Radiance escrita por Mih Ward, Hoppe
Notas iniciais do capítulo
Hoppee: Heeey! Yeaah, chegamos. Atrasadas, mas chegamos kkkk (: nos perdoem a demora, o cap eh de nos duas, esperamos que gostem! Boa leitura o/
Continuávamos a andar, o caminho parecia nunca ter um final, era contínuo e incessante assim como minha felicidade. Eu sentia que tudo estava finalmente bem, aquele era o tão esperado "felizes para sempre"?
-... e Simas melhorou nas poções e nos feitiços, nada de explosões no meio da aula - assim que terminei de falar, pude ver um olhar distante nos olhos genuínos do grandioso Alvo Dumbledore. Aquele olhar perdido, de alguma forma o fazia parecer mais grandioso ainda - Vovô?
Ele foi tirado de seus devaneios e olhou para mim, sorrindo calmamente.
- Creio que Simas teve uma ótima professora de feitiços na AD, não é mesmo?
Pisquei surpresa e confusa.
- Como sabe disso? Quero dizer... - olhei para o chão brilhante - Como sabe de quase tudo o que aconteceu depois que... - engoli a seco.
- Que eu morri... - o sorriso calmo nunca abandonando seus lábios, e sempre alcançando seus olhos - Não tema dizer isto, minha pequena Kendra. Não tema a morte.
Como não temer a morte se fora ela que o tirara, a pessoa mais importante em minha vida, de mim? Mas então, voltei á realidade quando me dei conta de que a questão não era aquela.
- Pare de rodeios, vovô. Me explique.
Ele suspirou, olhando uma última vez para o céu inexistente sobre nós e pegou minha mão, guiando-me até um banco mais á frente. Nos sentamos e continuei meus olhos fixos sobre si.
- Madeleine... - ele colocou as mãos sobre os joelhos, virando-se para mim - Há coisas aqui... - ele levantou os braços, indicando a vazia e celestial estação King's Cross - Que devem permanecer aqui...
- Eu vou permanecer aqui - lembrei-o - Acho que não há problema, não é?
O sorriso já não estava presente em seu rosto, nem mesmo um vestígio de felicidade em seus olhos. Antes que eu pudesse questioná-lo, um grito ressonou pelo local trazendo junto dele uma enorme onda de angústia.
Levantei-me do banco, cambaleante olhando ao redor tentando achar a fonte do grito.
- Mady! - novamente, o grito soou pelo nada que nos cercava, olhei para vovô em busca de respostas, mas ele manteve seus olhos presos ao chão - NÃO! MADY! MADY...
Arfei, sentindo meus olhos arderem ao ouvir com clareza aquela voz.
- Draco! - gritei dando largos e incertos passos, tentando saber de onde sua voz vinha.
- Volte... - ele soluçou - Volte, por favor... Não faça isso comigo...
- Draco! - dei outro passo em direção ao nada e por fim, me virei de volta - Vovô!
- Ele não irá ouvi-la... - murmurou ele, um tom baixo e cansado, sentando-se de volta no banco - Estão em outras dimensões, totalmente opostas.
- Mas... - engoli a seco, seus gritos tornando-se um agonizante som de fundo que eu tentava bloquear - Eu...
A mesma névoa que antes levara Harry começara a chegar, aproximando-se sorrateiramente. Virei-me em desespero, tentando fugir dela.
- Vovô! - gritei, minha voz soando como a de uma criança infantil e medrosa. As lágrimas queimavam ao caírem enquanto eu ainda corria para longe da névoa.
- Não há como fugir - ele me parou, segurando meus braços. Fechei os olhos, expulsando mais lágrimas.
- Eu quero ficar... - murmurei.
- Não é isso que você quer, minha pequena Kendra - sua voz soava como no dia de sua morte, urgente, rápida, mas ao mesmo tempo calma - Você apenas não quer me deixar... É isso, não é mesmo?
Abri os olhos lentamente, encontrando os seus dos quais muitos diziam ser os mesmos que os meus.
- A saudade existe não porque estamos longe, mas porque um dia estivemos juntos... - sussurrou sorrindo - Lembre-se sempre dos dias em que estivemos juntos, minha querida, e então... - ele secou uma das lágrimas que desciam lentamente - Nunca estaremos longe um do outro.
- Mas... E você? Eu vou deixá-lo... - um soluço escapou involuntariamente.
- Eu também me lembrarei de todos os momentos em que estivemos juntos - sorriu ele de forma mais serena e o tremor em meu peito cessou por um instante - Mas... Acho que alguém precisa de você, minha Kendra. Muito mais do que eu preciso aqui.
A frieza da névoa me arrepiou e eu a deixei me envolver sentindo tudo ao meu redor ficar mais claro e menos nítido e por fim, a escuridão me pegou certeiramente e a última coisa que eu vi fora os olhos de Alvo Dumbledore sorrirem para mim.
O frio continuou, se possível mais forte e cortante. Alguém mantinha algo firme em minha cintura, trazendo-me uma estranha sensação de segurança embora eu não soubesse nem mesmo quem era a pessoa.
- Mantenham os olhos fechados... - uma voz feminina soou, trêmula, quase inaudível. Antes que eu pudesse abrir os olhos, mantive-os firmemente fechados. A mulher levantou-se - Estão mortos.
Reconheci a voz como de Narcisa Malfoy, estava tentada a abrir os olhos e um pouco atordoada com tudo que acontecera.
Sentia Draco perto de mim, ajoelhado, talvez. Ele ainda soluçava baixo, e murmurava coisas incompreensíveis.
- Você voltou – ele disse baixo, eu sentia sua alegria, ao mesmo tempo que a recente dor da perda. Queria levantar e abraça-lo, dizer que o amava e que nunca o abandonaria, enxugar suas lágrimas e beijá-lo, mas eu não poderia fazer isso, Voldemort achava que estávamos mortos, com sorte, ele não mandaria outra pessoa para verificar.
- Tem certeza, Narcisa? – a voz fria de Voldemort perguntou, ele parecia abalado, será que sentira que matara uma parte dele?
- Absoluta, milorde – Narcisa respondeu, sem qualquer indícios de que mentira. Era impressionante como até seus sentimentos mostravam tamanha convicção.
- Draco – Voldemort o chamou, minha vontade era de levantar no mesmo momento e protege-lo – Venha até mim.
Senti Draco se levantar, sem hesitação e, provavelmente, se encaminhar até ele.
- Milorde – ele começou, sua voz inalterada – Queria me desculpar pela traição e pedir seu perdão, nada me prende mais a eles e sei distinguir qual é o lado que sairá vencedor.
Ele parou um pouco, respirando fundo.
- Potter está morto, assim como a Dumbledore – estrategicamente, sua voz falhou ao pronunciar meu sobrenome, eu me controlava para não abrir os olhos – Quero jurar minha lealdade ao senhor e estou disposto a pagar pelos meus erros.
- Já que insiste – Voldemort sibilou e eu prendi a respiração – Crucio!
Draco soltou um grito de dor e escutei o seu baque ao solo, eu não poderia deixar isso acontecer, tinha que fazer algo, ele estava sofrendo, por minha causa.
- Mady, não... – escutei o murmúrio baixo vindo de alguém ao meu lado, Harry.
Draco gritou novamente e uma lágrima caiu de meus olhos cerrados, eu não conseguia aguentar parada enquanto ele era torturado, mas não podia colocar tudo a perder, se não toda sua dor seria em vão, se eu nos denunciasse, tudo seria em vão e não só Harry e eu, mas também Draco e Narcisa pagariam pela mentira.
Fiquei parada, tentando a todo custo ignorar seus gritos e a dor que me invadia, tanto vinda dele, como a minha própria ao ouvir seu sofrimento. Eu não aguentaria por muito tempo.
Então, os gritos de Draco pararam de ser ouvidos e por alguns segundos, cogitei a idéia de que ele poderia não ter resistido e a angustia tomou conta de mim. Contudo, eu não senti a presença da morte, como havia sentido em batalha, Draco não havia morrido.
- Prove-se digno de minha lealdade, Malfoy – Voldemort disse – Você levará a garota, e você – ele provavelmente havia apontado para alguém – Levará Potter.
Escutei soluços altos vindos em nossa direção, reconhecendo-os como sendo de Hagrid. Provavelmente Voldemort falara com ele.
Senti os braços fortes de Draco me pegarem do chão e me aninharem em seu peito. Seu coração batia descompensado e ele estava assustado, mesmo não demonstrando.
- Não se mexa – ele disse por baixo de sua respiração e eu tentei ficar o mais imóvel possível.
Abri os olhos minimamente, estávamos voltando para o castelo, eu sabia. Fechei os olhos novamente, com força, ao escutar um sibilo vindo de Voldemort.
- Parem – todos pararam, imediatamente – Vocês, fiquem ao meu lado.
Prontamente Draco andou novamente, parando em seguida, provavelmente ao lado de Voldemort.
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