Confiança escrita por dagalvao


Capítulo 7
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Divirtam-se!



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Capítulo 6

Riley só não avisou Isabella de um pequeno detalhe, deixaria que ela descobrisse quando chegasse ao escritório.

            Pela primeira vez Bella Swan não estava com seu costumeiro traje de patricinha. Ela costumava variar um pouco o estilo nas apresentações da Nightfall, incrementava ao seu look boneca de luxo peças com estilo mais roqueiro. Mas desta vez estava irreconhecível, vestia um terno feminino Versace na cor preta; o conjunto composto por uma calça skinny, blazer justo com largos botões o ordenando e camisa de seda branca deixou Isabella com um ar diferente, mais sério, porém não menos sexy. A roupa havia valorizado suas delicadas curvas, deixando-a com um traseiro mais chamativo que o de costume. O decote, com alguns botões estrategicamente abertos – dica de Renee – valorizavam os seios que não eram muito fartos nem pequenos demais, eram na medida certa, segundo alguns homens que já a cobiçaram. O toque final ficou por conta dos cabelos presos em um coque frouxo, com alguns fios soltos, dando a ideia de que o penteado estava se desfazendo e do scarpin Manolo na cor nude.

            Ao descer do seu BMW Z4 com óculos modelo aviador, pasta preta de couro e bolsa Guess vermelha, Isabella ficou admirada com a fachada do pequeno prédio, tinha três andares e o formato de figuras geométricas, era pintado de preto e cinza e possuía portas e janelas de vidro fumê, o jardim que ornamentava a entrada era composto por tulipas das mais variadas cores. “Até que eles tem bom gosto.”, Bella teve  que admitir. A placa em prata fixada no jardim chamou a atenção da garota: Cullen and Withlock Architecture, revirou os olhos ao ler, é claro que o sobrenome do imbecíl tinha que vir primeiro, ele não parecia ser do tipo que ficava em segundo lugar em nada na sua vida. Mal sabia Bella que ela estava correta.

            Quando a bela jovem adentrou a recepção, quase deu meia volta, não era possível que começaria a saga na empresa com o pé esquerdo. Já não bastava aquela pegajosa importunar sua vida, agora teria que aturá-la alí? Não estava sendo suficientemente difícil? Corria o risco de esbarrar com o Cullen a qualquer momento e agora Jane Volturi, a namoradinha de Riley. Por que aquele cretino não a avisou? Só podia estar tirando uma com a cara dela, só podia. Ele iria pagar caro por não tê-la deixado sobreaviso, não custava nada merda. Agradeceu aos céus por estar de óculos, decidira que os manteria até que Jasper a recebesse. Ansiava não ser reconhecida, o problema era que teria que dar o nome a tal recepcionista. Bem, não custava tentar.

            __ Boa tarde senhorita! – só ela sabia o quanto estava lhe custando bancar a educada com aquela lá. – Marquei com o Sr. Jasper Withlock, poderia fazer o favor de comunicá-lo que a cliente das duas horas o aguarda na recepção?

            Jane Volturi, que antes mesmo da insossa Isabella entrar no escritório já havia reconhecido-a por causa do carro peculiar, ficou sem reação. Odiava aquela garota com todas as suas forças, mas não podia destratá-la no seu local de trabalho, precisava se mantiver no emprego se quisesse continuar estudando. E também tinha Riley, que exigiu que ela não arrumasse encrenca com a amiga que chamava detestávelmente de Bonequinha - pensou com ironia e inveja – ou colocaria fim ao namoro. Quando se tratava da merda da Bonequinha, ninguém tinha vez com Riley, ela era sempre em primeiro lugar.

            __ Boa tarde, Isabella Swan. – percebeu que a patricinha tentava não ser reconhecida, por isso a chamou pelo nome, não podia perder a oportunidade de provocar ao menos um pouco. – O Senhor Withlock não está, precisou fazer uma viagem de última hora. Problemas familiares. Ele não avisou à senhorita?

            __ Como o Jasper não está? – Bella se sentiu completamente ultrajada. – Ele marcou comigo. Quero falar com ele agora. Não me interessa se ele está com problemas familiares, que se danem. Compromisso é compromisso. – gritou exacerbada.

            __ Senhorita podemos marcar outro dia... – Jane tentava manter a calma, Isabella não lhe tiraria do sério.

            __ Eu não quero outro dia, quero hoje, mas precisamente agora. – Bella estava aos berros, quem passava na rua silenciosa do bairro tranquilo, ouvia seus gritos.

            __ Posso saber o que se passa aqui Jane? – Edward inquiriu irritado para a secretária incompetente. Ainda não reconhecera quem era a mulher que estava causando desordem na sua empresa, apenas percebeu que tinha um traseiro muito chamativo e um perfume adocicado que estava inebriando suas narinas. – Ouvi os gritos logo que estacionei.

            Isabella, que antes de ouvir a voz de Edward sentiu um cheiro deliciosamente masculino de um banho recém tomado, apertou os olhos em cólera. Aquele não era o seu dia, não deveria ter saído de casa. Esqueceu-se que o arrogante poderia estar na empresa ou chegar a qualquer momento. Ao ouvir a voz rouca e prepotente praguejou até a décima geração de Jane e Edward.

            __ Senhor Cullen, esta senhorita deseja ver o Senhor Withlock, estou explicando a ela que ele necessitou fazer uma viagem. Mas ela não quer entender. – Jane chegou a temer um pouco por Isabella, ela não sabia do que o patrão gato era capaz de fazer quando estava irritado. Ele odiava qualquer tipo de tumulto na sua empresa. Prezava pela ordem. Todavia, o que Jane Volturi não tinha conhecimento, era que Bella sabia e muito bem, do que Edward era capaz quando alguém perturbava sua paz. Ainda assim a loira não perdeu a oportunidade de delatar a moça. – O senhor concorda que para resolver os problemas não precisamos gritar?

            __ É claro que concordo. Em que posso ajudá-la senhorita? – Edward controlou a vontade de tecer impropérios para com a mulher e perguntou educadamente.

            Nesse instante Bella virou-se de frente para ele. Perdeu algumas batidas cardíacas quando analisou os trajes do seu arquiinimigo: vestia um terno preto risca de giz Armani e óculos Ray Ban, os cabelos levemente bagunçados davam um ar despojado. Nunca o tinha visto tão... Tão... Céus! Teria que admitir ainda que para si mesma: Edward Cullen definitivamente era um homem lindo, um dos mais lindos que já tinha visto talvez. Estava muito diferente do homem que viu na universidade, sempre vestindo jeans e moletons. Exalava masculinidade e como era musculoso! Parecia que freqüentava assiduamente uma academia. O que a Swan mal podia imaginar era que ele era lutador de boxe desde a adolescência. Ganhara muitos campeonatos, inclusive. Isabella ficou visivelmente desconfortável quando se pegou admirando o Cullen, tanta beleza não adiantava nada se por dentro era oco. Com um pigarro, recobrou a consciência e preparou-se para retirar os óculos, a fim de revelar-lhe sua presença.

            Edward Cullen não estava muito diferente de Isabella, o único detalhe que os diferia, era que ele ainda não tinha reconhecido a deslumbrante mulher diante de si, nunca a tinha visto, afirmava piamente. Além de belas nádegas, possuía um par de seios maravilhosos, que caberiam perfeitamente em suas mãos. Ao ver o decote, sentiu vontade de abrir aquela blusa branca para apreciar a vista. Concluiu que não perderia tempo, assim que resolvesse a pendência de Jasper com ela, a convidaria para uma boa noitada de sexo e depois a chutaria, é claro. Seria apenas mais uma para a coleção. Contudo, viu seu encanto desfazer-se ao ver quem estava por trás daqueles óculos. Como se permitiu ser tão desatento! Estava claro como águas cristalinas que a dona do barraco só podia ser Isabella Swan. Era bem a cara dela ter reações exageradas quando contrariada. O advérbio de negação não passava longe de seu vocabulário. Ela resolvera fazer escândalo justo no seu local de trabalho? Isso ele não permitiria, nem que a escorraçasse porta a fora.

            __ Boa tarde Senhor Cullen. Vejo que sua empresinha começa de mal a pior. Seu sócio marca comigo e não comparece. Vocês acham que terão algum progresso se continuarem desse jeito? – Bella encarava os belos olhos verdes com determinação.

            __ Escuta aqui Isabella, a senhorita não tem o direito de difamar minha empresa. – Edward agarrou o braço de Bella e puxou-a para sua sala, não permitiria que outros clientes ouvissem-na reclamar dos seus serviços. – Jane, se algum cliente me procurar peça para esperar alguns minutos. Pode deixar que resolvo essa pendência aqui. – seguiu com a mimada até a sua sala, trancou a porta e guardou a chave no bolso, aquela fedelha insuportável não sairia dali enquanto ele não a colocasse no lugar dela.

            __ Me larga seu grosso. Você está me machucando! – a garota não estava acreditando na tamanha audácia daquele homem.

            Edward ignorou os protestos de Bella a jogou-a na cadeira sem o menor cuidado, em seguida colocou um braço de cada lado do apoio da mesma e aproximou o seu rosto da face enrubescida da patricinha.

            __ A senhorita ficará caladinha. No meu território mando eu. Aqui não tem amiguinhos de merda para te defender. Se tivesse sido educada com a minha secretária, nada disso estaria acontecendo. Quem você pensa que é para fazer escândalo sem olhar o lugar? Uma empresaria de verdade não faz o que você fez lá fora, o papai Swan não te ensinou não?

            __ Não te interessa o que o meu pai me ensinou. – pela primeira vez Bella realmente sentiu medo de apanhar de Edward tamanha era a fúria estampada em seu rosto. – Agora abra aquela porta, ou farei outro escândalo.

            __ Eu mandei ficar calada. – gritou Edward. – Não abrirei a porra da porta merda nenhuma. Quantas vezes terei que repetir que quem manda aqui sou eu? Você não passa de uma garota mimada e insensível, que não sabe ouvir não.

            __ Você que é um insensível e arrogante.

            __ Já mandei ficar calada porra. – dessa vez Jane ouviu os berros do patrão e cogitou invadir a sala. Se Riley soubesse que algo aconteceu à sua Bonequinha e ela não fez nada para impedir, poderia dar adeus ao namoro. –Vou ter que te amordaçar?

            __ Faça isso. E verá do que os Swan são capazes.

            __ Você e essa sua família de merda não me amedrontam nem um pouco, só para constar. Quebro um por um na porrada. Agora me escuta.

            Bella resolveu ficar calada, ouvir o que o Cullen tinha a dizer seria a decisão mais sensata no momento. Assim ficaria livre dele mais rápido.

            __ Jasper precisou viajar, ele deve ter esquecido de te avisar. A mãe dele sofreu um acidente grave de carro e embora não te interesse, porque você não enxerga nada além do próprio umbigo, ela já está fora de perigo, mas a situação ainda é delicada, estão cogitando a hipótese de ela ficar paraplégica. É muito cedo para afirmar. Por isso, Jazz não voltará com menos de um mês, terá que ficar na Florida por tempo indeterminado, ele só retornará às suas atividades quando a mãe se recuperar.

            __ Depois ligarei para ele, a fim de oferecer apoio. – agora ela estava realmente preocupada com o quase amigo, quando mandou que todos se danassem, falara sem pensar. Edward se surpreendeu com a atitude da garota, não esperava essa reação dela. – É uma pena que ele não possa me atender, ele parecia um excelente profissional, mas não posso esperá-lo voltar, terei que contratar outro arquiteto. Meu projeto não pode atrasar.

            __ Eu posso te ajudar. – o próprio Edward não cria que proferira aquela frase. Perdera a sanidade mental? Ajudar aquela garota era a última coisa que queria fazer, queria mais era distância. Mas sua boca abriu antes que o cérebro ordenasse. Agora já estava feito, restava ouvir os impropérios que a outra lhe diria mediante a tal proposta.

            Foi como se Isabella Swan tivesse sido arrancada do planeta, o Cullen enlouquecera de vez? Eles se odiavam. Eram como água e óleo, uma mistura impossível de acontecer. Além do mais, não sabia se ele realmente seria capaz de comandar um projeto tão importante, mas também não tinha conhecimento do trabalho de Jasper, com ambos seria como atirar no escuro. E agora? O que faria? Oh céus! Desejou com todas as suas forças que a Terra a tragasse naquele exato momento. Não estava conseguindo ser coerente em seus pensamentos com Edward tão próximo. Por que ele não tomava assento na cadeira dele? Tinha que ficar tão perto esperando a resposta? Podia sentir sua respiração quente vindo de encontro a sua.

            __ Isabella? Acorda! Além de chata sofre distúrbios mentais? Estou esperando sua resposta! – Edward percebeu o quão perto estava da garota, levantou num átimo e deu a volta em sua mesa permanecendo de pé do outro lado. Ela já estava controlada, não precisava prensá-la mais naquela cadeira.

            Petulante como era, empinou o nariz de traços finos e inquiriu ao arrogante, não permitindo que ele percebesse seu conflito interno:

            __ Posso saber o que leva o senhor a querer me ajudar? Nem sabe do que se trata o meu projeto.

            __Dependendo do tamanho do projeto, será um bom lucro. E nossa empresa ganhará mais credibilidade no mercado. Como deve ser de seu conhecimento, estamos começando agora. Então? Qual é o seu projeto?

            Mesmo que ela não o contratasse, estava se corroendo de curiosidade para saber que projeto era esse da patricinha. Devia ser uma casa luxuosa na praia de Malibu.

            __ Quem me garante que não vai atrapalhar meus planos?

            O belo rapaz de cabelos acobreados sentou-se em sua poltrona, colocou os braços sobre a mesa e encarou Bella com um olhar que transmitia confiança. Precisava convencê-la de que apesar das diferenças gritantes entre os dois, deixaria as desavenças de lado e assumiria o compromisso de ajudá-la. Necessitava do dinheiro para alavancar de vez a empresa, essa era uma oportunidade que não queria perder. Seria com Isabella Swan o mais profissional que pudesse.

            __ Eu não gosto de você. – ao ouvir isso Bella levantou ofendida e foi em direção à porta. – Senta aqui, eu não acabei. E a porta está trancada, ao menos que seja o incrível Hulk, você não conseguirá abri-la.

            __ Pensa o que senhor Cullen? Que ficarei ouvindo suas ofensas? Saiba que a recíproca é verdadeira.

            Edward atravessou a sala e mais uma vez pegou Isabella pelo braço, a jogou novamente na cadeira e voltou a sentar em seu lugar. Bella ficou sem reação, por isso não consegui levantar. Ela já sentia a dor pelo aperto do outro no seu braço.

            __ Em razão do sentimento negativo que tenho com a sua pessoa, quero fazer um acordo estritamente profissional. Vamos deixar nossas diferenças de lado pelo menos por enquanto, seja adulta ao menos uma vez na vida. Então, por que precisa dos nossos serviços? Vai construir uma casa?

            __ Veja bem senhor Edward Cullen, o fato de contar os meus planos, não quer dizer que te contratarei, terá que provar que será merecedor de realizar o meu projeto. Você terá que construir pelo menos três plantas diferentes, para que eu escolha.

            __ Que seja. – Edward respondeu impaciente coçando as têmporas. – Você não sabe do que sou capaz quando o assunto é a minha profissão. Só para constar, eu sou o melhor aluno da turma desde o começo do curso. Posso te provar isso.

            __ Não precisa me provar nada, eu acredito em você. – nesse momento os olhos verdes se arregalaram em surpresa. – O senhor parece ser daquelas pessoas que precisam provar para os outros que são os melhores para ter uma boa aceitação da família, dos amigos... Você me entendeu...

            Isabella havia pisado na ferida de Edward, a cobrança vinda do pai era a motivação para a sua total dedicação ao curso de Arquitetura. Como ela adivinhara isso?

            __ Se a senhorita continuar com... – antes que ele revidasse a provocação, foi interrompido pela voz feminina.

            __ Quero montar uma clínica odontológica. Não sei se é de seu conhecimento, mas eu curso Odontologia. Estou no quinto período. Formo no final do ano que vem. Como não voltarei para a casa de meus pais em New York, quero investir no meu negócio aqui em Los Angeles mesmo. Eu amo essa cidade, principalmente as praias. Além de ter clientes particulares, tenho planos de atender crianças carentes. – Bella percebeu como o Cullen ficou boquiaberto com suas revelações. – Ao contrário de você, eu tenho coração Cullen.  

            O homem ficara embasbacado. Era possível uma garota mimada, arrogante, egoísta e tantas outras coisas, querer ter o próprio dinheiro para não  depender dos pais e ainda ajudar os menos favorecidos? Finalmente tinham um ponto em comum. Sem contar que nunca imaginou que ela cursasse Odontologia, não combinava com ela. Trata-se de um curso difícil, é preciso tocar em cadáveres, pois ele bem sabia que todo curso voltado para a área da saúde ministrava a matéria de anatomia humana. Jurava que ela fazia Administração, para ajudar o pai, como ele. E as duas vezes que a tinha visto no campus ela não estava com as vestimentas brancas, mas era óbvio que ela deveria usar as roupas apenas nas aulas. Pela primeira vez Edward admirou Isabella Swan, diferente dele, que fora obrigado a cursar Arquitetura para dar continuidade aos negócios do pai, ela fez o que com certeza era o seu sonho. Não que o curso não agradasse Edward. Agora ele era apaixonado pela profissão, mas no início não foi bem assim. O dono de belos olhos esmeraldas foi tirado de seus devaneios com batidas irritantes vindas da porta. Reconheceu que era a irmã ao ouvi-la gritar impaciente.

            __ Ei Cullen, não vai abrir a porta? Estou te chamando há um bom tempo! – Bella percebeu que ele ficara meio aéreo de repente, com os olhos distantes. Deveria estar pensando em algum rabo de saia. Ora, mas o que ela tinha ver com isso? Absolutamente nada, concluíra.

            __ Edward Anthony Masen Cullen, se você não abrir essa porta agora eu vou chamar um chaveiro. O que está acontecendo aí dentro?  - Alice estava com os nervos à flor da pele, o acidente com a mãe de Jasper a deixou visivelmente abalada. Ela não cria que o safado do irmão estava comendo alguém em pleno expediente e com o sócio ausente por motivos de força maior. Quanta insensibilidade!

            Edward recobrou a consciência e rumou até a porta a fim de saber que raios a irmã estava fazendo alí. Ao escancarar a porta, se deparou com uma Alice completamente embasbacada. O que Isabella Marie Swan, estava fazendo com o SEU irmão naquele escritório?

            __ O que você está pensando Edward? Jasper ausente por conta do acidente e você se engraçando com essa daí? É muito difícil pensar com a cabeça de cima?

            __ Alice! Cale a boca, você não sabe de nada. Isabella está contratando os meus serviços, Jasper iria trabalhar para ela, mas aconteceu o acidente. Eu achei viável ajudá-la. Será bom para a empresa. – Edward arqueou sugestivamente a sobrancelha para a irmã, ele queria que ela percebesse que se ele trabalhasse com Bella, ela não precisaria se preocupar com o envolvimento dos dois.

            Isabella que estava calada até então, decidira que era hora de retirar-se, mas não sem antes provocar os irmãos Cullen:

            __ Como vê Alice, Jazz não poderá me ajudar, é lamentável. Mas tenho certeza que não faltarão oportunidades de trabalhar com ele. Você sabe, sempre precisamos do auxilio de um arquiteto. E quanto a você Sr. Cullen, faça as plantas, mostre-me que essa sua cabeça não está no pescoço apenas para enfeitar. Se provar que é bom de serviço, será contratado. – retirou da bolsa um papel e entregou a Edward. – Aqui está o endereço do terreno, para o caso de você querer conhecer antes de elaborar os projetos, eu ainda não o comprei, mas o negócio está praticamente fechado. Assim que estiver tudo pronto me procure na universidade, mais precisamente no prédio onde estudo. Passar bem.

            Os dois irmãos observaram a arrogância em pessoa se ausentar da sala e rumar para o seu belo carro que a aguardava na rua.

            __ O que foi tudo isso Edward? Desde quando você se presta a ajudar essa gentinha?

            __ É pela empresa Alice. E por você também. Se esses dois trabalhassem juntos ia acabar em merda. Você ia perder o Jasper de vez.

            __ Por quê? Ela tão mais bonita que eu assim?

            __ Eh... – Edward coçou a nuca visivelmente embaraçado. – É claro que não. Mas ela realmente chama a atenção.

            __ Então você também se rendeu ao feitiço de Isabella Swan? Cuidado irmãozinho, ela pode te deixar na sarjeta, como a outra.

            __ Mais que porra Alice. Para de falar coisas absurdas. Meu envolvimento com a insuportável é apenas por negócios. Aliás, o que você quer aqui? Se veio saber da mãe de Jasper ligue você mesma para ele. E agora vai procurar o que fazer. Eu preciso ficar sozinho, tenho que pensar no projeto da tal clínica. Eu preciso desse trabalho.

            __ Nossa, calma. Quer meus conselhos de novo?

            __ Sai daqui porra. – Edward gritou já cogitando a possibilidade de trancar a irmã amordaçada no banheiro. Deu graças aos céus quando ela saiu batendo a porta.

            Quando Alice se retirou, Edward se direcionou à sua poltrona, virou-se para a janela atrás de si e ao fechar os belos olhos verdes só via uma imagem: o apetitoso decote de Isabella Swan. Que merda! O que essa fedelha estava fazendo nos seus pensamentos? Ela não tinha esse direito. Maldita hora que resolveu usar aquela porra de roupa. Estava tão... Tão diferente que nem a reconhecera. Passou o restante da tarde concentrado nos projetos que mostraria para a patricinha. Que inferno! Por que aquela infeliz tinha que lhe exigir que fizesse três plantas diferentes? Se não estivesse precisando tanto do trabalho para alavancar a empresa, nunca que se ofereceria para trabalhar para aquela... Aquela garota chata. Assim que terminou o seu expediente - já tinha feito um projeto – rumou para aonde ia quase todas as noites depois que terminou com Tanya, - não que antes ele não fosse, ia com menos frequência - tirar sua tensão com uma vadia qualquer no Bordel de Irina. O boxe ficaria para depois, amanhã recompensaria a falta. Estava tão estressado que seria capaz de furar os sacos de pancadas da academia no primeiro soco que deferisse.

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            __ Então vocês vem nesse fim de semana? Estou me sentindo só, to carente. – Bella estava de pijamas de flanela cor de rosa e suas famosas pantufas de gatinho deitada em sua cama king size conversando com Angela. Tentava a todo custo convencer a amiga de vir a Los Angeles e trazer Lauren junto. 

            __ Bells, cadê o Riley, o Alex, Jonh? São seus amigos aí, eles tem que te dar atenção. Ou Riley está tão ocupado com Jane que vocês mal se vêem? A Nightfall não tem apresentação nesse fim de semana não? Sai com eles. Vai pra alguma boate curtir. Lauren e eu estamos atoladas com os trabalhos da faculdade e ainda estamos sem grana.

            __ Angie, se o problema é grana, eu pago as passagens, vocês vem amanhã à noite e vão embora domingo à tarde ou à noite. Os caras da banda tem os afazeres deles, namoradas... Não da para eles ficarem me dando atenção o tempo todo e o Riley além de estar ocupado com o estágio e trabalhos, a Jane não desgruda. Mas eu não reclamo, ele tem que viver a vida dele e ele realmente gosta da Volturi. O problema é que ela tem muito ciúme de mim.

            __ Vou ver o que posso fazer. – Angela respondeu pensativa, estava achando a amiga muito depressiva, cogitara realmente em ir até LA. – Mas sabe o que eu acho? Você deveria arrumar um namorado, há quanto tempo não dá um beijo na boca?

            __ Ah, faz bastante tempo... Mais de seis meses. Esses homens não estão valendo à pena. Quando são muito bonitos, pode saber, são uns cafajestes. – involuntariamente lembrou-se de certo rapaz de olhos verdes e cabelos bagunçados em um tom estranho de cobre. – Que saco! Sai da minha mente.

            __ Bells? Está falando comigo?

            __ Não Angie. Não é nada não. Estou pensando alto, só isso. – Bella ainda não tinha contado a Angela que havia conhecido algumas pessoas diferentes incluindo os irmãos Cullen. Queria contar pessoalmente, o assunto era muito complicado para falar por telefone. – Se vocês vierem amanhã, assistirão nossa apresentação. Faremos um show no Soho! Vocês vão adorar. Consegui convencer os caras a tocar algumas músicas da Avril Lavigne. Nosso repertório está bem diversificado, temos tocado alguns ritmos diferentes do rock. Como eu sou a vocalista, tenho tido prioridade na escolha das músicas.

            __ Belinha, só você mesmo para querer tocar músicas da Avril Lavigne, o pessoal deve ter pirado.

            __ Ah, nos ensaios as músicas ficaram bem legais, hoje quando saí de um compromisso que tive, fomos direto pra casa do Alex ensaiar. Passamos a tarde toda ensaiando, até as oito da noite. Eles gostaram de tocar as músicas da Avril! Você sabe, sou muito fã dela. Se vocês vierem, poderão conferir se as canções dela terão boa aceitação.

            __ Cara, você sabe ser persuasiva quando quer. Agora estou louca para ver você fazendo cover da Avril. Faz assim: eu falarei com a Lauren, qualquer coisa eu te aviso. E não precisa pagar nossas passagens...

            __ Angie, eu faço questão! Tenho dinheiro sobrando, to até querendo jogar um pouco fora.

            __ Isabella! – Angie fingiu ralhar com a amiga maluca. – Não queremos parecer aproveitadoras. Você nos empresta a grana das passagens, depois a gente te paga.

            __ Não precisa pagar, mas já que você insiste tudo bem. Contanto que venham é o que importa.

            __ Faremos o possível, agora boa noite mocinha. Senão sua conta virá uma fortuna.

            __ Já disse que...

            __ Eu sei, você tem dinheiro de sobra e não se importa nem um pouco com o valor da conta. Entenda Bells, eu não sei o que é ser rica como você. Até mais, fica bem. Amanhã eu te ligo para dar a resposta.

            __ Até mais Angie, boa noite. – Isabella respondeu com um sussurro, já sentindo a solidão a dominar outra vez. Queria falar com a mãe ou com o irmão, mas se ligasse para eles aquela hora, eles seriam capazes de vir de NY naquele exato momento caso percebessem que ela estava triste e se sentindo sozinha. Maria estava no apartamento de baixo, era aniversário do marido da vizinha. E Riley deveria estar dormindo, andava muito cansado, Bella não se sentia no direito de perturbá-lo naquele momento. Ele já cuidava tanto dela, precisava de um pouco de sossego. O jeito era rumar até a cozinha e se esbaldar com uma boa panela de brigadeiro assistindo um filme qualquer de comédia, definitivamente não se achava capaz de ver filmes românticos no momento, do jeito que estava, era capaz de chorar rios. O que isso Isabella? Desde quando ficara tão sentimental? Essa ideia de ficar sem homens não estava dando certo, deixara-a muito carente. O problema era que não aparecia ninguém que valesse a pena! Se Riley não tivesse namorando, até daria uns amassos nele. Ao pensar uma sandice dessas deu tapa na própria testa. Que maluquice! Cogitar a possibilidade de ficar com o melhor amigo e estragar a amizade?

            __ Ahhhhh, homens! Que droga! Amanhã depois do show darei um jeito nisso, vou agarrar o primeiro que aparecer na minha frente. O que a solidão não faz com as pessoas? Estou até falando sozinha.  – quase teve um AVC ao ouvir o telefone tocando. Quem poderia ser uma hora dessas? E ainda no telefone residencial? A maioria das pessoas a ligava no celular. Franziu o cenho quando não reconheceu o número no identificador, seria obrigada a atender para saber de quem se tratava.

            __ Residência de Isabella Marie. – imitou a voz de Maria, caso fosse alguém que não queria falar no momento, diria que a patroa (no caso ela mesma) não estava em casa ou estava dormindo. - Oi? Com quem gostaria de falar? – já ia desligando o aparelho quando ouviu uma voz que não imaginava ouvir nem em um milhão de anos.


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Notas finais do capítulo

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