Guizos Ao Vento escrita por Rach Heck


Capítulo 2
Brisa e Ventania se encontram


Notas iniciais do capítulo

Eu queria dar boas vindas à KellAlencar, minha primeira leitora aqui no Nyah! Espero que ela não me abandone... E queria pedir que se alguém mais estiver lendo, por favor, dê review, faça uma escritora ~me achei~ feliz (:



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Annabeth trazia uma bandeja com néctar e ambrosia. As duas garotas estavam enroladas em cobertores, e Quíron sorria feito bobo.
- Não esperava que viesse. - O centauro metido numa cadeira de rodas sorriu mais ainda.
- E eu não esperava ser recebida com essa hospitalidade toda. Quase morri ao bater naquela maldita barreira invisível. - Gale pegou um copo com néctar, e sorriu para a garota loira que lhe oferecera.
- Sabe que a culpa foi toda sua. Aqui o clima é controlado, e você veio como uma... uma ventania. - Os dois riram, a porta de entrada abriu em um estrondo, e Percy entrou na sala. 
- Quíron, tem uma garota louca querendo... - Antes que Percy pudesse terminar, uma garota idêntica a Gale irrompeu a sala. E quando digo idêntica, não é parecida, ou quase igual, é idêntica mesmo
- Que bom vê-la, maninha. - A garota sorriu, e seu rosto se iluminou.
- O que faz aqui, Aeráki? - Gale fechou o sorriso, e suas sombrancelhas se uniram.
- Soube que estava aqui, então vim vê-la. - Aeráki sentou-se em uma cadeira à mesa, à frente de um garoto de cabelos e olhos escuros, que se empertigou em sua cadeira, ao ver que a garota o paquerava. 
- Do jeito que a Thalia falou, pensei que o Acampamento estivesse em chamas, e todos mortos. Mas vocês estão até melhores que nós. - Gale encarou Quíron.
- Realmente passamos por momentos difíceis, mas superamos, graças aos deuses.
- Aos doze olimpianos né? Pois são pelos menores que tudo isso está acontecendo. - Aeráki falou sem tirar os olhos do garoto à sua frente.
- Tenho esperanças de que eles percebam que estão enganados. - Annabeth virou-se para Gale. - Não quer ir para o chalé de Ártemis, tomar um banho e desfazer a mala?
- Adoraria, Annabeth. 
- Desculpe, eu ainda não sei o seu nome... - A filha de Atena sorriu envergonhada.
- Gale. - A garota enrolada em um cobertor sorriu sincera, encorajando a menina de olhos nublados, como uma tempestade, a sorrir assim também. E, carregando Thalia junto, as três foram para os chalés.

Gale deixava a água cair em sua cabeça sem parar, e, com os pensamentos longe, foi que lembrou...

Flashback

"Um par de olhos escuros. Foi tudo o que Gale viu...

O vento estatelou como nunca. As folhas que voavam com a ventania, paralisaram e caíam mais que lentamente, como se alguém tivesse apertado o botão stop. Nada mais conseguia existir, além daqueles olhos. Os outros caíam ao chão, sem ar, pois este não existia mais.
- Nico. Nico di Angelo. - O garoto sussurrou, e Gale sentiu sua alma se esvair. Sotaram-se as mãos, e foi aí que a garota viu que as pessoas morriam sem ar. Uma lufada trouxe vida novamente.

Thalia se aproximou, e sorriu, ao ver Nico.
- Sua irmã ficaria orgulhosa, morto-vivo. - E virando-se para Gale. - Vamos. - As duas caminharam alguns metros.
- Ainda não me disse seu nome! - O garoto de roupas pretas gritou. E a garota de olhos intensos, que se sentia com força suficiente para fazê-lo, agora que estava segurando a mão da amiga, que lhe passava choques e deixavam seu braço dormente, gritou, encarando o menino.
- Gale!

Flashback off 

Gale perpassava o laço de cetim por seu vestido prata, quatro dedos, abertos, acima do joelho. Ninguém imaginaria que um inofensivo laço prata de cetim, um tom mais escuro que seu vestido, seria na verdade, uma arma mortal, para monstros apenas.

Ela estava pronta. Caminhou um pouco pelo chalé, e sorriu ao ver sua imagem refletida no espelho. Pensou no quanto era diferente da irmã. Por mais que fossem idênticas, eram completamente diferentes. O sorriso de Gale sumiu, assim que virou-se e caminou até a porta, pois, ao tocar na maçaneta, uma cena invadiu a sua mente. Aquele garoto, Nico di Angelo, e a forma como sua irmã o encarava.

A garota de vestido prata e pés descalços fechou os olhos. "Não é justo", pensou, e quando se deu conta do que estava fazendo, abriu os olhos, girou a maçaneta com força e abriu a porta em um baque. O vento a acolheu, e o sol iluminou seus pensamentos, por mais que seu coração estivesse sombrio e tomado por aquela sensação estranha, aquele sentimento nunca vivido, em milênios de existência.

"Ual" pensou o garoto que tinha os olhos brilhando, sentado à mesa, quando Gale entrou no ambiente.
- Essa sim é a minha menina. - Quíron sorriu feito um pai bobo ao ver sua filha.
- Ah, para. - Gale sorriu. - Vamos falar sério agora. Thalia e eu estamos aqui para ajudar.
- Bom, como vocês sabem, os deuses menores estão se rebelando, dizendo que não são reconhecidos como se deve e tudo o mais.
- Perda de tempo. - Aeráki suspirou. - Tudo bem que os filhos deles não têm lugar aqui no Acampamento, pois não existem chalés para todos eles, e por isso as crianças são obrigadas a ficar no chalé de Hermes, feito sardinhas bastardas, mesmo depois que já foram reconhecidas. Mas sempre foi assim. É inútil essa guerra toda agora. - A garota de moletom rosa fluorescente de marca, calça jeans branca e tênis da Nikelevantou-se. - Agora, se me dão licença... - E saiu, mas não sem antes ouvir Quíron dizer:
- É bom ouvir isso de uma deusa.
- Deusa? - Annabeth arquejou, e seus olhos encontraram a garota de vestido sentada no chão, perto da lareira.
- Sim, Gale e Aeráki são ànemoi, divindades dos ventos, ou deusas dos ventos.
- Mas eu pensei que fossem nove deuses dos ventos.

Quíron olhou para Gale e assentiu. A garota levantou-se do chão e foi até a mesa, e ignorando todo o aperto no coração por estar perto demais daquele garoto desconhecido, sentou-se e começou a falar.
- Éolo comanda todos os ventos, tanto as brisas mais leves, quanto as piores tempestades. Mas, a cada um dos outros deuses, filhos de Eos e Astreu, era atribuido uma direção cardeal. Bóreas, o vento norte, frio e violento; Zéfiro, o vento oeste, suave e agradável; Eurus, o vento leste, criador de tempestades marítimas; e Nótus, o vento sul, quente e formador de nuvens. E tinham ainda os deuses dos ventos menores, estes não eram filhos de Eos e Astreu, Kaikias, o vento nordeste, Apeliotes, o vento sudeste, Lips, sudoeste e Siroco, noroeste.
- Eram esses que eu conhecia. - Afirmou Annabeth, e Gale sorriu para a garota, voltando a ficar sombria, ao continuar a história:
- Duarante a guerra dos deuses contra os titãs, Éolo passou para o lado dos olimpianos, traindo seus irmãos, e seus pais, Urano e Gaia. Eos, a deusa do amanhecer, também conhecida por Aurora, e mãe dos ventos cardeais, estava encantada e apaixonada por Éolos, arte de Afrodite. Vingança pelo pequeno romance que Eos tivera com Ares. Como os ànemoi, divindades responsáveis pelos ventos, estavam lutando bravamente, e fazendo as chances dos olimpianos diminuir absurdamente, Éolo pediu que Eos confundisse seus filhos. Após pensarem que são seres inúteis, os quatro ànemoi desistiram de sua imortalidade, como fez o deus Hélio, seu tio.
- Que coisa horrível! - Annabeth arquejou, e Percy empertigou-se na cadeira, atento, mas indignado com a história. Gale então prosseguiu:
- Com o fim da guerra, Éolo passou para o Olimpo definitivamente, o que confunde as pessoas até hoje sobre ele ser um deus ou um titã. Éolos e Eos tiveram um romance, do qual foi gerado, inesperada e infelizmente, duas crianças. A nova geração de ànemoi.
- Gale e Aeráki. - Annabeth disse, atenta, e ainda processando a história. Thalia encarava Gale, triste, preocupada. Não gostava da história da amiga, mas era a única que ela tinha, era a história de sua existência.
- Espera aí, você disse algo sobre ser infeliz o fato de terem nascido duas crianças. - Percy observou. - Era para...
- Ser apenas uma criança. Aeráki. - Gale ficou Nico, que não se movera de sua cadeira um instante, e parecia se misturar às sombras. 


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Notas finais do capítulo

Queria pedir apenas reviews, porque realmente queria saber se estão gostando. Sei que é meu segundo capítulo mas, reviews ajudam muito, sério mesmo...