Heróis escrita por Oceansoul


Capítulo 7
Capítulo sete


Notas iniciais do capítulo

Olá, eu voltei ^.^
Enjoy!



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Estavam sobrevoando Los Angeles, indo para San Diego e logo estariam no México, para o Hotel dos tios de Elizabeth, a filha de Venus.

- Podemos dar uma parada para ver a praia? – Joel perguntou em meio ao vento.

- Já estamos saindo da Califórnia Joel. – Paelen falou rindo. – devia ter sugerido antes.

Emily rolou os olhos irritada. Era impressionante como eles conseguiam ficar calmos diante de toda aquela situação. Sua cabeça estava a milhão. Além de toda a preocupação com suas amigas, Barbara e Elizabeth, ainda tinha que pensar em seu pai.

Tudo que ela queria naquele momento era parar o tempo. Esquecer de tudo que a estava preocupando e focar nele. Fazer de tudo para descobrir o que estava acontecendo.

Mas tinha um estranha sensação dentro de si que dizia que ela não podia ignorar os outros. Que sendo o fogo do Olimpo ela tinha que se tornar responsável e aprender a lidar com esse tipo de situação. Teria que crescer, e amadurecer mais rápido.

Mas eu não quero amadurecer. – Pensava seu lado infantil.

Em quanto passava pelo pequeno conflito interior, Emily mal notou que já estavam sobrevoando o México, indo para o pequeno Cabo San Lucas.

Joel a cutucou em sua mão que estava ao redor do corpo dele chamando-a.

- Emily – Ele disse. – Não deve dizer a Pegasus por onde ir?

Quem respondeu foi Paelen.

- Ele sente a presença de poder dos deuses, então sabe a localidade da filha de Venus.

- Elizabeth. – Emily corrigiu. – O nome dela é Elizabeth.

Ela odiava o fato de descobrir que sua amiga era uma semideusa.
Naquela noite, com Joel no Olimpo, ambos haviam prometido que o segredo seria guardado, que seria algo somente deles e que ninguém além do pai dela saberiam, mas agora era uma história totalmente ridícula que envolvia até mesmo sua melhor amiga. Elizabeth Portuale, uma garota francesa comum... Certo, talvez não tão comum por ser muito rica, mas comum o suficiente para não ter nada a ver com deuses, quanto mais ser filha de uma.

Desviando os pensamentos para onde estavam por um instante, Emily viu que sobrevoavam os hotéis que ocupavam a beira mar da pequena cidade. Ela logo reconheceu o hotel, dos avôs de Elizabeth, que tantas vezes já tinha visto em fotos.

- É aquele ali, certo Pegs? – Ela perguntou apontando cuidadosamente com uma mão que havia soltado de Joel para o hotel. – Hotel Finisterra.

Pegasus relinchou confirmando e Joel deixou escapar um ruído de exclamação. Com o abraço em volta dele e a mão em seu abdome Emily percebeu que ele havia trancado a respiração.

Ele já havia visto lugares maravilhosos quando morava na Roma e era muito difícil comparar eles com aquela vista. Imaginara um hotel muito bonito e grande, mas aquilo era simplesmente maravilhoso e enorme.

Atrás de uma grande construção extensa, que obviamente eram os diversos quartos do hotel, se encontravam três enormes piscinas com formatos arredondados como uma ameba e água cristalina que brilhava a luz do sol que nascia no horizonte. Eram cercadas por cadeiras de sol e palmeiras, distribuídas cuidadosamente em áreas verdes.

Além de dois grandes quiosques, que ficavam ao lado das piscinas das pontas, pequenos telhados do que parecia ser uma espécie de palia escura indicavam guarda-sóis e pequenos quiosques espalhados ao redor da piscina do meio.

Não muito distantes do hotel de Elizabeth havia outros hotéis, mas nenhum tão exuberante quanto o dela. Eram cercados de terras áridas e com pouca vegetação, então o verde das palmeiras e o azul das piscinas chamavam muita atenção.

Pegasus pousou ao lado do hotel, em uma área de terra vazia para que ninguém os visse.

Paelen pulou e caiu graciosamente no chão, seguido por Joel e logo após Emily.

- Pegs – Emily acariciou o garanhão no focinho sorrindo. – Acho que você terá que ficar por aqui, não pode entrar no hotel.

Pegasus relinchou em desaprovação e ela suspirou.

- Eu sei, eu sei... – Ela disse suavemente.

Joel olhou para Paelen com as sobrancelhas erguidas. O olímpico apenas deu de ombros.

- Eu sei me cuidar. – Emily continuou o acariciando. – Além disso, Paelen e Joel estão comigo, eles cuidam de mim também, ok? – Após uma piscadela alegre, ela o beijou no focinho e virou-se para Paelen. – Vesta me disse que tem uma magia encobrindo as asas. Ainda funciona?

Paelen assentiu parecendo entediado.

- Certo – Ela virou-se para Pegasus novamente. – Se precisar de suas ajuda eu chamo.

Ele bufou e balançou a cabeça, ainda meio hesitante, mas concordando.

- Vamos? – Joel perguntou afinal.

Emily assentiu e eles caminharam em direção a estrada que levava ao hotel.

A fachada era simples perto do que se escondia atrás dos muros. Um arco de mármore com as palavras “Hotel Finisterra” escritas em dourado levava a uma espécie de varanda com um tapete vermelho grande. Ao passar pelas portas, entraram em um salão inteiramente bege com varandas extensas no alto da parede direita e esquerda. No final do tapete um pequeno balcão ficava entre duas escadas que subiam de maneira curva para o segundo andar.

Uma moça de mais ou menos vinte ou vinte e cinco anos estava atrás do balcão.

Ela tinha cabelos negros preso em um apertado rabo de cavalo, com apenas uma franja solta. Os olhos eram verdes claros e a pele bronzeada e perfeita. Usava uma camiseta social branca por baixo de um coletinho preto com o slogan do hotel de um lado e seu nome – Mayrise – em uma plaquinha de metal pequena.

- Posso ajudá-los? – Ela pergunta, em inglês, mas com um inconfundível sotaque mexicano.

- Eu sou Emily. – Emily fala. – Emily Jacobs.

- Ah, claro. – Mayrise sorriu. – Senhorita Elizabeth me avisou que você vinha, mas não achei que seria tão rápida.

- Já estávamos a caminho quando falamos com ela. – Joel explicou meio desconfortável.

- Suponho que você seja o namorado da Senhorita Emily, certo? – Mayrise supôs alegremente.

Emil e Joel se entre olharam, vermelhos como dois tomates, e Paelen soltou uma tosse sufocada que mais parecia uma risada.

- Elizabeth. – Emily murmurou ainda muito corada, mas Mayrise pareceu não ouvir.

- São bastante novos, mas acho que podem ficar na suíte de casal não é? – Ela disse. – Afinal temos muitas festas e eu duvido que vocês durmam muito. E o senhor... – Ela examinou Paelen pela primeira vez, de cima a baixo e suas bochechas coraram levemente. – Ah... Eu suponho que...

- Emily! – Uma voz estridente ecoou pelo salão interrompendo Mayrise.

- Liza! – Emily exclamou sorrindo.

Elizabeth vinha descendo a escada da direita a passos apressados. Usava a parte de cima de um biquíni vermelho e uma saia azul escuro e leve com bolinhas brancas. Os pés descalços, e pelo que parecia havia substituído os óculos por lentes de contato pelo menos hoje, pois o sol deixaria seu rosto marcado e ela simplesmente odiava isso.

Elizabeth correu até Emily e a abraçou. Estava com um nauseante e forte cheiro de protetor solar de uva. 

- Como chegaram tão rápido? – Ela perguntou cumprimentando Joel.

- Ahn... Nada demais. – Emily respondeu sem idéia alguma.

- E esse? Quem é? – Liza indicou Paelen que flertava com Mayrise descaradamente.

- Um amigo... – Emily começou. – Um amigo do Joel.

Depois de um pouco de conversa Elizabeth pediu que eles fossem tomar um banho de piscina com ela.

- Está muito cedo... – Emily falou discordando.

- Mas esse é o melhor horário. – Elizabeth insistiu. – Eu posso ligar o aquecedor de água por que não tem ninguém do hotel para incomodar. Esse ano meus avós estão chatos, não deixaram fechar a piscina para mim e o Riler. 

- Não trouxemos roupa de banho... – Emily inventou mais uma desculpa.

- Podem pegar na lojinha do hotel.

Enfim, ela suspirou convencida, e virou-se para Joel e Paelen.

 - Vocês se importam? – Perguntou.

- Você quem sabe Emily. – Joel respondeu dando de ombros.

Elizabeth saltitou feliz da vida e começou a subir as escadas.

- Vamos! – Ela gritou. – Vou mostrar a loja a vocês.

Paelen, Joel e Emily a seguiram, mas ficaram um pouco atrás para conversar.

- Assim é melhor. – Joel falou. – Podemos ficar aqui por um tempo e nos certificar de que ela está bem.

- Está certo. – Emily concordou.

Assim que ela terminou de falar, o som agudo e estridente do grito de Elizabeth ecoou pelos corredores do hotel.

Emily levou um grande susto, mas logo se recompôs e começou a correr na direção que sua amiga havia ido com Joel e Paelen logo atrás.

Nem precisaram chegar até ela, Elizabeth apareceu correndo aos tropeços quando eles terminaram as escadas.

- O que houve? – Emily perguntou.

- Riler. Coisa. Enorme. Nojenta. Piscina. – Foi tudo que Elizabeth disse antes de começar a cair como uma boneca de pano, e teria dado de cara no chão de Paelen não a segurasse.

- Vão logo checar a piscina. – Ele disse. – Eu cuido dela.

Joel e Emily assentiram e começaram a correr pelo corredor a frente deles. Passaram por várias portas e as vitrines de vidro do que deveria ser a loja. Chegaram a uma parte que era certamente igual ao da entrada. Duas escadas que desciam de forma curva para um salão, uma na esquerda e outra na direita.

Desceram as escadas e passaram por grandes portas de vidro de correr na extremidade do salão, que davam diretamente no pátio de trás do hotel, onde estavam as piscinas redondas quiosques e outras coisas.

Assim como Elizabeth havia dito não havia ninguém nas piscinas, e em uma única mesa, abaixo de um grande guarda-sol na piscina do meio tinham algumas bolsas e toalhas. De primeira vista, não enxergaram nada de estranho, mas olhando mais ao final do pátio, depois de uma escada que levava a terceira piscina, viram duas grandes sombras cinzas com armas em mãos.

- Vamos! – Emily gritou já correndo. – Liza disse que Riler estava aqui.

Eles correram e quando se aproximaram viram o garoto desacordado no chão e um dos monstros estava prestes a acertá-lo com um porrete enorme.

Então Emily fez um movimento que julgava simplesmente impossível, jamais imaginara que conseguiria fazer algo do tipo.

Parando subitamente, ela arrancou sua corrente de prata, em um instante estava com o arco em mãos e uma flecha comum preparada pois não teve tempo de escolher uma diferente, sem nem parar para olhar, lançou a seta e quando ela estava a caminho ergueu a mão.

- Displodo! – Ela gritou. E quando a flecha atingiu o monstro, símbolos brilharam e ele, assim como o outro explodiram em chamas douradas.

Joel virou-se e encarou Emily com olhos arregalados.

- Como diabos você fez isso? – Ele perguntou.

- Um truquezinho que aprendi com Trívia. – Com uma piscadela, Emily fez seu arco voltar ao normal e começou a correr em direção ao garoto.

Joel a seguiu, e logo Paelen apareceu com Elizabeth já acordada ao seu lado.

Parando ao lado de Riler, perceberam que ele não estava muito machucado, mas com certeza teria um feio hematoma na testa depois de um tempo. Paelen o levantou e o colocou em uma cadeira de sol para descansar. Riler era o típico garoto americano que toda a menina ama. Cabelos loiros e ondulados, olhos azuis com o céu e a pele bronzeada, provavelmente por ir a todos os lugares com Liza, e onde ela fosse teria que ter sol. Ele estava com uma bermuda de banho preta e sem camisa.

Elizabeth sentou-se ao lado dele na cadeira e fitou Emily por um instante.

- O que eram aquelas coisas? – Ela perguntou enjoada. – Você as viu? Eu não estou louca, né?

Emily mordeu o lábio inferior e olhou para Joel e Paelen pedindo ajuda.

- É... sabe... – Joel começou muito desconfortável. – Você conheceu sua mãe Elizabeth?

Ela balançou a cabeça negativamente.

- Meu pai nunca me falou muito dela. Ainda mais agora que esta com uma namorada nova, mas... Por que?   

- Se eu dissesse que conheci sua mãe você acreditaria em mim? – Emily perguntou dessa vez. – E que ela lhe mandou um presente?

Elizabeth ergueu as sobrancelhas e pensou por um instante.

- Que presente? É um perfume? Por que se não for de grife com certeza não é a minha mãe.

- Não. Não é um perfume. – Emily rolou os olhos, mas depois pensou direito. – Como saberia se não é sua mãe só por um perfume?

- A única coisa que meu pai falou sobre ela é que é uma mulher de classe, muito importante e especial, assim como eu. – Elizabeth explicou. – Mas então... O que isso tudo tem a ver com aquelas coisas?

 - Você é realmente especial Liza. – Emily falou afinal. – E sua mãe também... Ela é uma deusa, Venus, para ser mais exata. Por isso aqueles monstros estavam aqui. Para vir atrás de você.

Elizabeth riu.

- Ora por favor Emily. – Ela disse. – Eu sempre achei você muito engraçada com histórias fantasiosas, mas acho que andar com Joel está deixando você muito pior.

Joel ergueu as sobrancelhas parecendo muito ofendido.

- É sério Liza. – Emily insistiu. – Olha, vou te mostrar uma coisa. – Ela estendeu as mão para frente, e colocou uma em cima da outra, com a palma para cima. Murmurou algo bem baixo em latim e uma esfera púrpura brilhante surgiu e se transformou em uma pequena flor da mesma cor – Vê? É magia, aprendi com Trívia, uma deusa também.

Elizabeth arregalou os olhos e olhou para Emily, depois para a flor, e então para Emily, e para a flor novamente.

- E não é só isso. – Emily continuou. – Joel pode controlar o fogo pois recebeu o poder de Vulcano. E também tem o Pegasus, e esse aqui, Paelen, ele é um olímpico sabia?

- Esse aqui? – Paelen reclamou.

- Pegasus? – Elizabeth perguntou indignada. – Tipo... O cavalo branco com asas?

- Ele não é um cavalo! – Joel exclamou. – Mas sim, ele tem asas.

Elizabeth suspirou e fitou o chão em silêncio.

- Quero vê-lo. – Ela pediu.

- Sim. – Emily concordou. – Mas antes... – Tirou o chicote que Venus havia lhe dado da cintura e o estendeu para Elizabeth. – O presente da sua mãe.

Ela hesitou um pouco mas o pegou. Assim que ela o esticou e encostou no cabo, a pedra vermelha começou a brilhar.

- Uau. – A semideusa murmurou. – Como eu uso isso?

- Não faço a menos idéia, mas sei que assim que encontrar com sua mãe ela vai lhe explicar. – Emily respondeu.

Usando sua ligação com Pegasus ela o chamou e em instantes o garanhão apareceu voando. Assim que pousou balançou a cabeça em direção a Elizabeth relinchando.

- Sim, sabemos que é ela. – Emily falou sorrindo.

- Você fala com o cavalo? – Elizabeth olhou assustada apara sua amiga.

- Não é um cavalo! – Joel e Emily exclamaram juntos.

- É, vocês são perfeitos um pro outro. – A filha de Venus falou.

E Emily se sentiu totalmente exposta, afinal, agora sabia que Elizabeth era filha da deusa do amor e provavelmente entendia desse tipo de coisa. Antes que ela pudesse inventar uma maneira de protestar, seu celular começou a tocar na mochila no bolso de Joel. Os dois se entre olharam e ela mordeu o lábio inferir.

- Será? – Perguntou muito angustiada.

- Acho melhor você atender. – Ele tirou o celular do bolso e entregou a ela.

Hesitou por alguns instantes, mas enfim atendeu rapidamente para nem olhar o número piscando na tela.

- Alô? – Falou com a voz embargada.

- Emily, minha querida! – Exclamou aquela voz conhecida, que ela tanto amava e que agora era totalmente diferente.

- Pai...

- Vejo que conseguiu salvar sua amiguinha semideusa, não é? – Ele interrompeu seu dar a ela chances de perguntar qualquer coisa. – Sabe, dessa vez foi bem fácil. Mas não vá se acostumando com isso, ok? Nossa brincadeira está só começando.

- Pai! – Emily gritou com um nó na garganta. – O que você está fazendo? Onde você está?

Mas não obteve resposta, tudo que ouviu foi uma risada digna de um vilão de desenho animado, e depois o som que indicava que a chamada havia sido desconectada.

Sem aguentar por nem mais um instante, Emily se jogou de joelhos no chão e se pôs a chorar.


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Notas finais do capítulo

É o seguinte pessoal, eu quis postar bem rápido pra vocês, então eu não tive muito tempo para revisar o capitulo. Se tiver muitos erros me perdoem, e avisem que eu arrumo ok?
Reviews? Críticas, elogios... Estamos aqui!
Beijos e até mais ♥



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