Radiance escrita por Mih Ward, Hoppe


Capítulo 3
Sem Fôlego




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Acordei em um lugar escuro e sombrio, nunca tinha visto aquele lugar em Hogwarts, era frio, como se o sol não existisse. Levantei-me da cama atordoada, não me lembrava como fora parar ali... 

De repente me lembrei de tudo, eu brigando com o Malfoy, correndo para a floresta proibida, me perdendo, Malfoy me achando e eu desmaiando... 

Mas onde eu estava? Não era na Ala Hospitalar, até porque nesse ano seria mais fácil sairmos de lá piores do que entramos, Madame Pomfrey não podia fazer nada, agora ela só ficava vigiando os alunos, quem cuidava era os irmãos Carrow. 

Olhei para os lados percebendo que eu estava em algum tipo de dormitório, mesmo não se parecendo com o da Grifinória. Comecei a andar pelo quarto, prestando atenção nos detalhes até que ouvi a porta sendo aberta. 

- Que bom que acordou Dumbledore, pensei que iria ficar aqui pra sempre - disse o Malfoy, frio como sempre. 

- Onde eu estou? Quanto tempo eu dormi? Porque não me levou para meu dormitório? - saí disparando as perguntas. 

- Você está no meu quarto, dormiu o dia inteiro e eu não te levei para o seu dormitório porque eu não quero que me vejam entrando no salão comunal da Grifinória, muito menos com você nos braços - disse com desdém.

Bufei, deveria ter imaginado isso. 

- Ótimo, agora se me der licença gostaria de ir para o meu quarto - falei indo em direção a porta. 

- Espera! - disse bloqueando a passagem.

- Saí da frente Malfoy! - falei tentando passar, mas ele era mais forte. 

Bufei desistindo. 

- O que você quer? 

- Isso - disse me puxando para ele e me beijando. 

No começo eu fiquei paralisada, em choque, mas pouco a pouco comecei a ceder. O beijo não era suave, ele não se importava em ser assim, mas de alguma forma eu gostava, começou a esquentar, coloquei a mão em seus cabelos e ele me pegou no colo e me imprensou na parede, quando não tínhamos mais fôlego seus lábios passaram para o meu pescoço me deixando arrepiada, ele me levou para a cama e me jogou nela de forma rude, não que eu tenha me importado, no momento eu não conseguia pensar em nada. Ele tomou meus lábios de novo agora de forma mais urgente, comecei a tirar a blusa dele sem pensar, isso foi como um estímulo para ele. Suas mãos desceram para minha coxa e começou a tentar tirar minha saia. Então eu tive um choque de realidade, eu estava quase fazendo aquilo – palavra considerada proibida para Luna - com o ele. O que diabos eu estava fazendo agarrando o Malfoy?

Paralisei, ele notou mas não se importou. Peguei seus lábios e os mordi, ele me soltou bruscamente, se afastando.

- Você está maluca Dumbledore? – sua voz ecoava pelo quarto imenso e escuro.

Dei um tapa em seu rosto, controlando minha vontade insana de lhe machucar mais gravemente. 

- Nunca. Mais. Faça. Isso. - falei ofegante. Peguei minhas coisas e saí correndo. 

POV Draco.

Passei a mão pelo meu rosto, o tapa havia doído. Ah não! Sério, Draco? Diga-me uma novidade!

 Não conseguia entender o que tinha acontecido, apenas senti uma vontade imensa de beijá-la. E tenho certeza que ela também queria... Ou não.

Deitei na cama e senti seu perfume impregnado em meu travesseiro. Não entendia o que tanto me atraía nela,  seus olhos azuis, seus cabelos loiros que pareciam emitir luz própria, ou o seu jeito de ser, na verdade tudo naquela garota me atraía, seus lábios eram provocantes. Sempre pareciam que estavam me chamando... 

POV Madeleine.

Entrei em meu quarto e corri para cama, não conseguia acreditar no que tinha acabado de acontecer ou imaginar o que aconteceria se eu não parasse. O pior é que eu havia gostado, gostei do seu jeito rude, seus lábios frios e famintos contra os meus e o seu perfume francês caro...

 Balancei a cabeça tentando espantar esses pensamentos. Ele era Draco Malfoy, o Comensal covarde presente na morte de meu avô e que mesmo assim, não fizera nada. Eu não poderia permitir que ele fizesse aquilo comigo, ele era um Comensal, seguidor de Voldemort, não era confiável.

Gina entrou no meu quarto, parecia desesperada. 

- Madeleine! Te encontrei, você é maluca? Como pode ter sumido assim? Não sabe como ficamos aflitos aqui? Pensamos que os Carrow haviam te matado, ou que você estivesse inconsciente por aí, depois de ter sido torturada! - Gritou para mim. 

- Calma Gina, eu só estava andando por aí, precisava pensar, colocar as idéias no lugar entende? - falei tentando acalmá-la. 

- Mas... 

- Mas nada, eu estou ótima! Só um pouco cansada, agora se me der licença gostaria de dormir um pouco, hoje o dia foi cansativo. 

- Tudo bem, nós só estávamos preocupados, afinal eles adoram te torturar... 

- Eu sei Gina. Desculpe-me, eu só estou muito abalada ainda, não queria descontar em você, é só que eu não consigo suportar a perda entende? Todos querem que eu seja forte, que eu ajude o Harry, isso só porque eu sou neta de Alvo Dumbledore. Todos pensam que eu sou como ele! Pensam que a morte, para mim, não passa de uma perda passageira! Mas eu não consigo... -explodi, precisa de alguém com quem pudesse desabafar – Por que... Acima de tudo, sou humana!

- Calma Mady, não chora - disse vindo me abraçar 

Enxuguei as lágrimas que até então não havia notado, mas foi inútil, eu parecia uma criança de cinco anos. 

Adormeci no colo dela, depois de chorar todas as minhas lágrimas.

Os dias se passaram, minha rotina era: Acordar, ir para as aulas, ser torturada, evitar o Malfoy, vir para o quarto e chorar. 

Depois daquele beijo todas as vezes que eu via o Malfoy meu coração disparava, mas sempre que ele vinha em minha direção eu mudava meu rumo ou o ignorava quando ele me chamava. 

Um mês depois.

Caminhava para a aula de Defesa Contra as Artes das Trevas, ao lado de Neville que me explicava sobre várias espécies de plantas. Adentramos na sala fria e silenciosa.

- Atrasados! – rosnou Amico que até então, estava sentado em sua mesa observando os alunos com seus olhos sádicos – Sentem-se logo!

Apressamos-nos em nos sentar. Fui para o lado de Gina, enquanto Neville ia para o lado de Simas.

- Hoje... Iremos aprender sobre a Crucciatus – falou Amico – Lembrem-se... Não existe mais Maldição Crucciatus.... Apenas... Crucciatus. Quero dois voluntários aqui na frente para treinarmos o feitiço. Weasley, Dumbledore!

Senti cada fibra, cada músculo, cada célula do meu corpo congelar ao ouvi-lo nos chamando. Automaticamente, nos levantamos e caminhamos lentamente em sua direção.

Nosso corpo não nos obedecia, não podíamos correr dali. Ele se acostumara com as dores freqüentes das torturas, e foi simplesmente automático.

- Esta esperando o que, Dumbledore? – perguntou ele frio – Use a Crucciatus na Weasley.

Olhei na direção de Gina, e vi seus olhos castanhos doces incertos. Ela não queria mas ao mesmo tempo, pedia que eu fizesse aquilo.

- Não posso... – sussurrei enquanto minha mão tremia violentamente.

- Não demore, Dumbledore – continuou Amico com o sorriso cínico – Ou esta com medo? Como o seu querido avô?

- EU JÁ DISSE QUE NÃO POSSO! – gritei e me virei violentamente em sua direção. Em seguida, diante dos meus olhos ele se contorceu, gritando de dor e exclamando para que eu parasse.

Meus olhos ardiam... Queimavam, senti-me mais forte e uma fúria descomunal se instalou de dentro de mim.

Todos da sala me fitavam e então tive certeza de que não era nenhum deles que provocava aquilo em Amico Carrow.

Era eu.


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Notas finais do capítulo

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