Vampire Academy Por Dimitri Belikov escrita por shadowangel


Capítulo 43
Capítulo 43




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Rose começou a nos seguir, quando Kirova a impediu.

“Acho que você já deu sua contribuição, Sra. Hathaway. Pode voltar para o seu dormitório agora. Deixe o restante com os guardiões experientes.”

“Eu concordo plenamente.” Um dos guardiões acenou, quando abria a porta de uma das SUV. “Já temos problemas o suficiente.”

“Ela virá conosco.” Falei autoritariamente. “Rose irá nos dar a indicação exata da localização da Princesa. Já perdemos tempo demais, não podemos desperdiçar sua ajuda agora.”

Todos me olharam, sem ter argumentos para me contradizer. Fomos para o carro que nos levaria e estava estacionado mais à frente. Rose me olhava ansiosamente e, pela primeira vez, eu não sabia como agir com ela.

“Err... Você acha mesmo que tinha um feitiço naquele colar?” Ela perguntou levemente constrangida.

“Eu tenho certeza. O que mais causaria aquilo tudo?” Tentei manter a naturalidade, mas por dentro eu sentia meu coração arder. “O colar tinha um feitiço de luxúria. Mas obviamente eu não podia dizer isso aos outros.”

“Eu não sabia que isso era possível, como você descobriu?”

“Eu conheço muitas histórias, Rose. Usuários da terra encantavam objetos feitos de metais preciosos, em tempos antigos. Eu deduzi isso ao lembrar que o Príncipe Victor é usuário da terra e foi ele que lhe deu o colar.”

Eu sentei no banco do motorista e Rose no banco do passageiro. Tinha sido uma noite cheia de surpresas. E agora eu não tinha a menor idéia do que esperar. Eu me perguntava o que aqueles guardiões queriam com Lissa. Era surpreendente que guardiões tenham feito isso.

“Eles ainda estão na Oitenta e Três... mas estão se aproximando de uma entrada. Eles não estão correndo. Não querem ser parados.”

Eu acenei e pisei no acelerador, andando no limite da velocidade permitida. Eu mantive minha atenção na estrada e nós não conversamos outro assunto a não ser as coordenadas do caminho. Honestamente, eu não sei dizer se queria ou não conversar com ela sobre qualquer coisa. Tudo trazia à minha mente o que tinha acontecido. Eu não sabia como lidar com aquilo. Eu tinha assumido que eu iria trancar dentro de mim tudo que eu sentia por ela e nunca levaria isso adiante, que eu nunca iria me permitir sonhar em ter Rose retribuindo isso tudo. Mas agora, depois de ver como ela tinha ficado tão entregue... ela realmente sentia o mesmo por mim. Se eu bem lembrava como funcionava esse tipo de feitiço, ele não funcionaria se ela não sentisse nada.

“Eles estão fazendo uma curva.” Ela falou de repente, interrompendo meus pensamentos. “Eu não consigo ver o nome da rua, mas vou saber quando estivermos perto.”

Eu dei um resmungo, em entendimento, sem olhar para ela e sem querer qualquer contato com ela, mesmo que fosse só verbal. Percebi que Rose se afundou no banco, olhando pela janela. Eu mantive minha atenção na estrada, mas me perguntava até que ponto, uma garota tão jovem como ela podia chegar em matéria de sentimentos. Provavelmente, o que ela sentia por mim não passava de uma paixonite de uma aluna para um professor. Uma coisa muito comum, como tantas histórias que acontecem em tantas escolas. Não deveria ter a mesma intensidade para ela do que tinha para mim.

“Ali.” Ela falou apontando para uma pequena estrada de terra, cerca de vinte minutos depois de ter falado pela última vez. Acelerei pela estrada, sabendo que o nosso tipo de carro tiraria uma vantagem sobre o carro deles. Um redemoinho de terra subia, à medida que avançávamos.

“Eles fizeram outra curva.”

Eu me guiei pelas instruções de Rose, um pequeno comboio nos seguia. Até que ela avisou que eles tinham parado.

“Eles estão do lado de fora de uma pequena cabana. Eles estão a levando –“

Eu olhei para ela e percebi que seu semblante tinha se tornado vazio. Eu já conhecia aquilo. Eu continuei dirigindo, acelerando o máximo possível. O carro se debatia na estrada desnivelada. Eu sentia a tensão tomar conta de mim, à medida que nos aproximávamos do nosso destino. Tentei me focar ainda mais na missão mas sempre meus pensamentos voltavam para aquele quarto e o que quase aconteceu conosco.

Seguimos ainda pela estrada, quando Rose deu um enorme grito. A princípio, eu levei um susto, pois estava totalmente concentrado no caminho que seguíamos. Eu dei uma enorme freada, de forma que a SUV quase girou na pista. Olhei alarmado para ela, esperando entender o que se passava.

“Não, não! Continue! Nós temos que chegar lá!” Ela gritou pressionando as têmporas.

“Rose, o quê está acontecendo?” Alberta, que estava no banco de trás, tocou no ombro de Rose, preocupada. Eu tinha quase esquecido que ela estava lá atrás.

“Eles estão a torturando... com ar. Um cara... o Kenneth... está fazendo uma pressão com ar na cabeça dela. A pressão é insana. É como se – o crânio dela fosse explodir.” Sua voz era quase chorosa.

Eu olhei para ela pelo canto do olho e acelerei ainda mais. Olhei novamente para ela e vi que ela estava de novo com Lissa. Quando ela voltou, senti que o desespero tomava conta dela. E mais uma vez, Alberta perguntou o que tinha acontecido.

“Eles a torturaram mais e mais. Ela não suportou e cedeu, usando a sua mágica. Ela curou Victor Dashkov. Lissa usou muita magia para isso e ela está fraca, muito fraca. Não foi fácil para ela. Ele está restaurado, mas é como se sugasse boa parte da vida dela para fazer isso. Victor não está mais velho. Ele é jovem de novo. E Lissa... ela desmaiou exausta.” Rose narrou quase aos prantos. O pânico era latente em sua voz.

Senti um grande ódio por Victor tomar conta de mim. Eu tinha vontade de acabar com ele. Até que ponto uma pessoa poderia ir para atingir seus objetivos? Passar por cima de todos e de tudo dessa forma, usar o dom de uma pessoa meramente para o seu deleite era algo desprezível.

“Filho da puta.” Xingie baixo em Russo “queria poder acabar com ele.” Apertei o volante, sentindo todo o instinto de proteção tomar conta de mim.

Rose me olhava, assustada, sem entender uma palavra sequer. Eu não me dei o trabalho de traduzir.

Quando avistamos de longe a cabana, nós paramos. Alberta ligou para os demais que nos seguiam e todo comboio parou. Todos os guardiões saíram e se reuniram para montar uma estratégia de invasão. Mandamos um de nós averiguar o ambiente. Pouco tempo depois ele voltou, contando tudo que tinha visto, principalmente o número de pessoa dentro e fora da cabana. Quando todos começaram a tomar seus postos, Rose saiu do carro e começou a me seguir. Eu senti meu coração apertar. Rose não estava preparada para aquele tipo de luta que encontraríamos. Ela tinha pouco treinamento ainda, não podia lutar com guardiões experientes.

“Não, Roza, você fica aqui.” Falei gentilmente, segurando seu ombro. Eu podia sentir todo afeto que eu tinha por ela tomando conta de mim. Eu não queria colocá-la em perigo.

“Pro inferno com isso! Eu preciso ajudá-la!” Ela ignorou o meu apelo, quase explodindo.

Eu seguei seu queixo, levantando um pouco, de forma que eu pude olhar diretamente nos seus olhos. Como eu gostava dela. Eu arriscaria dizer que eu queria mais a segurança dela do que a de Lissa. E isso era errado para uma guardião.

“Você a ajudou. Seu trabalho está feito. Você o fez muito bem. Mas este não é um lugar para você. Ela e eu, ambos, precisamos que você fique segura.” Falei com toda sinceridade que eu tinha. Lissa podia ter necessidade de Rose, mas eu não conseguiria saber o que seria de mim se algo grave acontecesse com ela. Eu ainda a olhei por poucos segundos. Ela pareceu se acalmar um pouco, e eu consegui ver um fio de concordância em seus olhos. Eu acenei, soltando seu rosto. Ela retribuiu o meu aceno e eu segui para dentro da floresta, me perdendo entre as árvores.


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Notas finais do capítulo

Gente, como Dimitri é fechado...