Escolhas - Fred e Hermione escrita por penelope_bloom


Capítulo 55
Dreams come True.


Notas iniciais do capítulo

Oi oI
Postando rapinho, escrito daqui de floripa... Postei e já vou sair correndo pra fazer uma aula de Box com minha amiga...
BEIJOS
Enjoy



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CINQUENTA E CINCO:

Pov’s Hermione

Madrugada de 30 de dezembro.

Dias para o fim da caçada: 3

Ele estava em um estado miserável. E a culpa era minha. Se eu não fosse tão petulante, tão provocativa.

Eu tentava lutar para me libertar, e ocasionalmente senti o aperto do comensal que me segurava afrouxar, e eu consegui me lançar sobre Rony, que sangrava e gemia, encolhido, recebendo os feitiços.

Logo em seguida Voldemort andou até mim, esbofeteando-me e gritando raivosamente, coisas que eu já não escutava.

Dois comensais vieram até mim, e voltaram a me segurar.

Onde está o Potter?

 Onde está ele?

 Vamos, diga, o que sabe da resistência?

Diga-me onde está o Potter?

Ele achava que a coisa que eu não queria lhe mostrar – a profecia – era algo relacionado com um grande plano do Harry para tirá-lo do poder.

De relance vi Draco perto da porta, ele estava com sua varinha em mãos quando lhe dei um leve aceno negativo. Eu não suportaria vê-lo torturado também.

Eu estava beirando a inconsciência quando algo aconteceu.

Não sei o que foi exatamente.

Mas assim que Voldemort tocou meu rosto, para bater-me mais uma vez, senti um calafrio diferente. Ele também sentiu.

E por breves momentos, foi como se ele assistisse a um filme. Congelou, e o silencio pairou sobre nós. O cheiro de sangue que impregnava a sala, o gélido ar da madrugada, e o som longe da coruja que atravessa o negro véu da noite.

- Senhorita Granger... – ele disse por fim. – Acabo de ter uma intromissão curiosa em meu destino, uma peça me foi apresentada... Para quando? – ele diz sorridente.

Com uma careta de confusão, eu me silencio, não fazendo idéia do que ele fala. Contudo parece ser urgente, já que ele logo se descontrola e volta a atacar Rony. Ele está tão fraco, e com tão pouca cor, que temo pela sua morte.

A idéia de tê-lo morto, lembra-me de Spicy. Seu sorriso brincalhão que nunca mais verei.

E então, minha máscara cai, e eu me desespero ao ver Rony piscar mais pesadamente com a respiração debilitada.

E de repente, é como se uma bolha de gelatina me envolvesse, impedindo meus movimentos, e fazendo-me assistir, envolta em gel, que congela minha mente, e eu entro em uma espécie de transe, apenas seguindo o força que o destino coloca sobre meu corpo. Eu sigo o script do sonho que eu tive no começo do sexto ano.

– Não! Soltem ele! – eu gritava desesperada.

Ele aproximou seu rosto ofídico e eu tremi. Não de medo, mas sim de raiva. Era algo doentio, chegava a ser doloroso.

Senti aquilo novamente. E pela primeira vez desde o meu primeiro ano em Hogwarts, eu quis ficar viva, eu precisava.

E então, eu congelei, no meio daquele pensamento. O meu sonho, estava se tornando realidade. Ofeguei desesperada, já sabendo o que ia acontecer, sem poder impedir.

– Então minha cara, seria para quando? – ele me olhou e eu senti repulsa.

Eu fiquei calada. Dois homens me seguravam e eu agora chorava desesperadoramente.

– Responda-me! – ele guinchou em sua voz nojenta.

Eu me recusei a falar. Eu desviei o meu olhar até onde ele estava. Ele estava caído no chão sangrando, me olhando. Uma careta de dor surgiu em meu rosto, algumas lágrimas escorreram. Eu não agüentaria o perder. Não mais uma vez.

Lembro-me de como fiquei mal por ter que abandonar Harry e Rony. E começo a me questionar o por que do sonho se tornar realidade. Dumbledore tinha dito que era devido a uma interferência no destino. Uma interferência que eu fiz, ou deixei de fazer...

Será que o certo seria então, voltar, e matar Rabicho? Será que eu e Rony morreríamos por que eu NÃO usei o vira tempo para impedir o retorno de Voldemort? Podia ser, mas algo gritava dentro de mim, dizendo-me que não era tão simples.

e sobre o que diabos ele estava falando? Eu não fazia a mínima idéia.

– Crucio! – Voldemort sibilou.

Como se mil agulhas quentes perfurassem meu corpo eu me dobrei de dor. Eu berrei em tom agudo, eu quis morrer. Mas eu não podia, não podia abandoná-lo, Comecei a sangrar e sabia que iria perdê-lo.

– NÃO! PAREM! POR FAVOR! POR FAVOR! – ele gritava em algum lugar da minha mente.

E então, o estado de transe, de premonição passou, e eu senti como se eu me livrasse do gel que me prendia a assistir ao meu sonho.

Então me dei em conta das respostas que eu tanto almejava.

Rony era o homem que era torturado comigo.

E eu tinha medo de perder Fred.

Um medo irracional se apossou de mim, e eu senti que precisava ficar viva. Eu senti que ele era mais do que vida, ou morte. Eu o amava de um jeito, que eu simplesmente não podia me afastar dele.

E então, minha mente já fraca e enchida por imagens do Fred. Agora, mais do que nunca, gostaria de ter seus lábios nos meus. Se for para eu morrer, que seja ao menos nos braços dele.

Voldemort anda até mim novamente.

- Responda a minha pergunta! – ele diz, e agora Bellatrix tem seu punhal preso à garganta de Rony.

- EU NÃO SEI! – eu grito em meio a histeria. – EU JURO! DEIXEM-NO IR! POR FAVOR!

Ele então sorri, e com um gesto amplo, ordena que Bellatrix solte o ruivo – coisa que ela faz brutalmente, arremessando-o contra o chão duro e gélido.

- Se ela não sabe... – Voldemort murmura para si – ainda não aconteceu...

Ele sorri.

- Senhorita Granger, você sabe o que é um vira-tempo? – ele pergunta sinicamente.

- Sim. – eu balbucio após algum esforço.

Sei que estou com febre, pois sinto muitos calafrios e minha cabeça amargamente doer sem que nenhum feitiço me atinja. Estou tremendo e ficando com a visão embaçada. Me pergunto se a infecção percorreu meu corpo tão rápido a ponto de chegar em meu coração.

Parte de mim luta. Por Fred. Por Harry. Draco. Rony. A outra parte está tão cansada, que tudo que eu quero é deixar meus olhos se fecharem enquanto meu coração pára.

- Você tem usado eles? – Voldemort diz.

Eu não consigo formar as palavras, sinto meus olhos girarem nas órbitas de dor, enquanto eu não consigo mais me manter sequer de joelhos.

Um tapa arde em minha face, e me faz abrir os olhos que estavam se fechando.

- Não... – eu digo o mais forte que posso. – a última vez que usei foi no terceiro ano, para poder acompanhar mais aulas. – balbuciei.

- Então, senhorita Granger, ao que tudo indica, nossos destinos estão agora entrelaçados. – Voldemort diz mostrando seus dentes fétidos e gengivas em um tom semi apodrentado. – alguma escolha que fez, ou vai fazer, agora nos conecta, como uma sólida corrente de ferro soldado como mais resistente acabamento. 

A idéia de ter meu destino ligado ao de Voldemort, de qualquer maneira é assustadora. Mas faço o possível para não me descontrolar mais, mantendo meu corpo tremulante o mais firme que posso.

Voldemort apenas inclina sua cabeça e analisa sua situação. E em um movimento final,ele murmura

- Distorsio Tenebris. – ele sussurra, e algo como um leve véu negro sai de sua varinha. Aquilo parece cansá-lo, mas o sorriso em eu rosto é completo.  – do latim: Distorção das sombras. – ele arreganha seus dentes em um sorriso deformado. – Vai começar logo. Espero que aproveite a noite no porão.

Eu volto a sentir meus olhos se fecharem, eu estou beirando a consciência. Algo estranho acontece com minha pele, que arde ao toque do negro véu, como se ácido lambesse minha pele, e subindo através da minha medula espinhas, sinto como se o veneno se concentrasse em minha nuca.

- Coloque-os no calabouço. Mantenha-os vivos, sei que Potter virá atrás deles. – ele diz simplesmente e dá as costas para mim – retome o interrogatório amanhã, de tempo de se recuperarem. – Voldemort diz dirigindo-se à Bellatrix – tenho que resolver alguns assuntos fora do país, eu voltarei ao anoitecer de amanhã...

Ele dá mais algumas instruções, sobre como é essencial que fiquemos vivos.

Menos de cinco minutos se passam quando o feitiço dele começa a fazer efeito.

Eu estou sendo levantada pelos comensais, para voltar a meu lugar, quando vejo minha pele se mexer. Não é como se eu tivesse tomado Poção Polissuco. Eu posso sentir pequenas patas afiadas e gélidas, como besouros, andando debaixo de minha pele. Analiso meu corpo assustada.

Toda minha pele se mexe agora, e eu vejo as pequenas pinças cortantes abrindo caminho pela minha pele, saindo de minhas feridas, enquanto uma dor lacerante me toma.

Começo a tentar me debater, a tirá-los de mim, mas não consigo, braços me seguram.

Chegamos ao pé da escada, e assim que olho para a porta do porão tudo piora. A escada assume uma escuridão assustadora, que chama meu nome, em baixos silvos, enquanto mais escaravelhos sobem pela escada ao meu encontro. Comem minha pele, e começam a rastejar para meu olho. Esses besouros têm línguas, e com essa língua eles lambem meus globos oculares, entrando em minha boca, mastigando minha língua, fazendo com que o completo horror me domine.

Berro desesperadamente, sacudindo meu corpo, para tirar o máximo de insetos que posso. Chego ao fim em pratos, aterrorizada com tudo que vejo. Atiram-me no porão, braços tentam me consolar, mas eu vejo dentes e seres mutilados peto de mim, então eu tento fugir.

- O que houve com ela? – algo semelhante à voz de Rony chega aos meus ouvidos.

- Distorsio Tenebris – uma voz rouca murmura. – Um feitiço envenenador, altera os sentidos dela, distorce a realidade nas piores coisas...

- Mas o Draco pode parar isso com um Finite, não pode? – vejo o ruivo em meio a multidão de insetos que rastejavam sobre mim, enquanto braços monstruosos e deformados me seguravam contra tecidos que queimavam contra a minha pele.

Como Rony conseguia ficar tão calmo enquanto me matavam.

- Não. Ela foi envenenada, é uma das piores magias negras que existem, precisa de um antídoto muito específico. – ele colocou a mão em minha cabeça. – ela está com muita febre.

- Quanto tempo até passar.

- Voldemort não parecia tão exausto, então acho que foi uma contaminação leve. – finalmente identifiquei a voz como sendo de Olivaras -  Em um dia ou dois o efeito passa.

Acho que Rony gritou em exasperação. Não tenho certeza, já que um barulho terrível me tomou, e grunhidos bestiais soavam perto de mim, como se criaturas estivessem ao meu redor, mastigando minha carne, queimando-me.

O sótão mais escuro do que nunca. Olhos vermelhos ocultavam-se nos cantos mais afastados, enquanto as mãos que me continham na cama apodrecem, transformando-se em garras com restos de carne necrosada.

O sibilo perto de mim é frio e ofídico, chama pelo meu nome. Vejo Fred morto, com sangue saindo pela sua boca e seus olhos vazios e brancos, Harry em uma forca debatendo-se em uma forca à minha esquerda. Minha mãe e meu pai, deitados, encarando o vazio. Draco e Luna, mutilados, sangrando até a morte. Os corpos aparecem e se acumulam, ratos e larvas comendo seus rostos, e vindo em minha direção, começando a roer também minha pele.

Os besouros começam a sair de minha pele, rasgando-a, indo em direção aos corpos, e cobrindo-os.

 Gritos e mais gritos irrompem de minha garganta. Eles estavam mortos, e a culpa era minha.

***

Os berros chegavam até mim.

Todos estávamos na sala de jantar, na grande mesa, servida majestosamente com um pequeno banquete.

Já estávamos jantando, e desde à hora em que colocaram-na no porão, ela não parou de berrar. Em alguns minutos era possível apenas ouvir seu choro, ou baixos gemidos doloridos, que logo eram substituídos por gritos de terror e pedidos que imploravam pela morte. Ela estava presa em terror a no mínimo sete horas.

Todos riam e conversavam, empanturrando-se com o frango, afogando-se em vinho. Eles estavam comemorando eu acho.

E os gritos da Hermione vinham do porão.

Nunca tinha visto ninguém gritar assim. Nunca tinha visto magia parecida com esta. Era como se alguém estivesse cortando cada nervo dela com os dedos, arrancando lentamente. Nem mesmo Iago tinha gritado assim.

A única além de mim, que não consegue tocar na comida devido aos berros dela, é minha mãe.

Ela não é a melhor pessoa do mundo. Ela é preconceituosa, arrogante, presunçosa e tem nojo de trouxas. Mas ela é humana. Odeia ver sofrimento, seja trouxa, bruxo, ou animal.

Por mais que ela despreze os não-bruxos, ela se contenta com a divisão de mundos. Ela nunca foi a favor de um genocídio, e os gritos vindos do porão deixam sua pele rosada em um tom branco-parede.

Nem imagino como deve estar a minha cara, já que minha tia me chama de Fraco pelo menos umas dez vezes. 

E então, para meu alívio, constato ser 22:30.

Educadamente digo que não estou muito bem e levanto-me da mesa. Digo que vou tomar ar.

Assim que perco a mesa de vista, corro para o sótão onde está tudo pronto para tirarmos Hermione e os outros da mansão.

Em uma bolsa simples de couro deixo preparado todo tipo de poção que possa ser útil. Tentei fazer a poção da Hermione, só que é necessário deixar descansando durante três dias. Logo, creio que será inútil. Mas mesmo assim, guardo o fraco na bolsa.

Separo o livro na página que Fred havia me mostrado e fico esperando dar o horário.

Há esta hora, sei que há apenas um guarda no porão, e sei que será mais fácil eliminar apenas um comensal.

Eu estava preparando para ler as palavras que tirariam o escudo da nossa casa, quando senti a moeda em meu bolso tremer.

“NÃO FAÇA NADA, SEJA UM SONSERINO. Fudeu tudo, Harry estará ai em breve, não deixe ninguém o reconhecer. Tire o escudo às 18 horas de amanhã, eu tenho um plano.”   -F.W.

Eu revirei meus olhos.

Merlin me odeia. Só pode!

***

- CORRE HARRY! - Fred grita atrás de mim.

Tudo deu errado. Absolutamente tudo!

Eu e Fred arriscamos vir em um velho depósito de vassouras, no beco diagonal. O que não sabíamos, é que o velho galpão era um ponto de tortura dos comensais, que interrogavam os lojistas do Beco ali. E por assim ser, colocaram barreiras no local.

Eu e Fred não sabíamos, e só nos demos em conta quando demos de cara com um comensal, e assim que tentamos aparatar, notamos que não era possível.

Eu estava com a bolsa preta da Hermione e as quatro vassouras dentro. Consegui alcançar uma, enquanto desviava de um feitiço que os comensais haviam mandado.

Logo em seguida, outro feitiço – Diffindo, eu creio – acertar-me o calcanhar, fazendo um corte que certamente rompe algum tendão ou ligamento.

Eu caio, e vejo a indecisão em seu rosto. Temos a vantagem de uns 100 metros.

- Você vai ter que ir sem mim. – eu digo sentindo o machucado de meu tornozelo doer. – avise Draco.

E então, eu lanço a única vassoura que consegui alcançar para Fred. Vejo-o sacar sua varinha e apontar para meu rosto.

- Eu vou buscar vocês. – ele diz com a vassoura já em mãos.

Ele lança um feitiço no meio da minha cada, e eu sinto como se tivesse dado de cara em uma pedra irregular de gelo. Tenho vontade de me levantar e dar-lhe um tabefe na orelha.

Sinto meu rosto se contorcer em dor. Ou simplesmente se contorcer.

- Eu prometo! – ele grita dando um impulso com a vassoura, saindo quebrando o fim do telhado que era de vidro.

Assim que os comensais chegam até mim, vejo caretas de nojo.

- Qual seu nome, Feioso? – um comensal diz.

Por um minuto fico em silêncio. Será que ele não sabia quem eu era?

- Vamos, responda!

Eu abri a boca, mas antes que as palavras saíssem, eu vi meu reflexo rapidamente, em um pedaço de vidro que Fred tinha quebrado.

Aquilo, não era eu.

Era um homem com a cara inchada e contorcida, com protuberâncias nojentas, lábios inchados e pálpebras tão engrossadas que caiam sobre meus olhos. Eu mais parecia o Quasimodo. Sabe qual? Aquele personagem principal do corcunda de Notre Dame.

- Duda. – respondo sem pensar – Duda Dursley.

Outro comensal chega. Parece ser uma espécie de chefe, uma vez que todos se afastam para que ele me veja.

Eles cochicham entre si, até que finalmente um deles fala algo para o homem pálido de cabelos compridos e negros presos em um rabo de cavalo.

Ele inclinou seus magros dedos em direção à minha testa. Tirou o cabelo da frente e encarou o lugar onde minha cicatriz costuma ficar.

- Você tem certeza que era o Weasley? – ele diz em voz alta.

- Não o amigo do Potter. Era o Weasley dono da loja de logros. – outro comensal responde.

Um momento de silêncio se passa, e passos ecoam pelo corredor obscuro. E então surge ele. Fenrir Greyback. Com suas feições lupinas e seus dentes arreganhados.

- Vamos levá-lo para a mansão Malfoy. – ele sibila quase em um latido baixo – Isso ai parece ser Azaração Ferrante. Em todo caso, o nome dele não está na lista. Decidimos o que fazer depois.

E foi a última coisa que eu vi. Um feitiço me atingiu e depois de grande dor, fui arrastado para a inconsciência.

***

Eu estava andando de um lado para o outro, tinha acabado de receber a mensagem e estava aflito, imaginando o que poderia ter acontecido.

Harry estará ai em breve

Se Harry estará aqui em breve, devo supor que este é o fim?

Para minha surpresa, suspiro aliviado ao ver Harry. Fred deve ter colocado algum feitiço para deformar seu rosto. Se eu não o tivesse visto com essa roupa, eu mal o reconheceria.

Há um grande alvoroça. Mas como minha tia e meu pai estão fora, resolve-se trancá-lo no calabouço até que retornem.

Felizmente os comensais se preocupam com a guarda da mansão, então fica apenas um comensal guardando o porão.

Com algum esforço consigo descer até lá e distrair o comensal, dispensando-o e ficando em seu lugar para que ele coma um pouco.

Eu tenho mais ou menos meia hora.

Assim que entro no porão, tenho vontade de gritar.

Hermione está amarrada, se debatendo contra as correntes, seus pulsos já sangrando. Harry e Rony estão conversando. Harry te o rosto arranhado.

- Eu tentei abraçá-la, mas ela não me reconheceu. – Harry explicou assim que eu fechei a porta atrás de mim, sua pele ainda deformada.

- Isso é realmente necessário? – eu perguntei apontando para as correntes em seus pulsos.

- Ela estava nos atacando, e depois começou a tentar se matar com as próprias mãos. – Rony disse cabisbaixo.

Nesta tarde eu tinha tentado usar o Finite, mas nada havia acontecido. E sua poção ainda não estava pronta.

- Mas ela está melhor, pelo menos já atende quando a chamamos pelo nome. – Rony diz preocupado.

- Hermione. – Luna diz, e só então a percebo. Exausta, mas forte, qualquer resquício de fraqueza havia sumido. – Fred vai estar aqui em breve.

O nome de Fred faz com que ela pare de gritar por um instante, um lampeja passa por seus olhos e eu vejo a velha Hermione por trás da garota transtornada amarrada em correntes.

E então, ela se vai, perdendo-se em alucinações novamente. Pedindo para que parassem, começando a chorar e ter espasmos de dor.

[N/A: POR MERLIN, NÃO ME MATEM, EU JÁ ESTOU ME ODIANDO O SUFICIENTE POR FAZER A MIONE SOFRER]

Luna dá de ombros, com certa dor nos olhos.

- Vai passar... – ela diz tentando nos consolar, claramente não acreditando muito nisso.

E então desvio meu olhar para o duende, deitado no canto mais afastado da masmorra. Parece estar dormindo.

Como ele consegue dormir com os gritos e gemidos da Hermione, eu não posso responder.

- Vou subir, já devem estar atrás de mim. – eu digo ainda observando Hermione se debater. – Fred disse que tem um plano.

Se eu pudesse ao menos trocar de lugar com ela.

- Agente vai cuidar dela. – Luna diz com seu tom calmo e gentil – já está passando...

Eu desviei meus olhos da morena enquanto a loira se levantava e andava em minha direção.

Ela passou rapidamente sua mão em meu rosto e depositou um delicado beijo no canto da minha boca.

- Eu te amo. – ela sussurrou para que só eu ouvisse.

Apenas a abracei rapidamente, sentindo sua pele áspera e judiada, suja com sangue seco contra a minha.

Será que algum dia, eu vou ser capaz de vê-la sem sentir como se borboletas voassem pelo meu ventre? Será que algum dia, eu vou ser capaz de tocá-la sem sentir como se uma corrente elétrica quente subisse pela minha espinha, espalhando-se pelo meu corpo? Será que algum dia, vou ser capaz de parar de achá-la tão perfeita?

Acho que não.

Ouço os passos no topo da escada, e rapidamente me dirijo para a porta.

- ... E fique longe da porta, ou eu juro que vou arrancar seus olhos, traidor de sangue nojento! – eu grito fazendo voz de mau enquanto saio do porão e fecho a porta atrás de mim.

Assim que me viro, um comensal gigantesco, negro maciço está me encarando.

- Conseguiu fazer sua refeição? – eu digo com meu nariz excessivamente empinado. Em parte tentando não demonstrar o nervosismo e o desconforto devido aos gritos da Hermione, que começam a ficar mais altos. E também pelo fato dele ter quase 3 metros de altura.

- Sim. Muito obrigado – ele diz secamente – eu assumo daqui.

Dou um breve aceno em concordância e subo as escadas.

Ouço Hermione ainda murmurando, enquanto Luna diz-lhe alguma coisa.

Ela parece bem mais calma, mas ainda é possível escutar ocasionais gritos de susto e horror.

Pergunto-me se ela será capaz de fugir conosco.


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Notas finais do capítulo

PROXIMO CAP VOCÊS VÃO A.M.A.R!
Aguardem, está quase pronto ^^