Escolhas - Fred e Hermione escrita por penelope_bloom


Capítulo 63
Treasures & Trash


Notas iniciais do capítulo

*jurosolenementequenãovoufazernadadebom*
GOMENASAI!!!!
GENTE VOCÊS NÃO TEM NOÇÃO DE COMO AS COISAS TÃO CORRIDAS, MAS EU NÃO ESQUECI A FIC VIU?
Eu consegui adiantar os exercícios nesse feriado de páscoa e consegui escrever essa cap pra vcs... FELIZ PÁSCOA by the way - atrasada...
Enfim.
AnandaC, Muito obrigado pela sua recomendação, AMEI#
E Boas vindas à MissRebelde leitora nova e fremaníaca com seu BIG review ^^
Bom, chega de falar, aproveitem!



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[N/A:  DannyCullen, jak mione potter, Raquel AMEI o review de vcs, sério, me matei de rir e de chorar com eles, obrigado pela paciência com essa escritora relapsa. giuguadagnini Mais uma vez, morri de tanto rir com seu review, eu só pude ir ver Hunger Games Sábado, aliás, quem ainda não leu/assistiu,VALE MUITO A PENA! OK, agora eu parei de Blá³]

SESSENTA E TRÊS:

Eu corria ensandecida ao lado de Rony. A mensagem de Voldemort ainda ecoava em meus ouvidos, bem como aquele zunido estranho em minha cabeça.

Do lado de fora das janelas era possível ver os feitiços que protegiam Hogwarts cada vez mais espessos, como se uma gosma fosse sendo derramada sobre uma cúpula invisível.

E então, correndo ruivamente ao fim do corredor eu os vi. Junto é claro de um certo moreno maroto.

- Fred. – chamei-o sentindo um aperto no peito, e o familiar remexer de tripas em meu ventre. Eu não podia simplesmente observá-lo ir. Era uma guerra, e eu devia ser mais forte, mas a simples ideia de partir sem lhe dar um último beijo era desesperadora. – Fred! FRED! – Gritei com toda a força que consegui.

Ele parou, freando também o irmão ao seu lado que por sua vez quase esgoelou Lino, puxando-o pela gola de sua camisa.

Corri pelo corredor, em meio aquele reboliço de quadros bem no momento em que os ataques comensais começavam a se embater contra a cúpula de feitiços protetores.

E então, choquei-me bruscamente contra o corpo quente do ruivo e ofegante, sentindo seus braços ao meu redor e sua respiração descompassada em meus cabelos, enquanto meu peito subia e descia em um movimento frenético.

- Sua idiota, retardada, imbecil, general, durona e maldita! – ele me xingava entre beijos no topo da minha cabeça e uma irritação crescente na sua voz. – onde você estava?! – ele esbravejou segurando meu rosto em suas mãos.

Peguei fôlego para tentar lhe resumir, mas não tive sucesso.

 Em menos de meio segundo os lábios do ruivo estavam selados aos meus, em um beijo apressado, atrapalhado, preocupado, desesperado.

- Não, depois você me conta, eu agora estou meio sem tempo. – ele disse com seus olhos radiantes, sorrindo largamente ainda com meu rosto entre seus dedos. – só queria te dizer uma coisa.

Tive que rir também.

- O que você queria dizer, sua lombriga ruiva? – eu disse tendo a consciência periférica de Rony me apressando ao meu lado, enquanto Lino resmungava algo sobre irmos arrumar um quarto.

- Na verdade eu só queria te xingar por ser uma perfeitinha irritante mesmo. – ele deu de ombros.

- Você não é nem um pouco fofo sabia? – eu sorri. – namorados deviam ser fofos.

- Nááá... – ele estalou a língua – Fofo não tem graça, eu gosto de ser original. – ele diminuiu um pouco o sorriso. – Mas agora falando sério... Eu quero que você saiba que eu te amo. – ele estava agora muito sério.

- Não... –eu sussurrei.

- E não importa o que aconteça hoje, você foi a melhor coisa que já aconteceu na minha vida...

- Não! – eu me exasperei, interrompendo-o. – eu não vou ter essa conversa de despedida! Eu não vou dizer que te amo, e não vou deixar você me dizer adeus! – senti meus olhos começarem a querer arder. Reprimi as lágrimas com algum sucesso. – eu te proíbo de morrer Fred! Eu vou te buscar no inferno!

“Que agressividade” ouvi Lino cochichar longinquamente.

“Cala a boca que já, já, ela vai se irritar e quem vai fazer uma excursão no inferno é você.” Rony murmurou.

E vai ser de castração pra pior.” Jorge complementou.

Fred se inclinou sobre mim novamente, me fechando em um casulo com seus braços, beijando-me rapidamente.

“Isso lá é hora para agarração?” Rony murmurou.

“Hora? E o que é o tempo perto do amor? ” Lino poetizou.

“Nossa Lino, cala a boca.” Jorge deu um tapa no moreno.

“Profundo né? Peguei a frase de um anime...”


- Diz que me ama. – o ruivo sussurro, abafando tudo mais ao meu redor.

- Não... – eu respondi fracamente sentindo um soluço tentar escapar de meus lábios. – Não vou dizer nada. E se você vier com essa conversa de despedida, eu juro que quebro sua cara Fred.

- Eu te amo. – ele repetiu.

- HEM-HEM! – Rony praticamente se esgoelou ao meu lado, fazendo-me acordar pra a realidade.

Engoli novamente minha vontade de me agarrar ao ruivo, me debulhar em lágrimas, e me tornei sóbria e durona.

- Certo, temos que ir. – eu disse me afastando pesarosamente.

- Não vai mesmo dizer que me ama? – ele fez uma carinha de cachorro pidão.

- Golpe baixo hein seu Neandertal. – xinguei-o.

Ele rapidamente me roubou um beijo, sorrindo, enquanto Jorge e Lino tentavam arrastá-lo para longe de mim. O que apenas fez com que eu aproveitasse a brevidade do momento e aprofundasse ainda mais o nosso beijo.

- Não tenho culpa se você é uma Energúmena irritante.

- HEM-HEM! – Rony se esgoelava ao meu lado. – Oi! Desculpa, atrapalhar, mas meio que tem uma guerra acontecendo aqui!

Ele finalmente se separou de mim e deixou que Jorge e Lino o arrastassem pelo mesmo caminho que seguiam anteriormente.

- Bom Rony: Tchau. Hermione você ainda me deve aquela Mènage! – Lino arrastava o ruivo como se este fosse um saco de batata. Tive que sorrir.

- Eu te devo uma surra isso sim!- gritei-lhe.

- Vocês todos são definitivamente estranhos! – Jorge dizia em alto e bom som, desviando-se de um fantasma. – Mas bem, se eu morrer, saiba que você foi minha cunhada mais legal, e você foi um bom irmão Ron, quase o considero gente!

- VÁ SE FUDER JORGE! VOCÊ TAMBÉM COM ESSE PAPO DE EMO? – irritei-me.

- Eles ficam sentimentais quando estão perto de mim. – Lino respondeu.

- Claro que sim. – Jorge disse com um olhar de sedução.

- Lino sua gostosa. – Fred estalou-lhe um beijo na bochecha do moreno.

- Aqui não né gente... – ouvi Lino dizer pouco antes dos três, após um rápido aceno (e uma piscadela marota do meu ruivo) sumirem pelas escadas.

Rony segurava meu antebraço revirando os olhos e voltando a correr, me puxando com ela.

- Desnecessário. – ele murmurava – isso não foi nem segurar vela, foi mais segurar candelabro!

E então, eu ri. Eu tinha que admitir, ver Fred era terapêutico.

Eu ainda tinha a imagem dele, corado, suado, vermelho, ofegante, sorrindo, piscando-me ladino.

E essa imagem grudava em meus pensamentos como um parasita forte e insistente que se instala e contagia tudo que está ao redor, deixando-me como principal efeito colateral, esse sorriso besta, que certamente iria demorar a sair do meu rosto.

***

Ao longo do outro corredor, havia corujas em todos lugares, e Madame Nora assoviando tentava  bater nelas com suas patas, sem nenhuma dúvida tentando estabelecer a ordem. Gata idiota.

- Eu tive centenas de crianças passando por meu bar, Potter! – ouvi a voz de Aberforth logo a nossa frente. Puxei Rony entre a multidão de gente e me dirigi até o moreno.

- Estamos evacuando - Harry disse - Voldemort ... – e então ele finalmente nos avistou. Seu rosto se contorceu em um misto de ódio e alívio, enquanto por seus olhos passavam todos os tipos de xingamentos possíveis e imaginários.

- Onde diabos vocês se meteram? - Harry gritou.

- Câmara Secreta - disse o Ron, mais vermelho do que nunca. Eu sequer conseguia soltar um grunhido. Respirava ofegante, sentindo o peito a doer e minha garganta estrangular-se de tão seca.

- Câmara? 

- Foi o Ron... Foi tudo ideia... Dele! – eu disse ainda ofegante, tentando controlar minha respiração - Não é absolutamente brilhante? Lá estávamos nós, depois que você saiu, e eu disse a Ron, que até mesmo se nós acharmos a outra Horcrux, Não tínhamos como nos livrar dela. E então ele pensou nisto! O Basilisco! – eu embolava as palavras, entre uma tragada de ar e outra.

- O que? – Harry grunhiu confuso.

- Algo para destruir as Horcruxes - disse o Ron.

Os olhos de Harry foram aos objetos apertados nos braços de Ron e nos meus braços: grandes caninos curvados de um Basilisco morto. E então ele fez a sinapse.

- Como vocês entraram? – ele perguntou em um tom não mais tão furioso. – Precisa ser ofidioglota...

- Ele falou... Mostre para ele, Ron!

Ron fez um horrível assobiado e estrangulado barulho.

- É o que você fez para abrir o medalhão - ele deu de ombros simplesmente - Eu tive que tentar algumas vezes até acertar, mas no final conseguimos entrar lá.

- Ele foi demais! – eu disse por fim - Demais!

- Então... – Harry começou esperançoso.

- Então destruímos mais uma Horcrux, - eu completei a lacuna animada enquanto Ron mostrava-lhe os restos mutilados da taça da Lufa-Lufa.

- Hermione apunhalou isto. Pensei que ela devesse. Ela ainda não tinha tido o prazer de matar um pedacinho do coisa ruim.

- Genial! - gritou Harry.

- Não foi nada - disse o Ron. - Então o que conta de novo?

Enquanto ele falava, houve uma explosão acima: nós nos ressaltamos assustados, enquanto pó caia do teto e um grito distante ecoava.

- Eu sei como a tiara se parece e eu sei onde está, a Dama cinzenta me ajudou - disse o Harry, falando rapidamente. - Ele a escondeu exatamente onde eu escondi meu velho livro de Poções, onde todo mundo tem escondido coisas por séculos. Ele achou que seria o único que poderia acha-la.

Arrogância. Voldemort é o cúmulo da arrogância.

Agora, saindo da boca de Harry parecia extremamente óbvio. No fundo talvez, eu suspeitasse da sala precisa, mas me pareceu algo tão ridiculamente fácil que a muito tempo descartei essa ideia.

É Voldemort, parece que eu superestimei você.

Enquanto as paredes tremiam novamente, corremos pelos corredores rumo à Sala Precisa. Estava vazia com exceção de três mulheres: Gina, Tonks e uma bruxa velha que usava um chapéu roído pelas traças. Aquele chapéu inconfundível em que Snape – ou o bicho papão transfigurado em Snape – acabara usando na aula de DCAT do nosso terceiro ano, em nossa primeira aula com Remo. (Bons tempos.)

Aquela era a avó de Neville sem dúvida alguma.

- Ah, Potter - ela disse, como se ela tivesse esperando por ele. - Você pode nos contar o que está acontecendo?

- Está todo mundo bem? - disse Gina e Tonks disseram juntas.

- Pelo que sabemos, sim - disse o Harry.

- Ainda há as pessoas na passagem para o Cabeça de Javali? – eu disse meio afobada, cortando o momento troca de olhares entre Gina e Harry.

Eu tinha quase certeza que a Sala Precisa não poderia se transformar enquanto ainda houvesse pessoas dentro.

- Eu fui a última a passar - disse Sra. Longbottom. - Eu a selei, eu penso que não seria inteligente deixar a Sala aberta agora que Aberforth deixou o bar dele. – ela disse com um ar comicamente elementar- Você viu meu neto?

- Ele está lutando - disse o Harry.

- Naturalmente - disse orgulhosamente a senhora velha, ainda com seu tom óbvio dedutivo. - Com licença, eu tenho que ir ajudá-lo.

Com velocidade surpreendente ela trotou para fora, com uma pose de cavaleiro errante que muito lembrou-me Sir Cadogan. Acho que os dois juntos dariam um belo par.

Harry olhou para Tonks.

- Eu pensei que você estava com Teddy e com sua mãe?

- Eu não podia ficar lá sem saber - Tonks parecia angustiada. - Ela cuidará do pequeno Teddy. você viu Remo?

- Ele estava planejando conduzir pelo primeiro andar e... – Harry mal acabou sua frase e Tonks já se despedia as pressas, tropeçando nas palavras e nós pés.

- Gina - disse o Harry, - eu sinto muito, mas nós precisamos que você vá também. Só por um pouco. Então você pode voltar para dentro.

Gina olhou encantada para nós três.

- Aham, eu volto pra dentro sim. – ela disse saltitando até o moreno e dando-lhe um selinho sapeca – por isso eu te amo.

- Também te amo, mas Gina, seu pai que mandou...

Ela jogou seus braços ao redor do pescoço do moreno e cochichou-lhe algo, e logo em seguida, tinha uma ruiva grudada na cara do meu amigo descabelado.

Ele por fim acariciou o rosto corado da ruiva com o polegar.

- HEM-HEM!- Rony ‘pigarreou’ (certo que para isso quase expeliu sua traqueia e o resto do sistema respiratório).

A ruiva apenas desgrudou de Harry e foi correndo dar um beijo estalado na bochecha do irmão ciumento.

- A-assim que acabarmos você volta para dentro! – Harry gritou depois que dela correu logo atrás de Tonks. - Você tem que voltar para dentro!

As risadas de Gina eram tão altas e estridentes, que aposto, até mesmo Voldemort deve ter ficado curioso.

- Desnecessário... – Rony resmungou. – já estou evoluindo da fase de candelabro... Mais um pouco e eu vou segurar mais vela do que o céu de Hogwarts em véspera de Natal!

Tivemos que rir.

Eu me chicoteando mentalmente por não estar levando à sério um momento como aquele. Mas não tinha como. Com essas duas pestes ao meu lado pode estar o mundo explodindo: pelo menos uma piadinha para descontrair, há!

Outro grande estrondo fez com que voltássemos à realidade e saíssemos correndo pelo corredor, rumo ao sétimo andar, o local onde Harry havia escondido seu livro de poções.

A situação no castelo tinha se deteriorado severamente: As paredes e o teto estavam balançando mais do que nunca; o ar foi tomado de poeira, e através da janela mais próxima, os estouros de luz verde e vermelha estavam tão perto da base do castelo que eu sabia que Comensais da Morte deveriam estar muito perto de entrar no lugar.

Era possível sentir o bafo gélido e podre dos comensais em nossos pescoços, sentir suas garras incansáveis e fétidas em nossos calcanhares.

Em baixo do céu estrelado e adornado dos mais coloridos feitiços, Gope, o gigante, balançava-se arremessando pedras do tamanho de casas contra os comensais.

Chegamos à frente da tal parede. Aquela parede em que tantas vezes me serviu de refúgio.

“Um lugar para dormir”

Tinha sido a senha do ano passado para quando fizemos a nossa festa do pijama.

Ou foi ano retrasado?

Será que realmente aconteceu, ou eu apenas sonhei?

Não sei dizer, só sei que a sala mais uma vez atendeu aos nossos pedidos, e eu observei enquanto a porta de madeira entalhada em ferro se materializava em nossa frente.

- O Diadema tem que estar aqui dentro. Assim que nos livrarmos dele, será mais fácil nos livrarmos de Você sabe quem. – Harry disse com um tom de insegurança.

- Tudo bem – eu murmurei segurando a mão do garoto – nós vamos conseguir.

- Eu sei que sim...

O furor da batalha morreu no momento em que cruzamos a linha da porta e esta se fechou atrás de nós: Tudo estava em silêncio. Aquele era um lugar do tamanho de uma catedral com a aparência de uma cidade, suas paredes muito altas feitas de objetos escondidos por milhares de estudantes mortos há muito tempo.

Era sombrio e fantasmagórico, com objetos esquisitos, que um dia já foram considerados o tesouro de alguém. Olhar para cada uma daqueles artefatos era como ouvir um fantasma sussurrante que lhe murmura uma história, um segredo há muito enterrado e esquecido.

Era como se cada metro quadrado daquele lugar fosse a encarnação do ontem. 

Ali, no meio daquelas montanhas de tralhas, tesouros, segredos e lixo, eu sentia o passado bem vivo, remexendo-se e espreitando, curioso, olhando para nós.

Nunca pensei que um dia, ficaria com medo da Sala Precisa.

- E ele nunca se deu conta de que alguém pudesse entrar? - disse Rony, sua voz ecoando no silêncio, deixando tudo ainda mais assombroso.

- Ele pensou que fosse o único, - disse Harry. - Que mau pra ele que eu também tive que esconder coisas aqui... –

E então, o garoto moreno bruscamente parou, com seus olhos verdes fitando o vazio em sua frente.

- Eu acho que é aqui embaixo... – ele então começou a deslizar-se pelos corredores, como se o houvesse memorizado – vocês não estão ouvindo? – ele murmurou.

Detestada quando ele fazia isso. Detestava quando ele deixava que essa sua conexão com Voldemort aflorasse e simplesmente a seguia.

Óbvio que eu não ouvia nada, mas ele em compensação mais parecia ferro sendo atraído por um imã, levando-nos cada vez mais às entranhas de galerias adjacentes. Harry focou seus olhos em uma estátua que havia a uns dois metros e voltou a perder o olhar. Na cabeça da estátua havia uma belíssima tiara prata cravejada com belos cristais azuis.

E então repentinamente Rony me empurrou contra uma montanha de tralhas fazendo com que diversos livros caíssem sobre mim. Abri a boca para xingá-lo, mas não tive sucesso. Dois segundos depois flashes coloridos passaram exatamente no ponto onde eu estava.

- Ora se não é o trio maravilha? - Crabbe e Goyle tinham estado atrás de nós, ombro a ombro, as varinhas apontando certeiras para Harry.

Não tive coragem de tentar juntar minha varinha caída, ao menor movimento eu sabia que um feitiço viria certeiro em mim, e o simples pensamento de voltar a reviver aqueles delírios, ou levar um Crucio fazia com que o sangue abandonasse minhas pernas.

Coverde?

Experimente você ser torturado e depois venha falar comigo.

Harry riu, embora eu não conseguisse ver muito humor na situação. Afinal, por que alunos da Sonserina ainda estavam no castelo.

- Então, por que vocês dois não estão com Voldemort? - Harry perguntou claramente tentando ganhar tempo.

- Nós seremos recompensados - disse Crabbe. Sua voz era demasiado suave para uma pessoa do seu tamanho, como uma criança, a qual havia sido prometido um grande saco de doces.

- Eles voltaram Potter. Nós decidimos não ir. Decidimos levar você para o Lord das Trevas.

- Bom plano - disse Harry, sarcástico. Ele começou a, lentamente, ir até o lugar onde estátua estava.

Eu em um movimento sutil e felino apoiei meu peso sobre os livros deslizando sorrateiramente minha mão para a varinha que estava caída a alguns centímetros dos meus dedos, sobre uma pilha de livros, na altura da minha mão.

- Então, como conseguiram chegar até aqui? - perguntou, tentando distraí-los.

- Seguimos vocês, foi bem fácil, afinal ano passado Draco vivia nesta sala.

- Nós estávamos escondidos no corredor lá fora - sorriu Goyle. – e afinal, o que diabos seria um Didema?

- Santo Merlin, vocês são realmente imbecis. – Rony murmurou.

Aproveitei o momento de distração e me joguei para frente agarrando minha varinha, contudo, assim que o fiz, senti uma dor lacerante em meu couro cabeludo.

Crabbe havia agarrado meus cabelos e agora me suspendia no ar.

- Sua sangue ruim patética! – ele disse me sacudindo no ar como se eu fosse um travesseiro e logo em seguida torcendo meu braço atrás das minhas costas de modo que eu não conseguisse atingi-lo com minha varinha. – Já estou cansado de você.

Ele apontou a varinha para minha cabeça.

- Avada ...

- NEM PENSE NISSO! – Rony gritou com uma nota de desespero na voz apontando sua varinha para Crabbe.

Contudo o garoto gordo que era o dobro da minha largura me usou como escudo, e eu sabia que qualquer tentativa de Rony acertá-lo acabaria por me atingir.

Merlin sabe que eu vim o mais longe que consegui.

- Eu não sou importante, vocês tem que destruir o Diadema! Atire nele Rony! – eu disse.

- O que você pensa que está fazendo? – uma terceira voz surgiu ecoando pelos corredores macabros daquele lugar.

- Malfoy? – Goyle murmurou, alternando entre apontar sua varinha para Rony, Harry e agora o loiro que surgia atrás de nós. – O que faz aqui?

- Estou aqui pelo mesmo motivo que vocês seus idiotas.

O loiro estava coberto de poeira e girava a varinha nos dedos descontraidamente.

- Como se já não soubéssemos que você passou para o lado deles! Está até namorando a dilua.

Malfoy soltou sua tão familiar risada seca e desdenhosa.

- O Lorde mandou que eu me infiltrasse na ordem, que eu conseguisse a confiança do Potter. E a Luna foi apenas um meio para conseguir cumprir minha missão com êxito, ela é apenas uma lunática manipulável. Sou e sempre serei leal ao Lorde.

Ele falou com tanta naturalidade, que devo admitir que eu senti um gelo descer pela minha coluna. Draco não me trairia. Trairia?

- Papo furado! – Goyle disse lançando um feitiço em Harry, que felizmente conseguiu desviar. O feitiço acertou a montanha de livros atrás dele, fazendo com que a pilha instável de cadeiras viesse a baixo.

Draco fez um rápido aceno de varinha e desviou os objetos de Harry.

- SEU IDIOTA! Se você destruir a sala vai destruir o tal Diadema! – Draco disse alterado.

- Qual o problema? - disse Crabbe, dando de ombros - É o Potter que o Lord das Trevas deseja, quem se importa com um Dieduma?

- Obviamente deve ser algo importante, se não eles não estariam perdendo tempo aqui enquanto uma guerra estoura lá fora, ainda mais o testa rachada com sua mania de herói. – o loiro disse dando um passo a frente.

O momento que hesitação dos gordos sonserinos bastou.

- OLHOS! – O loiro berrou.

Obviamente Crabbe e Goyle não entenderam nada, mas o que eles não sabia era que treinávamos diariamente na casa das conchas, e tão logo Draco gritou e uma luz começou a irromper em sua varinha, eu, Harry e Rony cobrimos nossos olhos enquanto o loiro fazia o mesmo e um intenso clarão pegava os sonserinos desprevinidos com um feitiço que reproduzia praticamente uma bomba de luz.

Aproveitei o momento cegueira e dei uma cotovelada no garoto que era três vezes o meu tamanho, e saí correndo feito uma louca na direção de Draco, varinha firme entre os dedos.

Harry e Rony também correram, Harry tomando impulso e pegando uma tiara com belos cristais azuis que estavam sobre a cabeça de uma feia estátua, logo em seguida, sumindo pelos corredores de livros.

Crabbe e Goyle mesmo ofuscados pela forte luz, lançavam feitiços para todos os lado trazendo a baixo pilhas e pilhas de tranqueiras.

- Malditos! – ouvi Crabbe urrar.

- Hermione! – ouvi Rony me chamar.

O loiro corria ao meu lado, me guiando entre as pilhas e seguindo a voz de Rony.

- Rony! Harry! – eu respondia.

E então quando estávamos prestes a contornar uma pilha de cadeiras delicadamente equilibradas, Draco me puxou para o lado enquanto uma onda de fogo estourava no lugar em que eu estava momentos antes.

Quando achei que o susto tinha passado, o fogo voltou a se reerguer, como se fosse magma, ou um fogo mais denso, que se ergueu no formato uma águia gigantesca que apontava suas garras para mim e para Draco.

Voltamos a correr desesperados, fugindo daquele fogo que mais parecia ter vida própria.

- É hoje que eu junto os pés! Vou comer grama pela raiz! Chutar o balde se é que me entende! – Draco gritava e corria ao meu lado.

- A situação já tá bem ruim pra você dar uma de pessimista! – Ralhei.

- Bom, então sejamos otimistas... – ele entrou em um corredor me puxando com ele, despistando o fogo por uns dois segundos – Pelo menos vamos morrer rápido! – ele disse enquanto o fogo voltava a lamber o chão atrás de nós, destruindo tudo que tocava muito mais rápido do que o fogo comum faria.

Em determinado momento eu acabei por separar do loiro quando uma dessas ‘ondas incandescentes’ se estou bem entre nós, cada um correu para um lado.

Depois de mais alguns momentos de desespero encontrei Rony e Harry, Rony gritando aos quatro ventos sobre o quão idiota , e após mais alguns minutos correndo por eles Rony me puxou pela gola da camiseta quase me estrangulando.

- VASSOURAS! – ele disse como se tivesse descoberto a cura do câncer.

Eu já comentei que detesto vassouras? Pois é: eu detesto vassouras.

Mas como eu não estava em condições de escolher meu meio de fuga, bravamente montei na vassoura, dando um impulso grande e segurando firme até os nós dos meus dedos ficarem brancos.

- Cadê o Draco? – eu gritei para que Harry e Rony me ouvissem.

- Lá! – Harry apontou para uma pilha enorme de sucata que era consumida pelo fogo, e em seu topo, os três sonserinos subiam desajeitadamente.

O problema é que era do lado oposto da saída e também era o lado em que a fumaça negra era mais densa.

- Se eu morrer por causa dessa doninha eu juro que vou buscar ela no inferno só pra matar ele de novo! – Rony bradou.

 - Aguamenti! - Harry tentava sem sucesso apagar o fogo, mas o jato de água que saia da sua varinha evaporava-se no ar.

Chamas de tamanho anormal estavam perseguindo-nos, devorando partes da sucata, que se desintegravam com seu toque.

E foi então que me dei conta.

Fogo maldito. Dez vezes pior que o fogo grego. 70 vezes mais destrutivo.

Crabbe idiota tinha conjurado o fogo maldito e agora todos iríamos morrer tostados.

Chegamos na pilha de tranqueiras que oscilava instável, dragões se erguendo e caindo e se erguendo de novo, e os detritos dos quais eles se alimentavam estavam sendo lançados no ar para suas bocas dentadas; lançados para o alto pelos seus pés providos de garra, antes de serem consumidos pelo inferno de fogo. Malfoy segurava Goyle que parecia estar machucado, vi o momento em que eu e Harry mergulhamos juntos para buscá-los. Agarrei a mão do Malfoy que era mais leve, enquanto Harry sustentava um Goyle com metade da perna em carne viva desajeitadamente em sua frente.

Rony, porém, estava com problemas com o dragão de chamas que insistia em seguí-lo, enquanto um Crabbe desesperado gritava enquanto tinha parte do seu corpo sendo consumida pelas chamas.

Aproximei-me do gordo Sonserino, torcendo para não derrubar a mim e a Draco da vassoura, e estendi a mão para Crabbe.

Se eu o odiava? Obvio que sim! Mas digamos apenas que eu não sou capaz de deixar que um ser humano seja queimado vivo na minha frente.

- SEGURA MINHA MÃO! – eu disse com os olhos ardendo devido a fumaça, Draco atrás de mim tossia loucamente já quase sufocando.

O Sonserino sequer titubeou, agarrou minha mão e deu um impulso para se dependurar na vassoura, levei-o para longe das chamas.

Harry estava mais a minha frente com Goyle em sua vassoura e Rony começava a se aproximar de mim, estávamos quase na porta.

E eu estava quase caindo da vassoura. Crabbe era muito pesado e fazia com que a vassoura ficasse instável e pendesse para o lado, Draco tentava me dizer o que fazer, mas ele tossia muito. A fumaça também começava a me sufocar, quando estávamos a menos de dois metros de distancia da porta de madeira, senti algo se fechar ao redor do meu tornozelo.

Era Crabbe que me puxava para baixo. Se fosse Rony, Harry, Fred, Jorge, Draco, ou Lino, aquilo sequer teria feito cócegas, mas como era eu, que já estava quase caindo, caí de vez.

Draco felizmente, mesmo tossindo feito um filhote de cruz credo segurou-me pelo braço. Crabbe também despencou, segurando-se em meu tornozelo.

- Me ajude! – ele disse desesperado.

Chame-me de idiota, eu mereço. Pois lá estava eu, segurando o pulso do rapaz. Ele estava muito suado, e de última hora, já na frente da porta, sua mão escorregou, e eu observei o corpo cair, batendo em uma pilha de tranqueiras já chamuscadas. Seu corpo bateu bruscamente contra a quina de uma mesa derrubando boa parte de Tesouros e tralhas em cima dele com um baque surdo.

Seu olhar se perdeu, enquanto uma poça rubra se misturava a foligem e melava o rosto inexpressivo do jovem Sonserino, enquanto chamas englobavam-no, e o vermelho febril do fogo se misturava ao vermelho viscoso e sombrio do sangue dele.

Aquilo sem dúvida me chocou. Eu o matara?

E nesse momento de mal estar, a névoa densa ao meu redor, misturou-se a minha agonia, e uma forte ânsia me tomou, acabei por esbarrar contra a batente da porta, o que fez com que eu e Draco fossemos arremessados da vassoura.

Notei pela minha visão periférica quando Draco se levantou e foi ajudar Harry e Rony com Crabbe.

- Crabbe? – ouvi a voz de Goyle não muito longe de mim.

- Morreu. – Rony respondeu rispidamente.

Outro baque se fez. Provavelmente Goyle tinha desmaiado.

Não sei, ainda estava estirada no chão, fitando o teto acima da minha cabeça, digerindo a morte de Crabbe e brigando com meus membros para que eles me obedecessem.

- Hermione, você está bem? – um loiro surgiu no meu campo de visão, Draco me olhava preocupado.

Acenei com a cabeça e me forcei a ficar em pé, ignorando a vontade louca de vomitar que corria pelo meu peito e subia até a base da minha garganta.

A porta ainda estava aberta e lá dentro o fogo ainda consumia as enormes pilhas de tralhas e tesouros.

- Certo, Draco, você tem que levar o Goyle para a Minerva, ou colocá-lo em algum lugar em segurança e cuidar dessa queimadura na perna dele. – eu respirei profundamente, inalando o ar puro e eventualmente me afogando ligeiramente com a fuligem nos meus pulmões - Harry, o que é isso no seu braço?

- O que? Oh sim - Ele puxou a tiara de seu pulso e manteve-a levantada. Ela estava enegrecida com fuligem, mas ao olhar para ela mais de perto agora conseguia compreender as pequenas palavras gravadas acima dela: A Sagacidade além da Medida é o maior tesouro do homem.

Uma substância que parecia-se com sangue, escura e viscosa, parecia estar saindo da tiara.

Draco havia ajeitado o corpo de Goyle na vassoura, usando um feitiço de levitação e preparava-se para sair dali.

- Tomem cuidado. - Draco disse sério.

- Pode deixar. - foi Harry quem respondeu. - Hey Draco, você me assustou lá dentro.

Draco soltou uma risada genuina.

- Anos e Anos de mentiras deslavadas e especialização em manipulações me tornaram um ator de primeira! - ele fez uma reverencia como se estivesse em um palco.

- Certo vossa alteza, agora leve seu trazeiro real para longe daqui! - Rony revirou os olhos com um sorriso discreto nos lábios.

Draco acenou rapidamente para mim e deu impulso na vassoura, indo veloz pelo corredor.

Voltei novamente a atenção à tiara.Tomei-a das mãos de Harry, e com um impulso violento e fiz menção em atirá-la nas chamas infernais da sala precisa.

- O que você tá fazendo? – Harry segurou meu braço. – você sabe que o fogo não pode destruir uma Horcrux.

- Esse fogo pode. É Fogo Amaldiçoado. – eu lhe mostrei a tiara danificada.

Ele soltou meu braço. Eu arremessei o diadema entre as chamas vorazes e ímpias. Uma forte explosão se fez, enquanto  o fogo tomava proporções grotescas e assustadoras, como se estivesse vindo em nossa direção para se vingar, na forma das garras de um terrível e monstruoso dragão serpente.

Rony em um rápido movimento de varinha fechou a porta da sala precisa contendo o inferno lá dentro.

E ao longe, era possível ouvir, um grito estridente e agonizante, como se o fogo maldito estivesse lambendo com suas chamas meus tímpanos.

Simultaneamente, Harry fraquejou ao meu lado. Segurei-o evitando que este caísse no chão. Ele estava pálido e suando, com sua negra franja grudada na testa.

- Estou bem.

E foi então que finalmente eu entendi. O que a tanto me incomodava, a peça gritante que me tirara o sono.

Harry.

Ele tinha uma ligação com Voldemort, as Horcrux o afetavam mais do que a mim ou a Rony, e ele podia ‘ouvir’ elas, era como se fossem polos opostos que se atraíam. Senti minha respiração se intensificar, um frio descer da minha nuca até a base de minha coluna e me recusei a escutar as conclusões de minha mente.

Não, não é possível que ele fosse uma Horcrux. Não se pode ter uma Horcrux humana, certo?

Lembrei-me do livro que tanto me incomodara, e da minha alucinação. Se um pássaro pode ser uma horcrux, por que não um humano?

Eu tinha que acabar com isso logo, não podia deixar que isso afetasse Harry, mas do que já afeta. Me recusava a levar emconsideração a hipótese dele ser uma Horcrux.

- Se ao menos nós tivéssemos a cobra. – eu murmurei.

- Então estaríamos a um passo de – Rony começou a resmungar.

E Então um estrondoso barulho interrompeu Rony. Os comensais haviam finalmente entrado em Hogwarts.

- Eu tive uma ideia. – Harry murmurou se levantando do chão com um tom de urgência na voz.



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Notas finais do capítulo

TCHAN TCHAN!!
Capítulo que vem, tem morte... MUAHAHAHAHAH''
Quem será que morre: Fred, Snape, Lilá, Molly, Gina, Remo, Tonks... ou todos?
MUAHAHAHAH''#bichamá!
Parei, antes que um avada me acerte...
Ah, e eu queria agradecer aos inúmeros crucios e avadas que tenho recebido ultimamente, além das bombas que tem chego aqui em casa... EU NEM MATEI NINGUÉM E JÁ TÁ ASSIM A COISA, NÃO QUERO NEM VER NO PRÓXIMO CAP... Ç.Ç
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OK
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Por hoje é tudo pessoal ^-^
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*Malfeitofeito*