Mikaella escrita por no-chan


Capítulo 5
Jantando com um diplomata




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JANTANDO COM UM DIPLOMATA

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Mikaella estava sentada à penteadeira finalizando a maquiagem com um batom rosa escuro. Olhou no espelho uma última vez avaliando o comportado vestido de mangas preto e o penteado elegante aprovando a aparência responsável que viu em si.

- Por favor, Mikaella. – disse Eliot abraçando a italiana pelas costas – Não é como se eu fosse pedir você em casamento ou coisa do tipo. Só quero ser apresentado para os seus pais. Não é pedir demais.

- Eu posso até apresentá-lo, mas não vai ser como namorado. Até por que não somos nada disso. Sendo assim, pode ir tirando essa idéia da cabeça. – falou ela com frieza e determinação encerrando o assunto e se levantando da penteadeira. – Como estou?

- Divina. – disse o rapaz a admirá-la – Não me lembro de termos marcado um encontro hoje. Para onde vai?

O ciúme fingido do rapaz despontou um sorriso cínico no rosto de Mikaella. Ela aproximou-se dele com um olhar malicioso e puxou sua gola para que descesse o rosto até ela quase tocando os lábios.

- Vou a um jantar de negócios. E você... – disse ela sedutoramente e enroscou o pé atrás do tornozelo dele puxando-o de repente e derrubando-o na cama assustado enquanto ela mantinha-se de pé a sua frente – Vai pra casa.  

Eliot demorou um segundo para se restabelecer, mas riu logo em seguida e balançou a cabeça olhando-a.

- Uma reunião de negócios na véspera do seu aniversário? – disse ele fazendo-a sorrir misteriosamente.

- Foi de última hora.

*****

- É um prazer revê-lo senhor Barrachi. Fico feliz que esteja bem. – disse Mikaella ao aproximar-se da mesa reservada onde Anthonio Barrachi já a aguardava.

O homem olhou-a um pouco confuso a princípio, mas logo arregalou os olhos em compreensão e se levantou para cumprimentá-la.

- O prazer é meu, senhorita Parllazzo. A senhorita está bem diferente desde a última vez que a vi. – disse o senhor com um sorriso cúmplice.

- Obrigado. Descobri que fico melhor de vestido do que com... roupas suspeitas.

Ambos sorriram amargamente com a piada interna e sentaram-se à mesa onde o metrie logo serviu-lhes vinho e os cardápios. A mesa encontrava-se um pouco afastada das demais permitindo uma conversa privada. Olhando ao redor, Mikaella avistou vários seguranças espalhados, assim como dois a paisano.

- O local está seguro e a mesa livre de grampos, podemos conversar a vontade. – disse Barrachi olhando-a seriamente e ela tomou um gole de vinho calmamente – Imaginei que seu convite não se tratava apenas de uma festa de aniversário.

- Imaginou corretamente. Eu queria conversar sobre algo mais complicado.

Um garçom aproximou-se e fizeram seus pedidos. O silêncio se instalou quando ele saiu e ambos se olhavam seriamente até que Barrachi suspirou.

- Que favor quer que eu faça por você, senhorita Parllazzo?

- Pensei que tínhamos deixado bem claro que não queremos nada em troca de seu salvamento, senhor Barrachi. – disse ela com frieza e o homem franziu levemente a testa – O senhor me pareceu alguém determinado a combater certa associação, assim como possui uma rede de informações muito maior do que qualquer um de nós possa vir a ter em um momento próximo. O que quero não diz respeito a nenhum favor, mas sim a um pedido que pode satisfazer os dois lados.

Barrachi olhava a garota atentamente. O porte sério e elegante de Mikaella entregava sua classe social, mas seus olhos mostravam um quê de rebeldia e atrevimento contidos que nada combinavam com uma moça educada. Ela falava com segurança mesmo não parecendo ser do seu feitio, conversar.

- Duvido que um embate somente político será suficiente para desbancar essa associação, assim como certas provas não poderão ser conseguidas da mesa de um gabinete ou de alguns investigadores que podem ser facilmente corrompidos. Para possuí-las o senhor teria que estar no meio e tenho certeza que não quer chegar perto deles tão cedo. – disse Mikaella com um sorriso compreensivo.

- E o que sugere, senhorita Parllazzo? – perguntou Barrachi cauteloso.

- Sugiro que nos dê informações pertinentes que possam nos guiar a essa associação e que deixe que os Punhos da Justiça lhe consiga as provas físicas.

O silêncio novamente apoderou-se da mesa. O congressista da ONU ficou apenas encarando a bela jovem a sua frente. Quando o garçom trouxe suas refeições, ela calmamente lhe sorriu e começou a comer como se a conversa não fosse séria como na verdade era.

- Isso significa que a senhoria irá continuar com os Punhos da Justiça. Que irá continuar participando daqueles torneios do submundo. – perguntou ele e a jovem apenas acenou com a cabeça enquanto mastigava educadamente – Mas o que garante que irá se aproximar da Shadalu?

A jovem parou de mastigar para observá-lo com censura e tomou um gole de vinho para poder falar.

- Enquanto estive em Miami, os Punhos me contaram no que se meteram alguns meses antes. Acharam melhor não me deixarem ignorante de algo que eu já estava envolvida até o pescoço. – disse ela e o homem fez uma careta de compaixão que foi imediatamente ignorada pela jovem – O que eu tirei dessa conversa foi simples. A Shadalu, por alguma razão, sempre está perto desses torneios, quando não é ela mesma que os patrocina. Já estamos mais próximos deles do que o senhor imagina.

- Por quê? – perguntou Barrachi de repente e Mikaella o olhou confuso – Por que está se arriscando assim? A senhorita poderia se afastar de lá o quanto antes e talvez pudesse viver normalmente. Sem perigo...

- Eu não quero. – interrompeu ela hesitante, mas continuou mais segura – Não quero que se repita. O senhor não foi o primeiro a ser seqüestrado por eles, senhor Barrachi. Aqueles desgraçados já seqüestraram a Jaya e a minha dama de companhia. Assim como uma policial e a família de um médico japonês. E esses são só aqueles de que nós temos conhecimentos. Pode haver muitos outros que precisão de ajuda urgente! Se eu não tivesse tido a ajuda dos Punhos, eu jamais teria conseguido salvar Fiona e ela é importante para mim. Não quero que outras pessoas passem pelo que ela passou. Eu não vou deixar! Com ou sem sua ajuda, eu vou parar a Shadalu.

Os olhos de Mikaella brilhavam de raiva e obstinação. Quando percebeu que havia sido grossa com o congressista, murmurou um pedido de desculpas e voltou a comer. O jantar concluiu-se silencioso, ambos imersos em seus próprios pensamentos, até que o garçom trouxe a conta que foi agilmente paga por Barrachi sobre o olhar reprovador da jovem.

- A senhorita realmente tem o espírito de uma lutadora. – disse ele assim que o garçom se afastou – E esse seu desejo de ir para frente de batalha, mesmo que para proteger aqueles que ama, pode lhe trazer grandes problemas no futuro. Eu só espero não contribuir para uma tragédia. – murmurou ele e a jovem deu um sorriso maroto.

- Não se preocupe. Eu já me metia em problemas antes de conhecer os Punhos.

- Entendo. Eles parecem ser pessoas muito queridas e confiáveis para a senhorita. Eu me lembro vagamente de você chamando atenção do loiro para protegê-los. – disse Barrachi um pouco tenso com a lembrança.

- Eles valem à pena. – disse ela com convicção - O que me lembra que eles estarão aqui amanhã. O senhor estará na festa?

- Veremos.

Barrachi levantou-se e ofereceu a mão educadamente para Mikaela que aceitou pela etiqueta. Ele baixou-se levemente para beijar sua mão e sorriu educado.

- Obrigado pelo agradável jantar senhorita Parlazzo e... Sobre a sua proposta. – disse ele e olhou-a seriamente nos olhos – Vou pensar nela. Manteremos contato.

Dito isso, Barrachi se afastou e seguiu até a porta, acompanhado de seus guarda-costas, deixando Mikaella com um sorriso satisfeito nos lábios.

- Bem. Já é alguma coisa. – murmurou ela.


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Notas finais do capítulo

Huhuhuhuhh
Agora o que vai sair dessa festa, eu num quero nem ver!! hahahahaha