A Caçada escrita por Bia_C_Santos


Capítulo 4
Capítulo 4 - Correndo


Notas iniciais do capítulo

Desculpem pela demora. Narrado por Kate (de novo).



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 Eu me sentia como se estivesse em um filme.

            Logo que entramos no Porsche, Oliver falou para acelerar o carro. Eu não sabia muito bem dirigir um carro. Mas, ei, tem um monstro atrás de nós, então eu aprendo.

            Eu acelerei aquela “coisa” o máximo que pude. Abri a janela e senti o vento quase batendo forte no meu rosto, meu cabelo voando para trás.

            Estava me libertando. Era assim que eu me sentia. Eu, Kate, estava livre da tristeza daquela manhã, livre das pessoas que me aborrecia, correndo num carro em 140 km/h.

            — Kate, mais devagar! — Lana quase gritou.

            — É, Kate, eles não estão perto da gente.

            Eu ri. Estava louca. Não diminui a velocidade. Percebi um óculos de sol em cima do banco direito do carro.

            Pus ele. Agora sim eu estava em um filme.

            — Nossa, esse lestrigões são bem lerdinhos, né? — Lana disse.

            Passado algum tempo, consegui ver do espelho retrovisor um carro vindo atrás de nós. Quatro garotos enormes estavam dentro dele.

            — Boca santa, Lana! — gritei. Agora tinha que nos preocupar com os bando de lestrigões vindo atrás de nós.

            Melhor assim. Poderia acelerar mais o carro agora. As árvores passavam voando por nós, mas eu não pisava no freio.

            — Você está louca? — Oliver perguntou. — Tudo bem que precisamos ser rápidos, Kate, mas nem tanto. E como você aprendeu a dirigir desse jeito?

            — Não sei dirigir. — Dei mais risada. Oliver arregalou os olhos.

            — Por favor, Lana, me diz que ela está mentindo.

            — Não, é verdade — Lana respondeu. — Oliver, acabamos de fazer 16 anos. Nunca pegamos em um volante na nossa vida.

            Parte do meu cérebro começou a funcionar melhor. Precisamos correr, certo, para onde?

            — Aonde vamos, Oliver?

            — Ah, claro! — ele respondeu. — Continue em frente.

            Fiz o que ele disse, o ponteiro chegando a quase 200 km/h, mas o desespero agora me tomava. Do espelho retrovisor vi que os lestrigões tinham bolas de bronze nas mãos pelo o que parecia.

            — O que eles vão fazer? — Lana perguntou.

            — Ah, droga — Oliver gemeu. — Bolas de fogo.

            — O que? — Eu e Lana gritamos juntas.

            — O que fazemos agora? — perguntei. O desespero ficava cada vez maior, mas eu não poderia acelerar mais do que já estávamos correndo.

            — Não sei! — Oliver gritou.

            — Mas você é que lida com essas coisas sempre aqui! Tem que saber! — Lana gritou mais auto.

            — Parem de gritar! — elevei a voz também. — Estou tentando pensar...

            Olhei para cima, sem pensar, já que estava correndo a 200 km/h em um Porsche, mas fiz coisa certa. Tive uma ideia.

             — Lana, o colar!

            — Se transforma em um arco e flecha — ela respondeu. — E daí?

            — E daí que você vai abrir esse teto solar, botar a cabeça, os ombros, e os braços para fora e acertar aquelas coisinhas com umas flechadas.

            — Apenas flechadas destroem eles, Oliver?

            — Bom, depende — Oliver respondeu, quase acabando com meu plano. — Mas eu acho que essas flechas vão. Tem que ser de... um material especial para acabar com eles, mas é óbvio que essas flechas são especiais. Bom... apenas tente.

            Oliver terminou de falar aquilo e no mesmo momento me desviei de uma bola pegando fogo. Por pouco. Aquela bola parecia pesada.

            — É, Lana! Tente! — falei.

            Lana saiu para fora do teto solar. Diminui a velocidade, senão Lana poderia ser levada pelo vento.

            Ela puxou o colar, como disse ter feito e no mesmo momento apareceu um arco e flechas na sua mão.

            Mirou certinho para um dos lestrigões. A flecha passou zunindo até lá, mas o vidro atrapalhou tudo.

            Lana não desistiu. Mas não mirou nos lestrigões dessa vez. Apenas deu flechadas nos vidros até que, eu não sei como, eles se quebraram.

            Me desviei de uma bola de bronze pegando fogo de novo. Oliver foi jogado contra o vidro esquerdo e Lana quase caiu para fora do carro.

            — Kate, mais cuidado! — Lana gritou e atirou uma flecha no lestrigão que estava jogando as bolas. Ele virou pó no mesmo instante.

            Ótimo. Pelo menos não acertou aquele que estava dirigindo, porque o carro poderia bater em nós.

            Outra bola. Desviei o carro, tentando ser devagar, mas era impossível. Por causa disso, Lana errou a flechada, que caiu em algum lugar que ninguém podia ver.

            Outra bola, fui para direita. Mais uma, pisei no acelerador.          

            Comecei a ficar impaciente. Por que eles queriam nos matar? Acelerei. Lana podia reclamar, mas eu não ia diminuir.

            — Kate, desse jeito Lana não vai conseguir respirar. O ar vai bater muito forte nela — Oliver me disse.

            Diminui e tive que freiar. Mais um milésimo de segundo e a bola tinha nos acertado. Fora tão de repente que eu podia sentir o carro subindo.

            Aquela era, o que, a quinta bola?

            Lana gritou. Uma flecha se fincou no teto do carro. Por pouco Lana não tinha sido acertada por sua própria flecha.

            — Caramba, Kate, desse jeito ta difícil! — Lana gritou.

            — Caramba, Kate, como conseguiu? — Oliver perguntou enquanto eu acelerava o carro mais ainda. Agora eles estavam perto.

            Lana acertou mais um q segurava uma bola. O feitiço se virou contra o feiticeiro. Pena que a bola estava apagada.

            Virei para desviar de duas no mesmo momento em que Oliver falava:

            — Vira ali, Kaaate! — Ele caiu do lado, batendo na perna da Lana e quase derrubando-a. — Bééé.Cuidado!

            — Oliver, você não está fazendo nada, então para de reclamar! — falei. Já estava impaciente o bastante com os lestrigões.

            Por fim, Lana conseguiu acertar o penúltimo lestrigão. Agora, só faltava o que dirigia, não precisávamos de mais nada, só correr.

            Porém, pelo jeito, esse último era o melhor de todos, porque ele continuou dirigindo e ao mesmo tempo pegou algumas bolas para jogar, diretamente para nós.

            — Acelera — Oliver falou. — Estamos quase chegando...

            Ao longe, avistei uma colina. Lá havia um pinheiro. Lá deveria ser o acampamento.

            — Está vendo o pinheiro? — Oliver perguntou e eu assenti. — Lá é o acampamento. Vamos, estamos quase lá.

            Comecei a parar. Rezei para que aquilo desse certo. O lestrigão, por mais que fosse só um, estava nos alcançando.

            Comecei a parar. Lana desceu. No momento em que parei o carro, abaixo da colina, uma bola de fogo veio em direção a nós.

            — Saiam! AGORA! — gritei. Para mim, parecia o mais autoritária do que o normal.

            Saltei do carro no mesmo momento. Vi Oliver com suas pernas de bode saindo do carro rapidamente e Lana saiu, deu uns passos para trás e soltou mais uma flecha.

            O carro explodiu. Com certeza, a bola tinha acertado o lugar onde ficava o combustível. Eu não sabia muito bem onde ficava.

            Uma flecha passou pelo fogo. A pontaria perfeita. O último lestrigão se desintregou. Conseguimos chegar a salvo.

            Subimos a colina correndo, mesmo estando cansados, mas era um pouco perigoso não ser apressado naquela hora.

            Quando cheguei ao topo, pus o óculos em cima do meu cabelo. Olhei para trás.

            Que bela bagunça nós tínhamos feito...


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Notas finais do capítulo

E aí, gente, não estou merecendo reviews? :(



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