Vampire Academy Por Dimitri Belikov escrita por shadowangel


Capítulo 26
Capítulo 26




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Quando saí do encontro com Victor, passei direto para a sala de Kirova, para tratarmos do que aconteceu no quarto de Lissa. Passei por vários grupos de alunos que se agitavam como se um fato novo tivesse ocorrido. Eu já podia imaginar o que era. Eles deviam estar ainda comentando sobre a visita da rainha. Cheguei ao meu destino, Alberta já estava lá, com Kirova, remexendo alguns papéis.

“Desculpem o atraso. O Príncipe Dashkov se demorou mais do que o previsto na conversa.” Me justifiquei.

Alberta levantou seus olhos, me entregando alguns papéis com fotos do coelho que Lissa encontrou. De fato, eu tinha uma boa resistência, pois consegui olhar para aquelas imagens horríveis sem ter qualquer reação.

“Não existe pista alguma. Nada de diferente foi encontrado na limpeza do quarto e do banheiro. Nem sequer sabemos com que esse coelho foi destruído, podia ter sido com qualquer coisa, até mesmo com as mãos.” Ela me falou, enquanto eu folheava os papéis. O pior é que era isso mesmo. Não havia cortes retos no animal e isso eliminava o uso de qualquer objeto cortante. De qualquer forma, tinha sido feito por alguém muito cruel.

“As câmeras de segurança da entrada do dormitório registraram algo?” Perguntei.

“Não.” Falou Alberta. “Nada de anormal. Os corredores dos quartos não possuem câmera, para proteger a privacidade dos alunos, nada foi registrado pelas câmeras das outras áreas. Nenhum estudante carregando um pacote ou algo que levantasse a nossa suspeita. Nem sabemos como alguém conseguiu trazer um coelho para dentro do campus. Na floresta que nos cerca, não tem esse tipo de animal.”

“Também interrogamos Natalie Dashkov” Acrescentou Kirova. “Mas ela ficou quase tão chocada quanto Vasilisa. Ela afirma não ter visto ou ouvido nada. Ela diz que dormiu a noite inteira e nada a acordou.”

Era realmente um grande mistério. Sem pista alguma. Sem qualquer pessoa que pudesse ser considerada suspeita. 

“É realmente intrigante, tudo isso.” Falei em meio aos meus pensamentos. “Inclusive o fato da colega de quarto da Princesa não ouvir nada.”

“Chegamos a cogitar o fato de Natalie ter sido dopada.” Respondeu Alberta. “Mas o Príncipe Victor Dashkov não nos autorizou a examinar sua filha. Ele achou desnecessário e muito invasivo.”

Aquilo me intrigou ainda mais. Era uma clara falta de cooperação dele. Não combinava nada com a preocupação com Lissa, que ele tentou demonstrar mais cedo.

“Bem, não nos resta nada mais a não ser redobrar nossa vigilância.” Kirova falou, vencida.

“Podemos colocar guardiões em alerta. Eles podem ficar em lugares estratégicos somente para observar qualquer atitude suspeita. Recomendaremos que eles atuem com discrição. Quem fez isso, fará novamente, principalmente se pensar que não vamos fazer nada. Que não demos atenção ao fato.” Eu sugeri e as duas pareciam felizes com a minha idéia.

Quando sai da sala de Kirova e segui para uma das minhas aulas, percebi que o agito anterior tinha aumentado. Quando virei um dos corredores, no caminho da minha sala de aula, pude ouvir um grupo de garotas Morois conversando. Diminui os meus passos ao ouvir o nome de Rose em alto e bom som.

“... mas Rose Hathaway sempre foi assim. Uma vadia. Imagino o que ela aprontou enquanto esteve fora, sem toda essa vigilância da Academia... Deve ter aprimorado suas técnicas.” A garota falou maliciosamente e as demais riram em concordância. Ao verem que eu me aproximava, a conversa se tornou quase um sussurro inaudível. Normalmente, eu ignoraria esse tipo de coisa, mas não me contive em ir até elas.

“Senhoritas, eu suponho que já estejam atrasadas para suas aulas.” Falei duramente, parando de braços cruzado em frente ao grupo. Meu rosto não deveria ser o muito amigável, pois elas me olharam assustadas e se dispersaram quase que imediatamente. Será que ninguém nunca se cansaria de comentar sobre Rose e Lissa?

Prossegui com minha aula, sempre escutando alguns murmúrios. Eles estavam realmente mais agitados que o normal. Tive que parar para pedir atenção da turma várias vezes. Ao terminar, chamei um dos alunos que era um dos mais indisciplinados e fracos da turma, chamado Greg Helvas. Não era muito do meu feitio fazer isso, mas eu estava sentindo cheiro de algo grande acontecendo entre os alunos e ninguém me contaria o que era, de bom grado.

Coloquei uma cadeira de frente para outra, bem ao estilo interrogatório, e apontei para que ele se sentasse. Lancei um olhar altamente furioso para ele, de forma que ele entendesse que eu não tinha tempo e nem paciência para brincadeiras. Ele me olhou com um certo pavor.

“O que está acontecendo?” Perguntei diretamente.

“Guardião Belikov, eu não tenho culpa de nada.” Ele se defendeu, quase tremendo de medo. “Toda essa história começou pelos Morois.”

“Que história?”

“Sobre Rose Hathaway.”

“Sr. Helvas, você deve saber que não tenho o dia inteiro para jogar conversa fora com você. Portanto, fale logo!” Disse, enquanto me inclinava para frente, apoiando os meus cotovelos próximo aos joelhos, de forma que fiquei ameaçadoramente frente a frente com ele.

“Bom... Bem... É que... A-Aquele J-Jesse Zeklos” Ele começou, sem conseguir juntar as palavras. Eu podia ver pequenas gotas de suor brotarem de sua testa. Novamente o Zeklos. Senti toda onda furiosa daquela noite que o flagrei com Rose voltar a mim.

“Ele contou a todos da escola que Rose serviu como alimentadora de Lissa, enquanto elas estavam fugindo. Disse que Rose contou isso a ele, bem digamos, errr...” Ele começou falando rápido, quase sem respirar mas parou neste ponto, se sentindo constrangido “ele disse que ela contou a ele quando eles dormiram juntos.”

Eu não podia acreditar que aquele garoto Zeklos tinha feito isso. Tentei guardar toda aquela mistura de sentimentos dentro de mim, enquanto ele continuava.

“Jesse disse que Rose é uma meretriz de sangue. Que ela deixa que os garotos Morois bebam seu sangue, quando dorme com eles. Ralph confirmou tudo. Ele disse que também já tinha feito isso com ela.”

Eu olhei para ele, sentindo que minha fúria estava sendo irradiada por aquele olhar. Mas quando minhas palavras saíram, foram surpreendentemente calmas e controladas.

“Muito bem, Sr. Helvas. Acho que eu já tenho o bastante. Obrigado pela sua contribuição. Pode ir.”

Ele ainda estava assustado, tanto que demorou a entender que eu o tinha liberado. Quando ele finalmente se levantou para sair, eu segurei o seu braço, ficando em pé ao seu lado. Ele devia ter pouco mais de um metro e setenta, de forma que pareceu minúsculo perto de mim. Eu o olhei por cima, minha voz saiu sombria.

“Não quero ver você novamente contando esta história por aí. Essa não é uma postura que deve ser vista em um futuro guardião. Agora vá!” Ele assentiu, balançando rapidamente a cabeça e saiu quase correndo.

Eu tentei colocar meus pensamentos em ordem, ao mesmo tempo que tentava trancar tudo dentro de mim. Eu não podia sair brigando com todos que falassem maldades sobre Rose. Isso só alimentaria mais rumores e fofocas. A cada dia que eu convivia com Rose e eu a conhecia mais, sabia que as histórias contadas sobre ela raramente eram verdade. Ela não era uma garota com tanta experiência com rapazes como contavam. Eu podia ver uma pureza e ingenuidade vinda dela, principalmente quando eu deixava escapar um olhar não tão profissional. Definitivamente, ela não era esse tipo de garota que falavam. Muito menos, uma meretriz de sangue. Eu tinha certeza disso. Era algo dentro de mim que me dizia que ela não era assim.

Uma parte da fofoca era verdade. Ela tinha sido alimentadora de Lissa, durante a fuga, mas até isso eu entendia com clareza. Rose estava apenas seguindo seu sentimento de dever. Ela sabia que Lissa morreria sem sangue e esta foi a forma de livrar a sua protegida da morte. Não era apenas os Strigois que ameaçava a vida dela. Era aquilo que as pessoas não conseguiam alcançar. Rose entendia o que era ser uma guardiã e isso a fazia uma das melhores que eu já tinha visto.

Resolvi procurar por Rose para saber como ela estava. Sai pelo campus, observando cada grupo reunido. Todos pareciam comentar a mesma coisa. Aquela história maldosa tinha se espalhado como pólvora.


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Notas finais do capítulo

Gente, mais um capítulo puramente fruto da minha imaginação. Espero não ter viajado muito!!
Ah, eu nunca desejo isso, mas uma ótima semana pra vcs! rs
bjs