Emily esqueceu tudoque importava, que a magoava, que a deixava nervosa, que a deixava feliz ou triste. Simplesmente, se esqueceu de tudo.

Aquele era o maior, mais belo, e mais completo closet de todo o mundo.

O piso do closet era de mármore branco polido. Nas paredes do lado direito, e do lado esquerdo encontravam-se dois armários inteiramente de ouro, com grandes portas roliças e gavetas. No centro do closet, um tapete redondo branco e grande, estava em baixo de um banco estofado com estampa de pombas brancas.

- Ahn... Uau. – Emily exclamou. – Foi isso o que Sofia quis dizer com... Moderno?

- Isso, e mais, minha querida. – Disse Vênus sorrindo como se aquele fosse o paraíso.

Elas caminharam até o centro, e em cima do banco estofado, se encontrava um controle, também de ouro com botões que tinham escrituras em latim.

- Veja só isso! – Vênus deu uma piscadela pegando o controle, mirando para o armário da esquerda e apertando uma combinação.

 Feito isso, as portas roliças do armário se abriram, revelando uma coleção incrível de vestidos brancos. Eram clássicas roupas romanas, em vários modelos. Além disso, dois pares de armaduras completas para batalha.

- Nossa. – Emily murmurou impressionada.

- Agora, aqui. – Desta vez Vênus apontou o controle para o armário da direita.

Quando as portas se abriram, ela soltou um gritinho de alegria. Era uma coleção inteira de prima-vera verão da marca mais chique de toda Nova York. Belos vestidos balone brancos e floridos. Saias multicoloridas com babados fofos. Camisetas e casaquinhos de todos os tipos.

- Que... Que lindo!

Vênus apertou mais um botão, e as roupas penduradas em cabides moveram-se para o lado, deixando a vista outra coleção de roupas. Desta vez de outono-inverno, da mesma marca.

Shorts, meias calças, calças jeans, jaquetas, camisetas e tudo mais.

Vênus mostrou tudo a Emily.

Havia uma combinação, que abriam mais algumas portas. Do lado esquerdo, com sandálias e rasteirinhas brancas. Do lado esquerdo, saltos, botas, e até tênis.

Outra combinação abria algumas das gavetas; Do lado esquerdo, com enfeites de cabelo e jóias antigas, e do lado esquerdo, as mesmas coisas, só que mais modernas, além de lindos pares de óculos escuros.

Depois de ver tudo, Emily perguntou a Vênus o que ela vestiria.

A deusa pegou do lado esquerdo uma túnica branca e mostrou a ela.

- Perfeito! – Emily falou sorrindo.

                                                                             Joel

Paelen levou Joel para uma espécie de quarto no palácio dos deuses, deixou com ele o que deveria vestir e saiu, dizendo que voltaria para buscá-lo e levá-lo ao conselho às oito da noite. O fuso horário do Olimpo é diferente do da terra, mas recentemente, os Olímpicos optaram pelo calendário de hoje em dia.

Joel ficou imaginando o queEmily estaria fazendo. Se ela estava sozinha, em um quarto como aquele. Com uma enorme cama de casal com colchas douradas e fofinhos travesseiros brancos. Uma cômoda de madeira rústica e uma porta que levava a um luxuoso banheiro, ou se ela estaria com Pegasus, Vesta ou aquela garota, Sofia.

Depois, pensou em Barbara. A garota nova do colégio. Ele a achou estranha de inicio, mas depois de puxar assunto e começar a conversar melhor, até que gostou.

 Barbara morava com a mãe em San Francisco. Lá, ela estudara em mais de três escolas diferentes, de tanto ser expulsa e suspensa, acusada de roubar coisas e desrespeitar alunos e professores. Barbara foi para o reformatório duas vezes. A mãe era uma atriz, e quando recebeu uma proposta de bom emprego, se mudou para Nova York.

Barbara dissera que nunca teve amigos de verdade. Que todos a achavam esquisita e tinham medo dela, e que na verdade, não era tão ruim para ela.

Cansado e perdido em devaneios de seu passado, Joel se jogou de sapato e tudo na cama que estava ali e dormiu.

Ele nunca se lembrava de sonhar com alguma coisa interessante o bastante para ser guardada. Mas aquele sonho era realmente, sobre algo que ele jamais esqueceria.

Estavam ele e Emily e no Olimpo, logo depois da derrota dos Nirads; Já haviam tratado seus poucos ferimentos, e naquele momento estavam sozinhos em cima de uma construção branca de mármore que era o lugar onde Apolo e Diana estavam tratando de Pegasus.

Apresar da destruição o Olimpo estava muito bonito. O céu era ainda mais estrelado que o de Nova York.

- E então Joel? – Emily falou se apoiando em uma espécie de parapeito. – Como se sente salvando o Olimpo?

- Foi você quem salvou o Olimpo Emily. – Joel disse ficando de frente para ela.

- É claro que não. Para começar, se não fosse por você eu nem conseguiria ter ajudado o Pegs com aquela lança e a asa quebrada. – Emily retrucou.

- Mas você re ascendeu a chama.

- Não teria chegado aqui sem você.

- Bem... Já que insiste. – Joel sorriu convencido tirando algumas risadas dela.

- Joel, vamos fazer uma coisa? – Emily perguntou com os olhos brilhando.

- O que?

- Pacto de sangue! – Ela exclamou. – Eu sempre quis fazer algo do tipo, mas nunca senti que tinha a pessoa certa.

- Nossa Emily. Isso é... Você acha que eu sou a pessoa certa? – Joel perguntou surpreso.

Emily sorriu querendo dizer que sim.

- Certo. Mas pode doer um pouco, você sabe disso né?

- Depois de tudo que passamos, acho que um furinho no dedo não é de nada!

Joel riu e tirou uma adaga de bronze que tinha bolso.

- Onde conseguiu isso? – Emily perguntou assustada.

- Paelen me deu aquela hora que você foi para o templo e ficamos lutando com os Nirads. Ele pegou de um cara que estava caído.

- Acha que, “o cara que estava caído” não vai sentir falta?

- Não.

Os dois se encararam, e depois de alguns segundos começaram a rir.

- Eu primeiro! – Emily falou estendendo sua mão.

- Tem certeza disso? – Joel perguntou parecendo preocupado.

Emily assentiu decidida.

Então, com muito cuidado, ele fez um pequeno furinho no polegar de Emily. Ela apertou um dos olhos e gemeu quando um filete de sangue saiu.

- Você está bem? – Joel perguntou.

- Sim. É como exame de sangue. Só dói na hora.  – Emily sorriu. – Agora você!

Joel fez o mesmo em si, e não pareceu se importar com a dor, depois, entrelaçou seus dedos nos de Emily e disse:

 - A partir de hoje, estamos com o sangue ligado Emily.Nunca vamos nos separar. Jamais iremos contar nossos segredos para as outras pessoas, e confiaremos um no outro a cima de tudo!

Emily deu um enorme sorriso e balançou a cabeça positivamente.

Então pressionaram seus polegares um contra o outro.

Ficaram assim por alguns segundos, observando um ao outro. Até que Emily não se conteve, e pulou em Joel o abraçando, e caindo no chão em cima dele.

Depois disso, os dois ficaram no chão, abraçados, rindo por um bom tempo,até Diana vir chamá-los dizendo que Pegasus queria ver Emily. E, quando estava descendo para vê-lo, ela caiu no chão e torceu o pulso. Joel a carregou nos braços, a força, até Apolo e ele cuidou dela.

Foi uma noite muito divertida, e Joel prometeu a si mesmo que jamais esqueceria, e esperava que Emily também.

Joel acordou muito bem.

Abriu os olhos lentamente, se espreguiçou ainda deitado.

Antes que ele pudesse levantar, Paelen entrou pela porta com os braços atrás da cabeça.

- E aí cara, está pronto? – Ele perguntou. E quando viu Joel na cama, fechou a cara. – Você estava dormindo?

- Esperava que eu fizesse o que nesse quarto sozinho? – Joel disse levantando-se da cama.

- Se a Emily estivesse junto você faria o que? – Paelen perguntou rindo.

- Vaza daqui. – Joel jogou um travesseiro em Paelen que se esquivou dele facilmente.

- Muito maduro! – Ele exclamou virando-se de costas e saindo do quarto. – Arrume-se logo. O conselho já está se reunindo.

Quando Paelen fechou a porta, Joel olhou em direção a cômoda que não estava muito distante.

Em cima dela, Paelen havia deixado uma túnica branca.

De jeito nenhum, ele vestiria aquilo.

Desejou ter trazido uma mochila com roupas.

Outro dia, Emily pegou moedas de ouro que Vesta havia lhe dado, trocou por dinheiro sabe-se lá onde, e levou Joel ao shopping. Os dois compraram muitas roupas aquele dia.

Foi até cômoda e abriu uma gaveta, apenas para verificar. Decepção. Mais túnicas.

Foi abrindo todas as gavetas, até chegar na quinta, e última. A abriu com esperanças de encontrar uma muda de roupas normais. E para sua surpresa e felicidade, encontrou.

E eram roupas, mais ou menos, do seu gosto e tamanho exato.

 Uma calça jeans preta, roupas íntimas, e uma camiseta toda branca. Dobradas e em perfeito estado.

Mais do que rápido, correu até o banheiro, onde encontrou uma toalha, tomou um banho e se vestiu, calçando o seu próprio tênis.

Arrumou a cama que havia desajeitado e saiu do quarto.

Não ficou surpreso ao encontrar Paelen. Ele não estava com túnica branca. E sim com jeans comum e uma jaqueta fina preta.

- Por que não está com a roupa que eu trouxe? – Ele perguntou.

Joel o encarou sério, até que ele começou a rir.

- Ah, achei que você cairia nessa. – Ele começou a caminhar. – Sabe, Vênus esses dias visitou a terra. Ela disse que não se conforma que os mortais sejam tão... Diferentes, de uma maneira boa, e nós aqui no Olimpo sejamos tão antiquados. Ela quer que todos passem a se vestir e agir como pessoas dosa dias de hoje, na terra. Júpiter acatou a idéia, digo, exigência, dela.

- Ah. E você queria que eu passasse vergonha na frente de todo mundo? – Joel concluiu.

- Isso ai. Agora vamos, Vênus gosta de ser a ultima a chegar, não se atreva a chegar depois dela.

Então eles apertaram o passo e logo chegaram ao salão do conselho. O lugar era muito bonito.

Tinha uma grande lareira na extremidade que queimava com um fogo verde.

No centro, uma mesa enorme de mármore detalhada e bonita, estava repleta  de frutos, bebidas e pratos de todos os tipos.

Em volta dela, 12 cadeiras de bronze, estofadas e belas, que mais pareciam tronos, nas laterais, e em cada ponta, uma cadeira parecida com as outras, só que mais exuberantes e de ouro.

Nas cadeiras das pontas estavam um homem e uma mulher, e só pela energia que irradiavam Joel teve certeza que eram deuses.

O homem, ele reconheceu como Júpiter. Tinha cabelos grisalhos e bem aparado. Uma barba da mesma cor, que já começava a virar um bigode. Os olhos eram azuis elétricos. – Como os de Barbara. – Joel pensou imediatamente.  Usava um terno de risca azul escuro, e parecia meio desconfortável nele. Tinha a aparência de um homem com seus 50 ou 60 anos, mas muito bem cuidado.

Na outra cadeira de ouro, ele achou que poderia ser Juno. Ela tinha cabelos pretos e trançados assim como os de Vesta. Os olhos eram castanhos e profundos. Usava um vestido branco e longo com um decote enfeitado com pedras preciosas. Ela já tinha uma aparência mais jovem. 

- Vai lá cara. – Paelen falou dando uns tapinhas nas costas de Joel.

- O que? Você não vem? – Joel perguntou parecendo nervoso.

- É claro que não. É o conselho dos deuses.

- Então por que eu e Emily vamos estar aí?

- Por que é a vocês que eles vão pedir que encontrem a... – Paelen se interrompeu. – Vai logo. Eles precisam de sua ajuda, não vão matá-lo.

Joel engoliu em seco, e foi caminhando alguns passos. Quando olhou para trás, Paelen já nem estava mais lá. Ele se aproximou mais um pouco, e quando Júpiter virou-se para observá-lo fez uma reverência desajeitada.

- Senhor Júpiter. Senhora Juno. – Ele disse curvando-se.

Juno sorriu e Júpiter assentiu.

- Você é Joel de Silva certo? – Ela perguntou.

- Sim. Sim senhora. – Joel respondeu atrapalhado.

Ela deu uma leve risada.

- Sente-se meu rapaz, em breve os outros estarão  aqui.

Joel sentou-se em uma das cadeiras laterais, mais ou menos no meio, e ficou ali, desconfortável. Até que todos os deuses já haviam aparecido. Diana, alta com belos olhos azuis com os do pai, Apolo, com cabelos negros, a pele bronzeada e olhos como os da irmã. Baco, com cabelos tão negros que eram quase roxos, olhos  de cor púrpura e uma aparência, digamos assim, bêbada. Minerva, com olhos acinzentados e cabelos castanhos ondulados. Marte, que parecia um motoqueiro mala sem alça, entre muitos outros.

Já estavam todos ali, inclusive Vesta, apenas Vênus não havia chegado. Exatamente como Paelen dissera.

Júpiter já começava a ficar impaciente, quando Vênus entrou no salão. Joel ainda não tinha a visto, e a achou simplesmente maravilhosa. Corpo perfeito. Foi a primeira coisa que se passou em sua cabeça. Ele se sentiu estranho ao pensar isso, mas não tinha culpa, com aquele vestido justo e provocante. Uma deusa descente não deveria se vestir desse jeito.

- Está atrasada, Vênus. – Júpiter falou parecendo calmo.

- Uma dama nunca está atrasada, meu pai. São os outros que estão sempre adiantados. – Vênus falou com um charmoso sorriso.

Juno e Vulcano rolaram os olhos parecendo irritados.

- Onde ela está? – Vesta perguntou.

- Emily? É claro... É melhor que a elogiem, ouviram? – Vênus falou. – Vocês podem entrar, minha querida.

E então, Pegasus passou pelas belas portas do salão, e montada nele, com as pernas de lado, estava a menina mais linda que Joel vira em toda a sua vida.

Seu cabelo castanho meio avermelhado era cheio de cachos perfeitos que caiam em seus ombros como uma cachoeira, brilhantes, sedosos e naturais. Os olhos eram verdes e a pele clara com algumas sardas no rosto.

Ela estava com um vestido branco em estilo tomara que caia. Bem justo do busto até a cintura, e com uma leve saia que ia até os joelhos. Tinha, no pescoço e nos pulsos discretas jóias de prata. Em seus pés, uma sapatilha branca, com uma fita da mesma cor, entrelaçada até a metade das panturrilhas. Em seu cabelo, uma linda tiara prateada, como a de uma princesa;

- Linda... –Joel murmurou quase em transe, percebendo que aquela, era sua melhor amiga.

Emily Jaobs.

- Linda... – Ele repetiu, e desta vez Diana, que estava ao seu lado com vestes brancas parecida com maioria das deusas, ouviu.

- O que disse? – Ela perguntou parecendo irritada.

- Nada! – Joel exclamou. – Eu não disse nada!

Diana o encarou por uma fração de segundos, e depois voltou-se para Emily que já havia desmontado graciosamente de Pegs e caminhou até parar ao lado de Júpiter.

- Senhor Júpiter. – Ela disse curvando um pouco os joelhos e puxando levemente as pontas de seu vestido em sinal de respeito.

Júpiter sorriu assentindo.

- Você está linda criança. – Ele disse após um olhar mortal de sua filha Vênus. – Sente-se.

Emily correu a passos de fada até a cadeira em frente a de Joel e se sentou.

- Como estou? – Ela perguntou a Joel inclinando-se um pouco para frente.

- Ahn... – Joel pensou muito antes de responder. – Diferente.

- Diferente bom ou ruim?

- Di-di-diferente... Diferente bom! 

Emily voltou a se endireitar e Joel também.

Júpiter havia começado um discurso sobre todas as lutas do Olimpo, os heróis, deuses e todas as suas conquistas até os dias de hoje. Falou sobre a bravura de Emily, Joel, Pegasus, Paelen e, cheio de orgulho, de Diana por terem salvo o Olimpo.

Joel achou engraçado. Com toda aquela mesa posta, ninguém se movia para servir-se.

Quando Júpiter acabou, fez seus últimos agradecimentos por Emily e Pegasus, mas logo depois, o assunto da nova missão começou, e quem explicou tudo não foi ele, nem Vesta, muito menos Diana. Foi Juno.

- Bem, minha querida. – Ela disse. – Você deve saber, que nos tempos  antigos, certos deuses – ela olhou acusadoramente para Júpiter. - , desciam a terra e tinham... Filhos, com meros mortais. Aqueles que chamavam de – ela parou novamente, como se fosse doloroso dizer aquilo. – Heróis. Eles talvez poderiam ser fortes, e até nos ajudavam, mas a muitas eras estamos tentando evitar isso.

Um silêncio percorreu a sala por alguns instantes até Juno se pronunciar novamente.

- Porém, certos deuses, que até agora não foram descobertos – Juno dessa vez olhou acusadoramente para todos os deuses presentes, e Diana pareceu muito ofendida. – desceram a terra a 14 anos, e tiveram filhos.

Novamente um silêncio desconfortável predominou.

- Bem... E onde entramos em tudo isso, senhora? – Joel perguntou.

Juno o encarou, e por um momento Emily temeu que ela fosse fulminá-lo por ter a interrompido, mas ela não o fez.

- É uma coisa muito simples. – Ela disse. – Queremos que encontrem essas crianças, e as tragam para o Olimpo.

- Como vamos encontrá-las? – Emily perguntou. – Vocês tem... Nomes ou algo do tipo?

- Infelizmente não. – Juno respondeu.

- Na verdade... – Vênus quem falou desta vez. -  Eu sei... A... A localidade de uma que, aliás, é minha filha.

Nenhum deus pareceu surpreso, então ela continuou.

- Ela estuda com você Emily, entrou recentemente na sua escola.

Imediatamente Joel e Emily se entre olharam.

- Ela? – Emily sussurro nervosa.

- Até parece! – Joel falou no mesmo tom de voz. – Ela? Filha de Vênus...

- Mas ela sabe muito sobre mitologia não é?

- Não que ela existe!

Vesta os interrompeu.

- Algum problema, minha criança?

- Desculpe, não é nada, continue Vênus, por favor. – Emily falou.

- Ela é uma garota... – Vênus continuou;

Joel engoliu em seco, e Emily tomou um gole do liquido que estava em seu cálice, e ela nem sabia o que era.

- Seu nome é Elizabeth. Elizabeth Portuale.

Aquilo que Emily havia tomado, ela cuspiu, na cara de Joel.

Todos a olharam perplexos.

- Você está bem? – Diana perguntou preocupada.

- Eu não! – Joel gritou indignado.

- Desculpe-me... Vênus é que... Você tem certeza que é esse o nome? – Emily perguntou.

- É claro. Eu quem dei o nome a ela! – Vênus respondeu e recebeu um olhar de reprovação de Juno.

- Bem,  acontece que... Elizabeth é a minha melhor amiga.

Todos os deuses ficaram calados, até Júpiter se pronunciar.

- Eu acho que, sendo minha filha Vênus a primeira a admitir, acho que eu deveria dizer que... Tenho uma filha mortal na terra também.

Juno bufou e rolou os olhos.

- Grande! – Ela exclamou. – Vocês não sabem o significado de família?

 Vulcano caiu na gargalhada.

- Quem é você para falar de família Juno? – Ele vociferou.

Todos os deuses o encararam e ele parou de rir.

- Bem, Emily. Está bem claro de qual é a sua missão? – Juno perguntou ignorando Vulcano.

- É, eu acho que sim. – Emily respondeu após um longo suspiro.

- Então, Pegasus vai levar você e seu amigo Joel de volta a terra amanhã. Ele consegue sentir a presença de poder dos deuses então vai reconhecer a minha filha. – Júpiter concluiu.

-Espere. – Joel interrompeu antes que ele declarasse o conselho encerrado. – Todos os filhos de vocês. Eles estão em Nova York, certo?

Nesse instante, todos encararam Apolo.

- O que? – Ele exclamou indignado.

 - Apolo, - Diana começou. – você disse que foi visitar... Ahn... Aquele lugar que os mortais chamam de Brasil?

- Eu não... – Ele ia começar a argumentar, mas vendo a expressão de todos os deuses ele nem continuou. – Ah, que seja; Mas eu não tive um filho lá. Eu trouxe uma moça para cá e nós...

- Calado. – Diana repreendeu.

Vênus conteve um risinho.

- Bom, o caso é que se mais algum deus tem um filho na terra, é bom que diga agora. – Júpiter falou com uma voz mandona.

Nisso, uma sombra negra se formou na sala ao lado da lareira. Um ar um pouco sombrio se formou pelo lugar, e a sombra negra tomou a forma de um homem.

Ele era muito alto, tinha o cabelo preto e desarrumado quase até o ombro. As pupilas eram completamente negras. E estava com um manto preto sobre o corpo que escondia suas roupas.

- Plutão. – Netuno e Júpiter falaram ao mesmo tempo.