Heróis escrita por Oceansoul


Capítulo 15
Capítulo Quinze


Notas iniciais do capítulo

Yoo, voltei flores lindas do meu jardim *-* Obrigada pelos reviews no meu outro capitulo. Achei que iriam me abandonar depois de tanto tempo sem postar >.
Sem mais delongas, capitulo quinze pra vocês ♥



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- Que coisa mais sacal! – Barbara reclamava, jogando videogame com Joel e tentando desviar a atenção do casal a alguns metros de distância.

Joel não sabia se ria de Barbara, ou chorava por estar perdendo na luta do jogo.

Emily estava sentada em um pufe ao lado do sofá onde Joel e Barbara jogavam. No pufe do outro lado, Liza dormia.

Assim que entrou naquele lugar, Emily notou o porquê de os quartos de Zandaya e Joshua serem tão vazios.

Aquela sala sem dúvida alguma era um mundo de diversão para os filhos de Plutão. O piso era todo forrado por um tapete preto todo peludo. No centro da sala encontrava-se uma televisão de pelo menos umas sessenta polegadas, em frente a um sofá vermelho vinho muito confortável e três pufes da mesma cor – um deles havia sido puxado por Zandaya e Daniel que estavam juntos em um canto –. Junto a ela em um móvel de madeira escura, tinham todos os tipos de consoles e aparelhos de videogame que Emily conhecia, e mais os que não conhecia; o DVD mais atual e prateleiras e prateleiras de jogos e filmes.

 Havia também mais para o canto da sala um jogo de hóquei de mesa que dava para até quatro pessoas; dois computadores de ultima geração e o que deveria ser o melhor de tudo: um armário cheio de todos os tipos de salgadinhos, bolachas, guloseimas e um frigobar embutido com porta de vidro, de onde se via várias latinhas de refrigerante e sucos.

O lugar era iluminado por dois enormes lustres com velas negras, e havia ainda duas portas de carvalho, trancadas.

Emily não sentia como se estivesse no mundo inferior. Ali, diferente da sala do trono de Plutão, era fresco como se tivessem grandes janelas no alto. Mas não havia janelas, o que trazia certa sensação de desconforto. As paredes eram cobertas por um papel de parede vermelho escuro, sem nenhum vão para entrada de ar.

Quando Zandaya soltou mais um risadinha histérica, Barbara bufou e jogou o controle para cima de Joel, que comemorava a sua primeira vitória.

- Qual o problema desses dois afinal? – Perguntou para ninguém específico. – Eles não estavam se matando há algumas horas atrás?

- Vai entender. – Joel deu de ombros e jogou o controle de volta para Barbara, que o pegou recomeçando a luta.

- Ainda bem que eu e Ty não somos assim. – Murmurou.

- Ty? – Emily se virou para eles, der repente um pouco curiosa.

Barbara ficou em silêncio durante algum tempo antes de responder.

- Meu namorado. – Falou, abaixando levemente a cabeça para esconder com o cabelo o rubor em seu rosto.

Emily sorriu.

- Sério mesmo?

Barbara assentiu várias vezes. Então ela se levantou do pufe, foi até a garota e arrancou o controle do videogame das mãos dela, sentando-se ao seu lado.

- Me conta? – Pediu.

Joel a encarou, perplexo.

- Desde quando você é tão curiosa?

- Ora! Não a nada para fazer aqui! Barbara pode nos contar um pouco mais sobre ela, e nós lhe contamos sobre nós. O que acha?

Barbara deu de ombros, afundando no encosto do sofá.

- Tanto faz.

- Onde se conheceram? – Emily disparou a primeira pergunta.

Joel balançou a cabeça em desaprovação, mas Barbara logo respondeu.

- Em um acampamento de música, lá em San Francisco. – Ela começou a examinar as unhas com um olhar distante. – Mais ou menos quando eu completei onze anos, comecei a fazer perguntas demais sobre meu pai para minha mãe. Obvio, ela não me respondia, já que se tratava de Júpiter. Comecei a ficar deprimida, entrei em depressão depois de um tempo, me distanciei do pessoal da escola... Como sempre gostei de música, ela resolveu me mandar para esse acampamento para ver se eu melhorava.

“No começo foi muito chato. Não me enturmei e fiquei isolada em um canto. Então, teve um dia de festa em que começaram a escolher aleatoriamente os campistas para subir no palco. Eles colocavam uma música, e se você conhecia a letra, a cantava, se não, improvisava uma. Para a minha sorte, fui escolhida na segunda vez. Eu e o Ty. Ainda não nos conhecíamos, obvio. Colocaram a música, e eu quase nem acreditei...”.

- Qual música era? – Joel quem perguntou dessa vez. Emily o encarou séria, e ele revirou os olhos. Barbara nem reparou. Estava sorrindo.

- Bring Me To Life... – Ela respondeu com um sussurro. Joel assoviou alto. – Nós cantamos juntos em perfeita harmonia. No final da música estava completamente apaixonada por ele. Isso foi há três anos, eu só tinha onze anos então não tinha certeza do que sentia... Mas fiquei muito chateada no último dia do acampamento, quando descobri que o Ty era de outra cidade. Eu fui para minha casa, e ele para a dele, aqui em Nova York. Continuamos mantendo contato pela internet e telefone, e cada dia eu gostava mais ainda dele.

“Depois de dois anos minha mãe morreu, e eu me mudei para cá. Reencontrei o Ty, ele me apresentou sua banda e me convidou para ser a vocalista deles. Eu aceitei, e sem mais nem menos, no nosso primeiro show ele pediu para namorar comigo. Foi o dia mais feliz da minha vida...”.

- Isso é tão lindo... – Murmurou a voz de Liza. Os três se viraram para a garota que antes dormia, e agora observava Barbara, admirada. – Que história de amor!

- Por isso estava cantando essa música lá em baixo na cela, não é? – Emily perguntou.

- É. – Barbara assentiu, rindo. – Sempre cantamos juntos. E tecnicamente Ty me trouxe de volta a vida. Eu estava totalmente antissocial naquela época. Me contem sobre vocês agora! Quero saber tudo!

E eles contaram. Emily lhe contou sobre a morte de sua mãe, sobre como ela e o pai tentaram superar aquilo tudo juntos. Contou do dia em que Pegasus caiu ferido em seu terraço, e de quando foi procurar por Joel, que lhe dava medo de início. O garoto ficou perplexo com a declaração, alegando que não era tão assustador assim. Emily falou que apesar de muitas dificuldades que trouxe consigo, a chegada de Pegasus até ela foi uma das melhores coisas que já lhe acontecera em toda a sua vida.

Depois foi a vez de Joel. Ele contou sobre a vida que tinha em Roma com sua família. Contou sobre o acidente que tirou a vida de todos eles, menos a sua. De todas as casas em que passou, sua vida infernal no orfanato, e do dia em que conheceu Emily e Pegasus, de verdade. Admitiu que realmente havia sido muito grosseiro com ela, e pediu desculpas. Emily ficou constrangida.

- Pare com isso Joel... – Falou, virando o rosto ao sentir as bochechas queimares.

- Não, sério Em. – Ele se aproximou mais dela, segurou sua mão e virou seu rosto para si, delicadamente. – Você, Pegasus, Paelen, seu pai, Diana... Mas principalmente você. Fizeram com que eu repensasse em toda a minha vida. Fizeram com que eu fosse feliz novamente. Você fez com que eu fosse feliz, como nunca havia sido antes. Você não faz ideia do quanto que é importante para mim Emily. Não faz ideia mesmo. 

Der repente, tudo ao seu redor parecia ter desaparecido. Os amassos de Daniel e Zandaya. Barbara, Liza, a musiquinha frenética do videogame...

 Parecia que os únicos no mundo eram ela, e Joel.

Emily olhou nos olhos dele, que a encaravam tão calorosamente. Ele estava ansioso. Estava esperando por alguma coisa... Ouviu a voz de Vênus em sua mente. Por você, Emily. Ele está esperando por você.

Seu coração batia mais forte do que nunca. Sentiu a mão de Joel acariciando sua face tão carinhosamente, e a segurou, fechando os olhos. Sentiu o rosto dele se aproximar do seu. Podia ouvir seu coração batendo igualmente rápido, sua respiração quente... Seus lábios roçaram um no outro por míseros segundos, até que foram bruscamente interrompidos.

- Mas que cena mais linda! – A voz de Joshua gritou, quando ele os empurrou, um para cada lado e se espremeu entre os dois. – Como vocês estão?

Emily nunca achou que pudesse sentir tanto ódio por uma pessoa só, e antes que pudesse se controlar, sua mão estalou contra o rosto dele, emitindo um ruído que se espalho por toda a sala.

- Ai... – Barbara gemeu, entre o silêncio que se seguiu.

Emily se levantou e o encarou.

- Qual... Qual é o seu problema? – Gritou.

Zandaya tinha se levantado e foi até ela para impedi-la de avançar em seu irmão.

- Relaxa Emily, o Joshua é assim mesmo... – Começou. Mas Emily a ignorou

- Vocês tem algum banheiro aqui? – Perguntou evitando olhar para os outros.

Zandaya apontou para uma das portas trancadas, que se abriu com um estalo.

Emily foi até ela o mais rápido que pode, acendeu a luz, e bateu a porta. Não parou para prestar atenção na decoração, mas o banheiro era enorme, e muito branco.

Foi até a pia, lavou o rosto, e se olhou no espelho emoldurado com ouro.

Der repente, uma preocupação com Pegasus a atingiu violentamente. Onde ele estaria agora? Estaria no Olimpo, conversando civilizadamente com Júpiter? Ou o deus resolvera resolver na violência e ignorância? Será que ele e os outros estariam bem?

Pensou no minuto passado em que estava prestes a beijar Joel... Estava prestes a beijar Joel!

Secou o rosto, respirou fundo, e saiu do banheiro.

Examinou a sala por um momento. Joshua estava no pufe em que Daniel e Zandaya estavam antes, e a irmã estava de pé ao seu lado, lhe dando um sermão. Emily ficou muito satisfeita ao ver a marca perfeita, e muito vermelha de sua mão no rosto do garoto.

Daniel estava no sofá jogando com Barbara, e Liza falava alguma coisa com Joel, que não prestava atenção alguma, e sim olhava receoso para Emily que acabara de sair. Ao notar seu olhar, ela sorriu e caminhou tremulamente até ele, sentando-se ao seu lado e deitando a cabeça em seu ombro. Liza logo calou a boca e foi até Barbara, especular sobre a probabilidade da personagem dela namorar com o de Daniel.

- Estou preocupada com Pegs... - Emily sussurrou.

Joel apertou sua mão.

- Tenho certeza de que ele esta bem.

Depois disso, Emily ficou um pouco mais descansada.

A interrupção de Joshua a deixara realmente muito irritada, mas depois de desabafar tudo sobre o que lhe acontecera para Barbara, e ouvir o que Joel havia lhe dito, ela se sentia mais leve, como se tivesse tirado um peso dos ombros.

Depois de fazerem um lanche com o delicioso conteúdo do armário, a única coisa que poderiam fazer era esperar para ver o que aconteceria a seguir.

Com o passar do tempo, Emily ficou muito preocupada, e quando ela estava tomando a decisão de ir atrás de Pegasus, Plutão se materializou na sala, bem ao lado de Zandaya que estava aos amassos com Daniel. Esta pulou do pufe, ficando de pé, ereta.

- Oi, papai!

Plutão examinou a filha de cima a baixo, depois olhou mortalmente para Daniel, que se encolheu. Joshua riu, e o deus virou-se para ele, vendo a marca em seu rosto.

- Quem fez isso? – Perguntou.

- Emily. – Joshua responde.

- Ele mereceu!

- Que seja. – Plutão foi até o armário e pegou balas sabor menta. – Júpiter quer vê-los.

  - Onde está o Pegasus? – Emily pulou do sofá. – Ele está bem? Já voltou?

- Ah sim, está lá em baixo te esperando...

Ela e Joel saíram correndo para a escada e logo sumiram de vista.

Emily quase tropeçou quando chegou ao andar de baixo, de tanta pressa. Joel a ajudou a se equilibrar e ela correu até Pegasus, que estava a olhar para a escada ansioso.

- Pegs! – Emily pulou em seu pescoço o abraçando. – Estava tão preocupada! Nunca mais vou deixar você sair de perto de mim, entendeu?

Pegasus relinchou alegremente e a afagou com o focinho.

Logo e os outros desceram as escadas.

- Então, como vamos para o Olimpo? – Barbara perguntou.

- Acho que até três de nós podemos ir com o Pegs, mas os outros...

- Eu vou com vocês! – Liza gritou correndo até Emily. – Barbara não se importa de ficar com o Joshua, né?

- Vou leva-los por um portal na corrente solar. Vocês já sabem o caminho? – Plutão perguntou.

Emily assentiu. As portas do salão se abriram e eles passaram por elas, que se fecharam logo depois.

- E lá vamos nós! – Liza anunciou alegremente. 


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Notas finais do capítulo

Então? Espero que tenham gostado ^.^ Beijos, e até a próxima minhas flores ♥



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