Heróis escrita por Oceansoul


Capítulo 12
Capítulo doze


Notas iniciais do capítulo

Olá, como prometi, capitulo novo no domingo.
Sem mais demoras cap. doze! Enjoy!



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[…] e sentado no trono, com negros e oleosos cabelos até o ombro, uma roupa escura e feições frias,estava Plutão, afagando o focinho de Pegasus carinhosamente.

– Ah! – Exclamou ao vê-la. – Que bom que chegou querida. Estava ansioso para conversar com você.

Emily parou, ofegante, e encarou o deus por alguns instantes, ciente de Joshua logo atrás dela segurando sua cintura.

– Pai. – Ele falou. – Sinto muito... Eu disse a ela que não podia entrar e...

– Tudo bem, deixe a menina, Joshua. – Plutão tinha um certo tom de censura na voz.

Ouvindo isso, Joshua soltou a cintura de Emily, fez uma reverência desajeitada e passou por ela, entrando no salão e parando ao lado oposto do de Pegasus no trono do pai.

O lugar era quente a abafado, o teto muito alto a mais de vinte metros a cima. Era como uma caverna aberta no subterrâneo, mas decorada como uma sala de estar, ou algo parecido.

Na parede atrás do trono de Plutão, uma enorme lareira acesa crepitava com fogo verde. Na parede esquerda, se abria para dentro uma enorme escada em espiral, cujo destino era escondido por sombras. Já na outra parede, duas portas duplas de carvalho, um pouco menos exuberantes que a da entrada do salão tinham os nomes dos semideuses do mundo inferior. Zandaya e Joshua Collins.

Várias tapeçarias escuras estavam penduradas nas paredes de pedra, com símbolos antigos que Emily não soube reconhecer.

Quando Emily percebeu, Pegasus estava ao seu lado, lhe chamando a atenção com o focinho.

– Ah, oi Pegs. – Emily retribuiu seu carinho e entrou mais no salão, sendo empurrada pelo garanhão. Não se preocupou em fazer qualquer reverência.

– Sinto muito pelo lugar em que colocaram vocês, Emily, e pela maneira como meus filhos trataram você e seus amigos. – Plutão falou com um ligeiro sorriso no rosto. – Zandaya e Joshua são impulsivos e as vezes fazem as coisas sem constatar a mim antes.

– Mas... Você não vai entregá-los a Zeus, como ele ordenou? – Emily perguntou confusa.

– Mas e lógico que não. – Plutão balançou a cabeça. – São meus filhos, jamais os entregaria apenas por que meu irmão está com um pouco de medo.

Emily ficou muito surpresa. Plutão, o deus do mundo inferior, dos mortos e tudo mais, estava querendo proteger seus filhos, e Zeus, deus dos céus, queria matá-los. Bizarro, muito bizarro.

– Ahn... Deixe eu ver se entendi... É por isso que a Barbara está aqui?

– Exatamente. – O deus sorriu. – Depois que os Nirads foram exterminados no Olimpo, descobri que alguns metidos estavam tentando invadir o meu território. Eram poucos, então facilmente consegui dominá-los. Os prendi por aqui, fiz várias pesquisas, para tentar descobrir de onde vieram – Emily se sentiu enjoada, lembrou-se de quando estava na UCP, das 'pesquisas' que os homens de lá faziam. – e quando precisei deles, mandei que fossem atrás da filha de Júpiter.

– Podia ter pedido a eles que não a machucassem. – Emily falou irritada. – Destruíram completamente a casa dela! Além disso, ela esta jogada naquela cela e toda machucada!

– Sinto muito por isso. É da natureza dos Nirads machucar as pessoas, isso eu não consegui mudar. Poderia ter mandado meus filhos atrás dela, mas fiquei com medo que Zeus pudesse localizá-los caso saíssem do mundo inferior.

Atrás de Plutão, Joshua bufou e revirou os olhos.

– Nos trata como se fossemos bebes. – Plutão o ignorou.

– Iremos retirá-los daquelas celas. Joshua e Zandaya iram dividir seus quartos com vocês.

– Mas é claro que n...

– Saia já daqui, Joshua, agora. – Plutão interrompeu seu filho, já ficando irritado.

O semideus bufou e caminhou em direção a porta que tinha seu nome escrito. Entrou, e a fechou com uma batida. Depois de alguns instantes em um silêncio constrangedor Emily tomou coragem para fazer uma pergunta sobre algo que a incomodava a um bom tempo.

– Se foi você quem mandou os Nirads atrás da Barbara, provavelmente também os mandou atrás da Liza... – Começou, Plutão assentiu, a encorajando a continuar. – Então... Por que o meu pai...

– O seu pai? – Plutão arregalou um pouco os olhos. – O que tem ele?

– Ele tem ligado para mim e falado umas coisas muito estranhas...

– Emily. – Plutão interrompeu. Agora tinha uma expressão de preocupação no rosto. – O seu pai não pode ter te ligado.

– Por que? – O estômago de Emily se revirou der repente.

– A alma dele já está no mundo inferior. O seu pai está morto.

Emily recuou, como se tivesse acabado de levar um soco.

– M-morto? – Gaguejou.

– Eu sinto muito. Júpiter não quis que lhe contássemos por que poderia causar o enfraquecimento do Fogo do Olimpo.

– Mas, então... C-como... – Emily mal podia formar uma frase. Seu coração batia fortemente e doía. Se não fosse necessário para a própria vida, ela o arrancaria apenas para não sentir aquela dor nunca mais.

Quando sua mãe morrera, a mesmo sentimento a preenchera. Algo que por mais que você não quisesse fazia com que você sentisse como se nunca mais pudesse ser feliz novamente. Que aquela perda significava a perda de tudo que é importante para você.

Seus olhos ardiam, a dor na garganta era quase insuportável. Mas não podia chorar. Não conseguia. Era como se todas as suas lágrimas tivessem secado.

Se apoiou em Pegasus que estava ao seu lado para reconfortá-la. Involuntariamente balançava a cabeça repetidas e repetidas vezes como se tentasse tirar a informação de sua cabeça.

– Emily? – Plutão chamou com um tom preocupado.

– Quero... Quero voltar. – Ela falou, observando o chão. – Joel.. Liza.. Quero voltar para lá.

– Não prefere que traga seus amigos aqui? Vocês não deveriam ficar lá...

– Não. Quero voltar.

– Tudo bem.

Plutão chamou por Joshua, e depois de alguns instantes o garoto saiu do quarto. Virou-se para Emily, que ainda olhava o chão com olhos vidrados, e franziu a testa.

– O que há com ela? – Perguntou.

– Notícias ruins. – Plutão falou, simplesmente. – Leve-a de volta aos amigos.

– Mas...

O deus cerrou os olhos, e imediatamente Joshua assentiu freneticamente repetidas vezes.

– Sim senhor. – fez uma reverência e caminhou até Emily. Ela continuou apoiada em Pegasus, que a ajudou a caminhar.

Quando saíram do salão, Joshua se aproximou dela, e ela o empurrou.

– Você está bem? – Ele perguntou. – O que foi que aconteceu?

– Não é da sua conta. – Emily respondeu com muita frieza na voz.

– Por que me trata assim? – Joshua voltou a se aproximar.

– Nem sei quem você é! – Emily gritou parando de caminhar. – Você não sabe nada da minha vida e não tem que se meter nela! Só por que se acha poderoso e bonitão não quer dizer que possa sair por ai beijando as pessoas! Então por favor, cale a sua boca, cuida da sua insignificante vida, me leve para a porcaria da cela em que os outros estão e volte para o lugar de onde veio, antes que eu realmente me irrite e te chute com tanta força que você não vai poder ter filhos no futuro!

Joshua a encarou incrédulo. Parecia magoado, mas Emily nem se importou com isso. Estava tão atordoada no momento que qualquer coisa serviria para descontar toda a sua frustração, e o pobre filho de Plutão foi a coisa escolhida.

Quando ele voltou a caminhar, ela o seguiu. Andaram em silêncio e a passos largos até as escadarias que levavam as celas. Joshua não desceu. Entregou as chaves a ela e foi embora sem dizer uma única palavra. Pegasus e Emily desceram as escadas e foram até onde os outros estavam. Abriu as duas celas, e os amigos saíram. Todos a encaravam com nítida curiosidade e preocupação.

– O que houve? – Joel perguntou depois de um longo período em que ficaram parados no meio do corredor sem dizer uma palavra.

– Joshua me beijou a força. – Emily respondeu, encarando o chão. Após essa declaração, Liza fez uma expressão muito chateada, e Joel cerrou os punhos ao lado do corpo com cara de alguém que poderia matar qualquer pessoa no momento.

– Mais alguma coisa? – Barbara falou, depois de sufocar um riso.

– Meu pai está morto. E nós vamos sair daqui. Agora.

– Como...

Emily levantou a mão, interrompendo Liza.

– Vamos sair daqui. – Sussurrou. Der repente começou a sentir sua cabeça ficar muito pesada. Seus olhos que ardiam começaram a lacrimejar. Uma tontura que fez todo o mundo ao seu redor girar a atingiu, e antes que pudesse apoiar-se em qualquer coisa, caiu para frente, semi inconsciente.

– Emily! – Exclamou Joel a impedindo de cair no chão. – Aguente firme. Emily! Você está bem? Emily...

Os gritos dele chegavam aos seus ouvidos como sussurros. Seus olhos estavam abertos, mas sua mente estava em outro lugar agora. Distante, muito distante. Vagava pelo seu passado. Na época em que sua mãe estava viva. Nos passeios que fez ao Central Park com a mãe e o pai. Uma ida ao Zoológico, shopping, e quando foi a cinema com sua mãe, Liza e a mãe dela. Se divertiram muito naquele dia. Fizeram várias compras... Então sua mente rapidamente passou pelo momento da morte de sua mãe. Veloz com um foguete, os momentos felizes em que estava apenas com o pai, e logo depois, quando conheceu Pegasus e Joel. Apesar de todas as dificuldades pelas quais passaram, os momentos em que esteve com esses três foram os melhores de sua vida depois da morte de sua mãe. Quando estava perto deles era como se nada mais no mundo existisse. Cada segundo era precioso. Cada palavra trocada, cada sorriso, cada lágrima. Tudo. Repentinamente sentiu um aperto no coração ao lembrar-se que um deles não estaria mais com ela. Que não poderia ver seu pai novamente. Mas lá estavam eles... O sorriso de Joel, os olhos de Pegasus. .

Embora a imagem estivesse embaçada, podia ver que a observavam com preocupação.

Finalmente quando aquele borrão se tornou nítido ela sorriu levemente para eles.

– Pegs... Joel... – Sussurrou.

Joel soltou uma exclamação de alívio e os olhos de Pegasus ganharam um brilho mais saudável.

Ela se sentou, e percebeu que não estavam mais no corredor das celas. As paredes ainda eram feitas de pedra negra bruta, o lugar era frio e tinha a mesma aparência. Mas aquilo era um quarto.

Emily se viu sentada em uma cama com lençóis, colcha e fronhas, tudo em preto. Sobre a cama caia um vel da mesma cor que ia para os dois lados. Ao lado da cama um criado mudo de madeira muito escura, e em frente a ela havia uma cômoda da mesma aparência. Um quarto.

– O que houve? – Ela perguntou tentando se lembrar dos últimos acontecimentos.

– Você caiu der repente, e parou de nos responder. – Joel respondeu.

– Desmaiei?

– Não... Você ficou de olhos abertos, mas eles estavam sem brilho, totalmente escuros. Como se sentia?

Emily estremeceu.

– Lembranças... Eu vi lembranças do passado. – Falou.

– Se sente bem agora? – Joel tinha um tom muito preocupado na voz.

– Estou bem. – Sorriu para acalmar o amigo. – Que lugar é esse?

– É o quarto da Zandaya... Quando você caiu te levamos até Plutão e ele mandou que colocássemos você aqui.

Emily assentiu. Pegasus estava com o focinho ao seu lado, enquanto conversava ia lhe fazendo carinho. Por mais que estivessem cheios de problemas, Emily se sentia estranhamente bem naquele momento, quase se esquecendo deles.

– Onde estão Barbara e Liza? – Perguntou levantando-se da cama.

– Barbara virou super amiguinha da Zandaya. – Joel respondeu. – E Liza... Bem, ela está meio depressiva.

Emily revirou os olhos, e repentinamente, pensando nos semideuses se lembrou de algo.

– O filho de Apolo! – Exclamou. – Lembra?

– Ah, cara... – Joel suspirou. – Temos mesmo que ir atrás dele?

– Mas é claro que sim! Se Júpiter tinha aqueles planos para a própria filha não vai hesitar nem um pouco em querer matar o filho de Apolo.

– Não temos nem se quer uma pista sobre ele Emily, Barbara e Liza foram fáceis de encontrar por que já a conhecíamos...

– Não podemos deixar que Júpiter o machuque Joel! Vamos falar com Plutão, temos que fazer alguma coisa para ajudar!

Parecendo muito irritado, Joel caminhou até a enorme porta dupla do quarto com Emily e Pegasus logo atrás. Ele a empurrou com força e com muitos rangidos irritantes a porta se abriu.

Saíram no salão com o trono de Plutão. Zandaya e Barbara estavam sentadas nos primeiros degraus da escadaria que agora tinha várias tochas presas a parede iluminando o seu caminho. Liza estava sentada no chão, em cima de um tapete na frente da fogueira queimando um grande pedaço de pergaminho. Emily imaginou como ela conseguia. Aquele lugar já era suficientemente quente.

– Emily! – Barbara exclamou ao vê-los. – Você acordou.

Emily assentiu sorrindo.

– Precisamos conversar com seu pai, Zandaya. – Joel falou.

– Meu pai? – A semideusa deu uma risada desdenhosa. – Ele está com a mulher dele agora. Duvido muito que venha para cá conversar com vocês.

– É importante. – Emily insistiu. – É sobre o filho de Apolo.

Zandaya enrubesceu levemente e virou a cabeça para as sombras tentando esconder isso.

– N-nós já o encontramos um vez e...

Então uma risada estrondosa ecoou pela escada, vindo de cima. Joshua saiu da escuridão.

– Você teve um encontro caloroso com o filho do deus do sol, não maninha? – Ele gritou ainda rindo muito.

– Joshua! – O tom vermelho de Zandaya se destacava muito na sua pele pálida.

– Eu preciso saber de alguma coisa? – Barbara perguntou rindo.

– Não! – Zandaya se levantou. – Já conversamos com Willian e ele não pretende acreditar em nós, muito menos vir conosco.

– Certo, mas temos que ir atrás dele nova... Willian? – Emily ergueu as sobrancelhas. – Vocês o conhecem muito bem então? De onde ele é? Se não quiserem ir, nós iremos.

– Não podem! O Will é completamente...

– Will? – Barbara e Joshua caíram na gargalhada juntos.

A filha de Plutão deu um grito de frustração e correu para seu quarto batendo a porta. Quando passou por Emily, ela notou algumas lágrimas e seus olhos.

– Mas o que...

– Ignorem. – Joshua falou, dessa vez muito mais sério. – Ela é mimada demais.

– De onde é o filho de Apolo? – Joel perguntou.

– De Nova York mesmo, o nome dele é Willian McWood, tem quinze anos. Trabalha no bar de uma boate.

– Uou. – Joel murmurou. – Pode nos dizer onde é?

– Claro. Só temos que dar um jeito de sair daqui sem meu pai saber, o que é quase impossível.

– Espera. – Emily interrompeu. – Não sei se podemos confiar nele. Não depois do que ele fez, e aquele meu sonho, tenho certeza que...

– Sonho? – A voz de Liza perguntou. Ela havia saído da lareira, agora estava ao lado deles.

Emily suspirou, sentou-se em um dos degraus da escada e contou do sonho que teve, quando eles corriam em um lugar que ela tinha certeza que era o mundo inferior e o garoto que os perseguia com um dragão.

– Tenho certeza que aquele garoto era você. – Terminou, decidida, olhando para Joshua.

– Não devia acreditar em todos os sonhos que você tem. Júpiter é muito poderoso sabe. Ele pode manipular esse tipo de coisa. Pode ter feito você ver isso para que depois não confiasse em nós. Ele provavelmente já sabe dos planos de meu pai.

Emily olhou para Barbara, depois para Pegs, e para Joel. Os três pareciam estar de acordo.

– Tudo bem, Em. – Barbara falou. – Acho que podemos confiar e aceitar a ajuda dele.

– Desde que não tente beijar você a força novamente. – Joel concluiu cruzado os braços com uma expressão sombria.

– Não posso prometer nada. – Joshua deu um sorriso desafiador.

Barbara soltou uma risada muito histérica, Liza bufou irritada.

Depois que Joshua entregou a Emily o livro de feitiços dela, as luvas de Vulcano e Joel, o chicote a Liza e uma adaga qualquer a Barbara, foram até o quarto de Zandaya para chamá-la.

Quando entraram, ela estava deitada na cama com um caderno ao seu lado, e uma guitarra azul nos braços. Os olhos estavam todos borrados de maquiagem.

– O que vocês querem? – Perguntou.

– Vamos maninha. – Joshua foi até ela e pegou sua mão, a puxando da cama carinhosamente. – vamos fugir do papai e ir atrás do seu ex-namorado.



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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado..
Sinto muito por não ter postado ontem. Eu tive muitos problemas durante a semana. Fiquei sem o meu pc, e o cartão do banco da minha mãe foi clonado e roubaram mil reais da nossa conta. Por milagre conseguimos comprar o pc novo, mas ele veio só com o Linux, e o processador de texto é meio ruim :/ Agora que fui conseguir o Microsoft, então espero que me perdoem se tiver muitos erros de formatação, ok? Vou dar uma revisada depois. Beijos, e até mais ♥