelo de ambos para trás, e deixou as lembranças de Harry se assentarem. Minutos depois, Gina recomeçou:

— Estou preocupada com Rony... – Gina comentou sentando no chão e encostando-se ao ombro de Harry.

— Nem me fale. Ultimamente ele tem...

— Notado?

— Fechado o cerco, na verdade. Ele quer descobrir! Se não fosse o quadribol e... Bem... Algumas fãs dele... – Harry arranhou a garganta. — Aposto que ele estaria agora mesmo com a minha capa da invisibilidade vindo atrás da gente!

Gina riu.

— Eu tenho um irmão paranóico!

— E ruivo também! – Harry zoou.

— EI! Eu também sou ruiva! Algo contra isso?

Harry riu e beijou os cabelos de Gina carinhosamente.

— Claro que não! Absolutamente.

Na Seção Reservada da biblioteca, dois pares de pés andavam tentando não fazer barulho por entre as estantes. Debaixo da capa da invisibilidade, Hermione enchia os braços de Rony com livros pesados.

— Hermione, você tem ideia do quanto isso aqui está desconfortável? – Rony cochichou.

— Aguenta mais um minuto Ron! – Hermione disse puxando um outro livro da estante.

— Você pode ler sentada ao menos?

— Ah! Está bem! Vem, com calma, vamos até aquela mesa...

Os dois andaram cautelosamente até uma escrivaninha. Hermione encantou as cadeiras para se posicionarem para eles silenciosamente. Rony sentou descarregando os braços, mas mantendo a capa sobre ele, Hermione e o livro que ela folheava: “Famílias Reais do Mundo Bruxo”.

— Acha que ele pode estar por aí? – Rony cochichou chegando próximo ao ombro de Hermione para ler com ela.

— Os Malfoy foram da realeza antigamente não?

— Na verdade foram apenas “sangues-puros”, eu acho...

— Ron, isso era a mesma coisa que ser o Rei da Grã-Bretanha na época! Brutus Malfoy foi editor de Feitiçaria Aguerrida e anti-trouxa. Está em Beeddle, O Bardo.

— Eu conheço Beeddle, Hermione – Rony se defendeu. — Mas daí a achar algo sobre Jacques num livro de árvores genealógicas reais já é querer demais! Ele não era da família até pouco tempo, lembra?

— Sei, mas e se Abraxas Malfoy tivesse grafado algo sobre uma esposa antes da propriamente dita avó de Draco?

— Bom... Tomara que esteja certa então!

Rony tirou por menos, mas a psicose de Hermione pela família Malfoy estava começando a ficar cansativa. Já passavam da hora do almoço nessa história. Ele queria sair debaixo da capa e dar uma volta pelos campos de Hogwarts e de quadribol antes de ficar muito tarde. Pensando nisso, nem se deu conta de que ficara ali, apoiado no ombro de Hermione enquanto ela lia intensamente aquele livro velho, escrito ainda à mão. Cada família teve um representante que grafou pelo menos uma parte da própria árvore genealógica ali, então Rony não se dava ao trabalho de desvendar as caligrafias antigas.

— Não pode ser! – Hermione sobressaltou de repente, fazendo Rony se afastar dela.

— Que diabos?

— Droga!

Hermione virava a frente e a costa da mesma página freneticamente como se tivesse perdido algo nela. Rony prendeu as mãos dela sobre o livro para ela parar.

— O que foi? – Quis saber.

— Eu... Eu acho que estava aqui! – Ela apontou nervosa para uma parte do livro.

Lá as palavras estavam borradas, como se alguém tivesse desistido de escrevê-las e esfregado a tinta ainda molhada. Logo em baixo do borrão, o nome da avó de Draco ligado ao de Abraxas.

— Eles dois geraram Lúcio, que casou com Narcisa e daí...

— Veio Draco. Eu já saquei! – Rony bocejou entediado.

— Se você não queria estar aqui, por que ficou? – Hermione brigou com ele pela grosseria.

— Desculpa, Hermione, mas se você não percebeu, estamos aqui há horas, e até agora só ouvi falar em Malfoy. Acho que não te contei: esse não é um assunto muito divertido pra mim! E, aliás, eu fiquei por que você me convidou e eu queria te fazer companhia, não aprender a família do Draco!

Hermione viu o olhar cansado no rosto de Rony, e sentiu um aperto no peito.

— Ok, desculpe. – Disse ela pondo o livro sobre a mesa. — Vamos comer algo, e andar por aí... Acho que aqui não há nada mais para saber...

Rony suspirou, aliviado, e esperou que Hermione encantasse cada livro de volta para o lugar. Ele a viu arrancando a página da árvore genealógica Malfoy, mas preferiu nem tocar no assunto agora que estava preste a dar o fora dali.

Certificou-se de que a capa ainda os cobria perfeitamente e, a passos leves, ambos se retiraram da Seção Reservada. Hogwarts ainda estava bem ensolarada, e sentiram um alívio enorme ao se despirem da capa quando chegaram às escadas dos dormitórios, distantes dos olhares dos demais grifinórios no salão comunal.

― Vá guardar a capa de Harry, eu te espero lá em baixo. – Hermione disse descendo enquanto Rony subia noutra direção.

Amontoados nos sofás e poltronas da confortável sala da Grifinória, amigos jogavam conversa fora. Uns conjuravam cata-ventos para tentar refrescar o ambiente. Os metais e o dourado das peças de ouro reluziam no cômodo com a luz que adentrava pelas janelas escancaradas.

 ― Hei! Hermione! – Simas chamou esticando o braço numa roda de amigos. ― Mal a vi hoje! Olha, você viu a lista...

― Sim. – A garota tentou não soar com preocupação. ― Pelo menos somos nós dois lá!

― Eu estava falando com Dino. Vai ser uma experiência e tanto: ser colegas de casa da Sonserina.

― Ah, nem me fale! – Hermione expirou tensa só de imaginar.

― Será que Dumbledore iniciou tudo isso numa experiência para dissolver as casas pra sempre?

― Olha... Eu não sei.

Simas passou o braço por cima do ombro da amiga.

― Mas vamos representar a casa lá, você vai ver!

― Claro! – Hermione sorriu, se sentindo um pouco melhor a respeito de toda essa mudança. Pelo menos Simas estava confiante, e já era de muita ajuda.

― Hei! Hermione! – Chamaram novamente. Hermione e Simas olharam sobre o ombro. Rony vinha descendo e adentrando no cômodo. ― Vamos logo, eu estou morrendo de fome! Oi Simas!

Rony não deu tempo para o rapaz responder e saiu do salão comunal levando Hermione pela mão. Antes de a porta bater, cochichos sobre eles começaram lá dentro. Hermione destingiu uma frase dita por alguma menina. Algo como: “eles estão juntos? Como assim? Não pode ser!”.

― Rony, vai com calma! Vai me fazer tropeçar nessa velocidade! – Hermione reclamou.

― Foi mal! Eu nem percebi...

Os dois regularam o ritmo e seguiram em direção à cozinha, pedir qualquer lanche para os elfos já que o almoço já havia terminado. No caminho, Rony esbarrou com uma Lufa-Lufa no corredor.

― Vê se presta atenção por onde... Ronald! – A garota se espantou e começou a corar como um tomate.

― Foi mal. Com licença... – Rony ia passando quando ela interveio.

― Não! Ai, eu nem acredito! Me dá um autógrafo!

Ele e Hermione pararam surpresos.

― O que?

― Você foi incrível no último jogo! Eu sei que foi contra a Lufa-Lufa, mas ainda assim eu torcia por você. Merlin! Você é maravilhoso...

Ela tagarelava enquanto tirava um caderninho da bolsa e jogava-o no peito de Rony, junto de uma caneta rosa de fru-fru violeta. Enquanto isso, Hermione cruzava os braços e esperava, assistindo aquela ceninha. Foi mais de dez minutos de “Rony, você é isso” pra lá e “Incrível, lindo” pra cá, autógrafos para quase toda a família dela, e muita rasgação de seda.

― Ai, muito obrigada Ron! – A menina deu um saltinho e um beijo no rosto de Rony.

Quando ela se virou para ir embora, Ron se voltou para cara entediada de Hermione, retomando a caminhada.

― Você viu isso? – Começou envaidecido, rindo como um bobo. ― Ela me pediu autógrafos! Dá para acreditar?

― É, incrível, você nem joga tão bem assim! – Hermione ironizou, mas nem isso irritou Ron.

― Você não entende... Foram meus primeiros autógrafos! Eu nem acredito! Espere até papai saber, acho que dessa vez vou ganhar um bastão de ouro!

― Rony, você não viu? Ela não veio por você, veio pelo seu jogo, ela é uma tonta!

― Ela torce por mim!

― Enquanto você está ganhando!

― O que foi Hermione? Você só ficou com ciúmes!

― Faça-me rir, Ronald! Viu isso? Ela disse “ai, muito obrigada Ron!” – Hermione fingiu um tom nojento. ― Ela nem te conhece! Reparou que ela nem se deu ao trabalho de olhar pra mim?

― E por que ela faria isso? Sem ofensas...

― Será que é por que um dia desses eu a ajudei na aula de feitiços? Se não fosse eu, ela não teria tirado uma boa nota! Mas não, parecia que eu era uma parede ali!

― Mione, você pode falar o que quiser, mas eu estou muito feliz! É meu trabalho sendo reconhecido!

Rony seguiu em frente orgulhoso, e Hermione não pôde deixar de perceber que era uma das primeiras vezes em todos esses anos que Rony realmente estava satisfeito com ele mesmo. Guardou sua carranca para si mesma e foi atrás dele. Pegaram uns bolinhos e umas frutas da cozinha, e foram para as proximidades do campo de quadribol passar à tarde.

― Gui e Flair estão juntos, e parece que está dando certo. – Rony comentava. ― Tudo bem, foi uma poção do amor, mas é válido, não?

― Não sei, me parece trapaça.

― Ele está feliz, ela também.

― Olhando por esse ângulo... – Hermione ponderou. ― Mas ainda assim não sou a favor. Pensa bem, e se você gostasse de outra pessoa, mas eu fizesse uma poção pra você... Se um dia você soubesse, como se sentiria?

― Não sei, mas eu já ia estar apaixonado por você, então talvez não fosse tão ruim...

Hermione sentiu as bochechas esquentarem enquanto Rony a encarava. Sorriu sem jeito.

— Veja! – Hermione apontou para um ponto no ar.

— Uma borboleta? – Rony chutou.

— É uma Doxy, não se engane. São venenosas. Hagrid esteve atrás de veneno para elas.

Rony assentiu, mudo. Hermione era muito perspicaz mesmo, e naquele momento, Ron não tinha muita certeza de como as coisas ficariam sem ela por ali. Passou-se mais algum tempo em que ambos apenas ficaram sentados na grama, até que a tarde foi se aprofundando, e como se um relógio soasse dentro do cérebro de Hermione, a impressão de que a hora ir estava chegando surgiu.

— E vai ser daqui a pouco... – Disse ela.

— Está tudo bem ainda? – Ron perguntou se levantando.

— Não tenho como saber... Ainda. – Hermione agarrou a mão dele para se erguer do chão. — Vamos para o salão comunal, precisamos ver se Harry e Gina já chegaram. Precisamos arrumar nossas coisas...

Ambos iniciaram a caminhada de volta. Ao longe, Rony perguntou:

— Hermione, você tem notado algo diferente entre Harry e Gina ou e coisa da minha cabeça?

Hermione segurou o sorriso.

— Puramente da sua cabeça Ron!

Continua...


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Notas finais do capítulo

Continuo agradecendo pela participação de vocês.
E o que acharam desse cap.? Da história?
Espero vocês. Até a próxima!
Mila.