Heróis escrita por Oceansoul


Capítulo 16
Capítulo dezesseis


Notas iniciais do capítulo

Aff, eu realmente demorei desta vez né? desculpem..
Enfim, é o ultimo capitulo, espero que vocês gostem!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/162049/chapter/16

Assim que chegaram ao Olimpo, na sala dos tronos, Liza, Emily e Joel se encontraram com Barbara, Daniel, Joshua e Zandaya. Plutão não estava mais com ele, e sim em um trono improvisado, que nem se comparava ao que ele tinha em seu próprio reino. O deus parecia muito irritado com isso.

 Todos os deuses estavam reunidos, e alguns os encaravam friamente, já outros – Diana, Apolo, Vesta... – os olhavam com preocupação.

Logo Júpiter começou um longo discurso sobre a história dos Olímpicos, enquanto Emily permanecia encostada em Pegasus apertando a mão de Joel que estava ao seu lado.

Barbara olhava desconfiada para o pai, Daniel trocava piscadelas e sorrisos com seu pai, e Liza permanecia quieta, escondendo-se atrás do grupo. Os filhos de Plutão estavam tão normais quanto estariam se estivessem indo ao cinema, comer pipoca com manteiga e ver um belo filme, ao invés de estar na presença de deuses que podem te fritar em menos de um segundo.

Quando finalmente o discurso acabou, Júpiter explicou a situação a todos, dizendo que tomaria providências para garantir que nenhum dos semideuses se virasse contra o Olimpo, mas logo foi interrompido, por Diana, que se pronunciou dizendo que jamais permitiria que ele encostasse o dedo em qualquer um deles. Ela estava muito irritada, e foi preciso muito força de Apolo para acalma-la.

- Diana tem razão... Mata-los não é a solução. – Vênus falou, assim que Diana se acalmou.

- Tê-los ao nosso lado seria uma boa estratégia. – Minerva acrescentou com um tom muito sério. – Eles têm poder, e poderiam nos ajudar caso ocorra mais algum ataque como o dos Nirads.

- Mas isso não vai acontecer. – Júpiter assegurou. – Já resolvemos nossos problemas com os Nirads, e...

- Resolveram o problema com os Nirads? – Emily interrompeu surpresa. Por que para ela, o problema com os Nirads estava apenas começando. E seu pai? Que havia falado com ela pelo telefone e mandado os monstros atrás dos semideuses? – Desde quando? Meu pai estava...

- Não era o seu pai Emily. – Plutão falou. – Eu já lhe disse isso. A alma de seu pai está no mundo inferior.

- Então quem era? – Joel perguntou.

- Os Nirads estavam sendo controlados por alguma força maior que ainda não identificamos. – Diana explicou, desta vez um pouco mais calma. – Eu e meu irmão viajamos pela corrente solar até o mundo dos Nirads, e descobrimos que essa “força maior” ordenou que eles invadissem o Olimpo e o destruíssem, para obterem o nosso poder.

- Isso por que o mundo deles estava enfraquecendo. – Apolo acrescentou. – Depois que você exterminou aqueles que ainda estavam aqui, Emily, eles descobriram que você era a fonte de nosso poder, então resolveram ataca-la. Mas com o seu mundo enfraquecido, não poderiam viajar mais pela corrente solar, se não ele se desmancharia nas dimensões. Então, começaram a te atacar, roubando aqueles que lhe são mais importantes, te deixando vulnerável – deixando o fogo do Olimpo vulnerável.

- Então não era meu pai? – Emily sussurrou. Não sabia se estava desapontada, ou aliviada.

- Com certeza que não. – Plutão falou.

Joel apertou mais a mão de Emily, e Pegasus a afagou com o focinho.

- Mas agora a questão não é essa. – Júpiter continuou. – Já resolvi que não irei matar os semideuses, mas vocês terão de viver aqui, no Olimpo, sob minha supervisão.

Barbara e Liza respiraram fundo e Daniel sorriu triunfante.

- Meus filhos irão continuar morando comigo, irmão. – Plutão não tinha nenhum tom amigável na voz.

- Seus filhos são exceção, assim como você. – Júpiter sorriu malignamente. – A reunião está encerrada.

Depois que todos os deuses se dispersaram, Liza foi até Emily junto com os outros, indignada.

- Vamos morar aqui? Simples assim? – Perguntou. – E a minha família? O que vou dizer a eles? Isso é loucura...

- É melhor do que ser fritado pelo raio de Júpiter. – Daniel deu de ombros. – Desde que eu possa estar sempre visitando a Zandaya...

- Você vai morar com agente lá, seu bobo. – Zandaya falou abraçando Daniel.

- Duvido que o pai dele deixe. – Joshua debochou.

Nisso os irmãos começaram a discutir em voz alta. O ar perto deles se tornou tenso, então Emily e os outros sabiam que era hora de se afastar.

Ela, Pegasus, Joel e Barbara saíram do palácio para irem caminhar pelos campos do Olimpo.

O lugar não havia mudado nada desde que ela estivera ali da primeira vez. O ar com cheiro de flores, a brisa fresca, o som das ninfas que entoavam lindas canções, o canto dos pássaros e todas aquelas maravilhas mitológicas que perambulavam para lá e para cá.

Estavam entrando em uma espécie de labirinto com a cerca viva quando o primeiro deles resolveu falar.

- Isso é esquisito. – Barbara murmurou, olhando para baixo. – Eu vou poder voltar para terra todos os dias, né? Preciso ver o Ty, além disso, temos um show no dia 13 em uma das boates mais chiques da cidade...

- Hm... Hoje é dia treze, lá na terra, Barbara. – Joel falou.

A filha de Júpiter arregalou os olhos azuis, e berrou.

- Não acredito! O Ty vai me matar! Emily, você e o Pegasus tem que me levar a terra... Por favor... Vocês vão poder entrar de graça no show se quiserem, é sério...

- Relaxa! – Emily interrompeu, rindo. – Vamos.

Ela montou em Pegasus, Barbara e Joel foram logo atrás.

- Vamos nessa Pegs!

O garanhão galopou para fora do labirinto, e logo levantou voo. Passaram pela corrente solar, e logo depois estavam sobrevoando Nova York com o ar quente e a noite caindo sobre a cidade.

Barbara explicou o caminho e alguns minutos depois estavam parados atrás da casa do namorado dela.

- O que faremos com o Pegasus? – Joel perguntou assim que desmontou do garanhão.

Emily acariciou seu focinho e franziu o cenho, preocupada.

- Ele acha que pode voltar para o Olimpo por em quanto, para avisar Diana e os outros que estamos aqui. Eles vão ficar realmente preocupados... Não se importa de ir sozinho Pegs?

Pegasus balança a cabeça e relincha alegremente. Emily assente algumas vezes e lhe beija no focinho.

- Certo. Então vai lá.

Após afaga-la no rosto, o garanhão vira-se e abre as grandes asas, partindo a galope e logo voando pelo céu. Quando desaparece de vista, Emily sorri para Barbara.

- E aí? Você vai contar a ele sobre... tudo isso?

- Não... – Barbara fala. – Pelo menos hoje não. Quando tivermos mais tempo e estivermos calmos talvez. Mas agora vamos logo, eu não tenho muito tempo...

Emily, Joel e Barbara contornam a casa e logo que se aproximam da garagem começam a ouvir o som inconfundível de uma banda que toca ao vivo. A letra era desconhecida para Emily, mas para Joel não, pois ele ficou muito empolgado.

- Caramba! – Exclamou. – É Linkin Park?

- É sim! – Barbara abre um enorme sorriso. – Somos uma banda cover, ainda. Tocamos bastante Linkin Park e Evanescence.

Os três se param da porta da garagem e Barbara meche em seus bolsos. Tira uma chave de lá alegremente.

- Achei que as tinha perdido!

No momento em que ela insere a chave na fechadura da porta pequena da garagem, a música para e permanece um silêncio perturbador.

Quando Barbara abre a porta vários sons de exclamações saem de lá de dentro.

- Oi galer...  AH!

Barbara é bruscamente puxada para dentro da garagem, e assustados, Joel e Emily correm para dentro, e a encontram abraçada com um garoto, no chão.

- Barbara! Sua... sua... argh! – O garoto murmurava, praticamente rolando no chão com ela. – Tem ideia do quanto que eu fiquei preocupado? Como você desaparece desse jeito? Onde você estava? O que aconteceu?

- Ty! Você está sufocando ela! – Grita uma voz feminina.

Joel e Emily param pela primeira vez para examinar o local. Aquilo não parecia nem um pouco com uma garagem. O piso era de azulejos brancos brilhantes de tão limpos. Havia um sofá encostado em uma das paredes, e vários pufes espalhados pelos cantos. Os instrumentos estavam no centro, junto com os músicos. Com um baixo, havia um garoto de mais ou menos uns treze anos, moreno, de olhos e cabelos bastante escuros. Atrás de um teclado, estava a versão feminina dele. Uma garota morena, um pouco mais baixa do que ele, com os olhos e cabelos da mesma cor e feições muito parecidas. Na bateria, uma garota menina de olhos e cabelos – presos em dois coques – cor de chocolate.

Estavam todos muito atônitos, e somente a tecladista saiu do lugar para socorrer Barbara.

Ela e o garoto se levantaram do chão, e Emily segurou uma exclamação de surpresa.

- Você é louco Ty! – A menina morena falou quando finalmente conseguiu separar os dois.

O tal Ty, devia ter pelo menos uns dezesseis anos. Tinha cabelos castanhos bagunçados e espetador para todos os lados. Suas feições eram rígidas e belas, e os olhos eram de um tom verde azulado. Vestia calças jeans muito soltas, uma regata e chinelos, e parecia estar muito cansado.

- Desculpa... – Barbara murmurou, e o abraçou, começando a chorar desesperadamente. – Desculpa! Senti tanto sua falta!

Ty também a abraçou e ambos se beijaram por longos minutos, até que finalmente Barbara se ajeitou, secou as lágrimas e deu algumas explicações fajutas de que descobriu uma parte de sua família que vivia no campo e teve que viajar para lá der repente. Que lá não tinham internet e seu celular não funcionava. Seu namorado aceitou tudo perfeitamente bem, e implorou para que ela não fizesse de novo.

Dadas às explicações, vieram as apresentações.

- Pessoal – Barbara falou. Ela estava sentada ao lado de Ty no sofá, Joel e Emily com eles. Os outros garotos estavam cada um em um pufe. – Estes são Emily, e Joel. Nós... hm... Nos conhecemos no aeroporto, na viagem, nos tornamos muito amigos. Emily, Joel, esse são Mary – ela indicou a garota com os dois coques. – ela é a nossa baterista. – Depois indicou os mais morenos. – e eles são Ted e Lara, baixista e tecladista, respectivamente. Eles são irmãos. Nos conhecemos todos no acamamento de quem lhes falei. E o Ty, vocês já devem saber quem é, ele canta junto comigo e toca guitarra.

Todos trocaram cumprimentos e seguiu-se uma conversa gostosa, até chegaram ao assunto do show que teriam naquela noite.

- Bem, nós não pretendíamos ir sem você Barbara... – Ty explicou. – Mas se você ainda quiser ir, da tempo.

- É claro que eu quero, bobão. – Barbara se levantou o puxou Ty consigo. – Vamos, vamos, arrumando tudo galera!

Os integrantes da pequena banda correram para arrumar e juntas os instrumentos. Foram para uma van, que não estava na garagem e sim atrás da casa. Ty foi ao volante, Barbara e Emily na frente com ele, Joel e os outros atrás.

Ty ligou o motor, e logo estavam saindo. Percebendo que Joel estava indo bem lá trás, Emily se espremeu para perto de Barbara e resolveu fazer uma pergunta que estava a incomodando a um tempo.

- Barbara... – Cochichou. – Quantos anos o Ty tem?

Barbara riu um pouco antes de responder.

- Todos me perguntam isso... Ele tem dezessete Em, é o mais velho entre nós.

- Mas isso... – Emily estava realmente indignada. – Você não o acha muito mais velho do que você?

- São só três anos. Além disso, não há idade para amar, há?

Depois disso seguiram em silêncio até o local do show.

Pararam em frente ao que parecia ser uma boate. Na porta, havia uma fila de pelo menos umas cinquenta pessoas. O som era muito alto, e assim que saíram da van, o cara que estava na entrada soltou uma grande exclamação de alegria. Ele era jovem, de uns vinte anos, tinha cabelos longos e vestia roupas de couro.

- Achei que vocês não iriam vir! – Gritou. Ainda bem que chegaram! Entrem, entrem... – Ele abriu caminho entre aqueles que estavam tentando entrar para que a banda passasse.

- Eles estão conosco. – Barbara disse indicando Joel e Emily.

- Ótimo, ótimo. – O homem sorriu e entregou dois cartões, um para cada um. – Tudo de graça para os acompanhantes dos nossos músicos, não é? Entrem logo, entrem...

Emily e Joel se entre olharam sorrindo e passaram pela multidão.

Assim que entraram o som extremamente alto invadiu seus ouvidos e as luzes fosforescentes coloridas agrediram suas visões. Demoraram um pouco para se acostumar com toda a barulheira e agitação. As pessoas dançavam na pista de dança que estava cheia, enquanto várias outras estavam sentadas em mesinhas espalhadas pelo recinto, bebendo, comendo petiscos e rindo com os amigos. A maioria parecia ser de vinte anos de idade para baixo.

A fumaça de gelo seco se espalhava por todo lugar, e o som da música vinha de grandes caixas de som do palco, vazio. Mas o que mais impressionou Emily, foi que a música não era do tipo eletrônica, como na maioria das boates. Era aquele tipo de música que Joel escutava. Um tipo de metal misturado com hip hop, e depois rock alternativo.

Ao perceber a confusão de Emily, Barbara se aproximou de Joel e ela.

- Essa boate é dos amigos da família do Ty. São todos metaleiros Em, então resolveram abrir isso aqui para quem gosta do mesmo tipo de musica, sabe? Eu e o pessoal vamos lá para trás do palco nos preparar. Acho que tem pelo menos umas duas mesas lá na frente reservada para nossos convidados, vocês podem ficar lá e pedir o que quiserem, tá?

Ela saiu junto com a banda, e Emily e Joel seguiram para frente do palco e sentaram-se nas mesas que havia as placas de “reservado” com os nomes de Ty e Barbara.

- Nossa... – Emily murmurou perto de Joel. – Isso aqui é uma loucura, não é?

- Cara, eu devia ter descoberto esse lugar antes...

Emily riu. Passou uma garçonete e eles pediram refrigerantes, e uns quinze minutos depois a banda de Barbara subiu ao palco e a musica das caixas cessou. Aqueles que dançavam se ajeitaram e sentaram. As luzes diminuíram, e o som de um piano preencheu todo o salão. Seguiu-se da bela voz de Barbara ao microfone, e quando ela terminou a primeira parte da musica, o palco se iluminou ao som de toda a banda, enquanto Barbara e Ty cantavam o refrão juntos, ela no vocal e ele no fundo:

(Wake me up)

Wake me up inside

(I can't wake up)

Wake me up inside

(Save me)

Call my name and save me from the dark

(Wake me up)

Bid my blood to run

(I can't wake up)

Before I come undone

(Save me)

Save me from the nothing I've become…

Emily e Joel apreciaram o resto da música, abismados com o talento de todos eles. Eram um banda simplesmente incrível.  No final, quando Barbara começou a cantar como no inicio, com sua voz em principal som, Joel chamou a atenção de Emily, olhou nos seus olhos e a puxou para perto. Desta vez, ninguém interrompeu o primeiro beijo dois.

Frozen inside without your touch without your love

Darling only you are the life among the dead

…..

(Wake me up)

Wake me up inside

(I can't wake up)

Wake me up inside

(Save me)

Call my name and save me from the dark

(Wake me up)

Bid my blood to run

(I can't wake up)

Before I come undone

(Save me)

Save me from the nothing I've become…

Quando terminaram a música, foram muito aplaudidos, e logo começaram a tocar outra, com Barbara cantando lindamente no vocal a musica que Joel disse chamar-se Going Under.

Aquela noite continuou sendo muito gostosa. Emily estava começando a apreciar aquele tipo de musica, e começou a esquecer de todos os seus problemas.

Afinal, aquilo que a cima de tudo sempre a preocupou mais, era seu pai. Agora ela sabia onde ele estava, e lembrou-se do que o insuportável filho de plutão havia lhe dito...

Estavam no túnel do mundo inferior, voltando após ter resgatado Daniel. Joshua a chamou e começou a falar algumas palavras reconfortantes.

- Sabe Emily, você não precisa pensar no seu pai como se ele estivesse morto. Imagine que ele está... dormindo. Descansando. Plutão pode não ter lhe contado, mas por ser seu pai, ele está em um lugar muito especial do mundo inferior.

Depois disso ela passou a pensar mais no assunto, e se Joshua não tivesse feito aquilo quando ela estava prestes a beijar Joel da outra vez, ela poderia pensar que ele era realmente legal.

Agora ela iria morar no olimpo. Talvez fosse até legal, com toda aquela beleza. Além disso, estaria perto de seus verdadeiros amigos, Elizabeth, Paelen, Diana, Vesta e bem... Joel agora não era apenas um amigo...

E Pegasus! É claro...Com Pegasus tudo ficaria bem afinal. Podia ser em Nova York, num apartamento, no Olimpo, ou até mesmo no mundo inferior! Desde que tivesse Pegasus ao seu lado, Emily podia feliz para o resto de sua vida.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Então? Gostaram? Espero que sim! Obrigada por terem me acompanhado até aqui! Beijos, e quem sabe nos veremos em alguma outra fanfic ♥ Ja ne!