Something About His Eyes - Fremione escrita por nanny


Capítulo 17
With You


Notas iniciais do capítulo

um capítulo bonitinho pra alegrar a vida das leitoras lindas que deixam review nisso aqui *-*



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A única chance que tive de conversar com Fred, foi agora, no expresso. Ginny e Harry armaram e colocaram-nos no mesmo vagão. Esvaziaram-no e trancaram-nos aqui. A única saída é conversar e resolver.

- Eu não soube o que pensar quando vi aquilo. – Ele disse parecendo ainda nervoso. – Queria que eu ficasse feliz por achar um pergaminho do Malfoy no meio das suas coisas?

Colocou ênfase no nome do garoto, com uma cara de nojo que eu instintivamente imitei.

- Queria que me escutasse. – Respirei fundo. – Você nem quis saber... Simplesmente me deu o ultimato e saiu como se fosse superior à mim por culpa de pergaminhos.

- Eu estava com ciúmes! – Ele revirou os olhos. – É normal.

- Eu sei que é normal. – Murmurei. – Mas você se descontrolou. Você só viu as porcarias dos pergaminhos e... E achou que tinha o direito de fazer o que fez!

- Eu não fiz nada demais! – Ele parecia nervoso, mas em momento algum se alterava.

- Você acha que pode sair por aí me fazendo achar que não gosta mais de mim? – Minha voz saiu incrivelmente fraca e vi a sombra de um sorriso nascer em seus lábios. – Acha que pode simplesmente me dar as costas como se não fosse nada pra você?

- Eu não... – Respirou fundo. – Eu não queria. Não era a intenção.

- Mas mesmo assim! – Eu estava começando à ficar furiosa. – Essa porcaria de marca que você me deu chegou à desaparecer! Você tem idéia do que eu senti quando essa porcaria sumiu? Você sabe o quanto foi horrível? Não! Você não sabe! Em momento algum eu te dei as costas por uma besteira. Eu sempre te deixei falar antes, sempre confiando e acreditando nas coisas que você dizia... Na primeira oportunidade você me vira as costas e some!

Ele só baixou o olhar.

- E eu não deveria estar tendo essa conversa... – Murmurei, tentando ficar calma. – Você não sabe o que eu passei! Mesmo que tenha ficado magoado, que tenha achado por um minuto que eu sinto alguma coisa por aquele... Aquele... Eu nem sei do que posso chamar aquela coisa, você não passou nem pela metade do que eu passei!

- O que você passou? – Ele perguntou confuso. – O que aconteceu? Você simplesmente chorou o tempo todo e não falou com ninguém por horas...

- Eu estava lá! – Gritei. – Eu assisti à um assassinato!

- Você o que? – Riu.

- Você deu boas gargalhadas quando me viu fazer carinho em uma criatura que você não vê, não é? – Ri nervosa. – Você não vê, porque nunca viu a morte. Eu já vi, Fred. Eu vi testrálios quando pegamos a carruagem! Você não viu. Você tem a sorte de não ver testrálios.

- Eu nem sei o que são testrá-

- Por toda consideração que tenho por você. – Pausa. – Espero que nunca veja um testrálio. Que nunca aquele raio verde maldito fique passando por entre seus olhos mesmo enquanto está acordado... Você não sabe o quanto foi terrível assistir ao assassinato de Dumbledore!

- Você não tinha contado nada. – Ele suspirou. – Queria que eu adivinhasse, Hermione?

Comecei a chorar. Foi inevitável. O nó na garganta se juntou com as lembranças da torre de astronomia e as lágrimas começaram seu caminho pelas minhas bochechas, mas ao chegar à metade, senti os dedos frios de Fred secando-as.

Ele me puxou e me abraçou com força. Mesmo que estivéssemos discutindo, eu não conseguia resistir. Não havia nada nesse mundo melhor do que aquele abraço. O abraço que me fazia esquecer todos os problemas que eu tinha.

Deixei mais lágrimas rolarem – e molharem as vestes de Fred – até que me acalmasse e me afastasse dele novamente.

- Eu não quero ficar discutindo. – Sussurrei. – Faça o que achar melhor.

- O que quer dizer com “faça o que achar melhor”? – Ele arregalou os olhos. – Não sou eu. Somos nós!

- Ainda existe “nós”? – Perguntei deixando mais uma lágrima rolar.

- Por mais terrível que seja a discussão. – Pausa. – Sempre vai existir.

Suspirei e deixei os músculos do meu corpo relaxar.

- Você me desculpa? – Abriu um sorriso tímido.

Aquele mesmo sorriso de quando começamos à conversar – na Toca nas férias do ano passado – um sorriso cheio de significados. Seus dentes perfeitos não estavam todos à mostra – mas aposto que ficarão quando eu disser que desculpo. Mesmo estando afastada, era possível sentir o aroma de menta que saia de sua boca quando ele soltava o ar.

Fred permaneceu ali, por longos segundos com um sorriso no rosto, enquanto eu analisava-o e pensava “como eu consegui ficar uma hora sequer longe disso?

- Então? – Perguntou abrindo mais o sorriso, como se já soubesse a resposta.

- Você pergunta como se não soubesse a resposta. – Balancei a cabeça negativamente.

- Você adora me surpreender. – Ele sorriu se aproximando. – Não quero correr riscos.

- Correr riscos é legal. – Sussurrei. – E se eu não desculpasse?

- Eu ia ter que partir pra tortura. – Riu, entrelaçando uma das mãos nos meus cabelos.

- Você não precisa partir pra tortura. – Dei um sorriso. – Eu pertenço à você e nada vai mudar isso.

Fechei os olhos e senti seus lábios tomando os meus. Merlin, como eu sentia falta desses lábios!

x-x-x-x-x-x-x-x

- Vai passar essas férias em casa? – Fred sussurrou.

Estamos na mesma cabine, só que agora o clima está muito melhor. Fred está sentado e eu com a cabeça encostada em seu peito, enquanto ele alisa meus cabelos.

- Sabe que podem até ser as ultimas. – Disse com a voz mais fraca ainda que a dele.

- Eu sei.

- Eu só estou preocupada com uma coisa. – Mordi o lábio inferior, decidindo se eu falava ou não.

- O que?

- Eu não falei nada sobre você com eles. – Me afastei um pouco pra poder olhá-lo. – Não é um desastre, mas... E a marca? Meus pais vão ficar desesperados quando virem essa tatuagem enorme no meu braço! Vão perguntar quem é Frie-

- Eu posso explicar? – Ele perguntou.

Por um segundo, minha respiração vacilou. Como assim “explicar”? Quer dizer que ele mesmo quer falar com os meus pais?

Encarei Fred e ele sorria provavelmente já se divertindo com a minha incredulidade.

- Eu posso ir com você, se não houver problemas. – Sorriu. – Claro, se você quiser. Não ligo se preferir falar com eles sozinha e-

- Você faria isso por mim? – Perguntei com um sorriso bobo.

- Eu faria qualquer coisa por você, garota. – Ele se aproximou e beijou minha testa. – E também, se eu for pra lá, posso me despedir melhor do que na plataforma.

- Sem safadeza! – Ri. – Vamos estar na casa dos meus pais.

- Ah! – Disse parecendo decepcionado.

- Mas eu vou estar no casamento. – Revirei os olhos. – Teremos a noite do casamento e-

- Você não está pensando em... – Riu.

- Na verdade eu estou. – Sorri. – Você sabe que... Bem eu... Você sabe que eu...

- Eu sei, Mione. – Deu um sorriso.

- Então. Foi até difícil resolver sabe. – Suspirei. – Mas eu quero aproveitar cada minuto com você.

- Então... – Segurou uma das minhas mãos. – Eu vou te deixar em casa, vamos ficar separados por um tempo, e no casamento voltamos à tratar desse assunto.

- Combinado. – Sorri.

- Vamos comemorar o combinado? – Sorriu malicioso e me puxou novamente, me beijando com vontade.

x-x-x-x-x-x-x

Aparatamos do lado de dentro e já abracei meu pai, que já me esperava ansioso. Logo depois que consegui me soltar de seus braços, abracei minha mãe. Estava louca pra saber qual seria a reação dos dois ao verem Fred. Ele continuava ali, parado exatamente onde aparatamos.

Dei um passo pra trás – ficando ao lado dele – e entrelacei nossas mãos.

- Pai. Mãe. – Sorri. – Esse é Fred Weasley, meu namorado.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. Não esqueçam dos reviews ♥