Escolhas - Fred e Hermione escrita por penelope_bloom


Capítulo 62
Maldita General.


Notas iniciais do capítulo

*Jurosolenementequenãovoufazernadadebom*
UFA!
Gente,terceirão é o inferno viu?
Fiz esse cap bem tosco, mas no próximo eu JURO que melhoro *3*
bom, aproveitem...



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SESSENTA E DOIS:

[N/A: OWN vocês não tem noção de como eu amo vocês, cada review fofo. Bom, primeiramente, eu quero dizer que estou receosa quanto às inúmeras mensagens de ameaça de morte... isso que eu nem fiz nada com o Fred ainda. Segundo: giuguadagnini, seu avatar está me seduzindo DEMAIS... o que me lembra que estamos no mês de estreia do HUNGER GAMES, quem ainda não leu, leia! (falando nisso, que vontade de me matar, não consegui ir ver na estreia T-T)  Terceiro: ErikaSPoll, é o nome da pessoa que até agora mais chegou perto de descobrir o que é que a Hermione tanto quer descobrir mas não consegue, e ela que me deu a ideia para o sonho que a Mione vai ter nesse capitulo... palmas para ela *U*]

-Hermione!

Não sei bem o que aconteceu, mas sei que dois segundos depois de ter apunhalado a taça amaldiçoada, e aquele rebuliço da água da câmera secreta ter cessado, eu dei uma rápida risada para Ron, que me retribuiu, e no segundo seguinte, eu caí no chão, fraca e semi-inconsciente.

“Que empolgante não acha?”

Uma voz soou atrás de mim. Virei-me na direção da voz e pude vê-lo novamente. O Rapaz dos meus sonhos, aquele que tinha dois rostos na cabeça. Era o rosto maligno que falava agora.

“Isso é tão triste” o simpático falou falsamente.

“Uma noite tão bela, ainda há esperança para um futuro feliz, com crianças, uma bela tarde no parque, uma cesta de piquenique em uma toalha xadrez.” O rosto malvado voltou a ponderar.

“Solidão. Para proteger quem ama, esse é o caminho a ser seguido... Você sabe que nunca vai acabar... sua sina é a tristeza.” A voz meiga e suave sombriamente se mesclou à voz rude e ambos começaram a falar ao mesmo tempo.

 “Está tão perto... Tão perto...” ambos sussurravam repetidamente, formando um chiado agonizante, e suas vozes gélidas e ásperas, quase ofídicas, serpenteavam pelos meus ouvidos, gerando-me arrepios que iam da base da minha coluna e deslizavam escamosas até as articulações do meu maxilar.

O rosto simpático abriu um sorriso calmo.

“Há anos eu não presenciava uma indecisão tão interessante como essa” ele dizia de modo acolhedor e reconfortante “sua agonia me diverte tanto” seu tom de voz era macio e felino.

“Quem é você?” eu disse começando a ficar irritada. Afinal quem era(m) ele(s) para me aterrorizar com palavras assim? Por que eles faziam questão de implantar palavras sem sentido que semeavam dúvidas e incertezas? Por que eles me deixavam tão confusa?

Ambos os rostos sorriram.

Em um movimento elegante, longilíneo e alongado onde ele esticou os braços, desenhando longamente um arco acima da cabeça onde o encontro de suas mãos se deu com uma palma estrondosa.

Ele abaixou as mãos em forma de concha na frente do peito, com os cotovelos quase na mesma linha dos ombros e com um sorriso malicioso em ambos os lábios.

“Meu nome é Jano.”

Após dizerem, as mãos foram abertas e dali um pássaro saiu voando.

Um pardal, de tamanho regular que voou diretamente na minha direção. Por algum motivo fiquei aterrorizada, mas sem poder sair do lugar, até que finalmente o pássaro se chocou contra meu peito e se fundiu em minha pele. Se tornando parte de mim. Ele mexeu seus lábios e me disse algo. Algo terrível, que eu não queria acreditar.

...

-HERMIONE! – uma voz não tão gélida chamou pelo meu nome.

Abri os olhos assustada, mãos no peito, como se procurasse indícios que um pardal recentemente tivesse se chocado ali. Ele tinha me dito algo, eu precisava me lembrar. Mas não conseguia. Parecia que eu escutava sua risada, se divertindo, manipulando a minha mente para que eu não lembrasse o que havia de tão importante.

Algo sobre uma escolha. Uma decisão cruel.

O ruivo em minha frente me segurava apelos ombros, praticamente sustentando-me em pé.

- Rony... –eu disse regularizando minha respiração. – o que houve? – perguntei confusa.

-Eu não sei, você simplesmente desmaiou por dois segundos.

Sacudi a cabeça e me recompus, tomando o controle do meu corpo e colocando minha máscara de general.

- Certo. Nós temos que ir. – eu disse séria. – vamos pegar algumas presas de basilisco, e levá-las para Harry o quanto antes.

- Você realmente está bem? – Rony disse segurando em meu braço.

Olhei para sua mão em meu braço, e então uma imagem me passou pela cabeça. A imagem em que eu sonhara muitas vezes. Eu e Ron, juntos. Quem sabe daqui a alguns anos, eu e ele, juntos levando nossos filhos para a estação 9 ¾ sorridentes, ao lado de Harry e Gina. Na mais absoluta paz, vendo nossos filhos partirem juntos no mesmo vagão que nós costumávamos sentar, assistindo-os irem rumo a Hogwarts. Eu e Rony casados, com família.

Hoje, aqui na câmara secreta, nas entranhas de Hogwarts, perante a estátua de Salazar Slytherin, nessa missão impossível de destruir Horcruxes, parece difícil acreditar que algum dia eu já sonhei com isso.

Hoje, eu sequer consigo imaginar uma vida ideal. Tendo Fred está mais do que bom.

Na verdade, eu tenho um sonho meio estranho, que me faz rir toda vez que o imagino: Quem sabe eu tenha gêmeos? Duas miniaturas de Fred. Serão ruivos que nem ele. Ou ruivas.

E terão a risada mais gostosa do mundo. Que nem o meu Físico.

E ter essa imagem na minha cabeça fez com que eu conseguisse me tranquilizar.

- Sim Rony. – eu murmurei – eu estou bem. – dei um passo em sua direção e rapidamente o abracei. Meio sem jeito e meio estabanada, ainda encharcada – obrigada por estar ao meu lado sempre.

Afastei-me dele e comecei a selecionar as pressas. Rony me olhava meio aturdido.

- Vamos seu cabeça de cenoura! – bradei – tem uma guerra nos esperando lá em cima!

Fred’s Pov

Aquilo estava uma zona. Rony e Hermione haviam saído para fazer alguma coisa, e assim que o fizeram cada um começou a fazer uma coisa. Uns treinavam, outros liam feitiços de proteção, alguns bolavam estratégia.

Kingsley, Lupin, Olívio Wood, Cátia Bell, Angelina Johnson, Alicia Spinnet, Gui e Fleur, e Meus pais. Todos tinham vindo ajudar.

- O que é isso? – a voz do nosso herói veio da porta. E lá estava ele, Harry e Luna, ambos abismados com o caos que reinava na sala precisa.

- Harry – Lupin foi falar-lhe. – explique o que está havendo.

- Voldemort está a caminho, eles estão protegendo a escola... Snape fugiu... O que vocês estão fazendo aqui? Como vocês souberam? – ele disse confuso.

- Mandamos mensagens para o resto da Armada de Dumbledore – eu disse dando de ombros - Você realmente não esperava que fôssemos perder a diversão, Harry, e a A.D. deixou que a Ordem soubesse e foi meio como uma bola de neve.

- O que vem primeiro, Harry? – perguntou George. - O que está rolando?

- Eles estão evacuando as crianças menores e todos estão se reunindo no Salão Principal para se organizar - disse Harry. - Estamos Lutando.

Houve um grande rugido pela escada, Harry foi pressionado contra a parede enquanto os outros minguados membros da Ordem, a A.D. e o antigo time de Quadribol de Harry passavam por ele, todos com suas varinhas em punho, pelo castelo principal.

- Vamos Luna – Draco chamou-a quando passou por ela, oferecendo-lhe a mão livre, a qual ela pegou e o seguiu pelas escadas.

Ver aquilo me deixou levemente chateado. Eu sequer tinha falado direito com a Hermione. Eu passei o dia inteiro preocupado, quase vomitando tamanho nervosismo, e hoje, quando finalmente a vi, ela estava séria, compenetrada. Era a general do Potter, durona e ágil.

Afastei aqueles pensamentos. Estávamos em uma guerra, não tinha tempo para questões amorosas agora.

Se bem que ela podia ao menos ter me dado tchau antes de sair correndo da sala precisa com Rony. Ao menos ter me dirigido o olhar e eu já estaria feliz. Agora eu estou me sentindo estranho. Se eu morrer, eu nem ao menos lhe disse tchau.

A multidão foi diminuindo. Somente um pequeno grupo ficou para trás na sala precisa e Harry ficou entre nós. Mamãe ralhava com Gina. À sua volta, permaneceram Lupin, Jorge, Gui e Fleur.

- Você é menor de idade! - Minha mãe berrou, tirando-me de meus devaneios. - Não vou permitir! Os garotos tudo bem, mas você, você tem de voltar para casa!

- Não vou! - O cabelo de Gina esvoaçou enquanto ela puxava seu braço do aperto da minha mãe.

- Sou da Armada de Dumbledore...

 -Um grupo de adolescentes – minha mãe ridicularizou, brava e inflexível.

Aquilo me irritou, e pela cara de Jorge, ele também não gostou do comentário.

- Um grupo de adolescentes que se arriscou bem mais do que qualquer um de vocês. – eu ralhei. – e se não fossemos nós, vocês nunca conseguiriam sequer entrar no castelo! Sequer saberiam que Harry está aqui.

-Ela tem dezesseis! - gritou a Minha mãe gritou. - Ela não tem idade suficiente! No que vocês dois estavam pensando quando a trouxeram com vocês...

Engoli em seco. No que eu estava pensando? Bem sinceramente, não é por que ela é minha irmã, mas Gina é uma das bruxas mais letais que eu conheço, e além do mais, ela disse que eu me arrependeria se eu não levasse.

Ela ameaçou castrar a mim e a Jorge.

Digamos que por forças maiores ela teve que vir junto.

- Mamãe está certa, Gina - disse Gui gentilmente. - Você não pode fazer isso. Todos os menores de idade terão de sair, é o certo!

- Não posso ir para casa! - gritou Gina com lágrimas de raiva saindo de seus olhos. - Minha família inteira está aqui, não posso ficar esperando lá sozinha sem saber e...

Ela buscou o olhar de Harry, implorando por ajuda, mas o garoto simplesmente virou o rosto.

Acho que ele queria protegê-la. Ela é claro apenas se irritou e começou a ficar com o rosto da cor dos cabelos.

- Ta - disse ela, encarando a entrada do túnel que levava ao Cabeça de Javali como se aquele fosse o caminho para o Tártaro - Direi adeus agora, por enquanto e...

Houve uma batida alta e confusa. Alguém mais subia com certa dificuldade pelo túnel, cambaleante e caindo. Ele se arrastou vagarosamente para a cadeira mais próxima, olhou ao redor assimetricamente pela margem dos chifres de vidro e disse.

- Estou muito atrasado? Já começou. Eu acabei de descobrir, então eu…eu… - Percy parou de repente em silêncio. Evidentemente ele não esperava encontrar com toda a sua família reunida na sala precisa.

Naquele instante, eu congelei. Tive vontade de voar no pescoço daquele ruivo idiota, tive vontade de estrangulá-lo, afogá-lo na privada, arrancar seus cabelos com um aparador de grama, depilar sua sobrancelha com cera quente e ainda jogar óleo fervente nele.

Meu peito se comprimiu.

Eu passei semanas mal, sentindo a falta deste imbecil quando ele sumiu de casa.

Só Merlin sabe quanta falta eu senti desse animal ‘engomadinho’.

Senti falta de suas broncas. De suas críticas à mim e a Jorge. De seu tom resmungão que nos mandava parar de brincar e crescer. Do seu jeito dedo-duro. De poder aprontar com ele no meio da noite, estourando uma bomba de bosta no seu quarto.

Senti falta de acordar e dar bom dia à ele, enquanto ele fazia questão de dizer o quão feio eu acordava. Senti falta de poder ir tirar dúvidas de física com ele.

 Houve um longo momento de um silêncio atordoante, quebrado por Fleur que se virou para Lupin:

- Então, como estar o pequeno Teddy? – ela numa tentativa transparentemente descontrolada tentando quebrar a tensão.

Lupin piscou para ela, alarmado. O silêncio entre a nossa família parecia se solidificar como gelo, imobilizando cada ruivo ali presente. Minha mãe olhava Percy, evitando de piscar, receosa que se o fizesse, ele fosse simplesmente se dissolver no ar. Para falar a verdade, eu também tinha medo.

- Eu...ah sim...ele está bem! - Lupin disse elevando sua voz. - Sim, Tonks está com ele... Na casa da sua mãe... Aqui, eu tenho uma foto – Lupin disse de forma irregular, tirando a fotografia do bolso de sua jaqueta e mostrando-a à Fleur e Harry.

Eu já havia visto a foto, era um bebê muito bonito, pele rosada, com um tufo de cabelos rosa Pink.  Se bem que naquele momento sequer consegui prestar atenção nas palavras de lupin.

Eu não sabia o que tinha mais vontade de fazer: quebrar o nariz do meu irmão, ou ir até lá abraçá-lo.

Quem sabe se primeiro eu o socasse e depois o abraçasse...

- Eu fui um idiota! – Percy rugiu tão alto que Lupin quase deixou cair a fotografia e acabou por interromper meu pensamento. – Eu fui um idiota, pomposo e orgulhoso, eu fui um...um...

- Um amante do ministério, um destruidor de família, um grandessíssimo imbecil! – eu disse finalmente encontrando a minha voz, e forçando-me para sair daquele gelo.

Percy engoliu secamente, desviando os olhos envergonhados.

- Sim, eu fui um amante do ministério, um destruidor de família, um grandessíssimo imbecil!

- Bom, se você que é o gênio da família diz, quem sou eu para discordar? – eu disse oferecendo minha mão ao meu irmão.

Guardaria o soco para mais tarde. Talvez eu espalhasse cupins pela sua cama. 

Ele a aceitou, saindo finalmente do túnel. Não me contive o puxei para um abraço. Jorge fez o mesmo. E em seguida eu e minha cópia mal feita o esmagamos no meio de um abraço sanduiche.

Minha mãe caiu em lágrimas. Ela correu até nós e empurrou a mim e a Jorge para o lado, puxando Percy para um abraço apertado, enquanto ele dava leves tapinhas em suas costas, sem jeito com aquilo tudo e suas faces coradas. O tempo todo olhando para meu pai.

- Me desculpe, papai – disse Percy por fim.

Meu pai deu uma piscadela rápida, como se acordando e retomando sua coordenação motora,  e então também correu para abraçá-lo.

- O que o fez ver a realidade, Percy? - perguntou Jorge.

- Já tenho percebido faz um tempo - disse Percy, limpando seus olhos sob os óculos com um canto de sua capa de viagem. – Mas eu tinha de encontrar uma maneira e não é tão fácil no ministério, eles estão prendendo os traidores o tempo todo. Eu fiz de tudo para contatar Aberforth e ele me deu a dica de que Hogwarts estava sob ataque, então, aqui estou eu! – ele dizia enrolado, claramente segurando as lágrimas.

- Bem, nós realmente esperamos que nossos monitores chefes liderem numa época como essa. – disse Jorge numa imitação perfeita do jeito pomposo de Percy. – Agora, vamos subir e lutar, ou todos os bons Comensais da Morte já terão sido pegos.

Eu ri abertamente. Eu estava... Feliz.

Sei que essa pode ser a nossa última reunião de família, mas ao menos se eu morrer, vou morrer sabendo que já xinguei o meu irmão e o abracei.

É melhor eu parar com esses pensamentos negativos. Não sei por que, mas é como se hoje fosse ser minha última noite. A cada rosto que vejo, me sinto bem por estar entre amigos, sinto como se estivesse me despedindo adequadamente de todos eles.

Não só para o caso de eu morrer, mas também se algum deles morrer.

- Então você é minha cunhada agora? - disse Percy, apertando a mão de Fleur enquanto eles se apressavam pelas escadarias com Gui.

- Vou com eles, nos vemos mais tarde certo? No telhado – Jorge disse parando ao meu lado.

- Certo. Eu já subo, deixe alguns comensais para mim – brinquei.

- Jamais! Pegarei todos para mim! – ele respondeu enquanto começava a ir em direção aos outros.

- Olha que o Lino vai ficar com ciúmes. – respondi.

Ele apenas gargalhou e desceu correndo atrás dos outros, alcançando Percy e bagunçando seus cabelos.

- Gina! - bradou minha mãe atrás de mim, quase me fazendo enfartar.

Gina havia aproveitado a distração com a reconciliação, para disfarçadamente também descer as escadas de fininho.

Tive que me controlar para não rir da sua cara de: “Merda, faltou tão pouco!”.

- Molly, o que você acha disso – disse Lupin. - Porque a Gina não fica aqui? Assim pelo menos ela estará presente, sabendo do que se passa, mas não estará no meio da luta.

- Eu… - minha mãe hesitou.

- É uma boa ideia - disse o Sr Weasley firmemente. - Gina, você fica nesta sala, me ouviu?

Gina pareceu não gostar nem um pouco da idéia, mas sob a olhar extremamente forte e incomum do meu pai, ela concordou. E então,  minha mãe e meu pai saíram da sala, correndo rumo ao grande salão.

 - Onde estão Ron e Hermione? – Harry perguntou.

- Eles disseram algo sobre o banheiro - disse Gina - não muito depois de você sair.

É. Eles haviam ido para sei lá onde.

Bufei, e sem mais palavras saí daquela sala.

Eu me sentia irritado e impotente. Era ridícula essa mania que Hermione tinha de me proteger.

Contudo, antes que eu pudesse sair da sala precisa senti um par de braços se fechar em minha cintura.

- Tchau né? – era Gina que me apertava fortemente.

Pisquei algumas vezes, e senti meu rosto corar.

Eu estava tão irritado com a castanha, que quase fui para uma guerra, sem me despedir da minha caçula.

Virei-me de fronte a ela, e baguncei seus ruivos cabelos.

- Eu sei que daqui a pouco você vai estar lá no salão, quer a mamãe queira quer não, então: até daqui a pouco.

Ela apenas ria-se e murmurava algo como: “Pode apostar que sim”

Comecei a andar pelos corredores, passando os dedos pelas paredes e ouvindo os sons dos meus passos reverberarem até meus ouvidos. Doía-me pensar que Hogwarts se tornaria um campo de batalha.

Doía-me pensar que o corredor onde Jorge e eu tantas vezes estouramos bombas de bosta no Filch, hoje, seria o cenário da morte de alguém.

Doía-me pensar que nestas escadarias, ao invés de alunos correndo, brincando, haveriam pessoas, fugindo e se matando.

Doía-me pensar, que hoje, não apenas correria a água da chuva pelas paredes do castelo, e sim sangue.

Detestava pensar a quão bagunçada minha escola ficaria, pois era como se entrassem em mim e me bagunçassem.

Aofinal, eu estava como a escola.

Pode não parecer, mas é difícil, depois de anos e anos de bom humor e brincadeiras, ter que partir para algo tão sério como a guerra.

É eu entendia o quão confusa Hogwarts devia estar.

Do nada, trocar risadas e brincadeiras, por mortes sanguinolentas.

Cheguei ao salão principal e me deparei com o caos. Figuras peroladas flutuavam de um lado ao outro, alguns ajudando na evacuação, alguns ainda meio perdidos com cara de sono.

Todos os olhos, vivos ou mortos, estavam fixados na Professora McGonagall que estava falando da plataforma elevada ao topo do Salão. Atrás dela estavam os professores que permaneceram inclusive o centauro, Firenze e os membros da Ordem da Fênix.

- ... evacuação será acompanhada pelo Sr. Filch e pela Sra. Pomfrey. Diretores, quando eu der a palavra, vocês irão organizar suas Casas e comandá-las, em perfeita ordem para o local de evacuação. – ela dizia com uma voz de comando forte, que irritantemente me lembrava uma certa sabe-tudo que eu conhecia muito bem.

- E se quisermos ficar e lutar? – Mcmillan gritou do fundo da mesa da grifinória. Alguns grunhidos de aprovação ecoaram pelas mesas da Grifinória, Lufa-lufa e Corvinal.

- Se você for maior de idade, pode ficar. - disse Professora McGonagall tentando disfarçar o choque.

- Onde está o Professor Snape? - gritou uma menina da mesa de Sonserina.

- Ele teve que tirar um folga. - respondeu Professora McGonagall e uma grande alegria estourou das mesas de Grifinoria, Lufa-Lufa e Corvinal.

- Nós já colocamos proteção ao redor do castelo - dizia Professora

McGonagall - mas é provável que não vá segurar por muito tempo a menos que nós a reforcemos. Então, eu lhes peço que andem depressa e calmamente, como seus diretores fizerem e...

Mas suas últimas palavras foram cortadas por uma voz diferente ecoou no Salão.

 Era alta, fria e clara. Não havia como dizer de onde veio. Parecia vim das próprias paredes. Ou pior. Parecia que era sussurrada em seu ouvido, parecia que era possível sentir o bafo úmido em minha orelha. Uma voz cruel que arrepiava-me da base da coluna até meu último fio de cabelo.

"Eu sei que vocês estão se preparando para lutar. Seus esforços serão inúteis. Vocês não podem me derrotar. Eu não quero matá-los. Eu tenho grande respeito pelos professores de Hogwarts. Eu não quero derramar sangue mágico."

Havia agora um silêncio no Salão, o tipo de silêncio que incomoda, que parece ser muito grande para ser contido pelas paredes.

O tipo de silencio que parece que vai explodir seus tímpanos de tão alto.

Alunos caíam no chão, com as mãos nas orelhas, apavorado, olhando freneticamente ao redor.

Devo admitir, eu mesmo estava receoso de inclinar minha cabeça e me deparar com alguém debruçado sobre meus ombros, murmurando em meus ouvidos.

"Entregue-me Harry Potter e nenhum de você será machucado. Entregue-me Harry Potter e eu deixarei a escola intacta. Entregue-me Harry Potter e vocês serão recompensados. Vocês tem até a meia-noite."

O silêncio engoliu todo o Salão novamente. Todas as cabeças se viraram, todos os olhos estavam em Harry, como se pudessem segurá-lo através de milhares de vigas invisíveis. Então uma menina levantou-se da mesa de Sonserina.

- Mas ele está ali! Potter está ali. Agarrem-no! – obviamente a garota era ninguém menos que Pansy Parkinson.

Antes de o Harry pudesse falar, havia um imenso movimento. Os alunos da Grifinória em sua frente haviam levantado e estavam encarando, mas não Harry, e sim os alunos da Sonserina.

Eu fui um dos primeiros a voar na frente de Harry sacar minha varinha e olhar ferozmente para todos que de verde estavam trajados.

Meu dia estava sendo horrível, e eu queria ver quem seria o Sonserino louco de tentar encostar no Harry.

Então os alunos da Lufa-Lufa levantaram, e quase no mesmo momento, os alunos da Corvinal, todos eles de costas para Harry, e olhando direto para Pansy, e varinhas saindo de todos os lugares, puxadas de baixo das capas e de debaixo de manga, sendo apontadas diretamente para Pansy e alguns sonserinos.

- Obrigada, Senhorita Parkinson - disse Professora McGonagall em um tom seco, não lhe dirigi oolhar, estava rígido com meus olhos cravados na morena Sonserina. Mais precisamente em sua jugular. - Você deixará o Salão primeiro com Sr. Filch. Para que o resto da sua Casa possa segui-la.

E então começou uma grande movimentação, em que os alunos começaram a sair do grande salão.

- Corvinal, siga-os! - gritou Professora McGonagall.

Lentamente as quatro mesas se esvaziavam. A mesa da Sonserina estava completamente deserta, (isso sem contar Zabini que estava plantado no meio dos grifinórios ao lado de Draco) mas vários alunos mais velhos da Corvinal permaneceram sentados enquanto os seus companheiros saiam; ainda mais alunos da Lufa-Lufa ficaram sentados e a metade da mesa da Grifinoria permaneceu em seus assentos, mas foi necessária a descida da Professora McGonagall da mesa dos professores para expulsar os alunos menores idade do Salão.

- Absolutamente não, Creevey, vá! E você, Peakes! – os professores tentavam arrastar o pequeno loiro que chorava e esperneava, insistindo que ficaria e lutaria ao lado do Harry.

- Onde estão Ron e Hermione? – Harry disse brotando do meu lado novamente. Eu agora estava na mesa da grifinória em pé, ao lado dos meus parentes ruivos.

- Você não os achou -? - começou Meu pai, parecendo preocupado.

Mas ele foi cortado quando Kingsley desceu plataforma elevada para falar com aqueles que haviam permanecido.

- Nós temos apenas meia hora até a meia-noite, por isso precisamos agir rapidamente. Um plano de batalha foi decidido entre os professores de Hogwarts e a Ordem da Fênix. Professores Flitwick, Sprout e McGonagall vão levar grupos de lutadores até as três torres mais altas - Corvinal, Astronomia, e Grifinória - onde eles terão uma observação boa e posições excelentes para trabalhar feitiços. Enquanto isso Remo - ele indicou para Lupin – Arthur – ele apontou para meu pai que estava sentando à mesa da Grifinória a minha frente - e eu levaremos grupos pelo primeiro andar. Nós precisaremos alguém para organizara defesa das entradas e das passagens da escola e...

Passagens. Aqui residia a palavrinha que me fazia sentir-me mais esperto que Hermione, e mais especialista do que qualquer outro.

Essa era minha escola. E se havia alguém que conhecia essa escola, esse alguém era eu. E a minha cópia malfeita.

- Parece um trabalho para nós. – eu disse indicando a mim e meu gêmeo, recebendo um aceno de aprovação de Kingsley .

– Sim, Hermione já tinha sugerido isso mais cedo. Genial. Certo, líderes subam aqui e nós dividiremos os grupos... – ele continuou a falar.

E a minha irritação só fez crescer.

Sabe-tudo irritante.

Sempre dando uma de general.

Quando ela vai aprender a confiar em mim?

Eu queria ao menos poder beijá-la antes de a guerra ter início.

E quando dei por mim, já marchava enfurecido rumo ao telhado, Jorge falando algo sem importância ao meu lado. Eu sabia que estava em guerra e não havia tempo para questões amorosas, mas a única coisa que fazia sentido e prevalecia em minha mente, era uma voz profunda e amarga que praguejava aos quatro ventos:

Maldita general do Potter!


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Notas finais do capítulo

Tchan tchan...
cara, se preparem, por que AGORA sim,as coisas vão começar a esquentar ;)
MUAHAHAHAH''
Maaas por hoje é tudo pessoa ")
*Malfeitofeito*