ELLA

            Então, terminamos de descansar, e estávamos seguindo sem rumo nenhum, esperando outro desafio surgir, precisávamos ser rápidos, mas como se nenhum mais apareceu após aquela Esfinge? E eu ainda estava preocupada com Letin, Thales me acompanhava sem falar nada, eu me senti meio mal depois de ouvir a história dele, era uma história muito triste mesmo, e eu só havia piorado tudo, ele não tinha culpa de meu irmão Leon ter morrido.

            Andamos mais um pouco e achamos nosso segundo desafio, um Anubete parou em nossa frente, para quem não sabe Anubete são os servos mais leais de Anubis, eles são idênticos, exceto pelo fato de os Anubetes serem menores. Aquele deveria ser o desafio, mas com certeza não era o desafio da inteligência, aquela coisa não sabia falar, mas ela era rápida, como eu sei disso? Simples, pelo motivo dela ter surgido na minha frente e me acertado um chute que fez eu voar metros, depois ainda atingiu Thales na canela que o derrubou no chão, ele também segurava um daqueles ganchos de Anubis.

            Era o meu fim, eu não iria conseguir me desviar, e nem me defender, claro, seria se Thales não aparecesse em minha frente. Eu não sei como ele estava com suas armas, mas estava, com a roupa, e com... A espada de Leon, eu ainda não conseguia ver ele segurando aquela espada sem ódio surgir dentro do meu corpo.

-Você está bem? – Thales perguntou

-Estou – respondi com cabeça baixa

-Continue – ele disse – Eu cuido dessa coisa.

-Está brincando? Você viu o quão rápida é essa coisa! – eu respondi

-E você viu o quão rápido eu fui para proteger esse ataque? – ele me perguntou, agora que ele falou, ele estava lá traz a alguns metros de distância e agora apareceu aqui em minha frente

-Não vá morrer. Eu te mato se você morrer – eu disse – Meu irmão vive dentro de você, ou seja se você morrer ele morre.

-Certo – ele respondeu – E eu sinto muito pelo seu irmão.

-Você não tem culpa – falei me levantando – Vejo você depois senhor aberração

-Vai me dar apelidos agora? – Thales respondeu

-Sim, vou – eu terminei

            Então eu sai correndo, o Anubete nem se preocupou em vir até mim. Corri por um longo tempo até achar outro templo, eu entrei no templo, não estava cansada só resolvi explorar. E graças aos Deuses que eu resolvi fazer isso. Dentro daquele templo havia um caminho cheio de obstáculos, estava claro o que era aquilo, aquele era o desafio da inteligência, quase não acreditei, a menos de 5 minutos encontramos os 2 desafios.

            Comecei, o desafio ao que parecia era bem simples, eu teria de ser esperta o bastante para enxergar as armadilhas antes que eu as acionasse, mole, mole. Eu comecei muito bem, botei o pé para dentro do caminho e a pedra onde ele encostou abaixou e uma enorma lança caiu do meu lado, quase e pode por ênfase no quase. Mas não me abalei, continuei, invoquei minha lâmina, apesar de pequena eu tinha a sensação que precisaria dela, fui andando, desviando de fios no chão, de pedras mal presas, e por mais incrível que pareça de lança-chamas que ficavam presos nas paredes.

            Estava quase no final da passagem, até estava achando fácil de mais, claro, estava, até que um imenso dragão dourado surgiu na minha frente e eu quase caí, mas pisei em um fio com o susto, e mais uma lança caiu, mas essa me raspou, ganhei um grande corte no braço, e aquilo doía muito.

            Comecei a pensar, por que um dragão apareceria em um desafio de Inteligência, comecei a observar todos os lados e mais claro impossível, eu precisava usar esse campo como auxílio, derrotar o dragão usando as armadilhas do próprio, isso era lutar com o cérebro.

            O dragão começou a avançar, mas eu comecei a cortar todos os fios que eu via com minha espada, fui andando mais e mais, olhei para trás e vi que o dragão já estava com diversas lanças presas em seu corpo, mas ele ainda estava tentando chegar até mim.  Eu precisava destruir aquele lugar, assim o dragão morreria, mas eu precisava atravessar aquele caminho para passar no teste.

            Eu hesitei por diversos momentos, até que eu me toquei, não, meu objetivo não era atravessar aquele caminho, o desafio era destruir o dragão usando o caminho. Então sem pensar pisei novamente em uma daquelas pedras e me desviei da lança que caiu, eu a segurei e a arremesse no único pilar que mantinha aquele templo de pé. Mas não foi o suficiente, eu só tinha minha arma, mas eu não podia ir lá e destruir o pilar, eu morreria junto com o dragão. E depois de mais um tempo pensando, percebi que eu era uma idiota. Saí do templo e então do lado de fora eu arremessei minha espada no pilar, mas dessa vez ele cedeu, e todo o templo foi para baixo.

            Eu estava lúcida e a minha frente tinha os destroços de um templo destruído com um dragão soterrado. Ao meu lado surgiu um portal, aquele deveria ser o portal do refugio Egípcio, mas o corte em meu braço estava ruim, e ao que parece tinha veneno naquela lança, então eu apaguei.