Sakura Haruno.

Ver Ino daquele jeito havia me deixado um pouco triste por seu estado. Ela era tão linda e famosa. Tinha um talento de dar inveja, e mesmo com tudo isso ela estava daquele jeito. Bêbada. Parecia que ela estava dormindo quando Sasuke a trouxe para o carro, mas assim que ela deitou a sua cabeça em meu colo, abriu os olhos e não os desviou de mim um segundo sequer.

- Você tem uma mãe, não tem? – ela perguntou. – Como ela se chama? – admirei-me pela sua pergunta, mas que mal tinha em responder?

- Eu acho que sim. – soltei um riso baixo e prossegui. – O nome dela é Sayuri.

- Sabe... – ela começou. – Sasuke me ajudou muito nesses últimos meses. – ela sorriu fracamente.

Acompanhei seu sorriso olhando para o moreno que estava com seus olhos fixos em mim pelo reflexo do retrovisor.

- Você não precisa fazer isso, Ino. – ele pediu balançando a cabeça de um lado para o outro em sinal de reprovação pelo que ela dizia.

- Ele as vezes é um pouco cafajeste, mas tem um bom coração. – ela ignorou o pedido do moreno e comentou.

- É, parece que sim. – concordei com seu comentário mesmo não conhecendo Sasuke muito bem.

Chegamos ao hotel e Sasuke carregou Ino discretamente até a suíte onde ela estava hospedada, mas no corredor encontramos Gaara andando de um lado a outro aparentemente nos esperando.

- Não posso acreditar no que estou vendo. – ele disse dando um longo suspiro.

O ruivo abriu a porta do quarto indicando que Sasuke a levasse para dentro. Fiquei no corredor acompanhando a cena e o vi deixá-la sobre a cama, parece que agora estava dormindo.

- Onde você estava quando ela enfiou um litro de vodka goela abaixo? – Gaara perguntou irritado para Sasuke que passou as mãos sobre os cabelos desalinhados bagunçando-os ainda mais.

- Onde você estava? – ele retrucou alterando seu tom de voz.

- Você deveria ao menos tirar todo tipo de álcool de perto dela. – o ruivo revirou os olhos.

- Não coloquei nenhum litro de nada dentro daquele quarto no caminhão, a culpa é sua por não ter conferido o lugar onde ela passa mais tempo! – Sasuke apontou.

- Não venha me dar ordens Uchiha. – ele pareceu irritar-se ainda mais.

- Não foi culpa dele, Gaara. – intrometi-me na discussão em defesa de Sasuke, ou pelo menos do lado que eu confiava ser justo.

- Cale a boca. – Sasuke irritou-se comigo e eu arregalei os olhos ao vê-lo com aquela expressão séria no rosto.

Meus olhos lacrimejaram pela maneira com que ele se dirigiu a mim e eu dei as costas para os dois correndo para o meu quarto e trancando-me lá dentro por um longo tempo.

Sasuke Uchiha.

Gaara havia me irritado profundamente quando me acusou de ser o culpado por Ino ter se embebedado e ido até o Épic Rock e mesmo que Sakura tivesse me defendido, não consegui simplesmente agradecê-la por isso, mas expulsá-la dali com palavras grosseiras.

Não costumava me arrepender do que fazia, mas dessa vez era diferente. E só o fato de eu estar pensando sobre isso há alguns minutos desde que eu voltei para minha suíte acabei ficando preocupado. Por que eu me importava tanto com que o fazia para Sakura?

Soquei o ar ao perceber que uma hora ou outra eu iria atrás dela e como eu nunca havia feito com qualquer outra garota, eu lhe pediria desculpas pelo que fiz. Não posso acreditar que eu esteja agindo dessa forma com ela, e pior de tudo, isso só acontecia com ela.

Deixei meu quarto batendo a porta com força atrás de mim e segui até o quarto de Sakura. Bati na porta uma vez e resposta alguma veio.

- Sakura! – chamei batendo mais duas vezes na porta.

- Não estou. – ela respondeu ironicamente do lado de dentro.

- Abra essa porta. – pedi.

- Não. – disse simplesmente.

Então eu ouvi ela cantarolar uma música qualquer animadamente e percebi que seria inútil chamá-la mais uma vez, mas mesmo assim tentei.

- Sakura. – chamei encostando-me no vão da porta.

- O que você quer? – ela perguntou aparecendo com um shorts extremamente curto roxo e uma regata branca. Não pude deixar de olhá-la dos pés à cabeça e ela parecer perceber.

- Conversar? – tentei arqueando uma sobrancelha.

Ela abriu mais a porta e seguiu para dentro do quarto esperando que eu entrasse. Sakura jogou-se na cama cruzando as pernas para si e eu aproximei-me de onde ela estava sentando ao seu lado.

Pela expressão levemente fechado que ela trazia na sua face eu supus que a conversa não seria tão fácil como eu esperava.