Escolhas - Fred e Hermione escrita por penelope_bloom


Capítulo 54
Then things go crazy ~~


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoas.
Então, minha vida tá um verdadeiro caos, estou prestes a ser expulsa de casa, eu tive um problema na coluna que eu mal conseguia ficar sentada.
E ainda to de castigo (y)
Ah, eu no meu tédio fiquei entretida lendo livros... sério, desde o começo do ano eu li a trilogia do THE HUNGER GAMES, leiam, MUITO BOM, e também to lendo PERCY JACKSON, estou acabando o quarto livro, "Abatalha do labirinto" TAMBÉM MUITO BOM!
Fiz esse cap ontem de madruga, e vou postar agora que minha mãe saiu.
Enjoy, e perdão pela demora.



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CINQUENTA E QUATRO:


[N/A: Eu juro que fiquei muito chocada com a quantidade de recomendações que eu recebi, e me sinto me sinto sériamente a beira de um ataque de sentimentalismo *respirafundo,nãochora* pronto passou. Muito obrigado à hollylAnd, Marily Potter, Cath Potter Black, aluadiny, MarinaWeasley e a IsabellaWatson pelas recomendações lindas de vocês.]


[N/A: Uma pequena revanche para as leitoras que sofreram no último capítulo e me ameaçaram com vários Crucios e Avadas. Mas vocês têm que entender que são os momentos ruins que fazem dos momentos bons, ótimos. Garanto que o sabor de vingança hoje será excelente]


Draco’s Pov


Madrugada de 29 de dezembro.

Dias para o fim da caçada: 4


Eu teria que chegar atrasado ao meu encontro com Fred. Aquela noite eu passara rolando na cama, esperando que todos fossem dormir, até que finalmente pude buscar Luna no porão. Como o duende não era confiável, Hermione e Rony entenderam que seria suspeito se eu tirasse todos, então, concordaram que eu tirasse Luna dali, ao menos por uma noite.

Ela ficou em minha cama, e não fizemos nada, eu apenas a tive em meus braços e afague seus cabelos, cantarolando qualquer coisa até que ela adormecesse.

A raiva que subia pelo meu peito era gigantesca, só de pensar naquele comensal nojento, tocando a minha Luna, pensar que eu não estava lá para protegê-la.

Os raios de sol ainda não haviam saído, quando o relógio antigo dos Malfoy badalou 4 horas da madrugada. Todos comensais dormiam, e eu ainda acordado, rangendo os dentes de raiva.

Fiz um movimento para me levantar da cama, contudo a loira em meus braços despertou. Ela abriu seus olhos azuis assustada, estreitando o abraço em minha cintura, encolhendo as pernas para junto de mim, e demonstrando toda sua fragilidade e vulnerabilidade. Ela estava apagada e aterrorizada, quase não era a mesma Luna.

– Pronto... –eu sussurrei, afagando seus cabelos. – eu vou resolver isso. Eu prometo.

Luna dirigiu seu olhar para mim, e assim que seus olhos perderam-se nos meus, eu vi o medo abandoná-los e em seu lugar, surgir carinho, enquanto a fagulha da velha Luna se acendia.

E então, ela sorriu. Mesmo na penumbra do quarto, eu vi o seu sorriso radiante e singelo.

–Luna Lovegood Scamander, quer casar comigo? – eu disse mal controlando as palavras que saiam da minha boca.

Eu sabia que ela não queria casar tão cedo, e achava que éramos jovens demais para isso... Mas eu a amava tanto...

– E ter uma dúzia de loirinhos? – ela disse sorrindo, novamente com seu ar sonhador.

Eu confirmei com a cabeça, sorrindo bobamente olhando para ela.

– Draco Black Malfoy, eu aceito me casar com você... Mesmo que isso seja ilegal, já que eu sou mais nova e ainda não tenho 18 anos...

Ela começou a dar uma de Hermione Granger, eu apenas revirei os olhos.

– Eu espero, o tempo que precisar... – eu interrompi-a e colei meus lábios nos dela.

***

Crucio! – o homem em minha frente se contorceu de dor.

Eu sorri sadicamente. É. Eu infelizmente iria chegar atrasado.

Eu havia acordado cedo para deixar Luna no porão com os outros, e logo depois disso fui atrás dele. Do filho da puta que tinha encostado na minha garota.

Neste momento ele estava no chão, amarrado. Eu havia arrancado todas suas unhas, dado inúmeros chutes em sua pélvis e começava a torturá-lo com magia. Antes porém, utilizei-me de alguns perversos métodos trouxas. Encharcando-o na água com sal, ele já sem as unhas, e logo em seguida dando-lhes choques com os fios desencapados da lâmpada do sótão. Mutilando seu corpo, dando-lhe banhos de álcool, e voltando a eletrocutá-lo. Não o bastante para matá-lo, mas o suficiente para fazê-lo sofrer.

Ele se contorcia, não agüentando mais de dor. Eu ainda estava furioso, e era como se um monstro tivesse se instalado em meu peito. Era como se meu lado comensal aflorasse. Meu pai estaria orgulhoso de mim se me visse agora. Um completo sádico.

– Por favor! – ele gritava – Por favor, eu não fiz nada, eu juro... – ele dizia desesperado. – eu faço qualquer coisa, eu faço qualquer coisa.

Eu limpei minhas mãos sujas de sangue em uma toalha que tinha no sótão da Mansão Malfoy, e notei que este realmente era um ótimo lugar para tortura.

– Iago, não é? – eu disse puxando uma cadeira velha e simples de madeira que tinha lá.

Sentei-me com calma e olhei no fundo de seus olhos.

– Eu sou um servo leal ao Lorde... – ele dizia – Por que está fazendo isso Draco?

Irritei-me com sua petulância em me chamar pelo primeiro nome. Abri meu mais belo sorriso, e senti meu olhar atravessá-lo. Extremamente doce e com algo mortal mal camuflado. Andei até ele e soltei-o. Ele sentou-se, parecendo exausto. Olhava-me, esperando meu próximo movimento, acuado como um porco pronto para o abate.

– Desculpe, mas ordens são ordens – menti, procurando dar-lhe esperança antes de acabar com a raça daquele cretino. – O Lord pede, nós o atendemos. – eu sorri amigavelmente.

Ele ainda inseguro reuniu suas mãos onde carne embebida em sangue jazia no lugar de suas unhas. A dor estampada nos seus olhos, ele beirando a inconsciência, tamanha seu estado físico.

– Sei como é... Mas por que desconfiaram de mim? – ele disse com a voz extremamente fraca, mas conseguindo sentar-se.

– Sabe a garota loira que está lá em baixo no porão? – eu disse voltando a me acomodar na cadeira.

– Aquela loira gostosinha? Filha da puta foi me dedurar é? – ele arriscou dar uma risada fraca, mas cheia da sua antiga arrogância, oscilando tonto, tentando manter-se sentado, enquanto cada músculo seu estava retraído, e ele analisava um ferimento em sua perna que sangrava muito. – Momento de necessidade, nada pessoal. Mas quando acabarmos aqui vou fazer outra visitinha para ela...

E isso pôs fim a todo meu autocontrole, levantei-me de solavanco e avancei no homem que era mais alto que eu. Mas de que vale tamanho? Ele estava arruinado, mal posso imaginar a dor que este verme devia estar sentindo, mas mesmo assim, creio ser-lhe nem um décimo do que ele merece sentir. Conjurei cordas e voltei a amarrá-lo, também calei-o, enquanto conjurava uma bola de fogo suspensa no ar.

– Sabe Iago... – eu disse juntando o alicate que usara para arrancar suas unhas, e colocando sua ponta no fogo – Para mim foi pessoal...

Ele tentava gritar e falar algo, mas sua boca estava amordaçada, e eu não entendia lhufas do que ele falava.

A ponta do alicate começou a ficar em brasa, foi mais rápido do que o comum, creio pelo fato de ser fogo mágico. Quando a ponta do instrumento estava incandescente, eu retirei o alicate de fogo, deixando ainda que as labaredas alaranjadas lambessem o ar, iluminando meu rosto de forma macabra.

Ele arregalou seus olhos e creio que tenha pedido por clemência... Nunca chegarei a saber quais foram suas palavras.

Cravei a ponta cega do alicate em seu rosto, perto dos olhos. Ele se contorcia, tentando se desvencilhar, mas de nada adiantava. Depois de o metal derreter sua pele, o cheiro de carne queimada era agora forte e enjoativo. Quase atingi-lhe o osso tamanha minha raiva.

Mais gritos abafados, e urros de dor. Eu estava um tanto quanto psicótico esta manhã... Ouso dizer, sádico.

Retirei o metal quente de seu rosto e voltei a esquentá-lo no fogo voraz de lambia o ar furiosamente, e agora englobava o metal de tal maneira, que era como se a minha raivo influenciasse o fogo.

– Então... – eu disse observando a ponta do metal aquecer-se tanto, a ponto que quase chegar a extremidade que eu segurava – Como eu dizia, a loira do porão, é a minha namorada. – eu lancei-lhe um olhar sorrateiro.

Ele se encolheu e tentou falar mais alguma coisa.

O metal estava tão quente que quase estava em seu ponto de fusão. Encostei-o de leve na pele exposta de sua mão, e fui subindo pelo braço delicadamente, deixando um rastro de pele queimada para trás, enquanto ele gritava e se contorcia. Finalmente, cheguei em seu pescoço.

– Na verdade, - eu disse sorrindo – agora ela é minha noiva... – eu fechei a cara novamente, pressionando o metal quente contra sua jugular, ouvindo-o gritar. – e ninguém mexe com ela, e sai vivo pra contar história.

E dizendo estas últimas palavras, cravei-lhe o metal em seu pescoço.

Ele se debateu e sangue jorrou por todo o porão, assisti-o morrer, com o alicate incandescente cravejado em seu pescoço, onde cada respiração lhe foi extremamente dolorosa.

Até que finalmente ele parou. Morreu.

Esse aí sim, já vai tarde.

Dei-me em conta que era a primeira pessoa que eu matava, sem ser por ordem de Voldemort. A sensação a seguir foi estranha. Por um breve instante senti-me mal, senti como se tivesse me rebaixado ao nível dos comensais – coisa que jurei jamais fazer – mas então, lembro-me de quantas vidas ele já tirou. Lembro-me do que ele fez com Luna. Lembro-me quem é a pessoa morta aos meus pés.

Senti nojo dele. Mas me sento mal, por ter gostando tanto de matá-lo. Por um instante, uma náusea tomou conta de mim, e eu me agachei, longe do corpo mutilado de Iago.

“Ele era um comensal. Ele era um sádico. Ele estuprou Luna.” Eu repetia para mim mesmo em pensamento, deixando deixar aquele mal estar de lado.

Se eu estava triste por ele? De jeito nenhum. Eu estava imensamente feliz por sua morte.

Eu estava começando a ficar perturbado com a idéia de eu ser um sádico como os outros comensais.

Afastei o pensamento e me concentrei na bagunça. Observei o sótão. Estava uma bagunça, sangue de um lado, unhas do outro. Mais sangue, e bem no meio, um homem loiro, embebido em sangue, com marcas profundas na pele de queimaduras.

Será que é seguro pedir para que um elfo doméstico limpasse?

Não.

Quem sabe pedir ajuda da Dona Narcisa...

Claro Draco, aproveite e presenteie Voldemort com uma gravata vermelha e dourada.

Certo, eu ia ter que limpar a bagunça sozinho...

***

– Eu sei, eu estou atrasado. – eu disse assim que surgi no meio da sala da Biblioteca.

Fred e Harry já me esperavam, ambos com uma cara azeda de poucos amigos.

– Nós estávamos quase indo atrás de você! – Fred disse irritado. Com razão, combinei com eles pela manhã. Já era tarde.

– Eu tive que... Resolver uns assuntos... – eu disse relembrando a trabalheira que foi me livrar do corpo e limpar todo sótão, e ainda sair sem que me vissem.

– Draco, - Harry se aproximou de mim e virou meu rosto, olhando minha bochecha e maxilar. – isso é sangue?

Instintivamente levei as mãos até o rosto, sentindo que tinha esquecido de lavar o rosto. Ficara tanto tempo tirando o sangue debaixo das unhas, que me esqueci de checar meu rosto.

– Mais ou menos... – eu disse engolindo em seco, afinal, Harry era completamente politicamente correto. – depois falamos disso.

– De quem é esse sangue? Draco, aconteceu alguma coisa com a Hermione? – Fred já se apavorou.

Revirei os olhos. Comecei a contar a história, escondendo os detalhes sádicos e que pudessem indicar vestígios de psicopatia na minha personalidade.

Também não lhes contei os requintes de crueldade.

Contei-lhes o básico. E como Luna tinha pedido para que não contassem sobre Iago tê-la estuprado, apenas descrevi algumas das torturas que ela parecia ter sofrido.

– Ele fez o que à Luna? – Harry disse ficando vermelho de raiva, ouvindo o relato das prováveis torturas.

– Eu espero que ele tenha morrido com muita dor, Draco... – Fred disse trincando os dentes.

– Isso eu posso garantir. – eu disse sorrindo brevemente – Mas enfim, é por isso que teremos que mudar os planos. Luna muda tudo. Temos que dar um jeito de fugir com todos. Além do mais, há no porão o Sr. Olivaras, que está velho e fragilizado, e um Duende que foi terrivelmente torturado. Não podemos deixá-los para trás. – eu disse analisando os rostos dos garotos.

– Com licença, Draco – Fred disse fingindo espanto – mas nós somos os Grifinórios com mania de herói, você é o Sonserino sangue frio e calculista... Não me faça chamar Lino para te processar por plagio, sim?

E por breves instantes rimos. Harry até se esqueceu que me odiava. Foi como se tivéssemos voltado para a sala precisa, naquela noite da festa do pijama, que foi sem dúvida, uma das melhores da minha.

– Certo, e a Hermione sabe que eu estou com vocês? – Fred perguntou.

– Acho que não... Tanta coisa aconteceu, e além do mais, eles mantêm sigilo lá dentro por causa do Duende esse... Sabe como é, ele pode querer delatá-los em troca de liberdade...

– Melhor ainda, quero fazer uma surpresa... – Fred disse sorrindo.

– Mas então você tem que ir resgatá-la em 4 dias, depois disso, você vai ter que voltar para casa. Quer salve ela ou não. – Harry constatou.

Fred fez uma cara feia à ele, senti como se Fred fosse dar um peteleco em Harry, para ver se o testa rachada parava de falar besteiras.

“Voltar para casa” – Fred bufou – Eu volto pra casa sim, - ele disse com seu tom sarcástico tão característico dos gêmeos Weasley – no dia que o Lino virar uma linda mulher sexy, Jorge ganhar o troféu de Mis Universo e Bellatrix gritar “Vai-vai Grifinória”, nesse dia, eu volto pra casa!

Não me contive e comecei a rir novamente. Harry apenas revirou os olhos.

– Bom, aí você se entende com a Mione, por que é bem capaz dela te petrificar e te deixar guardado para ver se você fica seguro. – Harry disse rindo.

– Com ela eu me entendo... Farei meu olhar de gato de botas, e ela não resistirá ao meu charme felino.

E aquilo foi um escarcéu. Eu e Harry rolávamos de rir .

– Certo, senhor charme felino – Harry disse – alguma idéia de como vamos tirar toda essa cambada de lá?

– Certo... Nós teremos que entrar no porão. Será mais fácil com capas de invisibilidade... – Fred murmurava quase para si mesmo, em um ar pensativo – entre hoje e amanhã, eu e Harry vamos à busca de mais algumas capas de invisibilidade, e amanhã a noite, faltando 3 dias para o fim da caçada – ele olhou para Harry sinicamente – Draco vai tirar as proteções da casa, exatamente às 23:00 horas. Eu e Harry aparataremos dentro do porão, e levaremos os prisioneiros. Assim que estivermos longe dali, você recoloca as barreiras e some de lá.

– Certo. Qual será nosso plano B? – eu perguntei, afinal, som a minha sorte, provavelmente algo daria errado.

– Vassouras. – foi Harry quem disse. – podemos fugir de vassouras, vou levá-las na bolsa da Hermione, se algo sair errado, eu levo Olivaras comigo, Fred leva a Hermione, você leva a Luna e o Rony leva o duende.

– E vão caber 4 vassouras na bolsa da Hermione? – eu murmurei incrédulo.

Harry esticou-se até a mesa de centro e pescou uma pequena bolsa de casamento.

Eu ri com a idéia de enfiar quatro vassouras ali dentro. Contudo, Harry abriu a pequena bolsa e enfiou seu braço dentro.

– Feitiço de expansão indetectável. – eu disse dando um tapa na testa – Hermione é um gênio mesmo.

– Ah, e tem isso... – ele me entregou um livro grosso que tinha uma página marcada – feitiço para desfazer barreiras.

– Como vocês...? – eu comecei a perguntar.

– Hermione. – Harry esclareceu.

– Brilhante. – eu disse com o livro em mãos.

– É aminha garota. – Fred sorriu marotamente orgulhoso.

– Certo. Vocês dois vão atrás das vassouras e das capas, amanhã às onze da noite, eu vou retirar as barreiras, e vocês aparatam no porão. Mais tarde mandarei uma coruja com uma imagem do porão, para que vocês Aparatem no lugar certo – não seria legal que eles fossem parar no quarto da minha tia Bella. - Vou dar um jeito de criar uma distração. – eu disse enquanto uma idéia brotava em minha mente. Isso sim era perverso. – Nos vemos amanhã à noite. Agora tenho que ir, já devem estar atrás de mim.

– Vaza Doninha. – Fred disse dando um tapa na minha bunda assim que eu levantei.

– Para Fred. – Harry disse com um tom sério – assim ele gama.

E ambos caíram na risada.

– Palhaços. – eu disse me aprumando – Vou contar pro Lino que você está substituindo ele.

– Não faça isso, ele me põe para dormir no sofá. – Fred disse ainda rindo.

Com uma última risada, concentrei-me nos portões de minha casa, girei nos calcanhares e sumi da sala aconchegante, surgindo na entrada da Mansão Malfoy.

Respirei fundo.

Apreciei a gigantesca casa, lembrando-me de quando era pequeno, e costumava correr por ali. Bons tempos.

Sacudi a cabeça, e deixei o meu lado Sonserino comandar.

Eu tinha que preparar poções, pesquisar mais encantamentos, me prevenir de todas as formas. Nada podia sair errado.

***

E lá estava eu. Deitada, olhando para o teto. Era escuro e eu não sabia se era dia ou noite. Luna ainda dormia, Rony andava de um lado para o outro, o duende arranhava suas compridas unhas no chão, fazendo símbolos na poeira acumulada sobre os nacos de madeira. Sr Olivaras me preocupava. Sua respiração estava estranha e sua tosse era molhada. Dormia agora perto de Luna, ambos trocando calor eu acho, já que esse porão estava extremamente frio.

Rony ainda se escapava de me dizer o que estava acontecendo já que o duende estava acordado, e estava escrito em sua testa: “Delatarei vocês com maior prazer, em troca da minha liberdade.”

Revirei os olhos.

Seria bem mais prático se Draco simplesmente tirasse as barreiras e nos levasse para longe, mas sempre tinha algum comensal na porta. Quando não haviam mais.

Passos ecoaram pela escada, silenciosos, e ferinos. Por um instante achei que poderia ser Draco.

– O Lorde quer ver-los. – uma voz masculina soou do outro lado.

Se fizesse silencio, era possível escutar minha esperança que partindo em mil pedaços.

“HO-HO-HO, VIRAM? ELA ACHOU QUE ERA O DRACO, MAL SABE ELA QUE VAI SER TORTURADA NOVAMENTE!” Eu escutava as risadas dos deuses sádicos, que assistiam minha vida como se ela fosse um Reality show.

Filhos de uma p...

– Você aí! – a porta se abriu e um homem com vestes negras adentrou o porão. – venha, você e o ruivo.

Draco tinha vindo na noite anterior e tinha tratado minha perna, que certamente não estava mais com pus nem nada. Mas ainda estava inchada, e eu começava a me preocupar com risco de envenenamento sanguíneo. Eu sabia que se chegasse a meu coração, ou pulmões, eu estaria morta. E pela aparência do machucado eu não precisava de mágica, precisava urgentemente de antibióticos e remédios, pois no ritmo que estava, eu não duraria muito mais.

Enquanto eu andava, começava a sentir calafrios pelo meu corpo, e soube, que eu começava a ter febre.

Bellatrix desgraçada, tinha que cavar com seu punhal até meu osso.

Rony foi ao meu lado, eu e ele trocando olhares, enquanto subíamos as escadas, e três comensais nos rodeavam. Eu extremamente lenta, arrastando minha perna, e forçando uma expressão facial forte, enquanto minha perna doía brutalmente.

Algo me dizia que coisa boa não estava por vir.

Assim que adentramos a sala, visualizei Voldemort no tal trono de veludo verde e Bellatrix sentada ao seu lado, como um cachorro.

– Senhorita Granger, senhor Weasley! – Voldemort nos saudou.

– Tom, querido! – eu ironizei.

– Hermione, pára... – Rony praticamente rosnou.

Voldemort repuxou seus lábios e formou aquilo que deveria ser um sorriso. Alguém devia avisá-lo que ele não fica bem sorrindo... Não que sério ele fique muito melhor.

– Então senhorita, pronta para nos contar, o motivo de sua preocupação ontem?

A profecia inunda minha cabeça, e eu tento não transparecer.

– Preocupação? – eu digo ingenuamente – Bem, é que eu fiquei me perguntando, se a janela do meu quarto estava fechada.

Rony olhou incrédulo para mim... Um claro “CALA A BOCA” passou no fundo dos seus olhos.

Ignorei-o.

– Sabe Tom, nesta época do ano, ocorrem muitas chuvas, e eu não queria que molhasse meu tapete de lá. – eu dei de ombros. – E você Tom? Por que desistiu tão rapidamente de ler meus pensamentos? – provoquei-o – sente-se indisposto? Cansado? Fraco? Velho? – eu digo provocativamente, novamente sugerindo o quão humano ele era.

E eu consigo o que quero.

Voldemort se levanta em um ímpeto de raiva, e aponta sua varinha para mim, e com um feitiço não verbal, sinto a sensação de ter meus pulmões cheios de ar, como se fosse um balão, prestes a explodir dentro do peito, enquanto pressiona-se na caixa torácica, e sem poder expirar, acúmulo gás carbono no meu sangue, sentindo uma ardência descomunal.

Nimium aere. Em minha opinião, uma das piores maldições que existem... Deveria ser considerada imperdoável.

Claro Hermione, como se isso fosse fazer muita diferença para Voldemort.

“Oh, desculpe, não sabia que era imperdoável, acho que vou procurar alguma mais leve para usar em você.”

Eu imaginei Voldemort falando, enquanto o ar não parava de entrar em meus pulmões.

– Problemas para respirar, Granger? – Voldemort sibilou, usando as mesmas palavras que Vaisey, na noite do Baile, em que Pansy me pegou de surpresa no corredor, e usou esse feitiço em mim.

Perguntei-me por um momento se ele sabia do que havia acontecido. Perguntei-me se Pansy também era uma comensal.

– Nenhum... Pouco – eu disse com a voz estrangulada, sentindo já o familiar desespero de não conseguir respirar. Mas é claro, continuo sendo sínica.

Tomo consciência então do ruivo que grita desesperadoramente ao meu lado. Implorando para que ele parasse, sendo brutalmente segurado por dois comensais.

E com um aceno de varinha aquilo passa. Sinto o ar em meus pulmões.

Já é noite, e eu não sei quanto tempo mais fico sendo torturada.

Rio sempre que posso, pois é delicioso ver a raiva em Voldemort, enquanto eu não me curvo aos seus pés, recusando-me a demonstrar fraqueza.

Minutos. Horas. Séculos. Como saber quanto tempo se passou? Só sei que agora a quantidade de cicatrizes em mim é gigantesca, e minha perna está doendo mais do que nunca, enquanto eu sinto a febre subir, e meu corpo exausto implorar por descanso.

Dou ainda mais um fraco sorriso, quando sinto que estou de joelhos.

A ferida feita por Bellatrix está aberta novamente, doendo terrivelmente, enquanto mais sangue vaza. Tenho mais vontade do que nunca de chorar. Tudo que quero é poder encostar a cabeça no colo da minha mãe, e ouvir enquanto ela diz que isso tudo não é para a minha idade. Que tudo é muito injusto. Mas que, se algum modo, tudo acabará bem.

Gostaria de poder voltar para o dia no lago, em que fugimos da aula de natação. Sentar-me ao sol com Fred e sentir seus braços ao meu redor. Refugiar-me em seu corpo quente enquanto tudo perde a importância.

Lanço um olhar para Rony, para ver se ele está bem. Ele não está olhando para mim. ele está com o rosto virado, olhos apertados, como se fugisse de uma cena de filme de terror. Creio que não deva muito bom me ver ser torturada.

Quero passar os dedos em seus cabelos ruivos e lhe dizer que está tudo bem.

– Última chance. – Voldemort diz rindo.

Eu rapidamente me recomponho, e ponho minha máscara de petulância e força.

Levanto minha mão lentamente, ignorando a dor em meu braço, e mostro-lho o dedo do meio.

Bellatrix, que esteve ali, durante toda a minha tortura – com uma cara de incrivelmente satisfeita, e inclusive ajudando Voldemort em alguns momentos – volta a contorcer seu rosto de raiva.

Ela sussurra algo para Voldemort, que ilumina seu rosto.

Eu deveria me preocupar, mas eu estou tão cansada, que tudo que eu desejo, é um lampejo verde no meio do peito, para por fim em minha agonia.

– Bom, devo dizer que você é invejável senhorita Granger... Muito leal, muitos terias desistido nos primeiros 15 minutos de tortura. – esguelho meu olhar pela janela, e não sei que horas são. Tarde. Muito tarde. – Agora vamos ver, como reage a dor do outro...

E então sinto meu corpo gelar, e uma nova onda de adrenalina tomar-me. Rony dessa vez está me olhando, em seu olhar, a mesma perseverança que esteve no meu.

Eu sei o que vão fazer. Tento desviar meu rosto, mas o comensal atrás de mim, segura meu rosto firmemente, obrigando-me a ver, enquanto meu amigo contorce-se no chão, com dor e agonia nos olhos, ao som de fundo das risadas loucas de Bellatrix.



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Notas finais do capítulo

CERTO, NÃO ME MATEM, EU JURO QUE DAQUI A UNS CINCO CAPÍTULOS TUDO ISSO PASSA, VOCÊS TEM QUE SER FORTE .-.