Confiança escrita por dagalvao


Capítulo 8
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Olá! Não deixem de ouvir a música que está no link!



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Capítulo 7

[...] já ia desligando o aparelho quando ouviu uma voz que não imaginava ouvir nem em um milhão de anos.

            __ Gostaria de falar com Isabella. – a voz de Edward era carregada de incertezas, já sentia o arrependimento de ligar para Bella o dominar. Quando chegou do bordel, ele foi avisado de um problema com o terreno que a patricinha estava prestes a comprar, sem pensar duas vezes procurou o telefone dela e ligou imediatamente, sua intenção era provar que a garota mimada podia confiar no trabalho dele.

            Bella havia reconhecido a voz do seu inimigo, mas estava tão surpresa que ficou sem fala por alguns minutos. O que o Cullen queria uma hora daquelas? Não tinha desconfiômetro não?

            __ Alo? Tem alguém na linha? Poderia falar com Isabella?

            __ Oi Sr. Cullen, sou eu. Como encontrou meu número?

            __ Ora, se você não quer ter seu número encontrado, deveria tirar o seu nome da lista telefônica. Foi mais fácil do que pensei.

            __ Eu já pedi para tirarem o meu nome de lá. Vou processar a empresa telefônica. Mas e você? A que devo a honra da ligação? Isso é hora de ligar para a casa dos outros seu indesconfiável?

            __ Estou ligando para o seu bem, se não quer saber, problema seu.

            __ Já que se deu ao trabalho, quer falar logo? Não tenho a noite toda.

            __ Porra! Como você é chata. Estou tentando te ajudar.

            __ Você me ajudar? Conta outra. Nos odiamos. – Isabella fingia indiferença, mas até que estava gostando de conversar com Edward, melhor ele que ninguém. Além do mais, ele tinha uma voz... Sedutora? Sexy? Mais que droga, estava se odiando por se permitir elogiar aquele ser asqueroso.

            __ É pelo trabalho sua idiota.

            __ Olha aqui Cullen pode parar de...

            __ O lote que você estava planejando comprar foi vendido para uma rede de supermercados.

            __ O que?

            __ Você é surda porra? – Edward estava de saco cheio daquela conversa.        

            __ Como você soube Cullen?

            __ Eu mandei um funcionário até o terreno para fotografá-lo. Eu precisava de umas fotos para montar as plantas. E quando ele chegou ao local, tinha vários operários trabalhando. Bastou o meu funcionário se informar. Há quanto tempo você não ia ao lote?

            __ Tem um mês que estive pela última vez. O corretor me garantiu que o terreno seria meu.

            __ Bom, você terá que entrar em contato com ele então... – Edward pensou duas vezes antes de proferir as próximas palavras. – Se você quiser, eu posso te acompanhar. O corretorzinho de merda tem que perceber que você não está sozinha. Ele terá que se virar para encontrar outro terreno à altura ou melhor. Ou não me chamo Edward Cullen. – ele estava pasmo com as próprias atitudes, não gostara nem um pouco de saber que o terreno que ele desempenharia um trabalho não estava mais disponível, sua indignação era pura e simplesmente por esse motivo. Nada mais.

            __ Não precisa se dar ao trabalho, você não tem nada com isso. Posso pedir ao Riley para me acompanhar. E também tem o Jim, da minha banda, ele é engenheiro.

            A rejeição da garota petulante dera nos nervos de Edward. Ninguém o rejeitava para porra nenhuma.

            __ E aquele merdinha entende alguma coisa do assunto? E quem fará seu projeto sou eu, não esse tal de Jim. E eu duvido que esses seus amiguinhos sejam capazes de fazer alguma coisa contra o tal corretor. Qual o nome dele? Talvez eu o conheça.

            __ Jacob Black.

            __ Nunca ouvi falar. Mas amanhã mesmo terei a ficha completa desse safado em minhas mãos. Então, posso acompanhá-la?

            __ Tá bom Sr. Cullen, não sabia que eu era tão importante assim para você. – respondeu Bella com escárnio. - Podemos marcar para encontrar o Jacob Black. Mas só posso na segunda-feira. Amanhã depois da faculdade eu terei estágio. – resolveu deixar o ser mais insuportável que conhecia ajudá-la, ele parecia ser bom de serviço e pela sua clínica ela faria o sacrifício de aturá-lo.

            __ Deixarei bem claro Swan: não é por você. É pelo meu trabalho. Estamos entendidos? – esse Cullen era mesmo um mal educado.

            __ Tá, tá, já entendi.

            __ Amanhã você entra em contato com o Black. Marque por volta de três da tarde da segunda-feira.

            __ Para de ficar me dando ordens seu babaca, ligarei para ele quando EU quiser.

            __Só estou fazendo meu papel de SEU arquiteto sua idiota. Tchau.

            __ Cullen? – Bella não cria que teria que agradecer aquele ser, mas fora ele que tivera o trabalho de avisá-la da venda do terreno e era ele que se propôs a ajudá-la. – Obrigada por me avisar. – falou tão baixo que o outro mal tinha ouvido.

            __ O que foi Isabella? Eu não entendi. – na verdade Edward tinha entendido, mas não deixaria passar a oportunidade de fazer a patricinha se humilhar.

            __ Eu falei obrigada, droga.

            __ Não precisa agradecer, eu fiz isso pela boa quantia em dinheiro que você irá me pagar pelo trabalho. Tenha sonhos comigo. – Edward desejou com sarcasmo e desligou o telefone. Só ele sabia o quão difícil havia sido ligar para Isabella Swan. Ao deitar-se em sua cama, trajando apenas uma calça de moletom preta e nada mais, praguejou meio mundo quando fechou os olhos e a imagem da garota mimada veio em sua memória. Aquele traseiro, o decote, o rubor de sua face... Que raios aquela mulher estava fazendo no seu cérebro? Não devia ter ligado, agora além de invadir seus pensamentos estava invadindo seus ouvidos com aquela voz melodiosa. Uma curiosidade o invadiu, ela era cantora. Será que sua voz era tão bonita assim? Viu-se compelido a ir numa apresentação da tal banda para conferir de perto. Não que isso fosse fazer diferença em sua vida. É claro que não.

Pela primeira vez Edward Cullen sonhou com Isabella Swan, não fora bem um sonho, estava mais para pesadelo, ao acordar ele não conseguia se lembrar. Só tinha certeza que se tratava de algo desagradável envolvendo a Swan. Mais que porra! Desde quando uma mulher vinha perturbar suas horas preciosas de sono? Só restava-lhe levantar e tomar um banho.

__ Edward? Já acordou? Estamos atrasados. – tinha que ser Alice a dona da voz que ouviria logo cedo? Abriu a porta enrolado na toalha, os cabelos incrivelmente molhados deixando gotas escorrerem pelo corpo musculoso.

__ Que raios você quer Alice? Não tenho mais o direito de tomar um banho sossegado merda?

__ Irmãozinho, mau humor logo cedo é prejudicial à saúde. Nunca lhe disseram não? E isso são modos de aparecer na frente da sua irmã? –Alice tinha certeza que se não fosse irmã de Edward, já o tinha agarrado há muito tempo, ele era muito gostoso para ficar dando sopa solteiro por aí. – Como você consegue permanecer sozinho por tanto tempo Ed? Essas mulheres estão cegas? Não enxergam o pedaço de mau caminho que você é? – Edward odiava quando Alice o chamava de Ed e isso foi à gota d’água.

__ Escuta aqui, se você não der o fora daqui agora eu juro que enfio sua cabeça no tanque e só tiro quando você estiver sem vida. E estou sozinho porque quero. Mulher só enche a porra da paciência. Hoje você vai no seu carro, não to com saco para te aturar. Já suportei mulher chata ontem o suficiente para um mês.

            __ Eu não tenho culpa se Isabella Swan está te importunando. – Alice saiu batendo a porta do quarto de Edward.

            Instantaneamente Edward se arrependeu de ter sido grosso com Alice, ela realmente não tinha culpa de seu mau humor, a dona era outra, Isabella Swan, ela sim deveria sofrer as conseqüências de seu estresse, não sua querida irmã. Mas como sempre estragava todos os momentos em família. Brigava constantemente com o pai e isso estava deixando sua mãe Esme a ponto de ter um derrame tamanho era seu desespero ao ver pai e filho quase partirem para brigas físicas. Fora por isso que decidira sair de casa aos dezoito anos, porém morou sozinho apenas por três anos já que Alice veio cursar design em LA e não queria morar em alojamentos.

            Edward Anthony Masen Cullen era o filho mais velho de Esme Masen Cullen e Carlisle Cullen, só possuía uma irmã: Alice Masen Cullen de dezenove anos. Edward Tinha vinte e três anos, o rosto era digno de capas de revistas: pele branca, cabelos desordenados em um tom estranho de cobre, olhos verdes herdados da mãe, um metro e oitenta e cinco de altura bem distribuídos em um corpo musculoso de noventa quilos. Era lutador profissional de boxe desde a adolescência, lutava na categoria peso pesado. Encontrou na luta uma forma de extravasar o estresse que lhe era característico desde criança, contudo embora fosse lutador profissional, não competia em campeonatos mundiais, participou de alguns fora da Califórnia, mas o pai não permitiu que ele largasse os estudos para dedicar-se à luta. Foi por esse impasse com Carlisle que Edward ficou dois anos sem estudar, não entrara para a universidade logo que concluíra o ensino médio. Mudou-se para Los Angeles, não com o intuito de estudar na UCLA, mas porque queria ficar em outra cidade que não fosse à dos pais, só não foi para o outro lado do país por insistência de Esme, que não queria ficar tão longe do filho e sugeriu que o mesmo morasse em LA, assim ela poderia vê-lo com mais frequência.

Era natural de San Diego, mas residia em Los Angeles há quase seis anos e foi sob insistentes ameaças do pai que ele decidira cursar Arquitetura. Carlisle era dono da maior empresa de engenharia e arquitetura do país e precisava do filho para apoiá-lo nos negócios. No decorrer dos semestres foi afeiçoando-se pelo curso e acabou fazendo do boxe apenas um hobby. Contrariou Carlisle quando lhe informou que não o ajudaria na sua empresa, mas montaria a sua própria, mesmo que fosse de certa forma uma filial. Queria ter dinheiro adquirido com seus esforços, após se formar já tinha o objetivo de mudar o nome da empresa para desvinculá-la da do pai, usava o mesmo nome somente para chamar a atenção dos clientes. No início Carlisle se opôs à ideia do filho ter o seu negócio, mas Esme o convencera de que este era o melhor caminho para o crescimento do filho.

            Há dois anos residindo em Los Angeles, Alice veio de San Diego para lhe fazer companhia, segundo ela. No começo ele quase expulsou a irmã do apartamento, não suportava meninas mimadas como ela. Porém aprendeu a conviver com Alice e os dois compartilhavam momentos únicos.

            Edward já havia traçado metade das prostitutas de Los Angeles, não se envolvia com muitas garotas à sua volta por não suportar que depois elas ficassem no seu pé, foram poucas moças que se permitiu ficar em festas. O máximo que namorou sério foram quatro meses com Tanya Denalli. Antes de Tanya namorou três garotas do antigo colégio em San Diego, elas foram tão importantes na vida dele que ele se quer lembrava o nome delas, recordava-se somente de uma: Bree Taner, dona do primeiro beijo na boca que dera em sua vida, quando tinha treze anos. Seus namoros não passavam de um ou dois meses, não conseguia ser fiel a nenhuma namorada, o que colocava fim precoce aos relacionamentos. Perdera a virgindade aos quinze com uma prostituta. Foi levado a um bordel pelo tio Eleazar a pedido de Carlisle. Segundo o pai, homem de verdade tinha que iniciar a vida sexual cedo, para não restar dúvidas de sua masculinidade.

Conheceu Tanya em uma festa de amigos em comum, achou-a linda, contudo quem fez o pedido formal de namoro fora ela, ele não se daria a este trabalho, uns pegas na loira peituda já estava de bom tamanho, mas ela insistira e ele acabou aceitando. Apesar de gostar um pouco de Tanya, Edward não era fiel, mas não gostou nem um pouco quando foi traído. Era demais para o seu orgulho, só não a matou porque a vadia fugiu levando um dinheiro que roubara de sua carteira, na última noite que estiveram juntos num motel de beira de esquina.

Este era Edward Cullen, arrogante, prepotente, seguro de si, não acreditava em paixão e amor, isso era coisa de filmes ridículos. Não dava a mínima para o sexo oposto, só amava a irmã e a mãe, elas eram seu porto seguro. Esforçava-se ao máximo para não maltratá-las. Com o pai era muito diferente, não se davam bem, nunca foram amigos. Nunca compartilhou com Carlisle suas experiências do primeiro beijo e primeira transa, ou como o boxe lhe fazia bem, ou como estava encantado pela Arquitetura. O pai nunca lhe dava brechas para dividir com ele os planos da empresa. A relação pai e filho não fazia parte da vida de Edward e Carlisle Cullen, o máximo que se permitiam era um abraço forçado no Natal, isso quando Edward ia para San Diego na data que mais odiava, onde as pessoas ficavam insuportavelmente mais sensíveis e felizes. Não entendia o porquê de tudo isso. Muitas vezes deixou Esme decepcionada por não dar as caras no Natal. Desde que se mudara para LA, fora passar a data insignificante duas vezes em San Diego, preferia ficar em casa bebendo sozinho e ameaçava de morte aqueles que ousassem perturbar seu sossego na fatídica data.

Era um homem de poucos amigos, os que contemplavam verdadeiramente sua amizade eram o primo Emmet McCarthy, o treinador de lutas Sam Clearwater e Jasper Withlock, este último conhecera na universidade. Não tinha muita paciência com as pessoas, achava que todos que o cercavam eram falsos, esforçava-se para manter um bom relacionamento com os colegas de classe, mas não dava muitas brechas para que estes entrassem em sua vida.

Após vestir calça jeans preta, blusa branca e uma jaqueta de flanela, Edward colocou o boné dos Yankees e rumou para seu Volvo prata, estava cedo para ir para faculdade, só teria aula no segundo tempo – esta era a vantagem de ser um formando, quase não tinha aula – mas queria tomar café e conversar um pouco com Emmet, as besteiras do primo e melhor amigo o fazia esquecer-se de seus problemas.

__ Ora se não é o primo mais calmo que eu tenho! – Emmet ao avistar o primo de boné e óculos escuros já podia adivinhar que ele não tivera boa noite de sono.

__ Vai se fuder Emmet. – Edward ralhou puxando uma cadeira no refeitório do bloco onde Emmet estudava e sentou-se de frente para ele.

__ Edward! Dá pra respeitar a dama aqui ao meu lado?  - só então Edward percebeu que havia uma loura ao lado de Emmet.

__ Rosalie, este é meu primo Edward Cullen. Não dê atenção pro jeito meigo de ser dele não.

__ Oi Edward. – Rosalie o cumprimentou amistosamente.

__ Oi. – ele limitou-se a responder secamente.

__ Ed, Rose e eu iremos ao Soho House hoje beber todas e curtir uma boa banda tocando. Tá a fim de ir não? Dê-nos a honra da sua estressada presença!

__ Que banda? – o Cullen ficou interessado, precisava de uma boa noite de bebedeira.

__ Sei não. Mas parece que é boa. – Emmet omitiu o nome da banda, se Edward soubesse que era a banda de Bella, ele não iria nem amarrado.

__ Tá pode ser, mas se eu não agradar da banda eu caio fora e vou comer umas vadias.

__ Porra Edward, respeite a Rose! Mais tarde passamos no seu AP. Vem Rose, antes que você ache que sou igual esse daí. – Emmet saiu puxando Rosalie, ela não merecia ouvir as asneiras de Edward

Horas mais tarde, após chegar do boxe suado e sem camisa, Edward adentrou o apartamento com os ânimos renovados e prontos para uma noitada. Ligou para Jasper e ficou aliviado quando o amigo e sócio lhe informara que a mãe já estava recuperando alguns movimentos da perna. Jasper teve crise de riso quando Edward lhe contou que faria o projeto da clínica de Isabella Swan, Withlock dissera que era coisa do destino. Após se aprontar com calça jeans preta e blusa azul de botões com as mangas dobradas de qualquer jeito até o cotovelo, deu uma última bagunçada nos cabelos e foi até o quarto da irmã.

__ Posso entrar? – Edward questionou receoso entreabrindo a porta.

__ O que você quer? – Alice não estava nem um pouco a fim de falar com o irmão. Ela odiava quando ele a maltratava, principalmente quando ela não era o motivo de sua raiva.

__ Quero me desculpar por ter gritado com você e recusado a te dar carona, eu realmente precisava ficar sozinho.  – sentou na cama ao lado de Alice e pegou suas mãos. – Me desculpa Lice? Porra, você também me tirou do sério, eu já estava estressado e você veio bater insistentemente na minha porta e ainda me chamou do apelido mais ridículo da face da Terra.

__ Eu não queria te irritar, te chamo de Ed porque acho carinhoso. E bati na sua porta porque precisava ir mais cedo pra faculdade. – Alice quando queria sabia deixar Edward mal, fazia uma voz tão manhosa que comovia a todos.

__ Então estou perdoado?

__ Não. – negou decidida

__ E se eu te der algo que você queira de presente? Tipo: sapatos, bolsa, jóias...

__ Só se você me der os três: um par de sapatos Louboutin, uma bolsa Chanel e um par de brincos da Tiffany’s. Do contrário não falo com você durante um mês.

__ Porra, desse jeito eu vou à falência! Meus lucros vão todos embora com essas besteiras que você quer. Poxa, essas marcas são caras. Mas se for para você me desculpar, eu te dou. Amanhã podemos passar a tarde toda no shopping. O que você acha?

__ Você é o melhor irmão do mundo. – de repente Alice não estava mais brava, Edward sabia como ganhar o seu perdão. Nada que uns bons presentes de marca não pudessem resolver.

__ E você é a irmã mais aproveitadora do mundo. Mas deixa prá lá. Você quer ir comigo e Emmet no Soho? Parece que terá uma banda muito boa tocando hoje.

__ Não irmãozinho. Estou muito cansada. Ficarei aqui poupando energias para o nosso passeio no shopping amanhã! Boa farra.

Edward revirou os olhos para a irmã mimada, deu-lhe um beijo na testa e foi tomar um drink na sala enquanto Emmet não chegava.

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            O Soho House estava lotado, era a primeira vez que a Nightfall tocaria lá e se eles agradassem o público, seriam contratados para tocar quinzenalmente. O nervosismo imperava em todos os integrantes, mas Bella estava à beira de um colapso, sentia falta de um apoio na plateia, Riley não estaria presente, tinha ido visitar a mãe. As amigas não puderam vir de NY, Bella iria encontrá-las na outra semana, quando fosse visitar os pais.

Com um short jeans revelando a maior parte de suas pernas, blusa preta com uma caveira bordada em pedras pratas sobrepondo o short e coturno preto, estava diferente dos dias em que ia para a faculdade. Para as apresentações, Bella usava maquiagem escura nos olhos, o que fazia um lindo contraste com sua pele alva, a roupa era escolhida para dar um ar de roqueira, revelando outra face da garota taxada a patricinha.

Quando foram anunciados, um a um, Alex, Jim, Rod e Jonh entraram no palco e ocuparam suas posições: guitarra, teclado, baixo e bateria respectivamente. A bela vocalista entrou por último e apossou-se do piano negro posicionado no centro do palco, a música que abriria a noite fora escolhida por ela e embora fosse uma música de melodia lenta, tinha certeza que agradaria o público presente.

O que Isabella Swan, a principal integrante da Nightfall, não imaginava era que enquanto fazia sua graciosa entrada, a poucos metro do palco, em uma das mesas, certo rapaz de cabelos acobreados, olhos verdes e dono de uma arrogância inigualável estava boquiaberto ante a linda vocalista. Edward Cullen só não deu uns bons socos em Emmet por tê-lo enganado porque estava inquestionavelmente surpreso. Nunca vira Bella daquela forma, tinha que reconhecer, adorara a maquiagem e o ar de roqueira da fedelha insuportável. A curiosidade para ouvir a sua voz, o impediu de levantar da cadeira e ir embora. Ele iria depois da primeira música. Por mais que a Swan estivesse diferente, a ele ela não enganava, ele bem sabia o que aqueles trajes escondiam: uma garota mimada e voluntariosa.

Edward não conseguia entender o motivo de suas mãos estarem suando frio, isso tudo era para ouvir a voz daquela idiota? Mais o que estava acontecendo Edward? Desde quando se importava com a porra de alguma mulher? Queria mais era que todas explodissem! Foi com esse pensamento que levantou de supetão, todavia fora impedido por uma mão forte segurando  o seu punho.

__ Fica quieto aí Edward! Bella já vai começar a cantar. – sussurrou Emmet enquanto abraça Rosalie ao seu lado sem aparentar a mínima culpa por ter enganado o primo.

__ Você me enganou seu filho da puta!

__ Se eu dissesse que era a banda de Bella você não viria e eu quero que assista à apresentação e depois me diga se acha que vale a pena entrar para essa banda. Já entrei em contato com o Alex e ele me disse para vir hoje e ver se o som deles combina comigo. Se eu gostar, farei parte da Nightfall!

http://www.youtube.com/watch?v=3E4QdvzLKsA&feature=fvsr

Antes que Edward revidasse, foi interrompido pelo som do piano e uma voz doce e afinada adentrando em seus ouvidos. Tamanha surpresa e admiração o assaltaram naquele momento. Permaneceu de pé observando a menina mais chata que conhecia cantar e encantar a todos os presentes incluindo ele mesmo. Como ela era habilidosa no piano! Os dedos moviam tão suavemente que não parecia ser ela a dona deles. A emoção com que ela entoava a canção mostrava o quanto a música penetrava em seu ser, parecia que ela vivia o que era cantado na letra. Surpreendeu-se ao vê-la fechar os olhos e não errar nenhuma tecla do instrumento.

Bella tocava tão compenetrada que só notou a figura alta e imponente que a observava com expressão contida quando a canção chegou ao fim. O que Edward Cullen estava fazendo alí? E ainda de pé atrapalhando quem estava atrás de assistir? Quem o convidou? Era só o que faltava! Como se já não bastasse o nervosismo, teria que aturar a presença do ser mais desprezível da face da terra a observando como se fosse um empresário avaliando pela primeira vez sua performance.

Perdurou por alguns segundos, que não sabia dizer quantos, o encarando, até que os aplausos os tiraram da pequena bolha tensa que insistia em se formar bem no meio do Soho House. Mas é claro que o arrogante não a aplaudiria, enquanto todos a exaltavam de pé, o Cullen sentou-se mostrando que permaneceria no recinto até o final de sua apresentação. Era só para irritá-la, só podia ser! Por ela ele poderia se retirar e não dar o ar de sua graça nunca mais. Mas já que insistia em ficar, ela daria o melhor de si, mais do que necessitava, para provar que era uma das melhores cantoras que aquele imbecil ouvira falar.


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Notas finais do capítulo

Gostaria de agradecer por cada review deixado por vocês, é muito importante para mim saber o que estão achando da história! Bjs
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