A Caçada escrita por Bia_C_Santos


Capítulo 5
Capítulo 5 - As duas garotas


Notas iniciais do capítulo

Desculpem de novo a demora! Narrado pelo James



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            Houve um barulho. Uma explosão. Eu quase pensei ter ouvido uma garota gritar “agora” antes disso, mas parecia impossível.

            Alguns campistas começaram a subir a colina. Alguma coisa tinha acontecido por lá. Queira subir até lá, mas, ah, eu estava “incapacitado”.

            Ora, eu estava ok. Tinha ficado a tarde inteira sentando na grama sem fazer nada lá. Poderia subir a colina, não?

            Vi uma fumaça subindo para o céu. Então, tinha sido mesmo uma explosão. Que legal! Por que não tinha acontecido algo como isso na minha chegada ao acampamento?

            Processei novamente tudo o que tinha acontecido desde o que eu acordei naquela manhã, de novo.

            Como sempre, acordei e minha mãe me levou para a escola. Minha mãe era a melhor mãe de todas. Mesmo tendo que trabalhar muito, sempre achava um momento para falar comigo.

            Eu nunca tinha conhecido meu pai. Nunca soubera por que não.

            Cheguei na escola e, como sempre, a coordenadora me parou. Ela não era chata. Só incomodava às vezes.

            Não que eu fosse um garoto muito problemático na minha escola. Mas aquela coordenadora parecia ter gostado de mim desde o momento que botou os olhos em mim.

            Era uma garota nova demais para ser coordenadora. Parecia ter mais ou menos 19 anos. Talvez fosse só estagiária.

            — Olá, James Clark — Raissa era tão estranha, me chamando de “James Clark”.

            — Olá, Srta. Flent. — mas Raissa Flent parecia pior.

            — Quantas vezes vou ter que pedir para que me chame de Raissa, James?

            — Não vou chamar minha coordenadora de Raissa. Pare intimo demais — brinquei.

            — Tudo bem, então, Sr. Clark. Como estamos hoje?

            — Bem. Pelo menos comigo. E com você?

            — Bem também. — Mas Raissa parecia preocupada.

            — Não está tudo bem com você, não, Srta. Flent. — Eu amava chamar ela de “Srta. Flent” para ela ficar brava. — O que aconteceu?

            — Vamos apenas dizer que não me familiarizei muito com o novo professor de Educação Física.

            — Por que? — perguntei.

            — Ele parece ser meio estranho. Mas tudo bem. Qualquer problema é só me falar, ok?

            Era engraçado. Toda vez que nós acabávamos um conversa ela falava “Qualquer problema é só me falar, ok?”.

            O único problema ali eram os valentões da escola. E, bom, eu não ia chamar a coordenadora como um bebê se os valentões me ameaçassem.

            Para falar a verdade, eu também era um problema. Não sabia como ainda não tinha sido expulso daquela escola, depois de tanta suspensão.

            Raissa saiu. Ela tinha aparecido no começo do ano, pelo o que diziam. Eu não sabia. Estava naquela escola desde o começo do ano.

            Já tinha sido expulso de exatamente todas as escolas que eu pisara na vida. Eu culpava o TDAH por tudo.

            O dia passou normal, até a aula de Educação Física, a última aula do dia.

            O professor era realmente muito estranho, como Raissa tinha dito. Era enorme, uns dois metros facinho.

            Deixou a gente jogar o que quisesse. Mal olhou para nós durante o jogo. Não prestava atenção em quase nada.

            Às vezes olhava para mim, como se estivesse pensando em que sabor eu tinha. Com certeza, doce que não era depois de ficar correndo de um lado para o outro fingindo jogar.

            O sinal pareceu tocar depois de uma eternidade. Todo mundo estava saindo da quadra quando o professor me chamou.

            — Por favor, Clark, fique — ele tinha uma voz autoritária.

            Fiquei como ele disse. Ele se virou para mim. Porém, não teve tempo de dizer nada, quando virou pó na minha frente.

            De trás do pó, apareceu Raissa. Ela tinha uma faca na mão, que acabara de ter espetado o novo professor.

            — Não sabia que você tinha o odiado tanto — falei. — O que aconteceu?

            — Sem tempo de explicar! — ela me disse. — Vamos, rápido!

            — Vamos aonde?

            — Vou te levar ao acampamento meio-sangue. Eu sabia que era você!

            — Eu o que?

            — O semideus! — Raissa respondeu como se fosse óbvio e como se eu soubesse o que era semideus.

            — Ok. O que é um semideus?

            — Metade deus, metade mortal. Ou seja, James, você é filho de um deus do Olimpo. Sabe?

            — Zeus, Poseidon, Ares... — comecei, falando pelos quais eu conhecia, mas Raissa me interrompeu.

            — Isso, tudo bem, TUDO BEM! — ela gritou. — Tente não falar tantos nomes!

            — Certo. De quem eu sou filho?

            — Ainda não sabemos.

            — E onde é esse tal acampamento?

            — Long Island.

            — Não é longe — observei. — Como vamos?

            — No meu carro, claro.

            Fomos até o carro de Raissa. Entrei e ela começou a dirigir um pouco rápido. Naquele ritmo logo íamos chegar.

            Teve um momento que eu pude perceber um monstro vindo eu nossa direção. Nesse momento, Raissa tirou algo da bolsa e ouvi um estralo. O monstro se desfez.

            — Isso é uma arma? — perguntei, totalmente surpreso. Minha coordenadora tinha uma arma? Sorte que ela gostava de mim.

            — Sim, é uma arma. Temos balas de bronze celestial aqui. Bom... Não é só os filhos de Apolo que tem boa pontaria.

            — Onde conseguiu isso?

            — Eu roubei.

            — Roubou?

            — Eu sou filha de Hermes, mensageiro dos deuses, mas também deus dos ladrões.

            Fiquei refletindo sobre isso. Chegamos em pouco tempo no acampamento.

            Uma chegada muito calma. Sem explosões. Sem coisas “uau”. Chato.

            Logo que eu chegara, fui reclamado. Filho de Hermes, assim como Raissa.

            — Ei, então você é meu maninho. Agora posso chamá-lo só de James. E, ah, pare de me chamar de “Srta. Flent”. — Raissa dissera.

            Duas meninas chegaram na colina naquele momento. Uma delas tinham o cabelo chamuscado. Um garoto, metade normal, metade bode chegou até a colina.

            Os campistas começaram a cercá-los. Depois de um tempo eles desceram a colina. As meninas sentaram, cansadas, ali perto.

            Resolvi ir perto das garotas. Ao pouco todos os campistas se dispersaram e só restamos nós três.

            Uma das garotas parecia muito brava, o que não fazia sentido, já que a outra tinha queimado o cabelo.

            Elas eram muito lindas, mas a que mais me chamou a atenção foi a de cabelo chamuscado. Talvez fosse por isso que eu disse:

            — Oi. Ahn... Sou James. James Clark.

            A mais brava me olhou como se me achasse um estranho, mas a outra sorriu.

            — Sou Kate Simon. — Vendo que sua irmã não respondia, c0ntinuou: — Essa é Lana, minha irmã.

            — Também sou novo. Sou filho de Hermes. Já foram reclamadas?

            — Não — Kate respondeu. — Bom, nem sei o que é ser reclamada.

            — Bem... — comecei. Não sabia muito como explicar. Raissa não tinha deixado as coisas muito claro. — É seu pai ou sua mãe mandar um sinal, meio que dizendo “ei, você é meu filho” ou filha, no caso.

            — Ah, certo. Não, não fomos reclamadas.

            Lana não tinha falado nada. Pelo jeito não tinha gostado de mim. Mas tudo bem. Eu já estava acostumado.

            Do longe, Raissa veio até nós.

            — Ei — ela disse. — Eu sou Raissa, garotas. Irmã do James aqui. Já está na hora de vocês três conhecerem o acampamento. Venham.

            — Sou Kate — Kate falou.

            — E eu Lana — Lana falou pela primeira vez.

            Bom, ela realmente não tinha gostado de mim...


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Notas finais do capítulo

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