Escolhas - Fred e Hermione escrita por penelope_bloom


Capítulo 56
Dead Inside ~


Notas iniciais do capítulo

jurosolenementequenãovoufazernadadebom
*Le desvia dos Avadas*
SÉRIO NÃO ME MATEM EU POSSO EXPLICAR!
1 - NÃO, EU NÃO ABANDONEI A FIC!
2 - Demorei por que fui para Orlando, Disney, e passei 15 dias fora, sem internet... então, voltei ontem, escrevi o capitulo voando para postar hoje... isso que eu nem estou em casa... por problemas tecnicos estou na casa de uma amiga, escrevendo no PC dela.
3 - Resolvi acabar com o sofrimento de vocês mais cedo. Hoje alguém morre, DOIS ALGUÉNS NA VERDADE... MUAHAHAHAH''



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CINQUENTA E SEIS

Final da Tarde de 31 de Dezembro

Dias para o fim da Caçada: 2

Pov’s Hermione

Arruinada.

Eu estava arruinada.

Minha voz havia se ido, e eu não mais urrava, tamanha minha dor. Apenas gritos roucos.

A névoa de demência se que instalara sobre mim estava se dissipando, muito embora eu ainda visse cadáveres ao meu redor e minha cabeça doía terrivelmente. Eu não estava com dor de cabeça. Eu estava tendo uma amostra grátis de lobotomia sem anestesia.

E sempre eu começava a ver formigas imergindo das minhas unhas, e retomava os berros, Luna vinha me acalmar.

Às vezes funcionava, mas às vezes eu estava tão submersa em meus delírios, que tudo que eu via, era um monstro esquelético, semelhante a um humano, com garras enormes, marcas de queimaduras horrendas no rosto e um corpo mutilado se aproximar. E então lá ia eu novamente, ser presa por correntes que marcavam meus pulsos e afundavam em minha carne.

E em um murmúrio, eu pedia pela morte.

- Luna, por favor... – eu dizia quando tinha alguns lapsos de sanidade – Me mate... Por favor...

E então, as trevas me puxavam para um novo show de horrores.

***

Ela estava sofrendo muito, e por um instante eu mesmo considerei matá-la.

Ela não dormia, e sequer comia ou bebia algo. Sua febre estava alta e apenas contribuía para os delírios.

Eu tinha ido de madrugada tratar de sua perna, finalmente eu tinha conseguido as ervas para fazer um remédio. Aproveitei também para deformar mais ainda a cara de Harry. O envenenamento sanguíneo de Hermione está retrocedendo. Mas ela continua cada vez pior. Segundo Olivaras, ela não vai durar muito mais tempo. Ainda mais agora, que tudo que ela faz, é pedir pela morte.

“Estou pronto. Prepare-se.”       - F.W.

Aquelas palavras que aparecem encravada na moeda dourada brilhante, quase me fazer gritar.

Minha vontade é mandá-lo vir agora, mas como meu pai e minha tia acabaram de chegar, creio que de madrugada será melhor, afinal, é o horários em que a maioria está dormindo. E os comensais que estão de vigília queriam estar dormindo.

“Vou retirar às 02:00. Se eu puder retirar antes, te dou um sinal.”           - D.M.

Eu abri a porta para sair do meu quarto e dei de cara com Cameron.

- Oi. – ela disse sorrindo.

Sinto meu sangue subir e aperto meus punhos para não fazer nenhuma besteira. Cameron é a nova predileta de Voldemort, e se ela sumisse, não seria como Iago. Alguém certamente notaria.

Respirei fundo.

- Oi. – eu disse secamente passando por ela.

Ela segurou meu braço.

- Wow. – ela riu simpática – eu não mordo.

- Bom pra você. O que você quer?

- Só conversar. – ela deu de ombros – pode ser realmente entediante nessa mansão.

- Legal, vai ler alguma coisa, tem uma biblioteca imensa no andar de cima.

- Eu não sou do tipo que curte ler. – ela riu-se, e sedutoramente tocou meu braço. – não tem mais nada pra quebrar o tédio? – ela disse puxando o casaco que eu estava e fingindo ajeitar-lhe a gola.

- Oh tem... – eu disse em uma voz baixa e sedutora – nada melhor do que deitar na cama, aproveitar esse frio gostoso – minha voz era quase rouca – e tirar um ronco. – eu disse quase gritando, assustando-a. – você pode ir pastar também, o capim do nosso jardim tá meio alto. – eu disse me livrando de sua mão em meu braço.

- Qual seu problema? – ela disse perplexa, observando-me ir até o fim do corredor.

- Nesse momento? Você. – eu disse parando na escada, dando-lhe uma última olhada. – Se não estiver afim de ir pastar, você pode, sei lá, pintar as janelas de vermelho e dourado, tenho certeza que o Lord vai amar. – eu disse revirando os olhos e descendo as escadas.

Infelizmente, ela veio atrás. Eu estava no corredor perto da sala, quando ela voltou a puxar meu braço.

- Sério, por favor, sai daqui. – eu disse olhando-a de cima ameaçadoramente – vai pintar, lavar roupa, pular de pára-quedas, grampear gelatina em uma árvore, eu não me importo! Mas me deixa em paz!

- Escuta aqui Malf... – e então ela focou seu olhar em algo atrás de mim.

Ela se afastou, e eu também teria corrido para o sótão, mas algo me impediu.

- Essa aqui é a bolsa da Granger! – ela disse e eu me virei para vê-la.

Ela tinha nas mãos a pequena bolsa preta.

“MERDA” Pensei amaldiçoando-me por não ter dado um sumiço na bolsa.

- Onde acharam isso aqui? – ela disse com os olhos raivosos. – Não. Isso aqui tinha ficado na Escócia... – e o olhar dela se desfocou – ele os achou. O maldito Potter foi atrás dela, e os achou... Ele sabe de Liza... Ele deve ter tirado o Ian de lá...

- Me dá a bolsa Cameron. – eu disse com calma.

E então ela voltou à realidade.

- Com quem estava isso?

- Não sei. – menti.

- Estava com o feioso não é? Ele é o Potter.

- Dá aqui essa bolsa Cameron! – eu disse subindo uma oitava na voz.

Eu estava com minha varinha em punhos para desacordar a desgraçada da Cameron, quando um riso histérico soou pelo corredor.

- Draquinho! – minha tia veio saltitando em nossa direção – tão tarde, e você sozinho com ela? – minha tia insinuou – Eca. – ela disse olhando Cameron. Até Pensy é melhor. – ela disse fazendo careta de nojo.

Minha tia não suportava Cameron por ela ser a nova favorita do Lord. Pela primeira vez na minha vida, concordei plenamente com minha tia. Até a Pensy era melhor!

- Não Bellatrix, seu sobrinho e eu não temos nada. Ao que parece ele não é lá muito macho... – a morena divina disse com tom de raiva contida – eu reconheci essa bolsa como sendo da Granger. Acho que seria pertinente entregar ao Lord e revistá-la...

- O Lord não está – minha tia cortou-a – eu estou no comando, então eu sou responsável pela revista. – antes que eu falasse qualquer coisa minha tia arrancou a bolsa da mão de Cameron e abriu-a.

Ela começou a colocar o braço cada vez mais fundo, rindo com a perspicácia da ‘sujeitinha de sangue-ruim’ em usar o feitiço de expansão indetectável.

Tirou as vassouras, e lá se foi o plano B. Tirou alguns livros, alguns frascos, um quadro de Fineus Nigellus Black, um antigo diretor de Hogwarts, e então ela puxou algo que fez seu sangue gelar. Ela ficou verde e seus olhos assumiram o olhar insano, sádico e raivoso.

Era a espada de Godric Gryffindor.

E então, era tarde demais.

Minha tia, logo aos berros ordenou que trouxessem o feioso, Rony e Hermione. Ficou esperando na sala, andando de lado para outro, como um cão raivoso.

Tão logo estava na sala o trio de ouro. Harry ainda deformado, graças aos céus.

Aos berros, ela pediu explicações, acusando-os de terem roubado seu cofre Gringots.

A gritaria de minha tia reuniu platéia. Meu pai e minha mãe questionando-se se agora era a hora de chamar Voldemort.

O caos havia se instalado. Agora mesmo é que Fred nunca iria conseguir resgatar eles, nosso plano acabava de cair por terra. E a julgar pelo desespero de minha tia, não sei haveria alguma coisa a se resgatar depois dessa noite.

Depois de um rápido interrogatório, e péssimos resultados, minha tia decidiu que iria ter uma conversa de mulher para mulher.

Ela pediu que eu e Rabicho escoltássemos os outros de volta para o porão.

Assim que os deixamos lá embaixo, pedi a rabicho que fosse saindo na frente.

Sabe quando você fica tão sem saída, e sabe que seu futuro é tão ruim, que a morte começa a parecer sedutora? Então.

Tirou as vassouras, e lá se foi o plano B. Tirou alguns livros, alguns frascos, um quadro de Fineus Nigellus Black, um antigo diretor de Hogwarts, e então ela puxou algo que fez seu sangue gelar. Ela ficou verde e seus olhos assumiram o olhar insano, sádico e raivoso.

Era a espada de Godric Gryffindor.

E então, era tarde demais.

Minha tia, logo aos berros ordenou que trouxessem o feioso, Rony e Hermione. Ficou esperando na sala, andando de lado para outro, como um cão raivoso.

Tão logo estava na sala o trio de ouro. Harry ainda deformado, graças aos céus.

Aos berros, ela pediu explicações, acusando-os de terem roubado seu cofre Gringots.

A gritaria de minha tia reuniu platéia. Meu pai e minha mãe questionando-se se agora era a hora de chamar Voldemort.

O caos havia se instalado. Agora mesmo é que Fred nunca iria conseguir resgatar eles, nosso plano acabava de cair por terra. E a julgar pelo desespero de minha tia, não sei haveria alguma coisa a se resgatar depois dessa noite.

Depois de um rápido interrogatório, e péssimos resultados, minha tia decidiu que iria ter uma conversa de mulher para mulher.

Ela pediu que eu e Rabicho escoltássemos os outros de volta para o porão.

Assim que os deixamos lá embaixo, pedi a rabicho que fosse saindo na frente.

Sabe quando você fica tão sem saída, e sabe que seu futuro é tão ruim, que a morte começa a parecer sedutora? Então.

E eu juro pelas penas de Mimas que estava prestes a cometer suicídio quando algo me fez engasgar com minha saliva, enquanto eu tinha certeza que Hermione não era a única delirando.

O ruivo sardento estava ali, no escuro, acenando para mim. Antes que eu pudesse sequer dizer “Lhamas mascando chiclete” eu observei a pequena criatura enrolada no meio das suas pernas.

- Genial. – eu sussurrei.

COMO DIABOS EU NÃO TINHA PENSADO NISSO ANTES? As barreiras não se aplicam aos elfos!

Draco idiota, a resposta estava na sua cara o tempo todo e você idiota bolando planos complexos, com magia antiga, vassouras, capas da invisibilidade, e taxas de risco astronômicas.

- Traga ela para baixo. – Fred sussurrou.

Assenti com um aceno e dei as costas.

***

Draco saiu do porão, deixando-me à sós com os prisioneiros.

Harry ainda não tinha entendido como eu conseguira, Rony estava meio atordoado, Ele tinha sido pesadamente torturado.

- Como... – Harry disse oscilando o olhar entre Dobby e eu.

- Um velho amigo me soprou a dica. – eu abri um sorriso lateral.

- Que você definhe nas profundezas do Tártaro! – Rony balbuciou – por que demorou tanto?

- Imprevistos.- eu dei de ombros – certo, vou levar vocês para um lugar seguro e depois eu venho buscar a Mione.

- HÁ-HÁ. – Harry disse revirando os olhos – até parece que eu vou te deixar aqui.

- Tudo bem, Rony, você vai com os outros até o chalé das conchas, eu e Harry vamos buscar a Hermione.

- Certo. – Luna disse – não se esqueçam do Draco. Agora senhor, por favor nos tire daqui. –Luna disse olhando fixamente para Dobby.

Ele olhou para os lados, como se procurasse a quem Luna se referia?

- Senhor? Oh mas quanta gentileza com Dobby... – ele disse meio sentimental.

Deram as mãos e em questão de segundos um grande CREC ecoou, deixando-me sozinho com Harry.

Gostaria de dizer que eu e Harry bolamos um excelente plano, com calma e cuidado, depois o aplicamos com maestria e perfeição, e tudo saiu conforme o planejado. MAS. MAAAAS. Eu sou Fred Weasley, e a minha sorte tem andado uma cretina ultimamente.

Então obviamente, assim que eles partiram passos escoaram pela escadaria do outro lado da porta.

Aos otimistas de plantão que sugeriram “Mas hey, pode ser o Draco” sinto informar, mas o andar arrastado e pesado definitivamente não era o do Sonserino loiro.

- Afastem-se das grades. – uma voz chata ecoou enquanto chaves tilintavam do outro lado da porta.

Harry ficou ligeiramente verde.

- É o Rabicho. – ele sussurrou.

Sim, todos sabemos quem é o Rabicho. O comensal que trouxe o Lord das Trevas novamente à vida... Costumava também ser o rato do meu irmão mais velho.

O que ocorreu a seguir foi rápido e esquisito.

Rabicho entrou, enquanto eu e Harry tentamos atacá-lo. O infeliz baixo e gordo era infelizmente mais rápido do que calculávamos, logo, desviou-se e sacou sua varinha.

Uma de suas mãos era prata, e exalava algo mau. Hermione pesquisara sobre ela. Magia negra e antiga, usada somente pelos mais poderosos e cruéis bruxos. É uma substancia que pode ser qualquer coisa, nos tempos antigos, bruxos usavam-na para forjar armas, e algumas vezes caia nas mãos de trouxas, que julgavam seus poderes divinos, e acabavam por ganhar fama de Semi-deuses.

Com um movimento rápido e uma idéia estúpida, investi contra Rabicho, derrubando sua varinha no chão e fazendo-o cambalear para perto de Harry.

Obviamente, assim que alcancei sua varinha, a mão prata já estava cravada no pescoço do moreno.

- Um movimento e eu o mato. – ele sibilou, com seus olhos dançando entre a varinha e eu. – seu Rato miserável. – ele desdenhou.

- Rato? – eu revirei os olhos, contudo não achei que fosse uma boa idéia soltar meus comentários sarcásticos agora. – Eu devia ter te afogado quando tive a chance.

Os dedos se fecharam mais ainda no pescoço do moreno.

Uma vez, quando Jorge e eu éramos crianças, ele teve a brilhante idéia de jogar o Rato na privada, e dar a descarga. Mas eu infelizmente, era dado à defensor da natureza, e aquilo pareceu cruel demais, até para mim.

Arrependo-me amargamente de não ter jogado aquele maldito rato na privada. Se eu soubesse, não só tinha jogado como tinha jogado ácido em cima dele enquanto dava a descarga.

- Vamos Pedro... Eu salvei sua vida lembra? – Harry disse contra o aperto de rabicho. Era Pedro o nome dele? De qualquer forma... Harry já estava meio roxo. – Meu pai confiava em você, eu tive piedade de você. Meu pai protegia você, e você vai honrá-lo assassinando o filho dele? 

Não mais precisou do que isso. No momento que a hesitação atravessou o rosto de Rabicho, e um vislumbre de consideração à misericórdia surgiu, a mão soltou Harry e foi voando na direção de rabicho, segurando-o pelo pescoço fortemente, derrubando-o, enquanto o pequeno e gordo homem se debatia no chão.

O problema, é que essa substância metálica não suporta misericórdia. Ao mais leve hesitar, ao mais leve sinal de piedade que o portador tiver da pessoa que a vida será tirada por meio de tal substancia, o metal destrói-se. Não só a si mesmo, como ao portador do conteúdo gélido e metálico.

E em poucos minutos, a mão havia derretido e virado uma fina névoa que se dissipava ao redor de Rabicho, agora morto, e com olhos vazios grudados no teto.

Harry parecia que ia ter uma crise de nervos, mas definitivamente não tínhamos tempo para isso. Puxei-o pela camisa, saída à fora, com a varinha em punhos.

- Pegue a varinha de Draco quando chegar lá em cima, ele não vai atacar, e ele vai conseguir a varinha de alguém próximo. – eu cochichei nervosamente subindo as escadas. Os gritos de Bellatrix abafavam nossas palavras.

“Como vocês entraram no meu cofre, quem ajudou, o que mais pegaram”

Era infernal, ela ficava gritando, e eventualmente Hermione dava gritos de dor. Os gritos da Hermione aumentaram, até que finalmente chegamos na grande sala.

Caos.

Gritos generalizados, perguntas abobalhadas, Harry correndo e eu tentando chegar até Hermione.

Bellatriz estava cravando uma espécie de adaga em seu braço, sentada sobre ela, que tinha o rosto inchado e vermelho, choro sangue e machucados. Ela estava magra e descabelada. Senti náuseas, e um ódio mortal crescer em mim.

Vi que um comensal finalmente reconheceu Harry e ia para cima dele, desviei a atenção de Hermione, empurrei um comensal que tentava me dar um abraço de ferro a atingi o comensal que ia à direção do moreno tão valioso.

Ele conseguiu pegar a varinha de Draco, que assistia à tudo perplexo. Draco puxou a varinha de um comensal próximo e se aproximou de mim, Harry fez o mesmo.

- PAREM! – Bellatrix gritou.

Meu ventre se remexeu mais ainda e eu congelei.

Bellatrix tinha Hermione presa nos braços, olhar delirante, muito machucada. A adaga presa contra seu pescoço.

Em um movimento desesperado, Harry puxou Draco contra si e pressionou sua varinha na bochecha do Loiro. O que ele estava fazendo eu não sabia. Blefando eu acho... Ou talvez fosse apenas um escudo humano, todos sabemos que Harry não é muito fã de Draco.

Mas que inferno, do que eu me importa? Exploda-se o mundo, eu finalmente a havia achado, e iria perdê-la! Se existe um deus, eu o odeio.

E no meio da confusão, e dos gritos agora de Narcisa, mãe do Draco.

E então, um barulho curioso preencheu o ar.

Surreal, maravilho, com cheirinho de: “Eba, não vou morrer hoje

Desviei os olhos da minha castanha quase desfalecida nos braços da Morena alta e perversa, com o rosto marcado de vilanias, e olhei para a origem do som que vinha do alto.

Será que era Merlin? Será que ele finalmente tinha lembrado que tinha humanos sofrendo aqui em baixo?

Mas não, era muito melhor que isso. Dobby, o amável e adorável elfo, estava sentado sobre o lustre elegante vitoriano, entalhado em ferro e prata, acima da cabeça de Bellatrix, calmamente mexendo em algo, embalando levemente seu corpo para frente e para trás, com seu saco de batata sujo como roupa, olhos verdes e grandes como bolas de tênis concentrado no que fazia.

- Mas o que... – ouvi alguém murmurar.

Logo depois, um grande estalo ecoou pela sala, enquanto Bellatrix empurrava Hermione para frente, tentando sair de baixo do gigantesco lustre que se caia em queda livre bem no lugar onde ele estava, segundos antes.

CRASH!

Corri para segurar Hermione, antes que ela desse de cara no chão. Não tive exatamente tempo de comemorar, Narcisa puxou sua varinha e tentou atacar Harry.

Dobby foi mais rápido e com um estalar de dedos tirou a varinha das mãos de Narcisa.

- Como ousa? – Bellatrix gritou em exaspero e indignação. Completamente descabelada devo acrescentar – COMO OUSA TIRAR A VARINHA DA SUA MESTRA?!

Dobby, que agora tinha surgido próximo a mim inflou seu peito enquanto enchia sua boca.

- Dobby não tem mestres! – ele disse se colocando em nossa frente. – Dobby é um elfo livre, que vai ajudar Harry Potter e seus amigos, e você não vai machucar ninguém!

Antes que Bellatrix pudesse se mover, Dobby acertou-lhe um feitiço que a empurrou para trás. Harry fez o mesmo com Lúcio que tentava avançar até nós.

Harry correu até nós, ainda segurando Draco, como se ele fosse um refém, e demos as mãos.

Apertei Hermione contra meu peito, ela tinha voltado a balbuciar pedidos de morte, e começava a ser arrastada pela inconsciência.

- Agüenta firme. – eu sussurrei fechando a pequena mão de Dobby dentro da minha.

***

Não sei o que aconteceu, lembro-me de Bellatrix em cima de mim, com olhos completamente negros, pele branca enrugada colada ao osso, apodrecida em alguns lugares, vermes saindo de sua boca, enquanto a sala ao nosso redor distorcia-se em corres que doíam em meus olhos e formas aterrorizantes que me faziam eventualmente gritar.

E então, pessoas chegaram, mais gritos, eu fui arremessada de um lado para o outro, e finalmente, alguém me segurou.

Por dois segundos era Fred.

E então eu soube que ainda estava delirando. Ninguém viria. Eu ia morrer ali.

Deixei que as trevas ao meu redor me consumissem por completo. Loucura, demência, morte, eu já não ligava para o que viria a seguir.

Pareceu-me ser uma eternidade. Quem ai já assistiu a Bela e a Fera? Então devem conhecer a melodia principal. Imagine essa melodia em uma caixa de música, tocando lentamente no escuro, como se fizesse as trevas ao seu redor se remoer e acariciarem seu corpo.

Foi assim que comecei a voltar à minha consciência, e ouso dizer, sanidade.

Era como se eu fosse uma corda, uma corda que fora tão esticada e maltratada que acabara por romper, e aos poucos, era suavemente remendada.

Também não sei exatamente o porquê, mas eu tive alguns flashes de lucidez, em que senti estar desaparatando, vi um momento de alegria, misturado com preocupação, se transformar no mais puro horror.

Eu senti a areia em meus dedos, e permiti-me ficar um pouco mais confiante, tentando abrir mais do que apenas uma fresta dos olhos.

Mas então, Dobby caiu.

E eu sabia que ele não estava apenas rolando de felicidade na areia, eu sabia que o elfo que eu mais adorava e admirava em todo mundo tinha simplesmente, partido.

Com mais um grito rouco de dor e perda, senti cair novamente na escuridão de sonhos terríveis, ao som de uma caixinha de música que lentamente tocava ao fundo.

***

Feliz ano novo. Dobby está morto, Voldemort esta desvairado, e a minha Hermione está presa em uma bolha de sofrimento e delírio.

Nada vai bem. Esse foi um péssimo começo de ano, definitivamente o pior!

- Fred. – Luna me chamou. – Venha comer alguma coisa...

Com um rápido movimento enxuguei meus olhos, e acenei negativamente com a cabeça. Não queria olhá-la. Não queria ver ninguém, muito menos comer.

Nós chegamos as casas das conchas, mas assim que chegamos, Hermione teve um ataque horrível, de berros e urros, enquanto ela se debatia, e esfregava as unhas na própria pele, como se tentasse tirar sua própria pele.

Eu a resgatara tarde demais.

Nesse exato momento ela estava choramingando enquanto dormia, e cada vez que eu tentava tocá-la, ela começava a se debater novamente. Olivaras, que de nós é o que mais sabe sobre essa maldição, está tão fraco que mal consegue ficar acordado.

Luna entendeu meu corte e se retirou do quarto, deixando-me novamente com uma Hermione estirada sobre a cama, suja de sangue e presa dentro de sua própria mente.

Antes de fechar a porta, Luna acenou com sua varinha, ligando o rádio atrás de mim.

- A música sempre me deixa melhor. – ela deu de ombros, com os olhos cansados. Acenei minha cabeça.

I was a quick, wet boy

Diving too deep for coins

All of your street light eyes

Wide on my plastic toys

Uma melodia calma, singela e trouxa começou a ecoar pelo quarto. Balbuciei algumas partes familiares da letra.

Deitei-me ao lado da Hermione na cama estreita, ficando com quase metade do corpo para fora, cuidando para não tocá-la excessivamente. Por mais que eu quisesse abraçá-la, apenas acariciei sua bochecha com as cotas da minha mão.

Then when the cops closed the fair

I cut my long, baby hair

stole me a dog-eared map

And called for you everywhere

Eu agora sussurrava sem me dar em conta, em uma prece silenciosa e desesperada, para que ela abrisse seus lindos olhos castanhos, e me dissesse que tudo ia ficar bem. Eu queria poder trocar de lugar com ela, mantê-la salva. Céus como eu me sento impotente, como eu daria tudo para vê-la bem. Não como é possível, mas a dor dela se torna minha, cada gemido de dor ou agonia me atinge como uma facada na garganta.

Ela revirou-se na cama e encolheu seus joelhos junto ao peito, batendo os dentes. Medo ou frio eu não sei dizer, e mesmo contra todas minhas experiências até então, passei meus braços desajeitadamente ao seu redor e a abracei. Não me importava se ela estava completamente destroçada e praticamente esquelética, ou se seus cabelos mais desgrenhados do que nunca estavam sujos e embaraçados. Eu senti o fraco calor dela invadir meu corpo, enquanto um tremor percorria seu corpo.

Mas ela não gritou. Apenas se aninhou mais ainda em meus braços, enquanto sua expressão se suavizava e ela inspirava profundamente, como se estivesse submergida por horas, e finalmente pudesse sentir uma lufada de ar fresca em seus pulmões.

- Hermione? – me arrisquei a sussurrar.

- Você me achou? – ela balbuciou, seus olhos fechados e sua respiração pesada.

- Eu disse que ia te achar. – eu disse abrindo um sorriso monstruoso de orelha a orelha, congelando completamente, com medo que ao mais brusco movimento ela fosse começar a gritar novamente e tentar se matar com as próprias unhas.

- Mas acabou seu tempo de caçada. Vai pra casa, Fred.– ela ofegou por um momento e engoliu em seco – É muito perigoso.

Eu dei uma rápida risada.

- Tecnicamente falta um dia para acabar a caçada. Eu te achei dentro do tempo.

Ela ficou em silencio por alguns segundos. Levantei mais meu rosto para visualizá-la melhor. Garantir que ela não tinha morrido no meio da conversa.

- Droga... – ela finalmente disse – esconde-esconde nunca foi meu ponto forte de qualquer jeito. – ela tossiu longamente.

Tentei me levantar para ir buscar um copo de água para ela. Só tentei. Ela fez algo que me pareceu ser um aperto na minha camisa e me puxou para mais perto dela.

- Não me deixa. – ela disse mais fracamente com uma nota de pânico na voz – eu não quero ficar presa de novo. – ela choramingou.

Voltei a me ajeitar, colocando-a sobre meus braços, abraçando-a fortemente.

- Não vou a lugar algum. Para sempre, lembra? – dei um rápido beijo em sua testa.

Ela não respondeu, apenas voltou a afagar meu peito, como se para ter certeza que eu estava realmente ali.

Have I found you

Flightless bird, jealous, weeping

Or lost you, American mouth

Big pill looming

- Boa noite Analista. – eu disse sentindo meu próprio corpo ser invadido por cançaso e alívio.

Ela murmurou algo, que eu entendi como sendo seu tradicional “Boa noite, Físico”.


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Notas finais do capítulo

THANNNS!!!
Espero que tenham gostado, não estou com tempo para por foto - 02:12 e minha amiga está me mandando ir dormir T-T
BEIJO PARA TOAS AS FOFAS QUE MANDARAM RECOMENDAÇÕES E REVIEWS, EU NÃO MERECIA *U*
-
Por hoje é tudo pessoal
*Malfeitofeito*