Blood, That Will Never Be Enough escrita por Mandoka_chan


Capítulo 11
IV (parte 2)


Notas iniciais do capítulo

desculpa pela demora, sinceramente y-y.



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Eu estremeci, como se as palavras dele me atingissem do mesmo jeito que uma brisa fria. Mas havia algo que me preocupava mais.

            − Eles... Aqueles três vampiros ainda estão atrás de mim? Só porque eu os vi matando uma mulher?

            − Não Amy − Gerard respondeu, a voz sussurrando − A coisa é um pouco mais séria. A Lindsey... Era uma vidente, uma das poucas que ainda existe no mundo... − ele coçou a cabeça e senti que ele estava tenso por lembrar e falar sobre a Lindsey.

­− Sim − Michael aquiesceu, como se pudessem ler meus pensamentos − Vidente, mas de uma forma uma tanto diferente do que os humanos imaginam − ele olhou torto para mim e deu uma risada irônica.

− Nós suspeitamos que ao prever sua própria morte, ela foi procurar por você naquela noite e tentaria passar seus poderes, suas habilidades...Mas o trio do Iero a achou antes que ela pudesse chegar até você e a transmissão foi comprometida − Bill continuou.

Eu refleti por alguns instantes.

− Espera aí... Então eu... Sou uma pseudo-vidente? − nenhum deles respondeu, mas senti que concordavam − Isso quer dizer que... Aquelas vozes, e toda aquela falta de controle sobre mim mesma...

− É. Você tem alguns dos poderes de uma vidente, só não sabemos quantos, nem quais, nem como você pode usá-los... − Bill explicou. Eu franzi as sobrancelhas, mas disfarcei a incredibilidade − Bom, até agora você pode escutar as vozes e alguns sons do que seria uma visão, mas não pode controlar o momento.

− Assustador... −eu  deixei escapar. Michael se remexeu na cama, como se não agüentasse mais um segundo naquele quarto. Eu estava confusa sobre isso, mas não ia comentar nada − Por que eles queriam matar a Lindsey?

− Ela poderia ver a hora que quisesse como nós evitaríamos que o plano do Robert aconteça − Gerard disse e Michael tremeu de raiva ao ouvir aquele nome.

− Robert...? − eu indaguei, aquele nome não me era estranho.

− Ele era o alquimista, o maldito que fez com que todos nós virássemos vampiros, monstros... Inclusive ele mesmo, naquele dia fatídico, mil anos atrás − Tom falou. O tom de sua voz me aterrorizou, era carregado de um ódio extremo − Agora ele quer ter o mundo em suas mãos, ao que parece. Então imagine algo como Planeta dos Macacos: homens serão escravos e alimento dos vampiros.

Senti a minha respiração falhar. Enquanto quase 7 bilhões de pessoas viviam suas vidas normais, eu estava sendo informada sobre o fim da nossa humanidade. Todo o nosso futuro estava nas mãos de oito vampiros. Ou mais.

− Não se preocupe, humana. Não concordamos com os ideais dele... Nós rompemos com ele quando começou a matar as pessoas por puro prazer − Michael resmungou.

− Michael, o que você fez para ele... Tem alguma coisa a ver com um livro...E por que ele te chamou de Asaroh? − eu não evitei aquelas perguntas quando percebi que ele ainda estava interessado naquela conversa. Algo despertou em mim, e se ele não tivesse se levantado bruscamente, eu não sei quando teria parado de fazer perguntas.

Ele foi até a janela, me surpreendendo, eu realmente achei que ele iria embora. Bill murmurou algo tão baixo, mas que mesmo assim os outros pareceram ter escutado.

De repente, uma mesma sensação tomou conta de mim, algo apertava meu peito e latejava na minha cabeça.

Ah Ryan...Os quatro já são suficientes para contar o rolo todo...Eu ainda não terminei de agarrar você!”

“ Brendon! Isto pode esperar um pouco...Hm, pára...Além do mais, o Gerard pe-pediu...Own!”

“ Na-ham, só mais cinco minutos...”

“ Não Brenny, nós vamos agora...Hm, é...Talvez mais tarde”

Eu ri baixinho, na certeza de que todos estavam escutando. Talvez aqueles dois estivessem fazendo só o que Deus (ou diabo) sabe perto da porta. Mas pelos olhares que recebi, era um visão, eu concluí.

Pigarreei baixinho.

− Desculpa, eu acho que tive uma visão... − eu disse, Michael tremeu os ombros. Eu me afundei no travesseiro, eles acharam que eu tinha feito uma piadinha sarcástica, só podia. Devorei três morangos.

− Asaroh significa o sacrifício. Eu sou um vampiro que escolheu por conta própria ser portador de todas as fraquezas dos outros vampiros...Para compensar, eu procurei durante todo esse tempo pelo livro que o Robert modificou, aquele idiota o apostou em uma jogatina qualquer...

− E você conseguiu... − eu afirmei. Aquela aura negra só poderia ter sido algum tipo de magia.

− Só que eu não consegui decifrar todos os hieróglifos... E esperava que a vidente Lindsey pudesse me ajudar, mas ela...

­−...morreu − Gerard completou. Pela tristeza dele, eu percebi que ele ainda a amava. Uma humana. Se eles tiveram alguma coisa, por que será que era tão difícil para o Michael aceitar o convívio comigo sem torcer o nariz e bufar de raiva?

Eu não evitei. Fui até Gerard e o abracei, não consegui deixar que ele continuasse se martirizando daquela forma. Ele prendeu a respiração e seu peito enrijeceu.

− Ah, me desculpa... Eu ainda tenho um cheiro tentador, não é? ­− dei um sorriso curto e ele retribuiu − Michael, eu acho que posso tentar te ajudar...Já que eu herdei...

− Há! − ele apareceu com um pulo na minha frente, ao lado da cama − Você? Por que acha que eu não suporto você desde o momento que a conheci? Você é fraca, Amy. Nunca vai conseguir chegar aos pés da Lindsey. Uma humanazinha... − ele riu, em deboche − Uma simples e ignóbil humana.

− Mikey... − Tom censurou. Eu não conseguia desviar os olhos do chão. Não consegui sentir os músculos da minha face, não esbocei reação alguma.

− Então era isso...Até agora, eu era uma incógnita para você. Agora que perdi a possível utilidade em seu livrinho, você acha que tem o direito de...De...

Eu me levantei e sai correndo, o mais rápido que consegui. Eu fui usada, de novo. Antes o Josh, agora o Michael. Percebi que, mais uma vez, querer saber de tudo não foi bom para mim.

− É, talvez mais tarde... − eu escutei Ryan dizer quando passei pelo corredor − Hey Amy?!

Eu não parei.

Eu só queria me encolher num canto e fazer com que toda aquela dor parasse de esmagar o meu peito.

Mas antes que eu conseguisse me esconder, Michael segurou o meu braço esquerdo. Mais uma vez, aquele toque frio. Mais uma vez, me impedindo de fugir.

− Qual a parte do “se você sair, morre” você não entendeu? − ele esbravejou.

Eu me virei.

− A parte do “eu não dou a mínima para a humana”... Você é um desgraçado!

− Não me diga... − ele me provocou e sorriu.

− Arrgh, eu odeio você... Não acredito que me preocupei com um cara como você, que merda! Eu sou uma estúpida, vai Amy, continua alimentando este infeliz...

− Eu nunca pedi sua ajuda! − ele retrucou. Se aproximou de mim, me intimando.

− E eu nunca pedi para você me arrastar para sua casa! − eu fiz o mesmo.

− Eu odeio você.

− Eu odeio mais!

E talvez pela proximidade e a exaltação da nossa discussão, não evitamos algo que nenhum de nós nunca faria por conta própria.

Eu só tive tempo de tomar fôlego antes que nossos lábios se tocassem.


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