Eu estava em casa, vendo televisão. A campainha toca. Era o Peter.

   - Peter! – o abracei – Você ta bem?

   - Estou. Obrigado por se preocupar. Posso entrar?

   - É claro que você pode entrar! Então... O que você quer?

   - Eu... – ele não sabia direito o que falar.

   - Você... Continua!

   - Eu gosto de você. Pronto, falei!

   - Ãn? Eu sei que você gosta de mim, como amiga. Por isso você me defendeu.

   - Não é como amiga Wendell. – eu fiquei sem ter o que dizer. Parecia que o ar não existia – Eu gosto de você como namorada.

   - Como... Namorada?! – eu disse surpresa.

   - Tudo bem. Pode rir de mim, eu não ligo. – Peter abaixou a cabeça.

   - Não – levantei sua cabeça -, eu não vou rir de você. Não foi engraçado, foi sincero.

   - Você não me acha um idiota de vir aqui e falar isso na maior cara de pau?

   - Idiota é o... Deixa pra lá. Você é um fofo. E muito corajoso de falar isso, não é cara de pau.

   - Sou sim. – ele riu.

   - Não é não! – eu também ri.

  Eu percebi que ele realmente gostava de mim. Ele me amava de verdade, não o James. Ele nunca iria me afastar de certas pessoas só porque ele não gostava delas. Ele me entendia, me defendia mesmo só sendo meu amigo. Eu não podia querer pessoa melhor do que ele. Ele passou a ser tudo pra mim depois desse dia.

  Eu achava que isso iria me atrapalhar a nossa amizade com a Ashley. Talvez ela se distanciasse de mim e do Peter por estarmos juntos. Mas não, ela aceitou numa boa.

   - Se você está bem com o Peter e você, Peter, está bem com a Wendell, eu também estou bem. Mas não se esqueçam de mim. Quero continuar sendo amiga de vocês, e podem contar comigo sempre. Pra tudo, tudo mesmo. Eu vou estar aqui. Com vocês. – Ashley.