O Chat escrita por Labi


Capítulo 15
Capítulo XV - Plug in Baby


Notas iniciais do capítulo

Acho que isto será irrelevante mas whatever, eu não vou usar o novo acordo ortográfico pelo simples motivo: existe o português de Portugal e o português do Brasil. Não são línguas diferentes nem são exactamente a mesma e portanto não há forma de as aproximar sendo que a divergência delas é demasiado óbvia e grande. Eu vou continuar a usar os c e p no meio das palavras, quer se pronuncie ou não, quer se use no Brasil ou não. Ponto final.
Agora, sobre o cap falamos nas notas finais. E não me matem até lá.
(Ah, e o Ivan adora orquideas...



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Sem duvida alguma que a casa de Ivan era uma das mais interessantes e bizarras de toda a rua (ou segundo o Lovino, um atentado ao estilo e bom-senso).

Era uma casa enorme, quase uma mansão, com 3 ou 4 andares e em cada lado tinha um cómodo circular que mais parecia uma torre e cujo telhado tinha aqueles efeitos como se vê nas casas antigas de Moscovo.

Elisabeta achava a casa bonita mas não sabia o que esperar do interior. Ela, juntamente com Gilbert, Kiku e o próprio Ivan entraram pela porta da frente e logo deram de caras com Eduard, Raivis e Toris. Os três estavam vestidos de feiticeiro e traziam uma abóbora falsa na mão.

Eles desejaram boa noite e Raivis, a tremer, chegou próximo de Ivan e sussurrou-lhe qualquer coisa ao ouvido. Ivan acenou afirmativamente e com um sorriso assustador disse:

"Podemos ir para a sala de estar do piso debaixo. Os meus amigos ficam aqui á espera do resto dos convidados."

A cara estranha que os três bálticos fizeram ao ouvir "os meus amigos" passou despercebida por todos os outros.

##

O ambiente estava agradável. Apesar da sala onde eles se encontravam costumar ser fria por ser subterrânea, a lareira tinha sido acesa tornando o lugar mais quente e cómodo. Uma grande mesa tinha sido posta no centro da sala e foram colocadas várias garrafas coloridas e comida á disposição. Ivan tinha também ligado o computador às colunas e posto musica no máximo.

Apesar de tudo, Gilbert estava aborrecido. Para alguém tão incrível como ele, a festa estava a ser uma verdadeira seca. Ele apoiou a cabeça sobre a mão e fez uma careta mal-humorada. Faltava acção... faltava-

"Algo mais interessante. Falta algo interessante!"

O alemão tirou a mão da cara e olhou para o seu lado esquerdo, que antes estava vazio mas que agora se encontrava ocupado por uma Rapunzel igualmente aborrecida.

"Tch, se queres algo interessante vai dançar."

"Até ia, mas o Roderich disse que não vinha á festa."

Gilbert virou a cara e voltou a apoiar a cara mão:

"Podes sempre dançar com outra pessoa. Olha ali o António..."

Elisabeta olhou para a "pista de dança" improvisada que tinha um dos cantos da sala e viu António a dançar feito louco juntamente com Francis, Feliks e Dan.

"Pela cara do Lovino, ele mata-me se eu fizer isso."

E tinha razão, num dos outros sofás encostados á parede, precisamente no lado oposto, estava Lovino sentado no meio de Feliciano e Ludwig com uma expressão mal-humorada.

"Hum, o Alfred também não está a dançar."

Elizabeta procurou pelo americano e encontrou-o sentado a conversar animadamente com Kiku. Ela achou estranho e procurou por Arthur, já que era habitual os dois estarem juntos. O inglês estava sentado nas escadas a ler uma das revistas que Ivan tinha deixado perto da TV. Uma luz acendeu-se na cabeça da húngara.

"Já sei com quem vou dançar!"

Gilbert voltou-se num salto e disse-lhe apressadamente enquanto soltava uma gargalhada falsa:

"N-ninguem vai querer dançar contigo!"

A húngara lançou-lhe um olhar furioso e virou-lhe costas.

Gilbert ficou irritado consigo mesmo por não conseguir perceber o que se passava na cabeça daquela garota doida. Nem na sua...

##

Alfred estava a discutir os novos jogos para consola que tinham sido lançados com Kiku. Tal como sempre que se juntavam, os dois conseguiam ficar horas a discutir quais os melhores e neste momento a mente de Alfred encontrava-se desligado de tudo o resto. Até que Ivan anunciou pelo microfone:

"Meus amigos, a noite vai começar a aquecer. E que tal virem todos dançar?"

Ouviram-se alguns protestos ("NÃO OLHES PARA O MEU IRMÃO SEU BASTARDO!") mas quase todos os que estavam sentados se levantaram e foram para a "pista de dança". Excepto...

Alfred franziu as sobrancelhas ao ver Elisabeta aproximar-se de Arthur.

Ele levantou os olhos da revista que estava a ler e depois sorriu e acenou afirmativamente ao que quer que fosse que Elizabeta lhe tinha dito.

"Alfred?" 

O americano voltou a si e levantou-se seguindo o japonês para a pista.

##

Estavam todos a divertir-se tanto que nem repararam que já tinha passado cerca de duas horas. Toris e Eduard andavam ocupados a servir bebidas aos convidados e alguns deles estavam já a ficar alterados. Mas Ivan continuava a pedir mais e eles não podiam recusar uma ordem sua.

Lovino estava agarrado a António enquanto gritava qualquer coisa sem sentido, deixando o espanhol corado a manda-lo falar baixo. Na pior situação encontrava-se Matthew porque Francis tinha decidido tentar despir-se á frente de toda a gente e o pobre canadiano tentou evitar e isso fez com que o francês o tentasse despir também.

Alfred olhava de soslaio para Arthur que continuava a dançar com Elisabeta e, tal como ela, encontrava-se meio "alegre". Ele estava a ponderar em arrastar Arthur dali para fora mas Gilbert agiu mais rápido e agarrou a húngara pelo pulso e disse a Alfred:

"Vamos leva-los a apanhar ar fresco antes que aconteçam coisas piores." E dito isso, arrastou-a pelas escadas que davam para o hall de entrada. Alfred ficou até admirado pela atitude inteligente do alemão, que parecia sóbrio apesar de ter bebido vodka. Mas bem, quem aguenta cerveja alemã aguenta qualquer coisa.

Ao ver Arthur confuso, Alfred suspirou e fez a mesma coisa que Gilbert: agarrou-o pelo pulso e começou a dirigir-se para o piso de cima para poder apanhar ar fresco.

Elizabeta protestou todo o caminho mas não ofereceu resistência, Gilbert levou-a para o jardim das traseiras.

"Larga-me Gil!"

"Tu não estás bem. Garota idiota, se sabe que não aguentas a bebida, não bebas tanto!"

"Eu estou bem! Não me digas o que fazer!" gritou ela ao mesmo tempo que tentava equilibrar-se e segurar na frigideira.

 Ao perceber as suas intenções, Gilbert agarrou-lhe o braço.

"P-pára quieto!"

O alemão suspirou e largou o braço dela. A húngara fez uma expressão amuada que Gilbert também apresentava.

"Que foi agora?"

"Estragaste-me o divertimento todo!"

"Qual divertimento? Beber vodka ou dançar com o Arthur?" ele tentou dizer isto num tom neutro mas falhou miseravelmente.

"Vodka? Quem estava a beber era o Arthur! Eu apenas bebi água e convenci o Arthur a beber vodka para ver o que o Alfred fazia. Eu e o Kiku precisamos de um novo capítulo rápido."

"Não estas a fazer sentido."

"Seu grande idiota, nunca percebes nada! Estragaste tudo!"

Os olhos dela começaram a ficar húmidos e ela agarrou com mais força na frigideira, pronta para em qualquer momento acertar com o utensílio na cabeça de Gilbert. O alemão estava a tentar pensar o que dizer quando se ouviu uma voz vinda da esquina da casa que dava para a garagem:

"Alfreeeeeed não faças isso!"

Elizabeta agarrou Gilbert pelos colarinhos e puxou-o para o chão de forma a esconderem-se atrás do enorme  vaso de orquideas.

"O que é que tu-" ia dizendo o alemão até sentir uma mão a tapar-lhe a boca.

"Cala-te."

Alfred apareceu justamente no lugar onde eles tinham estado e Arthur vinha a segui-lo.

“Alfiee não me deixes aqui sozinho!”

“Tu não precisas de mim, além disso pensei que já eras responsável o suficiente para não beber muito.”

“Mas eu não bebi muito!”

“Arthur acabaste de me chamar Alfie.”  Disse o americano seguido de um suspiro.

Porque Alfie é querido. E tu és querido.”

Alfred corou imenso e levou uma mão á testa. Porque raio aquele idiota só dizia coisas simpáticas quando estava bêbado?

“Consegues andar em linha recta?”

“Claro. Eu estou normal!” disse o inglês ao tentar não cambalear para próximo de Alfred.

“Acho que já está na hora de ir embora… Senão ainda fazes coisas ainda piores. Vou só avisar o Ivan que vamos embora.”  

“Não!”  gritou em desespero Arthur.

“Que foi agora?”

“Não me deixes sozinho!”

Ao ver a expressão de Arthur, que não era certamente aquela a que Alfred estava habituado, ele não pode deixar de se sentir preocupado… protector. Tirou o casaco castanho que tinha vestido por cima do fato de super-homem e atirou-o a Arthur e este colocou-o sobre as costas.

“Eu volto rápido.”  E antes que o inglês pudesse dizer mais alguma coisa, Alfred foi rapidamente procurar Ivan lá dentro.

Atrás do vaso de orquídeas, Elizabeta emitia uns guinchos agudos que deixaram Gilbert curioso:

“O que se passa?”

“Tão cavalheiro! Tão amorosos…”

“Tu por acaso ‘tás naquela altura do mês?”

“Não, não estou. Se tivesse podes ter a certeza que já tinhas sido agredido múltiplas vezes.”

Nem passou pela cabeça dele duvidar desse facto.

“Tch, mulheres.”

“Cala-te. Tu não compreendes nada idiota.”

Ela voltou a espreitar por entre as folhas para garantir que Arthur não fazia nada de estúpido. E foi então que sentiu algo quente nas suas costas.

“Não tens frio de t-shirt?”

Ela corou ligeiramente ao perceber que a fonte de calor vinha do casaco de Gil e acenou afirmativamente.

“Sinceramente… Mulheres…”

E não, ela nunca iria admitir que o gesto cavalheiresco de Gilbert a tinha apanhado desprevenida e muito menos que tinha achado fofo da parte dele fazer isso.

“Pronto voltei. Já podemos ir.”  O americano colocou Arthur nas suas costas. Ele sabia perfeitamente que não adiantava tentar que ele fosse sozinho porque no final, acabava sempre por tropeçar e cair ao chão ou adormecer encostado a Alfred.  Com algum esforço, lá conseguiu sair do jardim de Ivan.

Quando viu que os dois loiros tinham desaparecido e que já não corria o risco de ser apanhado a espiar (por culpa de Elizabeta), Gilbert levantou-se e viu Francis a aproximar-se:

“Gil mon ami! O que estás a-  Mon Dieu Gil, aqui fora com uma mademoiselle? Isto é uma casa de respeito!”

A mente perversa do alemão deixou-o sem reacção mas de qualquer das formas a frigideira de Elizabeta reagiu pelos dois.

“MATT! CONTROLA ESTE IDIOTA!”  gritou a húngara, completamente vermelha de raiva… e não só.

##

O britânico continuava a dizer coisas sem sentido que Alfred tentava ignorar. Ainda com Arthur às costas, ele procurou a chave que normalmente estava num dos vasos perto da porta.

"Huum, Alfie...A chave 'tá aqui no bolso."

Alfred suspirou e tirou Arthur das suas costas mas de forma a que ele ficasse em pé.

"Qual bolso?"

"Do casaco."

Alfred tirou a mão do ombro dele para conseguir chegar ao bolso do casaco, mas o inglês caiu para a frente agarrando-se ao seu pescoço e deixou Alfred muito vermelho com toda aquela proximidade repentina.

"Alfieeee 'tás tão quentinho~" disse repentinamente Arthur ao esfregar o nariz no pescoço de Alfred.

Ele tentava ignorar o que Arthur fazia e dizia, mas a cada momento que passava isso ficava cada vez mais difícil. Não era normal o Arthur ser tão carinhoso... 

Alfred conseguiu finalmente encontrar as chaves e abrir a porta que dava para o hall de entrada da pequena casa do inglês. Ele não ia conseguir levar Arthur pelas escadas sem partir nada, a menos que...

Alfred pegou no inglês como se ele fosse uma noiva (ok, uma noiva muito violenta) e subiu as escadas para depois entrar no quarto e pousa-lo suavemente na cama.

"M-mas Alfieee, eu não estou preparado!"

Alfred ficou ainda mais embaraçado e tirou os sapatos ao inglês que se debatia e dizia coisas ainda mais embaraçosas como:"Não tires a minha pureza Alfieeeee!".

O americano ficou em dúvida se devia ou não tentar tirar a manta de feiticeiro que Arthur ainda usava e a camisola rota (graças ao 'rapto' de Ice). Como Arthur parecia estar desconfortável, Alfred procurou no guarda-vestidos do inglês alguma coisa que ele pudesse vestir e encontrou uma t-shirt preta que até provavelmente era sua e estava esquecida, sendo que Arthur dificilmente usava roupa desportiva. O problema agora era conseguir a cooperação de Arthur para conseguir trocar de roupa.

"Hum... Arthur consegues tirar a roupa sozinho?"

 O inglês fez um olhar chocado:

"N-não devias ser tu a f-f-fazer isso?"

"Seu idiota, tu estás completamente bêbado! Não digas coisas que te façam arrepender amanhã!"

"Arrepender? Tu...Já não gostas de mim?"

Alfred soltou um suspirou exasperado e puxou Arthur de modo a que ele ficasse sentado e tirou a manta.

"Alfiee!"

Ele assustou-se a olhou para baixo apenas para constatar que Arthur tinha os olhos pregados em si e o rosto corado, talvez do frio ou da bebida... Não seria de embaraço pois não?

Foi difícil e vergonhoso demais até para um herói, mas por fim, Alfred lá conseguiu vestir a t-shirt a Arthur e pôs os lençóis por cima dele. Quando se virou para sair, sentiu alguma resistência e viu então que Arthur lhe agarrava a ponta do casaco.

"Fica comigo hoje Alfie..."

Arthur estava-lhe a fazer o típico olhar de cão abandonado e essa expressão dava outro aspecto ao inglês que andava sempre maldisposto.

Ainda a sentir a sua cara quente, Alfred tirou as sapatilhas e sem pensar duas vezes, saltou para dentro dos lençóis chegando-se para perto de Arthur. Este, ao sentir o calor do americano, encostou-se ao seu peito e agarrou-lhe a camisola, tal e qual uma criança.

Alfred passou um braço sobre o tronco dele e aproximou-o ainda mais para si, fazendo com que o inglês soltasse um pequeno suspiro de contentamento. De seguida, tirou os óculos e pousou-os às cegas na mesinha-de-cabeçeira e  pousou o queixo sobre os cabelos loiros de Arthur.

"Alfie quentinho~"

Alfred fechou os olhos e tentava ignorar o calor que sentia e a velocidade com que o seu coração palpitava. Após alguns minutos, ele sentiu a respiração do inglês ganhar um ritmo mais calmo e então ele, mesmo ainda não tendo arranjado uma explicação racional para o que sentia, acabou também por adormecer enquanto esfregava lentamente as suas mãos pelas costas frias de Arthur.


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Notas finais do capítulo

Ok, ok pousem as armas só durante um momento. Esta fic, e este capítulo em especial, tomaram rumos totalmente a leste daqueles que eu tinha pensado inicialmente. E não sei dizer até que ponto isto é bom ou não. Tal como tá dito na sinopse, a fic é sobretudo uma comédia com romance leve, sem romance histérico ou profundo e sem , definitivamente, cenas sexuais ou algo do género (eu nunca escrevi lemon nem tenciono tão cedo :< ).
Passo também a explicar o motivo pela qual o Arthur está demasiado Moe (nem sabem o quanto odeio o Arthur em modo ukesinho moe moe desu) mas é que após demasiadas saídas com os meus amigos comecei a reparar nos tipos de bêbado que existe e até agora conheço três: O melancólico/resmungão, o divertido/inconveniente e o fofo. Sim, isso existe e eu já vi com os meus próprios olhos. Não foi bonito ter alguém a comparar-me á mãe das duas até as cinco da manhã Não foi mesmo
Pronto, podem voltar aos vossos planos de tortura~