Como Teria Sido escrita por Nyne


Capítulo 8
8. Desconfiança


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora, mas esse capítulo saiu maior do que eu esperava.
Espero que gostem.
Bjus e boa leitura.



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Aquele dia de trabalho já estava perdido pra nós dois. Então aproveitamos o restante do dia juntos. Porém eu não podia ficar em casa, se a minha mãe chegasse pediria explicações de eu não ter ido trabalhar. Sabíamos que não haveria ninguém na casa da Milena, pelo menos não até o fim do horário comercial, então fomos pra lá.

Aproveitamos o restante do dia juntos. A Milena parecia cansada, mas eu não estava nem um pouco.

 - Não é melhor darmos um tempinho amor? To cansada já.

 - Já?

 - Por favor.

Concordei, afinal estava quase na hora de eu ir embora pra que ninguém desconfiasse de nada. Ficamos por mais um tempo juntos até que fui embora.

A Milena tinha um sorriso no rosto, um sorriso que não via já há algum tempo. Fiquei feliz, estava com a sensação de dever cumprido.

No decorrer dos dias estávamos bem, nem parecia que tivemos aquele desentendimento e que eu havia feito o que fiz. Era como se tivéssemos começado a namorar de novo.

Finalmente as coisas começaram a andar podemos dizer assim.

Fui efetivado no escritório e com isso passei a ganhar um pouco mais. Economizando um pouco aqui e ali, comprei um carro finalmente. Era usado, mas para um primeiro estava ótimo.

Comecei a buscar a Milena todos os dias no trabalho dela, que agora com o carro não era tão distante do meu.

Um dia quando estava me preparando para ir buscá-la, ela me ligou, dizendo que não havia passado bem e saiu mais cedo.

Não fiquei muito preocupado, pois a Milena tinha a pressão baixa e costumava ter suas indisposições, mas mesmo assim fui visita-lá.

Quando cheguei à casa dela, ela estava no quarto vendo televisão. Parecia bem pra mim.

Fiquei um tempo com ela e depois fui embora. No dia seguinte quase que no mesmo horário do dia anterior ela me ligou, dizendo que sairia mais tarde e que eu não precisava ir buscá-la.

Os dias foram passando e ela sempre tinha uma desculpa diferente para que eu não fosse ao trabalho dela. Aquilo começou a me perturbar e várias coisas passaram pela minha cabeça, entre elas a grande chance de eu estar sendo traído, afinal só podia ser isso.

Eu liguei pra ela e joguei um verde, disse que dessa vez era eu que não ia poder busca-la, porque teria uma reunião. Ela disse que tudo bem, que sairia no horário normal dessa vez, mas que eu não tinha o porquê me preocupar.

Claro, agora seria muito mais cômodo pra ela, até porque duvido que ela tenha mais desculpas pra me dar.

Eu tinha tudo esquematizado na minha mente. Iria ao trabalho dela e a pegaria no flagra, ela não teria pra onde fugir.

Cheguei um pouco antes e fiquei observando o movimento das pessoas saindo. O prédio praticamente se esvaziou, mas nem sinal da Milena. Aí que fiquei louco mesmo! Mas estava decidido e não sairia de lá até vê-la.

Se passou mais de uma hora e nada. Cansei e fui falar com o porteiro. Ele devia ser novo, pois nunca havia o visto por lá, também, fiquei dias sem ir.

 - Boa noite, por favor, todos já saíram?

 - Sim senhor, só tem eu e o vigia aqui agora.

 - Ah, obrigado então, boa noite.

Voltei pro carro furioso. Como ela saiu sem que eu tivesse visto? Claro, ela saiu no carro de alguém, provavelmente com o amante.

Podia sentir o sangue ferver nas minhas veias de tanta raiva que eu estava. Arranquei com o carro e só parei quando cheguei ao centro da cidade.

Tinha um lugar certo pra ir. Alguns amigos já tinham me falado sobre esse lugar, mas eu nunca me imaginei nele. Nunca até aquele dia.

As mulheres pareciam mercadorias. Ficavam dançando, ou fazendo qualquer coisa para chamar a atenção enquanto permaneciam em fila.

Olhei pra todas e apontei pra uma. Ela já sabia o que queria dela.

Fez-me subir dois andares de escadas e entramos em um quarto um tanto pequeno, mas até que bem arrumado.

A garota tinha a pele bem clara, cabelos e olhos castanhos, não devia ter mais que 20 anos. Seu corpo era relativamente bonito, mas o da Milena era muito mais.

Era envergonhada, não devia ter tanta experiência, mas ao menos soube colocar a camisinha. Era o mínimo, afinal já bastava às vezes que eu tinha que colocar quando a Milena e eu transávamos, ela sempre tinha medo, dizia que podia colocar errado ou algo assim. Isso comigo, porque na minha cabeça ela devia colocar com muito gosto no amante, se é que colocava.

Assim que ela terminou de colocar a camisinha a fiz ficar de quatro. Apesar de ter um rosto bonito eu não tinha o menor interesse em olhar pra ele. Meu objetivo ali era outro.

Não troquei uma palavra sequer com ela, nem ao menos perguntei seu nome. O mais próximo que ouvi da sua voz eram seus gemidos.

Eu não me sentia ali, era como se eu estivesse ligado no piloto automático. Mesmo ouvindo os gemidos daquela garota não conseguia parar de pensar onde e com quem a Milena poderia estar.

Assim que gozei a garota se deitou de bruços na cama, não me olhou uma vez sequer desde que começamos o programa. Tirei a camisinha e joguei ali no chão mesmo. Abri minha carteira e joguei o dinheiro sobre uma pequena cômoda que havia ali.

Entrei no meu carro e segui pra minha casa. Quando cheguei em casa encontrei minha mãe dormindo. Tomei um banho e fiz o mesmo em seguida.

O sai seguinte que foi um sábado resolvi ir ver a Milena e colocar em pratos limpos tudo o que estava acontecendo. Não era justo o que ela estava fazendo comigo. Também não era o que eu estava fazendo com ela, mas na minha cabeça eu só fiz aquelas coisas porque ela havia começado tudo antes.

Cheguei na casa dela que me atendeu normalmente, como se nos dias anteriores fosse normal tudo o que ela havia feito.

Eu estava frio e não demorou muito até ela perceber. A chamei pra conversamos na varanda da casa dela. Os pais estavam em casa e não gostavam muito de ela e eu ficarmos sozinhos no quarto.

 - Você está estranho, o que foi?

 - Você não tem nada pra me dizer Milena?

 - Eu? Sobre o que?

 - Chega Milena, eu já sei de tudo!

Ela ficou parada me encarando com a boca semi-aberta. Ela não espera ouvir aquilo.

 - Você pretendia me falar quando? Nunca? Achou mesmo que eu era burro o suficiente pra nunca desconfiar das suas desculpas esfarrapadas pra eu não ir te buscar mais no serviço?

 - Eu posso explicar Fábio.

 - Se você acha que tem explicação pra isso...

 - Eu fiquei com medo de te falar, da sua reação.

 - Minha reação é normal não acha?

 - Calma Fábio, não precisa gritar comigo. – disse com os olhos cheios d’água.

 - Quando começou Milena, eu quero e tenho o direito de saber.

 - Mudou a direção da empresa e decidiram fazer uns cortes de funcionários. Eu fui uma das que decidiram desligar da empresa, já que o meu setor não estava rendendo muito. Resumindo, o meu setor fechou e todos foram demitidos.

 - Ta, mas quero saber onde entra a parte que me interessa. Porque você não queria que eu fosse te buscar no serviço? Com quem você estava que eu não podia ver?

 - Fábio, você está entendendo o que estou falando? Eu fui mandada embora!

 - Ta, e o que isso tem a ver?

 - Acorda Fábio! Tem quase duas semanas que eu fui demitida e não sabia como falar isso pra você. Pra você não ir até o serviço e descobrir que não trabalhava mais lá, resolvi inventar essas histórias, pelo menos até encontrar um jeito de te contar.

Fiquei parado olhando pra ela. Então não tinha traição nenhuma. Eu duvidei da Milena sem motivo algum.

 - Porque esse medo de me contar?

 - foi sua mãe que me indicou pra trabalhar lá lembra? Pensei que você ficaria com raiva por eu ter sido mandada embora. Por isso fiquei com medo de te falar.

Lá estava ela na minha frente preocupada com a minha reação por ter sido demitida. Ela parecia mais preocupada por eu saber do que por ter perdido o emprego. A Milena sempre se importou muito comigo, mas eu não conseguia retribuir, pelo contrário. Duvidei dela e a trai. Mais uma vez.

 - Me desculpa amor, por favor.

 - Você não tem que me pedir desculpas. Do mesmo jeito que foi você e o seu setor, poderia ter sido qualquer outro relaxa.

 - Não está bravo mesmo comigo?

 - Claro que não.

Ela me abraçou e me deu um selinho demorado.

 - Fiquei com tanto medo de você brigar comigo. Obrigada por você ser assim amor, por isso que a cada dia te amo mais.

Ela ainda estava abraçada comigo quando disse isso, por isso não pode ver o meu rosto com um semblante de culpa e frieza ao mesmo tempo.

Mais uma vez agi por impulso e não podia voltar atrás. Mais uma vez prometi que não magoaria a Milena. Eu ainda não sabia que prometer e cumprir a promessa são coisas bem diferentes.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado.
O Capitulo 09 está sendo feito e logo será postado. enquanto isso deixem seus reviews :D
bjos!



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