Sakura Haruno

Nossas malas foram carregas novamente do hotel para a van e o caminhão e eu suspirei indo até Sasuke e o chamando para irmos enquanto ele ainda conversava animadamente com a recepcionista.

Ele veio em minha direção passando um braço sobre meus ombros como já havia feito na chegada e seguimos juntos para a van.

- Dallas, aí vamos nós. – ele piscou dando um beijo em minha bochecha animadamente fazendo os músicos no banco de trás rirem.

Passei um bom tempo da viagem olhando para algumas letras que eu havia escrito ainda em casa.

- O que é isso? – Sasuke perguntou tentando puxar de minhas mãos as folhas.

- Não, não pode ver. – eu ri lutando para que ele não pegasse.

- Sou curioso. – ele disse fazendo cócegas em mim e consequentemente acabei soltando as letras e ele começou a lê-las.

- Garota do Verão, Coisas que eu não sei dizer. – começou lendo os títulos. – Interessante. – analisou um pouco desconfiado.

- Pare de mentir. Eu escrevi isso quando tinha dezoito anos. – confessei e ele pareceu gostar da ideia.

- É uma garota de talento. – ele admirou-se.

- Obrigada. – dei-lhe um sorriso sincero.

- Vocês deveriam dormir juntos. – um dos homens da banda comentou gargalhando enquanto os outros o acompanharam na risada.

Dei uma olhada sem graça para Sasuke e ele apenas riu. Encostei-me no banco e acabei adormecendo.

Acordei com gritos vindos do lado de fora e ainda meio assustada arregalei os olhos e acenei para a multidão que se formava na entrada do novo hotel onde ficaríamos.

- E agora Sr. Sasuke Uchiha, onde estamos? – perguntei rindo como da última vez.

- Bem vinda a Dallas. – ele sorriu animadamente puxando-me para dentro do hotel.

Dessa vez a recepcionista não confundiu a reserva e ficamos todos em quartos separados, exceto Gaara e Ino que eram casados. Senti que Sasuke havia ficado um pouco descontente com a escolha dos quartos, mas talvez isso seja algo da minha cabeça. Afinal, apesar de não estarmos no mesmo quarto, as duas suítes ficaram uma ao lado da outra.

Depois que as malas foram levadas até a suíte eu fiquei alguns minutos ainda procurando as minhas letras que lia na van, então lembrei que a última vez que as vi elas estavam na mão de Sasuke.

Sasuke Uchiha

Chegamos a Dallas um pouco depois das sete horas da noite no dia anterior ao show, comemos juntos no restaurante do hotel que não era menos luxuoso do que antigo em que estávamos. Dessa vez ficamos todos em quartos separados e por um momento desapontei-me com a notícia, mas recuperando a noção das coisas acreditei que desse jeito seria bem mais fácil.

Eu estava seguindo para o elevador quando ouvi Gaara me chamar.

- Dê um jeito de achar a Ino, até agora não a vi andando pelo hotel. – ele pediu com uma expressão realmente preocupada.

Assenti com a cabeça e fui para fora do hotel considerando que ele já teria a procurado por ali.

Caminhei pelo lado de fora durante alguns minutos e pensei que ela estaria ainda no seu caminhão.

- Ino? – chamei entrando vagarosamente no quarto que havia dentro do veículo.

Não obtive resposta alguma, mas encontrei colado na porta de um armário um bilhete assinado por ela onde dizia: Estou me divertindo no Épic Rock, espero que não se importe. Ino Yamanaka.

A caligrafia um pouco menos bem feita do que a letra das canções que ela escrevia pareceria ter sido escrita as pressas, ou por alguém que não estava em seu estado normal.

- Droga Ino! – praguejei com a possibilidade de ela estar bêbada.

Peguei um táxi e fui até o Épic Rock sem avisar ninguém. Aos poucos o céu denunciava o temporal que estava por vir e eu pedi aos céus que a chuva esperasse eu encontrar Ino.

Cheguei ao lugar e já de fora a música alta poderia ser ouvida. Entrei ao som de um rock pesado e um cheiro de fumaça de cigarro tomando conta do lugar. Em cima do pequeno palco no centro da casa estava Ino em um estado deplorável dançando sensualmente enquanto alguns homens pareciam a comer com os olhos.

Corri até ela a puxando pela cintura para que descesse.

- Vamos embora daqui Ino. – eu pedi autoritário e ela não quis me dar ouvidos.

- Não, saia daqui. Saia! – ela gritou no meu ouvido quando eu a peguei no colo.

Saí aos tropeços do local imundo e encontrei um banco em que poderia colocá-la sentada do lado de fora.

- O que pensa que está fazendo? – perguntei olhando em seus olhos como se estivesse dando bronca em uma criança.

- Estava me divertindo. Você estragou tudo. – as gargalhas tornaram-se lágrimas e ela gritava comigo como se eu fosse o culpado por algo realmente muito grave. – Eles eram meus amigos. – ela limpou as lágrimas com as costas das mãos.

- Não eram seus amigos. – falei bravo procurando pelos meus bolsos o meu celular. – Droga! – praguejei não o encontrando. – Fique aqui. – pedi dando um beijo no topo de sua cabeça.

Busquei um telefone e encontrei um orelhão em péssimo estado na parede do lado do lugar, liguei para o hotel e pedi para falar com Gaara, mas ele não estava, então o meu recurso foi ligar para Sakura.

- Sim? – ela atendeu um pouco confusa.

- Sakura, estou em um lugar chamado Épic Rock com a Ino, venha pra cá. – pedi sem tempo para explicar toda a história.

- Como vou chegar até aí Sasuke?

- Dê um jeito. Pegue um táxi, mas corra! – pedi desligando o telefone e voltando para o lado da Yamanaka.

Ela estava com as mãos sobre o rosto e os cotovelos apoiados nas pernas. Sentei ao seu lado e a puxei para um abraço. Ela apenas encostou a sua cabeça em meu ombro e fechou os olhos.

Ficamos assim durante alguns minutos até que vi um táxi estacionar na frente do lugar. Reconheci Sakura no banco de trás e ela me deu um sorriso fraco.

Levei Ino até o táxi e a coloquei deitada com a cabeça no colo da rosada que a princípio ficou um pouco sem jeito ao ver Ino naquele estado.

Entrei no banco da frente e pedi para o motorista nos levar de volta ao hotel não querendo nem imaginar o que Gaara falaria quando a visse assim.