Radiance escrita por Mih Ward, Hoppe


Capítulo 2
Covardia


Notas iniciais do capítulo

Banner e parte do capitulo feito pela Hoppee, creditos dela :)



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Mal chegara em Hogwarts, e já sofria os castigos.

- Cruccio! – e em seguida, foi como se lava de fogo corresse pelas minhas veias, como se meus ossos se contorcessem até eu não poder mais reprimir meu grito.

Aleto, mais conhecida como a porca gorda e velha, ria insanamente ao ver as minhas tentativas inúteis de se livrar da dor.

- O que foi, Dumbledore? – perguntou – Não consegue ser forte? Forte como seu avô?

Ela abaixou a varinha e a dor se foi. Relaxei meu corpo no chão frio e sujo da sala de Estudos dos Trouxas. As pequenas lágrimas escorriam pelo canto dos meus olhos e meu corpo formigava até a dormência e o torpor consumi-lo.

Permaneci em silêncio, com medo de que outra vez ela me torturasse pelo simples fato de ter aberto a boca. Por fim, e para o meu alívio, ela se levantou e sem dizer uma palavra saiu da sala fechando a porta.

Minha respiração se acelerou, enquanto eu tentava buscar minhas forças para me levantar. Meu coração em uma hora palpitava, e em outra se acelerava de forma absurda.

A porta da sala se abriu e paralisei, temendo que ela tenha voltando junto de seu irmão, para terminar o trabalho que começara. Porém, era apenas Neville, Gina e Luna.

- Aquela porca nojenta da Carrow – murmurava Gina enquanto me puxava para cima, pelo braço esquerdo.

- Eu estou bem, eu estou bem – eu os acalmei pondo-me de pé e me apoiando em Luna.

- O que ela lhe fez dessa vez? – perguntou Neville abrindo a porta da sala, enquanto me apoiava em Gina e Luna para conseguir sair da sala.

- Ela me obrigou a dizer que “Trouxas são imundos e inúteis”. Tentou usar a maldição Imperio, mas também não conseguiu. No final da aula, ela me trancou na sala e... – me calei sentindo um calafrio percorrer pelo meu corpo ao me lembrar das dores.

- Se Dumbledore ainda estivesse aqui, ele não iria... – Neville se calou ao receber um pisão no pé, nada discreto, de Luna. Ele logo percebera o que falara, e abriu a boca, porém, logo a fechou e abaixou a cabeça – Desculpe...

Balancei a cabeça negativamente.

- Não importa... Todos superam um dia. Até mesmo a mim – falei – Ele sempre estará ao nosso lado... Em nosso coração... Nunca o esqueceremos.

Eles levantaram o rosto e sorriram.

- Já pensou em colocar as vomitilhas do George e do Fred, na comida daquela porca velha? – perguntou Luna com seu ar sonhador para Gina.

- Eu já tentei... – ela murmurou – Mas ela “farejou”. Eu estou dizendo... Ela parece um cachorro.

Eles começaram a rir, porém, as risadas se tornaram distantes quando meus olhos bateram na figura perto do Lago Negro.

- Ei! Eu acho que esqueci meu livro na sala... – falei – Podem indo na frente.

- Ah! Eu pego pra você – Neville se apressou, porém segurei seu braço.

- Não! – exclamei – Quer dizer... Não quero que você vá, a porca velha pode estar lá. Se lembra? Ela não gosta de você.

- Ela não gosta de ninguém – falou Gina.

- É... Mas... É melhor vocês irem. Pode deixar que eu vou... – falei tropeçando nas palavras, eles pareciam hesitantes e temerosos, mas no fim, concordaram e recomeçaram a andar.

Andei lentamente na direção contrária e esperei que dobrassem o corredor, para que eu voltasse rapidamente para a vista do Lago Negro, mas ele não estava mais lá. Havia apenas a cortina de neblina densa que cobria o chão de uma forma que não pudéssemos mais visualizar a grama verde.

- Procurando alguém? – um sussurro soou em meu ouvido, me assustando. Virei-me para trás, pronta para estuporar a porca velha, porém, não era ela.

- Alguém, alguma vez, já lhe disse que é feio assustar as pessoas? – perguntei com a varinha ainda apontada, em direção a Draco Malfoy.

- É... – ele olhou para o teto, com um ar de tédio e frieza – Já. E pra você?

Ignorei sua pergunta, porém, continuei com a varinha empunhada.

- Abaixe a varinha, Dumbledore – murmurou – Não vou lhe machucar.

- Minha mãe sempre me disse para que eu nunca ficasse desprotegiada, mesmo ao lado de um Comensal inofensivo, idiota, estúpido e patético – arqueei as sobrancelhas, e esperei que a ironia dele viesse, como sempre acontecia quando eu o insultava. Porém, ela não veio. Ele permaneceu com a frieza.

- Ela esta certa... – murmurou, por fim.

Observei com mais clareza, os traços de seu rosto. Estava mais marcante e maduro. Draco, de fato, era quase um homem.

- Não devia estar falando com você – murmurou – Não devia estar falando com você, civilizadamente.

- E por que não? – perguntou agora, com curiosidade.

- Esta se fazendo de cínico, Draco Malfoy? – perguntei apertando minha varinha com força – Ou não se lembra? Não se lembra de que no ano passado, você fora um dos que mataram Alvo Dumbledore? Meu avô!

Ele abaixou o rosto, fitando o chão com um grande interesse.

- Mas não é apenas isso que ativa meu ódio por você! – exclamei apontando a varinha a ele – Foi por você ser um covarde! Um covarde! Por que sei que não teria coragem de matá-lo. Mas você não o defendeu! NÃO O IMPEDIU! VOCÊ É UM COVARDE, DRACO MALFOY!

As lágrimas rolaram violentamente pelo meu rosto.

- É DA MINHA NATUREZA! – recuei um passo ao vê-lo gritando – EU SOU UM MALFOY! E SEMPRE SEREI UM! – ele novamente abaixou o rosto e cerrou os punhos – Devo me comportar como tal.

- Isso não muda o fato de ser um covarde – murmurei – Não muda!

Recuei um passo e vire-me, me pondo a correr. Correr sem rumo, correndo apenas para livrar aquela angústia de mim.

Eu dissera a ele tudo o que eu guardara naqueles meses.


Queria que meu avô estivesse vivo, ele me entenderia, me diria o que fazer. Sabia que se ele tivesse vivo, Hogwarts não estaria como está agora, Harry ainda estaria na escola, não a procura de Horcruxes para matar Voldermort... Ah, Harry... Como eu tinha saudades, se ele soubesse o quanto eu o amo desde o primeiro dia que o vi... Aqueles olhos verdes que cintilavam, que possuíam vida e me alegravam todos os dias. E seu sorriso, era raro vê-lo sorrir, mas quando isso acontecia o meu dia se tornava único e especial.

Não sei ao certo quanto tempo fiquei ali, sentada em baixo de uma árvore deixando que as lágrimas rolassem livremente... Só sei que quando começou a escurecer que fui me preocupar em voltar para o castelo e pela primeira vez olhei ao redor, estava na Floresta Proibida. E o pior era que eu não tinha nem idéia de como fora parar lá.

Escutei barulhos, rapidamente peguei minha varinha. 

- Lumus! - murmurei. 

Uma pequena centelha de luz apareceu na ponta da minha varinha. Comecei a andar, estava começando a me assustar com os ruídos da floresta. Andei, andei e andei mas não conseguia encontrar a saída. Sentei novamente nas folhas secas e novamente deixei que as lágrimas caíssem, era natural. Eu sempre fora a mais fraca, a mais covarde e a mais medrosa. Que tipo de Grifinória eu era? Onde estava a coragem de uma verdadeira Grifinória.

- Madeleine! Madeleine! - escutei meu nome ser chamado ao longe, mas não conseguia responder, não encontrava minha voz. 

- Madeleine! Cadê você? Me responda! Ahh! Droga! - a voz estava se aproximando mas ainda não tinha reconhecido, queria poder gritar e dizer que eu estava ali, mas não conseguia. Ao invés disso, deixei que mais lágrimas caíssem. Então, graças aos meus malditos poderes que sempre desprezei, consegui acidentalmente derrubar uma árvore que estava do meu lado. 

- Madeleine? É você? - gritou mais uma vez, reconheci a voz, era de Draco Malfoy. 

Finalmente ele entrou em meu campo de visão, estava todo sujo e suado, parecia desesperado. 

- Madeleine! Achei você! Esta maluca maluca? Não sabe o quanto a floresta está perigosa esse ano? O que diabos deu em você para sair correndo daquele jeito? Voc... O que aconteceu com você? Porque está chorando? – ele me bombardeou de perguntas em um fôlego só.

Tentei responder, mas não conseguia, quando abria a boca, a vontade de chorar aumentava, e mais lágrimas caiam. Não estava entendendo essa minha reação, eu não era assim, sabia me controlar... Mas não estava mais agüentando... Foi nessa hora que minha visão se tornou turva e de repente tudo escureceu, a última coisa que eu ouvi foi ele gritando o meu nome.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? To super ansiosa pela opinião de vocês.