Apostando O Coração escrita por BiasC


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura e leiam as notinhas no fim, ok?



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Atena e Poseidon desceram a escada até a sala do palácio. A deusa estava um tanto assustada, afinal, Poseidon havia dito que a aula seria “interessante” e isso definitivamente não era bom. Poseidon andou até o meio da sala, onde se virou e encarou Atena, com um sorrisinho surgindo no rosto.

–Quer tentar adivinhar o que vamos fazer hoje?

–Hum... Sentar e conversar? –Atena arriscou desejosa, mesmo sabendo que era praticamente impossível.

Ele riu.

–Você está sonhando alto demais, queridinha.

Ela soltou um suspiro.

–O que é então, Poseidon?

–Sabe, sempre que tem alguma festa aqui no Olimpo, eu nunca te vejo dançando.

Atena estreitou os olhos.

–E daí?

–E daí que isso me leva a pensar que se você não dança nas festas do Olimpo, você não dança em lugar nenhum... O que me leva a pensar que você não sabe dançar. –Ele deu um sorriso maldoso. – E aí? Já adivinhou a aula de hoje?

Atena estava boquiaberta.

–Não, não e não! Eu não vou dançar na sua frente!

–Ateninha, eu entendo que você esteja nervosa, você não quer passar vergonha na minha frente, já que eu sou o deus mais bonito de todos, é compreensível. Mas relaxe, eu vou te ensinar direitinho e além do mais, se você quer mesmo essa transformação, isso é necessário, dançar é muito importante pra ser a mulher perfeita. –Disse Poseidon numa voz que fazia parecer que ele estava falando com uma criança de três anos e não com uma deusa de três mil.

Agora, além de boquiaberta, Atena estava chocada e extremamente irritada.

–Ok, primeiro: o dia que eu tiver medo de passar vergonha na sua frente, Ares vai dançar balé. Segundo: você não é o “deus mais bonito de todos”. Terceiro: Eu não quero essa transformação! E quarto: A sua concepção de mulher perfeita é ridícula e degradante.

–Pode até ser, mas é essa concepção ridícula e degradante que você vai ser obrigada a seguir por uma semana. –Ele parecia especialmente satisfeito com isso.

–Seis dias! Uma das torturas diárias já aconteceu!

–É, agora só restam seis. –Respondeu o deus de forma irônica. –Agora, chega de papo, vamos ao que interessa.

Poseidon se dirigiu até um dos cantos da sala, onde havia um grande rádio e vários CDs enfileirados em uma prateleira. O deus escolheu cuidadosamente um deles e o colocou no rádio. Atena não soube identificar a música ou o cantor, mas parecia o tipo de música que tocaria numa balada, e isso era, em outras palavras, o tipo de música que Atena não gostava e jamais escutaria.

Poseidon riu da careta que ela fez ao ouvir o CD.

–Não gostou? Só por curiosidade, que tipo de música você ouve normalmente?

–Música clássica, é claro.

–É claro. Eu devia ter imaginado mesmo... Bom, agora eu entendo porque você não sabe dançar, simplesmente não dá pra dançar nada com aquela música de enterro. –Atena já estava abrindo a boca pra rebater, mas o deus a cortou antes disso. –Não quero saber a sua opinião! Eu quero ver o que você consegue fazer. Vamos, dance.

Atena não se mexeu. Por mais que não quisesse admitir, estava com vergonha. Pelo visto, Ares vai aprender balé, pensou ela sarcasticamente, se lembrando do que havia dito antes. Poseidon apenas se sentou em uma poltrona e esperou, mostrando que não iria desistir. Pelo contrário, iria esperar o tempo que fosse necessário.

Desconfortável, Atena começou a se mover pros lados, tentando entrar no ritmo da música. Ritmo?! Que ritmo? Essa coisa que Poseidon chama de música mal tem ritmo! Como ele pode estar fazendo isso comigo?

–Chega! Você está parecendo um robô, Atena!

Atena abriu e fechou a boca várias vezes, tentando descobrir o que falar pra rebater a critica do deus. Mas como nada de inteligente lhe veio à mente, a deusa preferiu ficar calada.

Poseidon se adiantou na direção dela. E sem o menor aviso, pôs as mãos na cintura da deusa. E Atena, involuntariamente, estremeceu ao toque dele, que tentou fingir que não tinha percebido, por mais que fosse difícil conter o sorrisinho convencido que havia surgido em seu rosto.

–Você precisa aprender a mover a sua cintura, e não só os seus pés. –Dizendo isso, ele empurrou delicadamente a cintura de Atena, pra um lado e depois para o outro.

Eles ficaram assim por um tempo, e os dois começaram a sentir algumas estranhas sensações. Sensações que eles nunca tinham experimentado e que nem sequer estavam entendendo.

Atena tentava entender o motivo para que, mesmo sabendo que não deveria, continuava a deixá-lo fazer aquilo, sem nem ao mesmo tentar se opor. E pior, tentava entender porque aquilo lhe trazia uma sensação tão boa. Já Poseidon, por sua vez, tentava entender o que era tudo aquilo. Ora, ele já havia estado com tantas mulheres, na maioria das vezes, de maneira bem mais... vulgar, digamos assim. Não fazia sentido que o simples fato de segurar na cintura dela estivesse lhe provocando tanto.

Mas o deus, que não era tão calmo e nem tão inocente como Atena, precisa ter certeza do que estava sentindo. Ou melhor, precisa ter certeza que estava sentindo alguma coisa. Então, de novo sem avisar, passou as mãos da lateral da cintura para as costas de Atena, puxando-a para si. A deusa se surpreendeu, mas novamente, foi incapaz de fazer qualquer coisa para impedi-lo. Na verdade, chegou a ajudá-lo, pondo as mãos em sua nuca, como se algo as puxassem pra lá.

Eles ficaram ali, dançando juntos, por longos minutos. Até que Poseidon se afastou cuidadosamente. Atena parou de dançar ao vê-lo fazer isso, mas logo ele falou:

–Continue.

E encostou-se à parede, pronto para admirar a dança dela. Atena, que por algum motivo, não sentia mais vergonha alguma, atendeu ao pedido dele. Fechou os olhos e se deixou levar pela música. Se alguém, um dia, lhe perguntasse, ela não saberia disser quanto tempo ficou ali dançando sobre o olhar atento dele. Só parou quando ouviu Poseidon dizer:

–Atena, acho que é o suficiente por hoje. Já me provou que aprendeu a dançar.

Atena parou de repente, como se saísse de um transe.

–Ah, sim... Bem, mesma hora amanhã?

–Sim, mesma hora.

Atena assentiu e deixou o palácio. E Poseidon ficou ali, parado no mesmo lugar, sem saber o que pensar. Ele não conseguia entender o que acontecera ali. Ele mal conseguira se segurar quando dançou com Atena, mas quando passou a assisti-la dançar, foi ainda mais incrível. Talvez o fato dela ainda estar sendo obrigada a usar as roupas que ele decidira, e estas não serem nada comportadas, tenha ajudado, mas ele tinha certeza de que essa não era o único motivo pra aquela sensação. Tinha sido algo tão inesperado que Poseidon quase a expulsou do palácio, tentando evitar que acabasse fazendo algo que se arrependeria depois. O que você está pensando Poseidon? É Atena! Vocês se odeiam, relembrou o deus a si mesmo, E ódio é o único sentimento que vai existir entre vocês. Fim da história!

Atena começou a andar em direção a seu quarto assim que saiu do palácio. Ela conhecia bem o caminho então, seus pés andavam praticamente sozinhos, o dava a deusa a oportunidade de pensar sobre o que tinha acontecido durante sua “aula”. O que tinha sido aquele sentimento tão arrebatador? E por que ela fora incapaz de parar Poseidon? Por que seu coração havia acelerado ao menor toque dele? Por que ela perdia o fôlego perto dele? Esqueça Atena! Ele é um galinha, um mulherengo, e você só está convivendo com ele porque está sendo obrigada! E mais seis dias e vocês voltam ao que eram antes. Dois deuses que se odeiam e mal falam um com o outro!,Garantiu a deusa a si mesma. Isso, mais seis dias. E durante esse tempo, nada de sensações e sentimentos esquisitos. O único sentimento entre vocês é o ódio!


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Notas finais do capítulo

Eu demorei sécuuulos pra postar, de novo. Eu sei, mas não me odeiem! Me desculpem, é que eu estive muito ocupada com a minha outra fic, que estava na reta final e acabei deixando essa aqui meio de lado... Mas, a boa notícia é que como eu terminei aquela, eu devo ter mais tempo para essa, e as postagens devem acontecer mais rapidamente. Espero que me perdoem. =)