Radiance escrita por Mih Ward, Hoppe


Capítulo 29
Purgatório


Notas iniciais do capítulo

Hello people, esse capítulo foi feito pela marida Hoppe diva, então qualquer coisa, não são para mim as ameaças de morte, ok? haha
Mas eu achei ele divo, espero que achem o mesmo, enjoy!



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A morte. Alguns dizem que é a coisa mais temida por todos, outros já a provaram mas nunca poderão contar como realmente é. Hoje, eu sei como ela é, eu a provei e por alguma razão, continuo pensando, pensando e pensando. Eu continuo lúcida o bastante para comprovar que Sirius estava realmente certo. Mais rápido e simples do que adormecer. Nem mesmo a letargia fora sentida, apenas a insconciência, a escuridão eterna.

Abri os olhos, mas apenas por que senti que devia abrí-los, era um hábito afinal, embora não houvesse necessidade para isso. Encontrei diretamente a claridade celestial do local do qual me encontrava, pisquei os olhos assustada. Aquilo era o que muitos diziam ser o céu? O paraíso?

No segundo em que varri os olhos por todos os lados, pude perceber o quão familiar aquilo me era. Um estalo na minha mente me fizera perceber que ali era uma estação King's Cross, vazia.

Tateei o meu lado, á procura de algo que me fizesse acreditar de que era real, ou eu era apenas uma alma penada vagando pelo purgatório. E então, minha mão esbarrou em algo, o impacto fora forte o bastante para a pessoa gemer.

Olhei para o lado, assustada, deparando-me com conhecidos olhos verdes, estavam abertos e alertas, fixados sobre mim em uma mistura de descrença, incredulidade e surpresa.

– Harry... - sussurrei, minha voz saindo trêmula ao constatar que nem mesmo ele sabia aonde estávamos - Nós...não havíamos morrido?

Ele levantou-se rapidamente, olhando ao redor tentando entender o que estava havendo, mas seria inútil.

– Nós estamos... - ele murmurou.

–... na estação King's Cross - confirmei, também me levantando.

Nos viramos de onde estávamos, e os arredores pareceram se criar diante de nós. Um espaço aberto e amplo, brilhante e limpo, com teto de vidro abobadado; um salão muito maior que o Salão Principal. Estava vazio. Éramos as únicas pessoas ali.

Por um momento, uma onda de angústia avançou em minha direção. Cambaleei para trás e Harry imediatamente se virou para mim, assustado. Olhei para ele, a angústia não vinha dele, havia outra pessoa ali.

Fechei os olhos, ouvindo o silêncio e mais além dele.

Então um barulho chegou até mim através do nada que nos cercava: batidas pequenas, macias, que abanavam, giravam e se debatiam. Era um som penoso, e ainda assim ligeiramente indecente.

Nos voltamos para a direção de antes, embora tudo fosse branco e cada canto parecesse ser o mesmo, e fixei meus olhos na coisa que fazia os barulhos. Ela tinha a forma de uma criança nua, pequena, enrolada no chão, sua pele crua e dura, como se a estivesse trocando, tremendo, deitada debaixo de um banco, desnecessária, escondida fora de vista, se esforçando para respirar.

Dei um passo para trás, assustada, puxando Harry junto de mim. Ele me encarou e seguiu os olhos para a direção que eu fitava. Juntos, começamos a nos mover para mais longe da coisa. Contudo, em algum momento parei de me afastar e dei um passo em direção á coisa, era pequena e frágil e a vontade de confortá-la crescia cada vez mais em mim, no entanto, ela me enojava.

Dei ouro largo passo e agachei-me, tentando tocá-la, mas antes que eu o fizesse, uma voz ressonou pelo vazio:

– Vocês não podem ajudar.

Virei-me para trás, percebendo que Harry também se aproximara da coisa, mas fora outra coisa que me surprendera. Meu coração pareceu se descompassar dolorosamente e eu arfei, sentindo o ar se ir dos meus pulmões.

Os olhos genúinos sorriram para mim por trás dos oclinhos de meia-lua que pendiam no nariz torto. Os cabelos prateados brilhavam com a luz branca do local.

– Madeleine... - seus olhos fixaram-se em Harry - Harry... - então, abriu bem os braços, suas mãos estavam ambas brancas e ilesas. Levantei-me e nos aproximamos dele, para enfim sentir seus braços nos envolver em um abraço carinhoso.

O soluço escapou sem controle junto das lágrimas e ele olhou para mim, afagando minhas costas.

– Estou muito orgulhoso de vocês... - murmurou sorrindo - Maravilhosos... - ele voltou seus olhos para mim - Corajosos... Venha, vamos dar uma volta.

Ele nos soltou e seguiu em frente, atônitos, nos o seguimos. As perguntas cresciam de dentro de mim cada vez mais de modo incessante, mas o choque me impediu de fazê-las.

– Mas você está morto - Harry falou, dando voz aos meus pensamentos.

– Ah sim - Vovô respondeu casualmente, abrindo o sorrisinho calmo. Meu peito tremeu ao me lembrar do quanto eu sentira saudades da sua forma espôntanea de lidar com as coisas.

– Então... Nós morremos também? - perguntei, parando de andar e Harry fez o mesmo. Vovô virou-se para nós.

– Ah... - ele sorriu mais abertamente - Essa é a questão não é mesmo? Contudo, Madeleine, eu acho que não.

Olhei para Harry, confusa e ele retribuiu o olhar.

– Não? - perguntou ele e vovô negou com a cabeça - Mas... Mas nos devemos ter morrido, não nos defendemos! Nós queríamos que ele nos matasse!

– E isso... - concluiu meu avô - irá, eu creio, ter feito toda diferença.

Ele virou-se de volta para o seu caminho e continuou a andar, contudo, eu e Harry permanecemos estáticos tentando absorver aquela informação.

– Nos explique! - exclamei, o eco fora mais forte que eu planejara. Vovô parou novamente e depois de longos segundos, virou-se para nós

– Mas vocês já sabem... - ele falou, simplesmente.

– Eu deixei ele me matar. - disse Harry - Não deixei?

– Deixou. - disse vovô, concordando com a cabeça. - Continue!

– Então a parte da alma dele que estava em mim...

Vovô balançou a cabeça ainda mais entusiasticamente, encorajando Harry a continuar, com um sorriso largo em seu rosto.

– ...se foi?

– Ah, sim! - disse vovô - Sim, ele a destruiu. Sua alma agora está inteira e é completamente sua, Harry.

– Mas então... - Harry olhou para mim, seus olhos alertas novamente, urgentes - E quanto á Mady?

Olhei para meu avô, em busca de explicação. Fazia sentido. A alma de Harry estava intacta, apenas a dele, não havia razão para a minha também.

O olhos de vovô pareceram pararem de sorrir assim como seus lábios, ele pousou a mão novamente em meu ombro.

– Voldemort a matou apenas por que pensava que matando o verdadeiro senhor - no caso, senhora - da Varinha das Varinhas, a varinha seria sua oficialmente... - murmurou ele - Mas estava enganado...

Levantei os olhos á ele, confusa. A varinha era minha, Voldemort me matou, a varinha agora era dele. Fim.

– Pense, Madeleine...- ele insistiu. Não fazia sentido, o único que havia me matado era Voldemort - As vezes, não é apenas a morte que basta para se ter posse da varinha... No seu caso, não foi assim. Se lembra?

E um estalo me trouxe á mente a resposta. A varinha pertencia á vovô, mas eu o desarmara, e a varinha tornou-se minha.

– Dolohov! - exclamei e logo, o terror me atingiu - Ele é o dono da varinha?

– Draco, minha querida... - ele murmurou - Draco o matou. O que o torna, o verdadeiro senhor da varinha das varinhas.

O alívio fora instantâneo, mas uma pontada fora sentida ao mesmo tempo á pronuncia do nome de Draco.

– Mas... Você sabe que não é isso que queremos saber - virei-me para ele - Quero dizer... Não precisamos saber, já sabemos! Harry vai voltar e eu ficarei! Ele é o único com a alma intacta aqui!

– Não! - Harry exclamou - Não é justo! - ele olhou com urgência para meu avô - Diga á ela! Ela tem que voltar!

– Infelizmente, Harry... O que ela disse está correto - a voz de vovô continuava serena e calma, e saber que eu estava definitivamente morta não fora tão ruim assim ao sair de sua voz - Você é o único aqui com a sua alma.

– Mas...

– Ele está certo - sacudi a cabeça - Você deve voltar e terminar com ele, Harry!

Aos poucos, a nevoa o envolvia por trás, ficava cada vez mais densa e logo, apenas restara seu rosto.

– Boa sorte...- sussurrei e então, seu rosto se desfez junto da névoa.

Permaneci parada por alguns instantes, sentindo que não havia mais razão para lutar naquele momento. Vovô afagou novamente meu braço, me envolvendo em um abraço desajeitado.

– Venha, por que não me conta o que houve nesse tempo em que não estive? - perguntou sereno, seu tom de casualidade me enchendo novamente de alegria. Eu o abracei pela cintura e voltamos a andar.

Eu estaria ao lado dele agora, para sempre.



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