Amor. Um Sentimento Terrível. escrita por camila_guime


Capítulo 10
Clones


Notas iniciais do capítulo

Gente, estou feliz com a interação de vocês com a fic.
Obrigada
Boa leitura!



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Cap. 10

Na segunda-feira, os alunos por todas as células de Hogwarts tiveram aulas. Nas de feitiço, treinavam contra armaduras enfeitiçadas, até aprenderem a conjurar corretamente. Nas de poções, iam à prática procurar elementos que se combinasse para determinado fim. Na de DCAT, mais simulações aconteciam, só que de forma bem mais leve, ou aprendendo contra-feitiços bem mais potentes, conhecendo criaturas negras muito poderosas.

E se passaram alguns dias, se repetindo como se o tempo tivesse estagnado para aqueles alunos do sexto e sétimo ano. Manhãs e noites se concluíam e aos poucos todos começaram a se habituar ao que tinham de agora em diante: as novas companhias, o isolamento de Hogwarts, sua quase tutela sob um único mestre...

Em Varinhas de Fogo...

— Ataque! – Incentivou Edward Scott.

Harry, sob um movimento do braço, lançou um feitiço contra um cavaleiro-armadura enfeitiçado, que lançava os próprios contra-feitiços.

— ATAQUE! – Continuou Edward.

Harry investiu novamente. A armadura lançou um feitiço que jogou Harry para metros atrás.

— ATAQUE! ATAQUE! ATAQUE!

Harry se levantou sentindo o baque nas costas, mais fulo que nunca, e excitado pela gritaria dos expectadores, começou a investir contra a armadura seguidamente, sem um intervalo sequer entre um feitiço e outro. A armadura mal podia erguer a mão para tentar um feitiço, era atingida. Edward parou de comandar. Harry agia instantaneamente. Alguns alunos começaram a ficar com medo de Harry de verdade, pela fúria com que atacava. Gina nunca o vira tão determinado. Mas fora ela, quase ninguém poderia imaginar o que se passava na cabeça de Harry.

Se eles estavam sendo treinados para derrotar comensais, dementadores, e mesmo o próprio Voldemort, Harry daria o sangue para qualquer tarefa. E canalizando toda sua tensão nisso, logo a armadura não passava de um grupo de aço retorcido no chão.

Os alunos, inclusive Edward Scott, aplaudiram excitados pela vitória. Quando o próximo foi anunciado, havia inspiração mais que suficiente para treinar forte.

(...)

Ronny tinha aulas de aritmância. Estava de saco cheio sobre teorias de nomes e números, ler sorte, significados... Estava querendo mandar Vector para os ares quando ela encerrou aquele estudo.

— Eu não agüento mais calcular! – Queixou-se sozinho, já que Miguel, Ernesto e Luna estavam ocupados. Uma menina da Corvinal, London Flag se aproximou.

— Eu sou boa com essas coisas. Quer ajuda?

Rony se assustou com a repentina aproximação. Garota esguia de longos cabelos pretos e um par de olhos que mais pareciam dois botõeszinhos castanhos... Castanhos... Rony de repente sentiu uma falta imensa de Hermione, não como sentia diariamente. Sentia falta de alguém realmente interessante e inteligente com quem pudesse conversar algo útil. Certo, ela também o ajudaria muito nessa matéria, mas nem vinha ao caso.

— Jura? – Rony tentou parecer o mais apático possível.

— Sério. Você pode recorrer a mim quando quiser!

— Hum... – Ronald se sentiu acuado com o lance de cabelos dela. — Sabe... Eu já fui bom em aritmância... Conhece Hermione Granger?

— Conheço... – Disse London descontente.

— Pois é. Ela me ensinou bastante. O suficiente eu acho... – Rony tentou se sair. Puxou a mochila da mesinha e se levantou. — É. Hermione... Saudade dela... Até mais ver colega!

E Ron deixou London sentada sobre sua mesa enquanto caminhava para o espaço aberto que tinham na clareira onde estavam instalados.

(...)

A noite caiu chuvosa. Hermione estava sentada no peitoril da janela do minúsculo quarto que não precisava dividir com ninguém. Teve um dia longo e muito cansativo. Jacques os fizeram lançar feitiços nocivos uns nos outros, para testarem o poder de bloqueio de cada um. Hermione quase estuporou Draco no mais alto grau, mas o garoto conseguiu aplacar o feitiço. Em contrapartida, ela foi quase posta em chamas com uma serpente de fogo que não só foi lançada, mas que atacava sozinha contra o escudo de Hermione. Contudo, ela não contou o acontecido a Harry e Rony naquele dia. Eles teriam exagerado e planejariam fazer algo a respeito, podendo arranjar problemas para eles.

Quieta, Hermione pensava nos últimos dias. Pareciam meses longe dos amigos. Mas um milagre certamente acontecia: estava sobrevivendo à convivência com Malfoy. Não estava à mesma Hermione de sempre, e sentia isso, mas não significava que estava ruim.

Halada, que havia chegado há alguns dias, começou a bicar a gaiola, pedindo permissão para sair. Hermione a deixou livre, estranhando que a ave quisesse sair no meio da chuva, mas não entendia tanto de corujas assim... Logo, um bilhete foi arremessado no colo de Hermione enquanto Halada voltava e pousava no canto da janela.

Hermione estranhou e abriu o papel respingado de chuva.

“Boa noite Hermione. Desculpa o acidente no treino”.

Hermione olhou para o prédio oposto e viu a luz de um dos quartos acesa. No canto, quase escondido na janela, a silhueta de uma parte de Draco. A grifinória puxou uma pena e um tinteiro da mochila ali perto e escreveu de volta.

“Draco pedindo desculpas? Se eu tivesse fritado você teria rido!”.

Halada devolveu o papel. Do outro lado, Draco leu o recadinho e de fato riu, mas não por que concordasse, mas imaginou Hermione dizendo isso com aquele seu tom de rixa que não mais o atingia. Seria engraçado. Hermione viu a silhueta de Draco baixando e erguendo a cabeça, e soube que ele estava rindo. A resposta veio em seguida.

“Eu não riria. Não sou tão mau assim. Mas você mandou bem... Deixou eu perceber o quanto meu Protego é forte (risos)”.

E Halada voou de novo. Hermione estreitou os olhos para Draco, como se desse para ele ver sua expressão de deboche... Então Draco pegou a resposta dela:

“Seu Protego teve que ser forte, por que meu ataque não é nem um pouco fraco, Malfoy. Aliás, você é muito mau sim!”.

Papel foi. Papel veio.

“Obrigado.”

“Não foi um elogio. A propósito, que diabos você está querendo heim?”.

“Conversar srtª. Granger”.

“Não sem segundas intenções... Eu te conheço Malfoy!”.

“Pelo visto não”.

“Como? Vai me dizer que é um amor de pessoa? Que não vive sob sua mania por ódio?”.

“Você tem mais mania por ódio que eu. Agora eu ri outra vez! O ódio é um sentimento terrível, mas isso não faz do amor um caminho de fato bom!”.

“Quem diria, Draco sabe filosofar!”.

“Anos de meditação!”.

Hermione parou por uns segundos e releu a frase de amor e ódio de Draco. Sentiu-se momentaneamente descrita, mas não soube o que tirar disso.

“Então está nessa de brincar de cartinha só por que gosta de conversar?”.

“Ainda existem românticos...” – Foi mais fácil do pensou escrever isso, Draco notou.

“Está me cantando Draco?”.

“Eu ri agora. Por quê? Você se sentiu cantada?”.

Hermione pegou o papel e o amassou inconscientemente com o espanto. Sabia que tinha procurado, mas não sabia como rebater direito.

“Não viaja Malfoy. Mas lebre que foi você quem me beijou uma vez!”.

Draco engoliu em seco quando leu. Olhou para a conversa no papel por algum tempo, lembrando daquele dia. Lembrando das ordens que recebeu, que por algum momento tinha esquecido.

Foi a resposta mais demorada, e Hermione chegou a pensar que ele nem responderia. Mas Halada regressou com o bilhete.

“E não me arrependo. Faria de novo”.

Dessa vez o susto foi maior, e Hermione bateu no tinteiro espirrando tinta no papel. Praguejou contra o nada enquanto tentava pensar no que responder. Se é que poderia responder àquilo. Se é que deveria estar naquela conversa com Draco...

“É melhor eu ir dormir. Jacques disse que amanhã seríamos testados... Boa noite Malfoy”.

Hermione, desnorteada, saiu da janela se enfiando sob os cobertores, mas deixando a janela aberta. Draco não respondeu até então. Ela tentou fingir para si mesma que dormiria, mas não conseguia pregar os olhos pensando naquilo, lembrando do beijo, procurando dentro de si o ódio por Draco e por que, de repente, ele parecia adormecido, mas não parava de sentir raiva dele. Além da preocupação com o dia seguinte, os suspenses de Jacques... No meio da noite, como se Draco soubesse que ela não havia dormido nada, uma resposta chegou:

“Boa noite Hermione...”.

Assustada, ela tornou a se levantar e espiar pela janela, lutando para não se deixar ser vista. Observou que não era a janela de Draco iluminada. Não era ninguém da casa ao lado que teria enviado. Logo, encontrou a silhueta de Draco caminhando rumo ao “quintal” do dormitório masculino. Fazia isso com certa freqüência, só não sabia que Hermione percebia. Contudo, era a primeira vez em uma semana que ele repetia a andança. O que ele fazia do lado de fora, na calada da noite, sozinho? Um dia ela iria saber...

(...).

Na manhã seguinte, o sol do verão que ainda existia clareou os olhos de Hermione. A corneta encantada de Jacques berrou em cada casa, despertando os alunos com um susto. Assim fazia com que eles saltassem logo da cama, em vez de ainda ficarem se espreguiçando.

Do lado de fora, o próprio Jacques os esperava, parecendo mais um general. Entretanto, nem todo mundo compareceu à reunião.

— Hey, Hermigatinha! – Cumprimentou Simas, dando um cínico beijo no rosto de Hermione.

— Oi. Ahn... Você viu o Draco?

— Não. Um cara estranho esse Draco, não acha? – Comentou Simas tão displicentemente como se falasse do tempo. — Às vezes tenho a impressão que ele vai pro banheiro à noite conversar sozinho. Não sei o que ele diz, fica chiando lá pra dentro...

— Que estranho... – Hermione comentou de repente interessada.

— É. Quando não, ele sai por aí. Já percebeu? – Simas cochichou para Jacques não ouvir. — Será que ele é um lobisomem? Não... Acho que não. A gente perceberia se fosse. Draco é não é de falar muito, mal conversa com o pessoal da Sonserina. Deve ser chato conviver com ele todos os dias, quase o dia inteiro...

— Não, não é! – Hermione respondeu placidamente antes de pensar. Simas pareceu notar. Logo ela tratou de se refazer. — Como você disse, ele não é de falar muito então... É suportável. Mas onde está esse idiota? Jacques vai começar a dar ordens e ele resolve sumir agora!

— Na verdade também não vejo a Pan!

— Quem?

— Pansy. Você a viu?

— Oh... – Hermione estranhou a intimidade de Simas ao falar da garota que praticamente pisava na cabeça dele, mas não quis achar nada. — Eu não a vi desde ontem à noite.

— HEY FINNINGAN! – Gritou um menino da Sonserina saindo do dormitório. — Viu Scarlet?

— Não, cara, foi mal...

— Pelo visto tem muita gente atrás de seus pares... – Hermione comentou olhando a confusão ao redor.

— Isso mesmo srtª. Granger! – Intercalou Jacques se aproximando do grupo, fazendo-os se juntarem automaticamente. Era surpreendente como eles já respondiam quase bem o bastante aos modos do mestre. — Não julguem mal seus parceiros, alunos. Eles estão bem longe agora...

— COMO? – Hermione falou sem se conter.

— Sugiro que tente se conter, - Jacques recomendou a Hermione com seu tom baixo de sempre, mas Hermione já não ligava mais com o modo que ele a repreendia sempre. Nunca um professor chamava tanto sua atenção quanto Jacques. — Espero que se lembrem de que estão aqui para executar competições, entre um e outro, entre grupos, entre células! Finalmente a primeira competição de vocês chegou!

Curioso como em Razão da Magia e em Espírito Bravo a notícia dada por Vector e Sinistra, respectivamente, causou certa ansiedade. Em Varinhas de Fogo, quando Edward comentou, gerou uma agitação e entusiasmo. Enquanto em Magia Real, os alunos simplesmente a receberam como uma sentença judicial. Era aquilo e pronto. Não poderiam reagir nem para o bem, nem para o mal. Eram soldados com uma missão. Eles já haviam aprendido isso.

— O que vai ser Sr. Malfoy? – Perguntou um rapaz da Sonserina.

— Vocês vão para a floresta. Sozinhos. – Começou Jacques em tom soturno. — Os pares de vocês foram levados hoje de madrugada. O objetivo de vocês é encontrá-los, salvá-los se for necessário, e desaparatarem de volta assim que possível. O problema... – Jacques deixou transparecer um quê de prazer por essa parte — É que vocês vão ter que lidar com clones.

— Clones? Como assim? – Perguntou Simas. — Duas Pansy?

— Exato. Duas Pansy, duas Scarlet, dois Draco... O caso é que não são só vocês, da Magia Real, que terão os pares clonados.

(...)

— Todas as células – dizia Aurora Sinistra aos alunos de Espírito Bravo — terão alunos clonados. E os clones terão reféns.

Neville engoliu em seco.

(...)

— Ou seja... – Vector explicou aos de Razão da Magia. — O seu parceiro real será refém do clone de alguém da outra célula. Do mesmo modo, seus colegas de outra célula vão ser reféns de clones. O importante é: não saiam por aí salvando qualquer um. Concentrem-se no seu parceiro.

Rony ouvia atentamente.

(...)

— Os clones não têm consciência que são clones. Mas também não são os colegas de vocês. – Alertou Edward Scott. Gina ouvia apreensiva. — Se eles virem seus corpos originais, o instinto deles será de aniquilar o outro. Então se concentrem a cada segundo nos seus pares. Eles podem se machucar nas mãos dos clones dos outros, mas principalmente se derem de cara com o próprio clone.

(...)

— Vocês terão de ter a capacidade de reconhecer seus parceiros pelo detalhe. – Retornou Jacques. — Algo nos clones não sai perfeito. Por isso vocês usaram correntes em pares. Espero que tenha sido tempo suficiente para conhecer a pessoa ao lado. É uma missão real... Vocês vão sangrar, vão ver os clones dos seus colegas aprisionando os parceiros dos outros, vão ver o clone dos seus parceiros aprisionando seus colegas... Ou ver duas cópias tentando se destruir. Então vão determinados.

— Ninguém irá interferir? – Hermione interveio ultrajada. — Quer dizer que isso aqui virou um campo de batalha, não mais uma escola? Vão arriscar que alunos morram só por que querem testar o aprendizado? Mcgonagall realmente é condizente a isto? Dumbledore concordou?

— Eu já a alertei um milhão de vezes para que se controle Granger! – Jacques ergueu o tom. — Não aprenderão a serem fortes e a agirem em situações difíceis se não testarem. Não há tempo a perder!

— Isso por que vocês estão nos fazendo lutar por outra coisa, não? Não tem nada a ver com “didática” não é?

— CONTROLE-SE GRANGER! – Jacques se aproximou de Hermione segurando-a com um aperto no braço. A afastou do grupo para repreendê-la. — O que pensa que está fazendo? Não pode disseminar ideias próprias e tolas para os demais. Talvez só por um dia você deva tentar ser uma aluna... Normal...

— Se for para ser a aluna perfeita para você, senhor Malfoy, eu jamais serei uma aluna normal! – Disse Hermione pela primeira vez sem medo algum de Jacques.

— Então teremos problemas. – Ele meditou a encarando firmemente. — E eu que pensei que você estava no caminho certo...

Voltando à frente de todos e deixando Hermione à margem do grupo, Jacques orientou a entrada na floresta.

— Peguem suas varinhas, e boa-sorte.

Continua...


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Notas finais do capítulo

O que acharaaaaammm???
Realmente estou muito curiosa, por que nem sei o que pensar desse cap. pra vocês!
Me ajudem!
Obrigada por ler!
Mila.