Amor. Um Sentimento Terrível. escrita por camila_guime


Capítulo 20
A Surpreendente Simulação de Batalha


Notas iniciais do capítulo

Gente, a coisa vai começar a não prestar, e eu vou começar a pirar com esse tipo de cap. Enfim... Vocês vão entender no final do capítulo.
Boa leitura!



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Cap.20

Draco apertou Hermione como se esperasse que aquele abraço pudesse se tornar perpétuo. Seria bom não ter que ver o que aconteceria dali para frente, e cristalizar naquele momento. Mas logo em seguida, Hermione imprimiu uma pequena distância entre eles, encarando Draco sem se preocupar em esconder as dúvidas ou o medo.

— Não sai. – Começou Draco, a voz imprecisa. — Não sai de jeito nenhum... Eu não queria. Eu... Eu tentei tirar, mas...

Hermione segurou o rosto do garoto entre as mãos.

— O que fizeram com você? – Perguntou sem esperar resposta, e tornou a abraçá-lo.

— Eu tenho medo de nunca poder deixar de ser um comensal cem por cento. – Admitiu Draco. — Quanto mais eu tento, mais se aprofunda...

E a tarde se esvaiu exaurida. Não havia mais nada que contestar, que debater. Estava mais claro que nunca, principalmente para Hermione: não importava o quanto tivesse que lutar, e como seria doloroso; estaria sempre do lado de Harry e Ron, mas não abandonaria Draco por nada. Ainda que não pudesse ficar com ele, e que não pudesse prever quando aquele verme da morte o forçasse a fazer coisas ruins, tentaria ajudá-lo a ser forte, assim como faria com quem quer que precise.

No dia seguinte, todos tomavam café ao ar livre. Não estava mais um sol brilhante e quente, pelo contrário, era um céu completamente branco – sem chuva, sem sol. Mas estava tudo fresco, como se a noite chuvosa tivesse lavado tudo de ruim da terra. Pena que era só “como se”...

Quando saiu da barraca, Hermione viu Harry e Rony na mesa de piquenique bem de frente para a barraca de Varinhas de Fogo e Razão da Magia. Hermione acenou sorridente para eles. Do outro lado do espaço, quase à margem da clareira, estava Draco, sentado na mesma mesa com Crabbe e Goyle, mas estes dois não pareciam conversar com ele. Então, surpreendendo bruscamente a todos, mas principalmente Ronald e Harry, Hermione foi até Draco, dando a ele um amistoso e carinhoso abraço de bom-dia.

Num canto do espaço, ouviu-se um estalido, e Pansy Parkinson, que quebrara um talher, se retirava de volta para tenda parecendo ultrajada. Depois, como se o que fez houvesse sido a coisa mais básica do mundo, Hermione se dirigiu à mesa de Harry, sentando-se, como sempre, na ponta do lado do amigo.

— Bom dia! – Desejou.

— Oi... – Desengasgou Harry e Gina. Rony parecia incapaz de falar com a colher de mingau ainda dentro da boca, como se tivesse esquecido disso.

— Nossa, que manhã tranquila!

— Tomara que não mude! – Disse Gina temerosa.

Rony demorou mais uns trinta segundos para lembrar da colher, e mais um minuto para conseguir desviar o olhar afrontado da direção de Hermione, e mais algum tempo para voltar a remexer na comida, sem conseguir engolir mais nada.

Na verdade, o clima estático só se quebrou quando se ouviu um apito forte e agudo. Era professora Aurora Sinistra.

— Bom dia alunos! Já terminou a hora do café. Vamos para nossa atividade do dia: hoje vou ensinar uns tópicos de História da Magia para vocês! Temos uma sala de aula improvisada logo ali, então, sigam-me!

No caminho Hermione e Harry foram ao fim do grupo.

— Hm... Mione?

— Oi?

— O que foi aquilo? – Perguntou Harry.

— O que?

— Aquele abraço no Malfoy. – Cochichou. — O que houve com aquela conversa que tivemos?

— Eu pensei, e pensei, e pensei, e descobri que posso condicionar e equilibrar essa relação. – Hermione disse calmamente, fazendo Harry ficar confuso. — Na verdade, percebi que você e ele até que tem coisas em comum!

Os olhos de Harry quase saltaram das órbitas nessa hora.

— QUE?

— Sim! Vocês dois cresceram sozinhos e praticamente sem afeto. Só que você não tinha pais, o pior de Draco é que ele tinha, mas os dele não prestavam. Vocês não tinham amigos até entrar em Hogwarts, a diferença é que você nos encontrou primeiro e deu sorte, por que Draco só encontrou gente ruim... Além do que, vocês dois tem cicatrizes, só que as dele são de aulas e torturas, e a sua é de... Ah, você sabe!

— Estou perplexo Hermione!

— Eu sei... – Hermione deu o assunto por encerrado e alcançou o princípio da turma, já chegando perto da “sala” improvisada que Aurora falou.

E realmente havia, mas não passava de um enfileirado de carteiras numa parte perto do muro de Hogwarts, sob um toldo mágico, que parecia flutuar em cima do espaço.

— O assunto serão guerras. As Grandes Guerras Mágicas dos Últimos Séculos. Vamos entender como as guerras bruxas funcionam. Como antigamente sofreu influência de táticas e métodos trouxas, no preparo das estratégias, e como e por que essas guerras ocorriam.

Hermione se sentiu feliz, como não podia imaginar que se sentiria depois de ontem. Durante o estudo, a professora pediu que ficassem em trio e claro, o tradicional trio Harry, Rony e Hermione se juntaram. E mesmo com raiva dela, Rony foi obrigado a interagir, o que permitiu a Hermione deixar claro o suficiente que não mudou nada com eles, apesar de não ter desistido do afeto que sentia por Draco.

Como eram alunos demais, professor Edward Scott foi dar a mesma aula para a outra metade dos alunos, que permaneceram de duas em duas células.

— As últimas guerras mais importantes do último século não fugiam ao motivo de tantas outras: poder. Mas o que diferenciou foi o tipo de poder. Não tinha a ver com posse de terra, divisão de países ou distinção de classe. – Contava Aurora. — A penúltima grande guerra tinha a ver com a posse de três valiosos bens mágicos, conhecidos como Relíquias da Morte.

Nesse momento, Harry e Hermione se entreolharam, assustados. Rony ficou brevemente confuso.

— Espera! – Cochichou ele. — Não são aquelas...

— Que eu te contei! Que Dumbledore me falou! – Sussurrou Harry.

— Foi o que eu pensei.

— Silêncio! – Pediu Hermione.

As Relíquias da Morte são três artefatos altamente poderosos, e diz a lenda que foram entregues pela própria Morte a três irmãos, que sobreviveram a uma situação na qual, na verdade, deveriam ter morrido. Uma das relíquias era uma varinha, a Varinha das Varinhas, muito poderosa e invencível. A segunda relíquia era uma pedra, a Pedra da Ressurreição, que como pressupõe o nome, tem o poder de ressuscitar aquele que o dono da pedra desejar ter de volta. E por fim, a última relíquia: uma capa, a Capa da Invisibilidade, que torna quem a veste invisível.

“Houve uma época que essa lenda se tornou uma febre. Bruxos e bruxas no mundo inteiro buscavam por essas relíquias em nome do desejo pelo poder. Grandes bruxos altamente conhecidos participaram desse grupo de ambiciosos, e houve muitas matanças pelo mundo. Contudo, nunca nenhuma evidência foi encontrada. Essa guerra também é conhecida como Guerra Silenciosa. Não havia realmente uma batalha, era uma busca secreta, a partir de estudos que bruxos executavam incessantemente em busca de evidências. Famílias bruxas ficaram conhecidas por se dizerem “donas” dessas relíquias, mas como já disse antes: não houve evidências materiais de nada”.

Maior parte dos alunos, tanto de Edward quanto de Aurora, nunca tinha ficado tão intrigada numa aula. Tratar de algo sem evidência fez o pessoal ficar agitado, discutindo entre si se acreditavam ou não na história, se achavam ou não verdade.

— Viagem! – Determinou Hermione.

— Como pode ser? – Contestou Harry. — Você ouviu! E além do mais, existem evidencias sim! Minha capa! – Sussurrou Harry quase inaudivelmente.

— Um presente da Morte? – Hermione duvidou. — Ok. E cadê o dono invencível da Varinha das Varinhas? Cadê o senhor da Pedra da Ressurreição? Onde estão esses bruxo, ou esse bruxo agora? Será que de repente essa ambição se extinguiu? Será que como dono desses artefatos eles decidiram se aquietar e viver uma vida normal?

— Bem... Talvez! – Disse Rony. —E s a capa do Harry for realmente o que achamos que seja? Nem por isso ele sai por aí querendo governar o mundo ou correndo atrás das outras duas relíquias, não é Harry?

— Claro.

— Certo, me procurem quando tiverem tirado isso da cabeça! – Hermione disse se afastando dos meninos e seguindo para a tenda.

— Cabeça-dura! – Rony xingou.

As horas se passaram e, quando menos esperaram, uma figura conhecida desaparatou no meio do acampamento. Harry foi o primeiro a se manifestar.

— Professor Dumbledore!

— Olá, alunos!

— Oi professor! – Disse um coro de vozes.

— Como vão? Espero que bem. Bem... Estou só de passagem mesmo! Hm... Só vim para me certificar de como andavam as coisas.

— Hm... Professor? – Chamou Harry. — Eu acho que professor Edward queria conversar com o senhor. Ele está na floresta.

— Certo. Mostre o caminho Potter! – Disse Dumbledore deixando Harry ir à frente.

Harry já sabia do que se tratava, e achou que tinha dissimulado bem o suficiente para não levantar suspeita para os demais alunos. Quando já estavam no meio da floresta, pararam.

― Para onde vamos? – Harry perguntou, mas Dumbledore pareceu não ouvir.

― Tem que me prometer que vai fazer o que eu disse Harry. Exatamente o que eu disser, independente do que você ache.

― Mas professor...

― Prometa. É de extrema importância que eu tenha a certeza de que vai fazer somente o que eu disser.

Harry sentiu um repentino calafrio. Voltou-se diretamente para Dumbledore, decidido.

― Certo. Eu prometo.

No acampamento, Hermione já imaginava o que estava acontecendo. Sabia que não veria Harry àquela noite. E temia por não saber quando ele voltaria, onde estava, como agiriam... Mas não teve muito tempo para pensar sobre aquilo no momento, por que o professor Jacques chegou ao acampamento deles, junto com Vector, Aurora e Edward, chamando todos para uma tarefa.

— Vamos rápido, juntem-se aqui! – Chamou impaciente.

— Dividam-se em célula! Minha célula vem para esse lado! – Orientou Vector.

— Razão da Magia aqui comigo! – Comandou Aurora.

— Varinhas de Fogo, rápido! Sem bagunça! – Gritou Edward.

— Prestem atenção! – Iniciou Jacques. — Hoje vocês terão um simulado prático de guerra. O alvo a ser protegido é Hogwarts. Nós, professores, e outros bruxos seremos os invasores, e vocês terão de usar seus conhecimentos práticos para impedir que a escola seja violada.

— Nós vamos ficar ao Norte! – Disse Septima.

— Varinhas de Fogo à Leste e Razão da Magia ao Oeste! – Anunciou Edward.

— Maria Real, vamos para o Sul! – Disse Jacques já convidando seus alunos a seguirem-no.

Já era meio para fim de tarde e aquele céu branco matutino deu lugar a um batalhão de nuvens que se aproximavam vindas do horizonte. Depois que cada grupo se chegou às regiões de terminadas, por meio de aparatação, cada aluno encontrou uma vassoura com seu nome gravado no cabo. Hermione sentiu o sangue gelar.

— Vamos lutar no ar?

— Sim Srtª. Granger! – Respondeu Jacques. De repente, um ribombo de trovão fez a informação parecer pior que já era, pelo menos para Hermione. — Parte de vocês vai defender indiretamente ficando do lado de dentro da propriedade, e só agirão caso a outra metade falhe e permita a quebra da barreira de feitiços. Já apostos! – Comandou.

Os alunos todos se içaram na vassoura e alçaram voo. Planando a determinada distância do chão, Jacques foi selecionando quem ficaria do lado de dentro dos muros, quem ficaria do lado de fora. Simas foi o único conhecido de Hermione que ficou dentro, os demais eram sonserinos com os quais ela não falava. Ela e Draco ficaram do lado de fora, com mais Pansy Parkinson e Blásio Zabini. Ventava muito lá em cima, e um outro trovão fez Hermione dar um gritinho abafado.

— Tudo certo aí Hermione? – Perguntou Draco.

— Não! – Ela choramingou agarrando-se à vassoura.

— Calma, só se concentre! – Disse Draco pareando-se a ela. — Equilibre-se numa mão só, vai precisar da outra para atacar.

— Eu não gosto de voar!

— Eu percebi nas aulas da Aurora, mas... – Draco prendeu o riso. — Só não olha para baixo.

— É fácil falar! – Replicou Hermione.

— Então deixa eu mostrar!

Draco se pôs ao lado de Hermione, perto o bastante para baterem joelho com joelho, e deixou ela se apoiar no braço e no ombro dele até que conseguisse ficar ereta na vassoura. Draco a segurando pela cintura para que não ficasse com medo de cair naquela hora.

— Segura com a mão esquerda ali. Pega logo a varinha! – Dizia Draco. Hermione puxou a varinha do bolso. — Respira fundo e olha para um ponto fixo. Aquela árvore alta ali, tente.

— Uff! – Bufou Hermione estressada.

Draco a viu se concentrando e se afastou aos poucos, permitindo que Hermione sentisse segurança para voar sozinha.

— Numa guerra, ou em qualquer situação de perigo ou agitação, é sempre bom manter o foco em alguma coisa. Sinceramente não sei como você participava daquelas aulas! – Draco segurou o riso de novo e Hermione o encarou com um olhar realmente feio. — Tudo bem, não está mais aqui quem falou!

— Então é isso? Só isso? – Perguntou Hermione mais tranquila, só que ainda tensa.

— Basicamente. Você precisa acreditar que a vassoura é a única coisa que existe, sua única base. Não há chão debaixo de você, e é na vassoura que você deve confiar. – Ensinou Draco. — Quando entrarmos em movimento, só se guie por um alvo, se não tiver, plane, isso evita ficar desorientado e cair por distração.

— Ah jura?

— É. – Draco riu. Era engraçado presenciar uma Hermione tão insegura.

— Do que você está rindo? – Perguntou rabugenta.

— Na verdade...

Mas Jacques o interrompeu anunciando o início da simulação.

Logo, o batalhão de nuvens da outra hora faiscou de relâmpagos, e o céu, já cinza, parecia engolir o dia mais rápido que o normal. Os alunos tomaram suas posições. Hermione já se esquecendo de olhar para um ponto, e começando a procurar por aonde viria o bruxo do ataque.

Algo estalava às costas dos garotos, e eles olharam para trás. Hermione viu a figura de Simas, e dos outros atrás do muro, ser distorcida por uma camada de feitiços que se desenvolvia exatamente na divisa entre Hogwarts e o lado de fora, crescendo como um paredão até curvar para dentro do terreno, protegendo por cima. Depois de estabelecidos, os feitiços formavam uma camada transparente, como se a escola estivesse dentro de uma bolha. No céu, uma verdadeira tempestade parecia se formar.

O primeiro vulto de um oponente fulgurou a uma direção, sumindo em seguida. Hermione virou a vassoura para o lado, a fim de vê-lo de novo, mas a escuridão era tudo que tinha à frente. A escura e disforme formação de copas da floresta. Foi só quando Hermione realmente percebeu: onde estavam os outros? Para onde havia ido Draco?

Sozinha, não havia um só colega ou conhecido à vista, Hermione estremeceu por dentro. Novamente outro vulto, este mais perto das nuvens, relampejou durante um clarão. Hermione subiu no ar, procurando detectar alguém para eliminar. Foi quando o primeiro ataque ocorreu. Dois invasores de uma vez. Encapuzados, não dava para imaginar quem pudesse ser. Atacaram, não a Hermione, mas à proteção de Hogwarts. Hermione achava tão estranho tentar lutar sobre uma vassoura quanto tentar andar de corda bamba fazendo acrobacias.

Draco, assim como todos, tiveram que se mover ao redor da proteção, para terem a chance de defenderem um espaço ainda maior em volta da barreira. Também acabou ficando sozinho, fora da vista dos demais. O primeiro oponente atacou a barreira com um feitiço forte, fazendo a proteção rachar. Draco, bravo, revidou sem piedade. Era comum para ele lidar com os piores feitiços ofensivos, e dificilmente hesitaria em usar um bem ruim.

Conforme o tempo se aprofundava, a tempestade parou de ameaçar, e enfim começou a cair. O céu se rasgava em raios e trovões e ventava muito frio. Rony atacava seu sétimo oponente e, para seu espanto, acertou um feitiço que arrancou o capuz dele. Era Snape. Bravo, o professor deu a batalha entre eles por encerrada, e partiu para o chão. Mas não demorou muito, outro bruxo voltou a ameaçar e Rony teve que se concentrar de novo.

Gina estava congelando até os ossos, e parecia perturbada com a tempestade, a escuridão e a preocupação com Harry. Sabia do que ele e Dumbledore estiveram planejando, mas se percebeu ainda despreparada para passar por aquela aflição. Desconcentrada, acabou sendo atingida por um feitiço, e caiu da vassoura.

Neville e os demais tinham uma luta mais clara, eram menos visados.

Enquanto isso, Draco já esperava por um próximo oponente há uns minutos, depois de derrotar vários professores e estranhos. Porém, parecia que a guerra o havia abandonado, preponderando um silêncio absurdo e agourento ao seu redor, não fosse o som da tempestade. Aquilo não podia ser bom. E assim como pressentiu, coisas ruins deram sinal de vida.

Era o som de Neferet. Não podia ser pela altura em que se encontrava, mas definitivamente a serpente estava tentando se comunicar.

“Faççççça” – Um silvo pareceu preencher o ar em volta. “Hoje à noiiite...”.

“FAÇÇÇÇÇAAA...” – Uma segunda serpente silvou.

Draco não podia estar se confundindo. Era a voz de Nagini. Aquilo o assustou mais que tudo na vida. Não estava preparado para fazer nada. Não que algum dia fosse estar: não queria fazer o que fora incumbido.

Tentando encontrar alguém que o distraísse de seus próprios pensamentos, na esperança de que estivesse alucinando, Draco voou contornando a proteção. Quando alcançou determinada região, avistou malmente à distância, alguém que deveria ser Hermione.

Hermione lutava contra quatro vultos encapuzados. Parecia manobrar razoavelmente bem a vassoura, mas estava ficando desorientada com os vultos que trocavam de posição muito rapidamente. Hermione quase não percebeu que aqueles não eram vultos comuns, pois não estavam interessados diretamente na barreira de Hogwarts como deveriam. Eles estavam interessados nela mesma.

Hermione, depois de ser ferida no braço, ficou tão irritada que lançou um dos feitiços mais fortes e ofensivos que tinha coragem de lançar contra alguém, o que arrancou o capuz do vulto que a ferira. Por um instante viu uma cabeça de longos cabelos intrincados, e um par de olhos fundos e brilhantes, meio loucos e alucinados, antes de desaparecer na escuridão.

O sangue de Hermione gelou com o nome que veio em sua mente: Belatriz Lestrange.

Dando uma guinada brusca para o lado esquerdo, Hermione saiu da direção dos outros três bruxos, já receosa de que o que tenha visto tenha sido verdade, e acreditando que os outros três também poderiam ser comensais.

Draco assistiu àquilo tendo a mesma visão que Hermione, mas diferentemente dela, ele teve certeza de que era sua nada amada tia comensal. Mas ele não podia fazer nada. Se tentasse ajudar Hermione, seria morto junto com ela. Então, Draco iniciou uma íngreme descida no ar, e planou perto do chão, deixando a luta lá em cima. Os silvos das serpentes pareciam mais forte a medida que se afastava de todos, mas precisava achar Jacques antes que uma desgraça acontecesse.

“Entrrrre... Na essssscola...” – silvaram.

“Agora não!” – Dizia Draco. “Ele não está aqui”.

“Faççççça hojjjjje...”.

Draco alcançou outra região protegida, e viu Blásio lutando contra um professor, possivelmente, pois o oponente não estava atacando com maldade. Então, Draco, por trás, arrancou o capuz do homem, descobrindo Jacques de primeira.

— O que faz aqui? Vá proteger sua região! – Comandou Jacques.

— Há um erro. – Gritou Draco tentando planar próximo do professor. — Hermione! Está sendo atacada. Não são professores!

Jacques deixou a cena em seguida, quase desaparecendo na escuridão debaixo da tempestade, voando a mil na direção em que Draco apontara. Draco foi logo atrás, cobrindo a cabeça com o capuz da capa do uniforme, tentando ocultar seu rosto, seguindo a uma boa distância de Jacques.

Hermione acabava de ser desarmada quando eles chegaram a uma distância visível da cena. Uma voz esganiçada feminina, vinda de algum lugar inexato, gritou para os vultos:

Façam agora! Acabem com isso!

Os três vultos existentes agitaram as varinhas ao mesmo tempo contra Hermione, que foi obrigada a tentar algo que nem ela mesma sabia que podia fazer.

Hermione saltou da vassoura, deixando os feitiços passarem direto, e abrirem um buraco na proteção de Hogwarts, enquanto uma energia luminosa se propagou aparentemente do nada, ofuscando a garota. Os outros a perderam de vista atrás da luz, que se expandiu, como a de um patrono, mas que tomou a forma da própria Hermione.

O céu ribombando novamente em relâmpagos e trovões medonhos enquanto os vultos encapuzados de repente pareceram começar a sufocar no ar. Se contorcendo sobre suas vassouras, agarrando o próprio pescoço, até que iniciaram uma queda livre, amolecidos e apagados. Mortos.

A luz se apagou quase instantaneamente e só então Hermione também começou a cair. Jacques se precipitou para apanhá-la antes que atingisse o chão, e os dois sumiram na escuridão da noite, indo para baixo.

Draco avistou Belatriz se afastando noite a fora até desaparatar. Mas o que viu de Hermione o impressionou mais, deixando-o perplexo. Não era uma magia usual. Não era sequer uma que ele entendesse tão bem, e tinha medo de ser a magia que passou pela sua cabeça no momento. Uma magia surpreendente, mas perigosa.

CONTINUA...


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Notas finais do capítulo

Um pouco confuso?
Bem, talvez o capítulo que vem ainda não seja O Esclarecedor, mas vai dar uma boa clareada no acontecimento.
Vocês NÃO perdem por esperar!
E por favor, me deem uma opinião:
ESSE CAP. TEM ALGUMA COISA REALMENTE RUIM? ALGO QUE EU NAO POSSA MAIS FAZER?
*pergunta.perigosa...*
Mila.