Eu estava no lugar errado na hora errada. Ainda mantinha o silêncio e tentava bloquear meus pensamentos, mas um ódio – até então desconhecido por mim – crescia no meu interior a cada segundo que passava.

Instintivamente segui-os quando saíram da torre de astronomia. A vadia da Bellatrix seguiu destruindo tudo o que via pela frente – tanto que eu tinha que ficar desviando de seus feitiços. Como eu odeio essa mulher! Era como se eu estivesse presa em um sonho. É isso. Só um sonho!

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Eu estava tentando manter a calma, até que Harry gritou o maldito “sectumsempra” – do maldito príncipe mestiço – com a varinha apontada pra Snape. Confesso que soltei um suspiro. Mesmo que estivesse apavorada com o que tinha acabado de ver, nunca ia querer ver Snape sofrer com um feitiço desses. Nunca! Mas antes que o feitiço o cortasse inteiro – como se ele conhecesse o feitiço – ele se defendeu.

E então, qualquer vontade de defendê-lo acabou com uma frase dele.

- Como ousa usar meu próprio feitiço contra mim, Potter? – Ele perguntou encarando Harry com desprezo. – Eu sou o príncipe mestiço!

E como se nada mais importasse, perdi todo o controle dos meus pensamentos. Minha mente foi a mil em segundos, perturbando Snape. Ele arqueou as sobrancelhas e parecia ter acabado de tomar um soco no estomago.

Ao invés de seguir o caminho que antes seguia, Snape deu a volta por trás de Harry e seguiu pro castelo. Fui junto, andando sempre dois passos atrás. Ele sempre olhava na minha direção – enquanto escutava meus pensamentos que nem eu mesma conseguia entender e organizar – e parecia perturbado.

Pareceram séculos, mas foram só minutos na nossa caminhada pelo castelo até chegarmos à sala de Snape. Ele entrou e esperou alguns segundos, me dando tempo de entrar também.

Assim que passei pela porta me despi da capa. Em lágrimas, destruída e decepcionada, era assim que eu me encontrava no momento.

Antes que pudesse dizer qualquer coisa, Snape caiu ajoelhado e lágrimas começaram a rolar seu rosto. Não me movi. Mesmo que a minha vontade fosse correr e abraçá-lo, tirar todas as lágrimas dali e colocar um sorriso em seu rosto, eu ainda estava confusa. Eu não sabia o que fazer, não sabia no que acreditar.

Ficamos ali em silêncio. Snape só chorava, e eu parecia petrificada. A cada segundo que passava, sentia mais vontade ainda de correr e abraçá-lo, mas eu me sentia numa corda bamba, que também pendia pro outro lado – que era o lado de chamá-lo de assassino e dizer que mentiu pra mim quando disse não ser um monstro. “Por quê?” foi o que tive força pra pensar. Pensei o mais alto que pude e vi sua feição mudar.

- Eu não tinha escolhas.

- Por favor. – Ri. – Não venha me falar de escolhas!

- Eu já devia saber. – Ele fitou o chão. – Era raro demais alguém me apoiar.

- Eu apoiei sim. – Disse secando as lágrimas que ainda teimavam em rolar. – Mas eu apoiei enquanto pegava no pé de alguns alunos e tirava alguns pontos da minha casa à-toa. Mas o que eu vi... Não tem como apoiar!

- Eu não vou fazer questão de tentar explicar. – Ele suspirou. – Se quiser se retirar...

Levantei-me. Snape parecia destruído, mas sem custo nenhum também se ergueu e me encarou. Secou suas lágrimas e me deu as costas.

- Não esperaria mais de ninguém. – Sua voz soou fria. – Nem de você.

- Como assim? – Perguntei me virando pra ele irritada. – Você assassina alguém e eu acabo com as suas expectativas?

- Você não entenderia. – Disse sem me olhar. – Se tudo o que eu te falei não foi nada, retire-se.

- Você acha que é fácil? – Gritei me aproximando de onde ele estava. – Acha que é como se eu fosse sair tranqüila? Como se eu não estivesse deixando alguém importante em pedaços aqui dentro?

- Alguém importante. – Riu.

- Você fala como se não fosse alguém importante. – Ainda berrava. – Fala como se fosse tudo falso... Será que eu tenho que acreditar em qual Snape? O homem que eu vejo aqui agora é só um covarde!

- Eu achei que fosse levar meus conselhos mais a sério. – Balançou a cabeça negativamente. – Um dia você ainda vai ver a besteira que está fazendo.

- Eu? – Ri. – Eu estou fazendo besteiras? Estou cometendo erros? Olha só quem está falando! Você acabou de matar alguém!

- Eu não tive escolhas! – Ele gritou de volta.

- Ah! É claro! – Dei uma gargalhada. – Guardar a varinha e tirá-lo dali não era uma opção!

- Se eu quisesse morrer talvez fosse! – Ele gritou novamente. – Por favor... Tente entender.

- Entender o que? – Revirei os olhos. – Eu vi! Não preciso entender nada!

- Você está cega! – Ele se aproximou e segurou meus ombros. – Você está nervosa.

- A pessoa que eu julgava mais confiável no momento acabou de matar alguém na minha frente! – Pausa. – Espera que eu fique calma?

- Espero que seja racional. – Murmurou. – Que use a cabeça.

Sentei-me. Respirei fundo e fechei os olhos. “É óbvio que ele tinha escolhas” minha consciência gritou. Eu nem sabia o que pensar. Eu não conseguia ao menos respirar. Uma parte de mim queria saber o porquê e tentar entender, mas a outra parte era só ódio. A outra parte queria se levantar dali e nunca mais olhar na cara do homem que ainda estava parado à minha frente.

- Tudo bem. – Respirei fundo. – Porque é que você morreria se não o matasse?

- Já ouviu falar em voto perpétuo? – Ele perguntou simplesmente.

- Voto perpétuo? – Gritei. – Como? Por quê? Com quem? Snape!

- Narcissa. – Ele respirou fundo.

- E ela queria... Ela queria que o matasse por quê? – Perguntei confusa.

Porque Narcissa Malfoy ia querer que Snape matasse Dumbledore? Isso parecia muito mal contado pro meu gosto.

- Tudo o que você pode saber... – Suspirou. – É que isso era parte dos planos de Dumbledore. Draco tinha que matá-lo, mas Dumbledore pediu que eu fizesse isso no lugar do garoto.

- Como eu posso acreditar nisso? – Perguntei enquanto olhava-o nos olhos. – Quer que eu acredite que ele sabia que ia morrer?

- Você foi uma das únicas pessoas que me apoiou em muito tempo. – Revirou os olhos. – Você e Albus. Eu não faria aquilo se não fosse a vontade dele.

- Eu quero te apoiar. – Murmurei. – Mas eu quero entender.

- Eu não posso te contar. – Suspirou. – Mesmo que eu queira, eu não posso. Você tem que confiar em mim.

- Como eu posso confiar em você? – Perguntei encarando-o. – Nem você parece confiar em si mesmo.

Snape encarou o chão. Foi a afirmação pra o que eu havia acabado de dizer.

E como se uma luz se acendesse na minha cabeça, corri e abracei-o.

- O que você está fazendo? – Ele disse contendo uma gargalhada. – Você está bem?

- Confiar e apoiar alguém que já não confia e apóia em si mesmo. – Sussurrei. – Isso é "ter coragem", Sev. E talvez tenha um pouco de "ser guiada pela emoção."

Ele ficou em silêncio. Apertou-me no abraço e ficamos alguns segundos assim. Quando me separei dele, pude notar que parecia mais calmo.

- Eu não quero que dê explicações! – Respirei fundo. – Não preciso disso. Dumbledore já me deu motivos o bastante pra ficar do seu lado. E você também.

Ele sorriu. Eu tanto ver esse sorriso já tem um bom tempo.

- Eu confio em você. – Sorri confiante. – Eu te apoio e vou te apoiar sempre. 

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Agora é a minha parte favorita, um cantinho fofs pra autora dar uns pitaquinhos... É só uma coisa importante que eu já devia ter feito há um bom tempo. 

Primeiro: minha "inspiração inicial" pra essa fic. "Escolhas" da tia Penelope_Bloom. Eu sei que muitas de vocês já conhecem, e já até recomendaram e tal. Pra todas as que não leram ou ouviram falar de escolhas CORRAM! É maravilhosa. É perfeita. Merece que todas vocês leiam e deixem 1 milhão de recomendações ~só pode deixar uma, mas tudo bem~ vou deixar o Link nas notas finais. :) 

Segundo: a fic da Clara linda :)) Não é Fremione e nem Dramione, é do tipo Fred/George com garotas Random que são criadas por ela. Accio Love :3 nham nham, perfeita. e agora ela começou a segunda parte, então aconselho que corram pra ler também, porque é LINDA.

Terceiro e não menos importante: Dramione da Liza. Tudo bem que a Liza sumiu por aqui, mas eu não conseguiria nem dormir sem indicar a fic dela aqui... Passei pra ler esses dias e deixei review em tudo. Escreve muito bem e merece que todo mundo leia *-* 

Os três links ali embaixo \/