Amigos escrita por camila_guime


Capítulo 12
Mudança de rumo


Notas iniciais do capítulo

Gente, outra demora, mas está ficando difícil escrever cap. de 10 páginas... Eu também nao queria ter que diminuir, e acaba que eu só arranjo tempo quando realmente tem intervalos na minha vida, foi mal...
Mas bem... Boa leitura!



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Cap. 12

Rachel não tinha tido coragem de ir em frente naquele assunto com Danilo. Na verdade nenhum deles tinha! Danilo não imaginava que Rachel pudesse ter pensado em tomar uma iniciativa. Isso significava que ele era mole demais? Que era tonto demais? Como Stark dissera, ele realmente estava atrasado nas coisas? Bem... Não que Danilo não pensasse nisso, como todo e qualquer homem, mas quando Rachel está em frente a ele, a coisa muda. Falar é a parte mais difícil.

Enquanto isso, Stark acabava de acordar, e encontrou Danilo matutando na cozinha.

— Ei! – Cumprimentou Danilo.

— Ah... – Bocejou Stark, com uma de suas piores caras de cansaço.

— O que foi? Não dormiu? Ou o jogo de ontem te detonou? – Tinha tom de deboche em Danilo.

— Como se um jogo me detonasse! - Stark bufou. — Não. Eu não dormi!

— Por quê?

— Uma coisa estranha no meu sonho...

Estranha nada. Stark tinha tido um sonho bem maluco, mas com alguém bem conhecido... Vickie e ele dançavam, ou lutavam, não dava para distinguir ao certo. Se for uma dança, bem, era uma bem agressiva, e no final ela acertava um chute nele e depois saia andando com um cara mauricinho de gola engomada.  Stark ainda tentou correr para impedi-la de ir embora com ele, mas acabou não conseguindo chegar a tempo. Aquilo deixou Stark cansado mesmo depois de acordar.

— Você andou tendo pesadelos? Eu disse pra não tomar muito leite antes de dormir!

— HAHA! – Stark rolou os olhos, sentando-se a mesa e coçando as pálpebras. — E você? O que tem pra hoje?

— Ah, hoje eu tenho que adiantar um monte de trabalhos e enviar para o curso. Sabe como é... Vai ter jogo nesse fim de semana. Um jogo decisivo para eu entrar para o time do estado. Vai ser uma grande chance!

— Sério? E como você não falou disso antes!

— Eu estou falando agora! Vocês já iam saber mesmo...

— Mas e a Rae? Já sabe? Ela vai?

— Ainda não sabe, mas acho que ela vai ter tempo...

Danilo começou a comer seu café da manhã e notou Stark murchar de novo, franzindo as sobrancelhas e apoiando o rosto no punho, com o cotovelo sobre a mesa. Estava com uma terrível cara de tacho.

— Stark que diabos você tem?

— Eu já disse! Foi só uma noite mal dormida!

— Isso me parece mais um dia ruim... Me explica de novo: por que você e a Vickie decidiram se afastar? Não dá certo você e ela serem “só amigos”, parece que competem mais!

Stark olhou Danilo de esguelha. Era estranho para Stark estar desse lado da conversa, do lado do ajudado, não do ajudante. A maioria das vezes que isso acontecia era com Rachel, não com Danilo, e tinha vergonha de falar essas coisas e ser gozado por Danilo, era o tipo dele!

— Sério! – Danilo insistiu. — Você não vai falar?

— Não. – Stark riu.

— O que? Por quê?

— Por que você vai chatear o resto do dia! – Stark admitiu se levantado para pôr a xícara na pia.

— Uh... É grave assim é? Já sei! A Vickie está interessada em outro, por isso você não quer falar!

— O QUE? Interessada em outro? Dificilmente, até parece que você não a conhece! – Stark riu com a ideia.

Fazer Vickie se apaixonar era mais difícil que tirar leite de pedra, por que em geral, ninguém acertava os gostos ou as pretensões dela...

— Bem... Se não foi isso... Por que não vai pedir desculpas pela besteira que você falou ontem?

— Eu já tentei ok? E eu não vou passar o resto da vida pedindo desculpas! Ninguém aprendeu ainda que eu falo sem pensar?

Danilo riu.

— Curioso. Muito característico!

— Não tem graça Dan! Confere nos dedos de uma só mão quando foi a Vickie que veio pedir desculpas? – Stark falou, fazendo Danilo considerar. — Não dá. Já chega! Talvez isso seja um sinal... – Lembrou-se do sonho. — Talvez seja hora de eu parar de ficar tentando voltar atrás...

E com um ar diferente Stark saiu da cozinha, deixando Danilo com um fiozinho de medo do que aquilo poderia significar.

(...)

Alan chegou ao hospital. Depois do dia anterior, tão agradável e tranquilo, não conseguia ver nada ruim, nem mesmo nos pacientes que tinha que ajudar a tratar. Mas melhorou mesmo quando olhou para a ficha de Anna e teve uma breve conversa sobre ela com o doutor do plantão. Logo na primeira tarefa no quarto da garota, Alan a encontrou com um ar muito para baixo.

— Bom dia! – Disse entrando.

Anna fingia que estava dormindo, mas assim que percebeu que era Alan, abriu os olhos. Não sabia exatamente o que era, talvez fosse o fato de ele ser quase tão jovem quanto ela, mas Alan a agradava, como se trouxesse alguma luz, coisas boas àquele lugar enfadonho.

— Doutor Alan! – Anna se ajeitou na cama. — Parece que faz séculos que não o vejo! – Permitiu-se dizer.

— Nossa, não sabia que eu era tão querido assim! – Alan brincou. — Também senti sua falta!

— Sério?

— Não...

Anna fez uma cara chocada.

— Estou brincando... – Alan riu.

— Ah, menos mal! Ou eu denunciava você para a polícia! – Anna brincou, mas o medo perpassou o rosto de Alan, e ela se arrependeu de ter dito aquilo. — Eu só estava fazendo graça, eu não faria isso.

— Não?

— Absolutamente.

Alan ergueu uma cômica sobrancelha para ela, avaliando-a.

— Tudo bem, eu ainda confio em você.

— Que ótimo! Então? Vai fazer alguma coisa com meu gesso?

— Talvez, mas não agora.

— Ah...

Anna baixou os olhos para a perna quebrada. De repente o ânimo naquele quarto baixou de vez, e aquilo incomodou Alan.

— Algo de errado? – Perguntou.

— Minha mãe passou por aqui de novo. Ela quer me tirar daqui, mas ninguém deixou. Ela quer mandar coisas da escola para eu não perder uma prova extra para uma faculdade aí... Mas eu...

— Você não quer entrar na faculdade?

— Eu quero! – Anna se sentou mais. — Mas não quero fazer o que ela quer que eu faça!

— E o que é?

— Direito.

Alan sorriu.

— Tenho uma amiga que faz Direito. É legal. Pelo menos ela diz que é! Mas o que você quer fazer?

— Eu queria fazer algo mais artístico. Já pensei em entrar para o teatro, e eu até faço, mas é só um passa-tempo. Minha mãe jamais permitiria que eu estudasse teatro. Ela diz que eu não tenho como me sustentar fazendo caras e bocas em cima de um palco...

Alan deixou Anna falar enquanto fazia suas anotações na prancheta, mas estava começando a ficar interessado. Tinha se lembrado de que queria ser competidor, viver de corrida, mas acabou como fisioterapeuta.

— Sua mãe... O que ela faz? – Alan quis saber.

— Ela é professora... De contabilidade.

— E seu pai?

— Ele tem uma gráfica, trabalha por lá.

— E por que o Direito?

Anna expirou se recostando na cama.

— Ah, eu sei lá! Ela só quer que eu seja rica, eu acho. – Rolou os olhos, o que fez Alan rir. — Não que a gente viva mal, ela só quer que eu enriqueça ainda mais a família.

— Ela não acha que você pode ser rica virando atriz da Globo? Também ouvi dizer que Hollywood não paga mal...

Alan riu e Anna se segurou para não rir também.

— Não tem graça Castellan!

— Eu não estou rindo de você! Estou rindo de mim! Você me fez lembrar que eu queria ser piloto de corrida... – Alan confidenciou.

— Sério? – Anna estreitou os olhos. — Você não me parece do tipo radical. Pelo menos não de jaleco. Mas considerando que foi você quem me atropelou...

Alan riu com gosto. Anna também, ficando sinceramente satisfeita por finalmente tê-lo feito rir de verdade, mesmo tocando no assunto do acidente, e por Alan ter conseguido tirá-la do tédio, como sempre...

(...)

Vanessa já havia acordado há uma ou duas horas, mas ainda se encontrava sentada na cadeira, perto da janela, dentro do quarto. Uma xícara de café em uma mão e uma passagem de avião na outra. À sua frente, sobre a cômoda, fotos dela com Alan, mas ela tinha uma em especial, a qual olhava fixamente.

Eis o dia que não permitia mais dúvidas. Seria a decisão final. E apesar de estar aparentemente decidida por dias, Vanessa não pensou que sentiria tanto medo de dar o próximo passo. Todas as razões profissionais que a faziam querer ir embora pesavam substancialmente em sua balança, mas como desprezar o peso das razões que a fazia querer ficar? A razão que a fazia querer ficar. Como desconsiderar toda a importância de Alan nessa situação toda?

Na foto, Alan foi quase pego de flagra. Estava sentado numa cadeira na varanda, mexendo no celular casualmente. Vanessa acabava de chegar estreando a câmera nova. Haviam se mudado para a “casa deles” havia pouco menos de um mês.

“Vamos lá! Diga Xis!”.

Alan virou-se abrindo um momentâneo e largo sorriso, mas que foi o suficiente para Vanessa clicar.

“Ei! Não estava falando sério, estava?” – Alan perguntou pondo o celular de lado.

“Claro que estava! A foto ficou ótima! Vou imprimir!”.

“Ah, não vai não!” Disse ele, levantando-se e tentando pegar a câmera.

“Claro que vou! Precisamos começar a marcar território! Que casa é casa sem a foto dos donos numa estante?” – Acrescentou Vanessa tentando proteger a máquina nas costas.

“Tá. Então me deixa tirar uma sua!”.

“Minha? Pra que?”.

Alan riu.

“Ah, agora quer fugir é?”.

“Lá tenho cara de quem foge?”.

“Não... Então vem cá...” – Alan passou o braço ao redor de Vanessa e puxou a câmera detrás dela. “Agora diz Xis” – riu.

“Oportunista!” – Vanessa sorriu. “Aproveitador!” – E mudou de pose. Alan mudava de lado para fotografar outros ângulos. “Abusado!”.

“Vai falando... Estão ficando ótimas!” – Alan riu.

“Já chega!”.

“Mas eu só comecei!”.

“Já chega!” – Vanessa repetiu e partiu atrás de Alan para recuperar a câmera.

Quanto mais Vanessa tentava se focar no que estava preste a fazer, mais memórias a interrompiam e a faziam hesitar. Perguntava-se para onde tinham ido todos os motivos que a fazia brigar com Alan, que a fazia querer abrir mão de tudo, jogar tudo para o alto... Por alguma razão, não conseguia lembrar de nada que a fizesse ficar mais forte. Olhando ao redor, o quarto parecia tão acolhedor, tão dela... Mas se não desse um jeito em si mesma, se não começasse logo, talvez acabasse dando para trás na última hora. Então, Vanessa se ergueu, deixando a xícara de café na janela e correndo para puxar uma mala preta e grande debaixo da cama.

Arrastou-a para cima do colchão e virou-se para abrir as portas do guarda-roupa. Tinha um lado dela e um do Alan, então ficou fácil apenas puxar de uma vez um bolo de roupas e começar a enfiá-las dentro da mala. Tinha que terminar aquilo o mais rapidamente e sair da casa antes que pensasse duas vezes...

Vanessa passou pela cômoda das fotos outra vez. Segurou um suspiro olhando o sorriso de Alan em uma delas. Logo ao lado, o calendário diário. Teve uma súbita ideia de deixar um bilhete, mas escrever aquilo que estava preste a fazer parecia mais covarde ainda, em vista que não tinha contado todo aquele tempo. Era isso! Precisava ter um mínimo de coragem e ver se isso aliviava sua consciência pesada.

Então, Vanessa pegou o celular de cima da cama e digitou o número de Alan.

(...)

— Então você acha que eu posso fazer duas faculdades? – Perguntava Anna enquanto continuava a conversar com Alan.

— Acho. – Concordou ele sorrindo ao ver que Anna parecia menos tensa.

— Nossa... – Anna sussurrou por baixo do fôlego, por um momento perdendo a linha de raciocínio.

— “Nossa”, o que?

Anna ficou petrificada por uns segundos, encarando o rosto sorridente e intimidado de Alan.

— É um pouco constrangedor ficar me olhando assim, sabe? Tem algo de errado? – Alan tentou se sair.

Anna estremeceu voltando ao normal.

— Nada de errado. Absolutamente nada... – Admirou-se ao perceber que Alan não tinha uma linha feia ou menos bonita no rosto dele. Contudo, Anna se deu um beliscão mental por estar sendo tão ridícula. O que pensava que estava fazendo analisando o rosto de Alan? Mesmo que o sorriso dele fosse magnífico, o que ela estava pensando?

— Vou dar de usar máscaras quando vier te avaliar... – Alan brincou.

— Não faça isso não... – Anna pediu, e se deu outro beliscão metal.

— Anna, Anna... – Alan riu. Tomou fôlego para falar algo mais, mas seu celular vibrou no bolso do jaleco.

Ele procurou a abertura do bolso pedindo licença a Anna com um aceno. Encontrou o aparelho e teve um surto de alegria pelo nome no visor.

— Eu preciso atender... – Sussurrou para Anna, que fingiu tapar os ouvidos.

(...)

Vanessa ia esperar um toque. “Só mais um toque”, pensou covardemente. Se ele não atendesse, ela...

— Oi? – Soou a voz de Alan. Ele deveria estar sorrindo, seu tom denunciava.

Vanessa, porém, sentiu a garganta apertar.

— Vanessa? – Agora parecia mais sério. — Oi? Tem alguém aí? Vanessa?

“Sua estúpida!”, Vanessa pensava. “Até eu estou ficando com raiva de mim mesma!”. Sentiu os olhos arderem.

— Será que está mudo? – Cochichou Alan achando que era problema na linha.

— Não, não está. – Respondeu Vanessa do outro lado, antes que ele desligasse. Sua voz pareceu fraca, e ela não podia ter a controlado. Sua respiração alterou.

— O que foi? Algo de errado com você? – Alan perguntou já ficando tenso.

— Não. Eu estou bem...

— Hm... – Alan hesitou olhando sobre o ombro para Anna e para o corredor do hospital. Não podia ficar no telefone em horário de trabalho. — Então está tudo bem? Você não costuma ligar sem motivo...

— Eu sei... Eu... Devo estar atrapalhando não é? – Vanessa elucidou-se.

— Bem... Não! É só que eles não podem me pegar no telefone, mas no intervalo eu ligo pra você! – Alan parecia estar ficando um pouco nervoso.

— Não. Não precisa. Eu liguei pra nada mesmo...

— O que? – Alan deu uma risadinha. — Está me surpreendendo...

— Eu sei...

— Então eu te ligo no intervalo...

— Não. Eu vou sair...

— Ah é?

— É... Talvez eu demore pra voltar... – Vanessa hesitou sentindo-se horrível por estar iniciando uma mentira. Pensou melhor... — Eu na verdade vou...

—Hm, amor, eu vou ter mesmo que desligar... – Disse Alan vendo seu chefe aparecer ao longe.

— Tudo bem... – Vanessa engoliu a verdade mais uma vez. — Ahn... Alan!

— Oi?

— Eu te amo muito.

(...)

Alan quase deixou o telefone cair. Tornou a se aproximar da cama de Anna fugindo das vistas do seu chefe. E rapidamente acrescentou.

— Eu também.

E ouviu a linha cair do outro lado.

Anna destapava os ouvidos com uma expressão curiosa, num misto de travessura e um quê angelical. Alan enfiou o celular de volta no bolso e sorriu para a garota. Até que seu chefe batucou de leve no vidro do quarto, fazendo Alan sobressaltar, e gesticulou do outro lado:

“Venha auxiliar!”.

Alan apanhou todas as fichas de Anna que deveriam ser analisadas pelo doutor e saiu do quarto com ar de quem tinha deixado um segredo lá dentro.

(...)

Rachel tentava alcançar outro bloco da faculdade, onde teria mais uma aula para o fim da primeira parte do turno, quando Ricardo apareceu ao mesmo passo que ela.

— Rachel?

— Oi! – Rachel surpreendeu-se. Duas vezes na mesma semana. Ricardo tinha algum interesse? — Ricardo... Tudo bom?

— Está tudo muito bem, e você?

— Ótima! – Rachel sorriu. — Indo para a sala do Damos?

— É esse o horário não é?

Rachel assentiu.

— Mas e então... O que você acha de um almoço daqui a pouco. Abriu um restaurante de comida chinesa logo atrás deste quarteirão...

Rachel sentiu que a proposta não desceu muito bem. Dois convites na mesma semana? Como Vickie diria: deve ter gato no mato.

— Almoçar?

— É sim! Vamos lá! Ficar estudando direto não vai te fazer bem!

— É que eu não sei se devo... – Rachel hesitou. Parou no início das escadas para a aula. Ricardo parou ao lado dela, e distraidamente arrumou o cabelo castanho pra trás. — Você nunca carrega nenhum livro... Como faz com essas coisas?

Ricardo riu.

— Eu na verdade não tenho nenhum desses por aqui. Não trago... Mas me dá aqui, eu levo pra você! – Disse ele já capturando os tijolos de papel dos braços de Rachel, sem lhe dar chance para objetar.

— Certo. Eu acho que devo um “muito obrigada”!

— Não... Você pode só ir almoçar comigo e ficamos quites!

— Por quê?

— Como assim?

Rachel respirou fundo, lutando para não parecer desagradável ou grosseira.

— A gente nunca teve uma conversa de verdade, do tipo longa e tudo mais... – Riu-se sem jeito. — E já são dois convites na semana, e ainda parece estranho...

— Ah, eu sei, eu sei... Desculpa... – Ricardo disse acenando para continuarem o caminho pela escada. — Parece estranho mesmo, mas não me leve a mal.

— Não, é só que...

— Eu sei, você disse: é estranho, é incomum... A gente mal se falava... Mas!

— Mas...?

Ricardo olhou de canto para Rachel quando estavam prestes a entrar na sala, parando à porta.

— Mas eis a chance! – Respondeu ele fazendo um gesto largo e deliberado com a mão, que pareceu engraçado para ele com sua camisa de botões e cara de certinho. Rachel riu.

— Ok, tudo bem, se até a hora do intervalo eu ainda estiver livre, eu vou almoçar com você naquele restaurante chinês aqui atrás!

Ricardo sorriu, já dando-se por vitorioso.

— Beleza. Você, eu e o restaurante chinês aqui atrás!

— É! – Rachel riu. — Mas agora tem que ser você, eu e o prof. Damos aqui dentro...

— Ah, é! Certo! Vamos lá!

Rachel riu de novo.

— Meus livros!

— Ah! Claro, tome!

(...)

Stark estava na sua faculdade, tentando se concentrar no desenvolvimento de softwares, e estava indo até bem quando a aula foi interrompida.

— Classe, querida, classe... – Disse seu professor depois de meter a cara para fora da porta e voltar com uma curiosa expressão no rosto. — Eu tenho uma novidade! – A turma se encheu de cochichos. — Uma ótima novidade! – As vozes aumentaram. — Uma super novidade!

“Fala logo!” – gritou alguém do fundo da sala.

Stark riu, assim como vários, e espichou o pescoço para tentar enxergar pelo vidro da porta.

— Certo. Então recebam Jéssica, nossa mais nova recém-chegada!

E então uma garota adentrou na sala parecendo muito intimidada, mas ainda assim sorrindo e acenando para todos. Era uma garota de cabelos claros, castanhos, cheio de ondas e muito comprido, tinha um sorriso largo e radiante, parecendo muito simpática, mas nem de longe parecia fazer ciências da computação. No entanto...

— Srtª. Jéssica, pode procurar um lugar... – Disse o professor, acabando por perceber que a sala estava bem cheiazinha. — Ok. Alguém concede uma parceria para a Jéssica? – Perguntou alto. — E garanto que não vai precisar dividir um computador de novo, srtª., isso vai ser só hoje.

Logo, muitos braços se ergueram no ar de gente se voluntariando. Melhor, de rapazes se voluntariando. E mesmo sem saber por que, um dos braços era o de Stark.

— Aqui! – Disse ele, que acabou chamando a atenção da moça e do professor. O professor sorriu, mas Stark não soube dizer por quê.

— Certo. Sente-se com o Ethan, e até amanhã eu providencio um computador pra você.

— Ok. – Disse a garota. Driblou umas mesas até chegar a Stark lá no meio.

— Oi... – Disse o loiro.

— Oi.

— Olha, me chama de Stark... – Pediu um pouco incomodado por ter sido apresentado como Ethan. — É que Ethan é o nome do meu pai. – Explicou.

— Ah, sim, claro. Stark... Então você pode me chamar de Jéss.

— Pode deixar! – Stark sorriu, um sorriso simpático “normal”, mas Jéssica quase não conseguiu tirar os olhos dele até que ele fechasse o sorriso e voltasse sua atenção para aula.

“Ai, meu Deus! Concentre-se!” – ela comandou mentalmente para si mesma.

Enquanto Stark seguiu prestando atenção nos sistemas.

Continua....


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Notas finais do capítulo

Então... Definitivamente a trama vai começar a complicar de verdade!
Kisses my dears!
Mila.



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