Heróis escrita por Oceansoul


Capítulo 11
Capítulo onze


Notas iniciais do capítulo

Então, aqui estou eu. Demorei menos dessa vez não é? Tenho uma novidade para vocês, mas vou contar lá em baixo.
Capitulo onze, Enjoy!



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Assim que viraram a primeira curva depois de menos de cinco metros de caminhada, deram de cara com duas pessoas.

As pessoas a frente deles eram adolescentes. Um menino, e uma menina.

- E vocês são...? – Emily perguntou, mas já fazia idéia de quem poderiam ser.

- Eu sou Zandaya Collins. – A garota falou. – E ele é Joshua Collins.

- Somos os gêmeos, filhos de Plutão.   

- Filhos de Plutão? – Joel os encarou. – Então aqui é...

- Aqui é a entrada para o mundo inferior. – Joshua completou.

- O que me incomoda é como conseguiram chegar aqui. – Zandaya falou. – Eu duvido muito que, a única de vocês que tem sangue olímpico, a filha de Vênus, tenha sido quem desvendou o feitiço de encobrimento.

- Aquele feitiço? – Emily riu. – Muito fácil.

Joshua sorriu daquela maneira sedutora, com os olhos semicerrados.

- Foi você então?

Emily assentiu, relaxou o aperto em seu arco, e com um leve brilho ele voltou ao pingente em sua mão.

- O que está fazendo? – Joel perguntou. Pegasus também parecia muito inquieto. Já Elizabeth, não parava de encarar Joshua de uma maneira muito abobada.

- Tudo bem Joel. – Emily falou. – Eles estão do nosso lado.

- Me permite? – Joshua falou der repente, levando sua mão a de Emily, onde estava o pingente.

- É claro. – Ela sorriu e segurou o cabelo para um lado, virando as costas para ele.

Joshua segurou as pontas da corrente e passou os braços em volta do pescoço de Emily colocando-a nela gentilmente.

Joel estava com uma expressão sombria, e Liza parecia muito decepcionada.

- Sabe, - Joshua falou ao ouvido de Emily enquanto prendia o fecho da corrente. – Nós nunca dissemos que estávamos do lado de vocês.

Ela congelou, mas antes que pudesse fazer qualquer coisa, uma lâmina já estava em seu pescoço.

Joel arquejou. Suas mãos explodiram em chamas e Pegasus relinchou e bateu com os cascos fortemente no chão.

- E não faria se fosse vocês. – Zandaya falou, sorrindo maldosamente. – Emily vai pagar por todos. – Se aproximou de onde Joshua estava com Emily. Ele tinha uma mão em torno da cintura dela, e a outra segurava a adaga de sua irmã no pescoço.

Pegasus quis avançar para cima dele, mas com muita dificuldade Joel o manteve no lugar.

- Malditos. – Murmurou.

Elizabeth estava parada no lugar com as mãos na boca.

- Agora – Zandaya levantou uma mão. – É bom que vocês tirem um cochilo. – Estalou os dedos, e assim, der repente, as pálpebras de Joel, Emily e Elizabeth pesaram e eles mergulharam em um profundo sono.

Joel e Liza caíram no chão, Joshua segurou Emily, e a levantou cuidadosamente nos braços.

Pegasus tinha os olhos arregalados. Relinchou e levantou-se nas patas traseiras. Não batendo no teto por pouco.

- É bom que você se acalme, - Joshua falou. – Não vou hesitar em machucá-la.

O garanhão se acalmou pouco, mas continuava bufando muito irritado.

Zandaya, com uma incrível força colocou Joel e Elizabeth em cima dele e mandou que os carregasse.

*¨*¨*¨*¨*

Quando acordou, Emily estava deitada no chão de uma sala quadrada, fria, úmida e escura. As paredes eram de pedras negras manchadas e o ar era quase tão ruim quanto o do beco ao lado do prédio. A única luz vinha de uma tocha acesa em um pedestal na parede. A iluminação era fraca, mas era suficiente para que Emily pudesse ver Joel ao seu lado, desacordado e encostado na parede em um canto da sala. A parede a frente dela era feita de barras de metal. Havia um único portão, trancado com uma corrente e um enorme cadeado, coberto de símbolos esquisitos, e por algum motivo Emily teve certeza que nenhuma de suas magias serviria para abrir aquilo.

Remexeu-se desconfortavelmente e foi até Joel, o balançando de leve pelo ombro.

- Hey, Joel... – Sussurrou.

O garoto gemeu e resmungou muito antes de abrir os olhos.

- Em? – Esfregando os olhos ele parou para olhar ao redor. – O que houve?

- Estamos presos. Se lembra... Os filhos de Plutão.

Joel assentiu levantando-se e após bocejar e se espreguiçar algumas vezes foi até as barras de metal. Emily o seguiu.

Estavam em um corredor, cheio de outras celas como aquela. Apenas na cela a frente deles havia uma tocha acesa. O que podiam ver era um par de pernas em um canto da sala, o resto do corpo escondido pelas sombras. No outro canto, o mais iluminado, em baixo da tocha, estava Elizabeth, dormindo.

- Liza! – Emily chamou, segurando as barras e colocando o rosto entre duas delas. – Liza! Acorda!

Mas ela nem se moveu, ao contrario da outra pessoa, deitada na penumbra.
Aquela se moveu, resmungou algumas vezes, e pelo movimento que viram, havia se sentado.

- Droga... – Murmurou. Era uma voz arrastada. Feminina. Não parecia ter notado a presença de Elizabeth. Der repente, estava soluçando. Soluçando, e chorando.

Com um tom bonito e doce, mas também embargado e dolorido, começou a cantar. – “Frozen inside, without you touch, without your love, darling… Only you, are the life among the death…”

Joel der repente pareceu tenso. Franziu a testa enquanto a voz continuava a cantar a música. Quando parou e voltou aos prantos, Joel sorriu.

- Barbara... – Falou. O choro cessou com um engasgo.

Emily virou-se para Joel, que ainda sorria.

- Sério? – Sussurrou. Ele assentiu.

- Barbara. – Chamou novamente. – Sou eu, o J...

- Joel! – A voz de Barbara gritou. Ela foi cambaleando até a claridade em sua cela. Ao certificar-se de que era realmente ele, caiu de joelhos e voltou a chorar. – Não acredito que seja realmente você! – Falou tropeçando nas palavras

Ela estava com uma aparência horrível. Seus pés estavam descalços e pareciam muito machucados. Vestia apenas uma jeans e uma camiseta preta com algumas palavras em prateado que Emily não soube identificar. As olheiras intensamente marcadas em sua pele pálida. Os cabelos – que agora estavam em uma cor vermelho berrante –completamente desgrenhados.  Exatamente sua aparência no meu sonho. – Emily pensou assombrada.    

- Você está bem? – Joel perguntou.

- Não! – Ela respondeu, angustiada. – Aquelas coisas entraram na minha casa, me nocautearam e quando eu acordei estava aqui. A única coisa que me trazem para comer é, acreditem ou não, ambrosia! E néctar! Quem sobrevive de ambrosia e néctar?

Joel soltou uma risada abafada, e Emily deu de ombros.

- Do que estão rindo? – Barbara perguntou. – E o que fazem aqui? Também foram sequestrados?

- Mais ou menos... – Emily respondeu. – Explique tudo a ela Joel.

Joel começou a explicar tudo a Barbara, desde de o começo, quando Pegasus caiu no terraço de Emily e ela o chamou para ajudá-lo. Como foram parar na UCP e como fugiram dela. A guerra com os Nirads. Como o pai de Emily desaparecera e quando os deuses mandaram que eles fossem atrás dos seus filhos, e o que os deuses realmente planejavam fazer com eles. No final de tudo, depois que Barbara assentiu muitas vezes, contou a ela que ela era a filha de Júpiter.

- Ahn... Uau. – Ela falou depois de alguns instantes. Parecia confusa, mas também estava aceitando aquilo tudo muito bem. – Muita coisa para absorver de uma vez só.

- Concordo. – Disse uma voz, vinda do canto da cela de Barbara. Elizabeth havia acordado. Olhava distraidamente para a tocha a cima de sua cabeça. – Concordo plenamente.

- Você mora com quem Barbara? – Joel perguntou, enquanto Emily falava com Liza. – Quando fomos a sua casa, depois que você me ligou, não tinha ninguém lá.

- Moro sozinha. – Barbara falou, esfregando os olhos. – Minha mãe morreu, e bem... Ela disse que meu pai também estava morto e que tinha deixado uma herança muito grande para mim. Antes de ir, ela disse que quando não tivesse mais como cuidar de mim, um advogado pago pela família faria isso. E foi o que aconteceu. Ela morreu mês passado, quando morávamos em San Francisco. Eu quis me mudar por que a casa onde morava com ela me trazia lembranças muito ruins de sua morte, então o advogado providenciou tudo, e eu vim para Nova York. Acho que tenho uns avós e primos morando aqui perto.

Joel assentiu várias vezes, pensativo, depois se virou para Emily para ouvir a conversa dela com a desanimada Elizabeth.

-... e confiamos demais neles, que bobagem a nossa. – Emily terminou. – Onde será que pode estar o Pegasus?

- A tal Zandaya parecia gostar dele. – Joel falou. – Acho que não o fariam nenhum mal.

- Tomara que esteja certo. – Emily olhou para baixo chateada.

- Hey... – Ele se aproximou dela e a abraçou. – Vamos ficar bem, Em. Vou tirar você daqui, prometo.

Emily assentiu, e retribuiu abraço.

- Não quero interromper o momento meloso – Barbara falou der repente, se levantando e ajeitando os cabelos vermelhos. -, mas algum de vocês tem um plano?

Os dois se separaram. Joel de cara feio, o que deixou Emily feliz.

- Tiraram as minhas luvas – Falou olhando para as próprias mãos. – Sem elas não consigo usar fogo.

- Também não tenho meu chicote. – Liza desenhava com o dedo no chão sujo.

- E eu estou sem meu livro de magia... Acho que posso tentar improvisar alguma coisa, mas... – Emily não terminou a frase.

Um forte estampido de portas de ferro se abrindo ecoou pelo corredor, seguindo do som de paços e vozes.

Joel e Emily voltaram correndo para o canto de suas celas, e sentaram juntos em um canto. Barbara correu para o escuro em que estava antes, e Liza permaneceu parada.

Logo os donos dos passos e vozes apareceram. Eram os filhos de Plutão. Eles pararam bem em frente às celas, e pareciam estar muito chateados.

- Não acredito que papai quer fazer isso com eles. – Zandaya falou cruzando os braços. – Que injusto. Nós é que os capturamos.

 - Deixe de ser assim, Zandaya. – Joshua tirou algo do bolso. – Eu não gostaria de fazer mal a nenhuma delas.

- Ah, é claro que não. – Zandaya riu. – Você adorou a Emily, não é?

Joshua lançou um olhar mortal à irmã, e se aproximou do portão na cela de Joel e Emily. Agora podiam ver o que tinha em mãos. Um pequeno objeto que brilhava na luz das tochas. Uma chave.

- Vamos levá-la ao nosso pai e acabaremos logo com isso.

- Estão dormindo! Eu tenho coisas melhores para fazer. Cuide você disso. – E ela saiu correndo de volta pelo corredor. Quando o som de seus passos sumiu, Joshua bufou irritado.

- Garota estranha. Nem sei como podemos ser irmãos. – Murmurou. Depois aumentou o tom da voz. – Hey, Emily acor...

 - Já estou acordada. – Emily se levantou e o encarou séria.

- Venha comigo. – Joshua abriu o portão da cela, colocou um pé para dentro e estendeu a mão. – Meu pai quer vê-la.

- Onde está o Pegasus? – Emily perguntou, sem paciência alguma.

- Está com meu pai. Se vier pode vê-lo.

Emily hesitou mas no fim estendeu a mão para ele.

Joel se levantou subitamente.

- Eu também vou. – Falou decididamente.

- Eu acho que não. – Joshua discordou. Emily quis voltar para perto de Joel, para dizer que só iria se ele fosse também, mas Joshua a segurou pelo pulso e a puxou para fora da cela, fechando rapidamente o portão.

- Espere! – Emily protestou. – Joel!

Mas Joshua já a puxava pelo corredor.

*¨*¨*¨*¨*

Subiram vários lances de escadas de pedra preta bruta, o que significava que as celas ficavam ainda mais fundo do que a entrada para o mundo inferior. Foram em completo silêncio. Quando finalmente pararam de subir e chegaram a um corredor de aparência parecida ao das celas, Joshua parou e ficou de frente para Emily. Assim como em todos os outros lugares dali que ela já havia visitado, era iluminado apenas por tochas com fogo verde nas paredes.

- Você está bem? – Ele perguntou dando um sedutor sorriso.

- Mais ou menos. – Emily respondeu com desgosto. – Sua mão está machucando o meu pulso.

Joshua riu desdenhoso, então, der repente, Emily sentiu seu corpo ser empurrado para trás. As mãos dele a apartaram nos dois pulsos, e os seguraram no alto contra a parede.

Antes que ela pudesse dizer qualquer coisa, seus rostos já estavam muito próximos e ele estava... Ele estava a beijando.

Qualquer coisa que Emily estivesse pensando naquele momento sumiu de sua mente. Ela ficou completamente sem reação. Nunca havia beijado um garoto antes. E agora, sem que nem ao menos ela quisesse estava presa contra uma parede e Joshua a beijava de uma maneira nem um pouco carinhosa.

Sem pensar duas vezes, usou toda sua força e o empurrou para longe.

- Me solta! – Gritou virando o rosto quando ele voltou a se aproximar.

- Por que? – Joshua riu, prendendo os pulsos dela de volta na parede, dessa vez com uma única mão.

- Por que eu... – Quando ele forçou o rosto dela de volta para perto do seu, Emily o chutou, em um lugar nem um pouco adequado.

O garoto gritou e recuou. Emily aproveitou e saiu correndo.

- Espera! Você não pode... – Joshua gritou de longe.

Mas ela não parou para ouvir, continuou a correr, até chegar a uma grande porta dupla de carvalho. Ele continuava a gritar, e parecia estar se aproximando dela.

Sem pensar, abriu as portas. A primeira visão que teve foi de Pegasus, brilhando magicamente com a pouca luz no centro do enorme salão. Depois, um enorme trono negro ao lado dele, e sentado no trono, com negros e oleosos cabelos até o ombro, uma roupa escura e feições frias, estava Plutão, afagando o focinho de Pegasus carinhosamente.

- Ah! – Exclamou ao vê-la. – Que bom que chegou querida. Estava ansioso para conversar com você.


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Notas finais do capítulo

E aí, gostaram? *oo* Espero que sim, mandem reviews, por favor. Digam o que acharam que deve ser melhorado e o que gostaram, isso sempre me incentiva muito.
A novidade é que agora tenho um prazo. Todo sábado ou domingo estarei postando um novo capitulo. Se eu não fizer isso, vocês podem pegar no meu pé mesmo, ok?
Amo vocês, muito obrigada por lerem, e não esqueçam os reviews..
Beijos e até mais ♥



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