Escolhas - Fred e Hermione escrita por penelope_bloom


Capítulo 53
Malfoy Manor


Notas iniciais do capítulo

*jurosolenementequenãovoufazernadadebom*
FELIZ NATAL TODO MUNDOOO O/
*Toca ai todo mundo que pediu o Fred de natal, não ganhou, e agora planeja o assassinato do velho gordo de roupas vermelhas*
-
Vou dedicar o capítulo para a Amanda linda que foi atrás de mim no msn, IsabellaWatson, Inês Potter e todas as leitoras que ficaram esperando pelo capítulo e me mandando Avadas mentais pela demora ^^
Enjoy :)



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CINQUENTA E TRÊS:


Fred’s Pov


[N/A: Tem algumas fofoletes achando que eu matei o Ian amado, mas ele não tinha morrido, a doida varrida da Cameron só petrificou ele]

Na tarde do dia 28 de Dezembro.

Dias para o sim da Caçada: 5


Eu estava em um restaurante qualquer, comendo meu almoço, quando senti a moeda em meu bolso tremer.

“Hermione está aqui, Liza está fazendo um penteado, espere mais 15 minutos e venha” - I.F.


Acabei por respirar o suco que eu tomava, colocar o braço sobre o garfo, e derrubá-lo no chão cheio de comida.

Hoje eu iria achá-la.

Eu sentia como se fosse capaz de dar um beijo na boca do Ian, aquele gostoso que eu tanto amava. Nem sei como poderei agradecer por delatá-la para mim.

Após 15 minutos que se passaram interminavelmente lentos, corri e me enfiei no primeiro beco que eu vi, imaginei a cara de Liza na Escócia, e desaparatei.

Contudo, assim que senti meus pés tocarem o chão, eu estava em uma praça, como se não fosse possível Desaparatar na casa. Depois de uma boa meia hora tentando pedir informações à um taxista que me parecia meio bêbado, descobri estar na rua certa, e a casa a qual eu procurava era no final da rua.

Eu praticamente corri pela rua, mas quem diria que era uma rua tão grande. Depois de mais meia hora eu achei a casa. Era amarela, de um andar, muito bem cuidada e aparentava ser muito elegante. Nem esperei ou perguntei: fui entrando mesmo.

Eu tinha um sorriso que rasgava meu rosto, e antes que eu pudesse abrir a porta, notei que ela já estava aberta. Meu sorriso diminuiu e eu, por via das dúvidas puxei minha varinha.

Empurrei a porta com a ponta dos dedos, escutando-a ranger e revelar o hall elegante da casa dos Spicy.

Eu ia chamar Liza, mas fiquei com medo de Hermione me escutar e fugir.

Andei pé ante pé pela sala e choquei-me com o que vi. A sala estava destruída, com mesas viradas, vidros quebrados, objetos no chão e tudo destruído, como se um tufão tivesse passado pela casa.

– HERMIONE! – eu gritei desesperado.

Não obtive resposta. Correndo apavorado, adentrei a sala, contudo, afobado como era, não vi onde pisava e tropecei em algo no chão, indo de encontro do chão, batendo minha cabeça na quina do sofá cor de creme.

Apertei os olhos rapidamente, logo em seguida abrindo-os. Em minha frente, caída para o lado do sofá havia uma mão. Apenas um pequeno pedaço do feminino braço era visível.

Com o coração falhando, e uma dor agonizante no peito, levantei rapidamente, varinha em mãos, enquanto adentrava a sala, e ficava em um ângulo que eu pudesse identificar de quem era o braço.

Senti-me enjoado e desesperado assim que vi quem estava caído.

Liza, com seus olhos vazios, encarava o vazio em sua frente, com sangue em sua boca e os cabelos desgrenhados, acolhida no abraço do moreno de feições congelada.

Morreram juntos.

Abaixei-me e analisei os corpos mais de perto, sem coragem de ir procurar no resto da casa e achar Hermione nesse mesmo estado. Ou pior, medo de não achá-la. Afinal, o que diabos estava acontecendo ali? Que tipo de monstro faria isso?

E então, um estalo me ocorreu. Os olhos de Ian estavam diferentes do de Liza, e ele estava com um abraço rígido ao seu redor. Se ele estivesse morto, seus braços teria caído dos obros de Liza e estariam repousados na cintura da garota.

Finite. – eu arrisquei.

E como se levasse um balde de água fria na cara, Ian respirou profundamente, com um ar desesperado tomando seu rosto, enquanto ele apertava o abraço ao redor de Liza.

– Ian, o que houve, onde está Hermione?

Mas Ian mal me ouvia, ele apenas voltava a abraçar o corpo sem vida de Liza, e soltar baixos grunhidos de dor.

– Ian! Onde está Hermione? – eu disse sacudindo os ombros do rapaz.

– Eles a levaram... eu sinto muito, não consegui impedir... eu não sabia que ela era um comensal... – Ian dizia balançando seu corpo colado ao de Liza. – Me desculpe... Me desculpe... – ele agora chorava enterrando o rosto nos cabelos sujos de sangue da namorada.

– Ian! Me escuta! – eu segurei seus ombros – quem fez isso? Onde ela está?

– Cameron. Ela era uma comensal. Ela matou a Liz, e ela levou a Hermione. – Ian disse ainda chorando.

Novamente, meu coração falhou.

– Para onde a levou?

– Mansão Malfoy.

– Tire Liza daqui, você pode levá-la até a Toca, e de lá, contate seus pais e os pais dela.

– Mas Fred...

– Eu cuido de tudo. – eu disse ajudando ele a levantar Liza e colocá-la no sofá. – Colocaram algum tipo de escudo, não dá para aparatar dentro da casa, vamos ter que levá-la para fora.

Ian estava atordoado e perdido, ora fervendo de raiva, ora distante e pensativo, ora depressivamente triste.

Ele passou os dedos pelo rosto desfalecido dela, fechando seus olhos. Para mim aquilo era irreal. Era como se ela fosse acordar a qualquer momento, contando uma de suas histórias e fazendo seus comentários atrapalhados. Não acredito que nunca mais iria escutar sua risada escandalosa.

– A Cameron me petrificou, ela ia me manter petrificado para me ter com ela. Ela matou a Liza por ciúmes. – ele desviou os olhos da pequena em seus braços. – Como ela pode fazer isso?

Ele estava desolado e nem sequer conseguia imaginar como era perder a irmã e a namora assim. Tão brutalmente.

– Antes ela tivesse me matado. Sabe, é insuportável viver assim. – ele disse com o olhar vazio.

– Calma cara. – eu coloquei a mão em seu ombro e afaguei levemente, tentando em vão reconfortá-lo.

Sem mais palavras ele se levantou e pegou Liza nos braços.

– Boa sorte. – Ian murmurou antes de sair porta à fora.

Observei-o parar na frente da casa e logo em seguida partir, levando consigo o corpo sem vida de Liza.

Concentrei-me em Hermione. Tirei a moeda do bolso e com as mãos trêmulas mandei a seguinte mensagem:


“Pegaram ela. Venham para a casa de Liza. AGORA!” - F.W.


Com passos lentos e cautelosos andei pela casa. Na cozinha ainda havia comida, e pratos estavam virados, locas quebradas. Ao logo do corredor, eu podia sentir, o desespero dela.

Adentrei uma sala, cuja porta estava escancarada e uma cadeira saia para o corredor. Era uma espécie de sala de troféus, só que no lugar dos troféus, havia cabeças empalhadas, armas emolduradas, e estantes de madeira que tiveram seu vidro quebrado. Tudo estava revirado, papeis no chão, gavetas atiradas, animais empalhados destroçados por toda parte, vidros quebrados e seus cacos pelo chão, uma mesa virada, o cheiro dela ainda estava lá. Aquele cheiro doce de pêra, misturado com o medo e o desespero.

Senti uma terrível ardência nos olhos e eu dei dois passos para trás até conseguir me apoiar em uma mesa que estava virada.

– Eu vou te matar Cameron. – eu disse sentindo minha respiração ofegante.

E pela primeira vez em muito tempo eu senti o mais refinado desespero tomar-me o corpo e um instinto quase psicótico me preencher. Uma escuridão que me consumia.

Baixei o olhar e vi, em baixo de uma cadeira virada, a bolsa que ela usava no casamento. E acompanhado ainda com a personalidade felina que me preenchera, tirei a cadeira dali à base de pontapés e juntei não só a bolsa, como um livro de capa marrom que eu havia visto na biblioteca do colégio, na zona restrita.

Analisei o livro e vi que havia uma página amassada, que falava sobre o rompimento de barreiras.


“Spiritus septentrionem orientalem notum et occidentem sigilla hoc circulo. Frange crusta hoc, quod est nigrum et operuit tenebris. Frange in alica, quod irrigavitsanguine innocentum, et qui profert iam morte suscitavit. Dispone. Tellus. Ne dissipes illud.Et dimisi eos omnes intra stuck here.”


Assim que terminei de dizer tais palavras, senti como se a pressão do ar mudasse, e eu tive certeza que a bolha havia desaparecido, joguei o livro dentro da bolsa. Saí pelo corredor como se eu fosse uma alma penada, e adentrei os outros quartos da casa.

Na terceira porta que abri, vi que era o quarto de visitas que ela havia ficado. Andei até a cama arrumada e me sentei nela.

“Eles a levaram. Quem garante que ela está viva?”

Senti meu peito se contorcer e deitei na cama, encolhendo os joelhos junto ao corpo, estava dolorido demais para levantar. Enterrei meu rosto no travesseiro e senti i cheiro do cabelo dela. Fiz uma careta de dor, e soltei um urro abafado de dor e raiva.

Frustração.

Medo.

Impotência.

E aquele sentimento psicótico que aflorava cada vez mais. Uma carnificina. Era o que eu faria com quem quer que tenha encostado nela.

CREC.

FRED! – a voz agonizada de Draco chegou aos meus ouvidos.

Levantei-me com a bolsa dela na mão, e corri até a sala, onde Draco estava congelado observando o caos do local.

– O que houve?

Eu dei uma risada seca.

– Cameron era uma comensal.

– O que? –ele disse descrente. – não. Eu saberia... Você deve ter se enganado.

– Ela matou Liza. – eu disse passando por cima de uma cadeira tombada.

Draco ofegou e se apoiou nas costas do sofá, e balançou sua cabeça veemente.

– Não... não Liza.. – ele disse abrindo um sorriso perturbado. – você se enganou Fred.

Aproximei-me dele e coloquei minha mão em seu ombro, assim como tinha feito com Ian.

Ele tirou seu ombro e olhou para baixo, o mesmo olhar perturbado surgindo em seus olhos.

CREC.

E no meio da sala surgiram Harry e Rony.

– O que houve? – Rony andou até mim e me chacoalhou. –onde ela está?

– Saímos às pressas da casa dos Lovegood, ele não queria nos deixar sair, por isso demoramos. – Harry se explicou pousando o olhar em Draco.

Respirei profundamente e narrei tudo o que eu sabia.

Ao terminar, Draco tinha o seu olhar desfocado, eu tinha que controlar a raiva em minha voz, Harry e Rony ainda estavam atordoados.

– O que estamos esperando vamos buscá-la!

– Calma. Eu sei o que temos que fazer. Todos terão que colaborar. Não podemos errar.

– Calma? Fred eles vão matar ela! – Rony berrava transtornado.

– Eu sei Rony! Acha que eu não quis aparatar lá na mansão Malfoy e arrancar a cabeça de cada desgraçado que está lá? Só que estamos em menor número, então teremos que ser frios e calculistas! Não quero que nenhum grifinório corajoso e idiota estrague tudo! – eu disse gritando e gesticulando raivosamente – posso contar com vocês?

– Sim. – a concordância foi geral.

– Draco, você vai voltar para a mansão. Conseguirá toda a informação que conseguir e...

– Mas Fred, eu fugi lembra?

– Eu irei com ele. – Rony disse – você pode dizer que estava fingindo ser bom para atrair o Harry.

– Isso pode funcionar. – Harry disse nervoso.

– Pode, mas você deve saber, que no momento que entrarmos na mansão, você vai ser torturado. – Draco disse alternando o olhar entre Rony e eu.

– Eu sei.

– Certo. – eu disse otimista. – Draco vai implantar a dica que Harry vai estar em Londres depois de amanhã à noite. – eu disse gesticulando. – somente à noite, vocês irão capturá-lo.

– Porque à noite? – Harry me interrompeu.

– Fica mais fácil, caso não consigamos quebrar os escudos e tenhamos que fugir à pé da Mansão Malfoy. – eu esclareci. – depois que estiverem dentro, Harry dirá que se entregará e entregará o medalhão somente depois de se despedir de Rony e Hermione, ao mesmo tempo.

– Vamos denunciar nossa caça às Horcruxes?

– À menos que tenha uma idéia melhor. – eu disse também não gostando da idéia.

– Peça para que morramos os três juntos. – Rony sugeriu – ele é vaidoso, vai atender ao seu último desejo.

– Isso definitivamente pode funcionar. - Draco disse também otimista. – e enquanto Voldemort estiver embebido de gloria, eu te mando um aviso pela moeda.

– E assim que receber esse aviso vou jogar pó escurecedor instantâneo na sala, pegar vocês e Desaparatar para longe.

– Certo. – os três concordaram.

Eu sabia que as chances daquilo ocorrer eram mínimas, e tudo indicava para a possibilidade de nos matarem e tudo sair errado. Mas se existia esta mínima possibilidade de salvá-la, eu iria lutar por ela.

***

– Vamos sangue ruim. Diga onde ele está! – a morena de longos cabelos cacheados em minha frente me rodeava como se fosse um felino. Os negros olhos fundos com uma imensidão insana e desequilibrada.

Eu permaneci ajoelhada encarando-a desafiadoramente, com meus dentes trancados e com uma imensa vontade de enchê-la de tabefes. Sorri provocadoramente, feliz em ela ser uma péssima Legilimens.

E então, o som de algo rasgou o ar. Não era tão alto como uma Aparatação, mais parecia um rápido esfregar de mãos, e eu pude sentir alguém surgir atrás de mim. Bellatrix mudou seu olhar para um misto de veneração e temor, abaixando sua cabeça em uma reverência exagerada que mais me lembrava um elfo doméstico.

– Hermione Granger. É um prazer conhecê-la. – uma voz rouca e baixa, parecendo inclusive fraca, soou atrás de mim.

O único pensamento que gritou em minha mente foi:

AGORA FUDEU!

Obviamente, mantive a minha pose, e não demonstrei o menor sinal de medo, mesmo que por dentro, tudo o que eu desejasse era um grosso cobertor para me proteger dauqele homem horrível de aparência ofídica.

Eu não sei por que, mas sempre me senti segura enrolada em cobertores. Como um verdadeiro escudo mágico e indestrutível.

Ah se eu tivesse um cobertor.

– Muito bom dia Sr. Riddle. – eu respondi sinicamente.

Ele sorriu – sim foi extremamente estranho vê-lo arreganhar a pele que um dia fora um boca, e mostrar-me seus fétidos dentes – e delicadamente sacou sua varinha.

– Como ousa? Sua sangue ruim nojenta... – Bellatrix sacou a varinha com o intuito de me lançar algum feitiço terrível.

Com um gesto de mãos, Voldemort impediu o próximo movimento da doida desvairada e diminuiu o seu sorriso.

– Senhorita Granger, não correspondo mais por este nome, e creio que sabe disto. Afinal, sua reputação chegou aos meus ouvidos.

– Sinto muito, quanta indelicadeza – eu disse soando educada, sentindo meus joelhos doloridos. – Voldemort, certo?

Bellatrix e os demais comensais que se encontravam presentes – a vaca da Cameron inclusive – praticamente grasnaram ao ver o nome do ‘lorde das trevas’ na boca de uma sangue-ruim.

Seu sorriso sumiu por completo.

– Onde ele está? – ele disse voltando a me rodear como se fosse um tubarão.

– Ele quem? – eu disse inocentemente.

– É uma bruxa brilhante senhorita Granger, entregue-me o Potter, e eu não farei nada, nem com você, nem com a sua família.

E por um instante senti como se tivesse pisado em um degrau em falso.

A profecia de Trelawney imediatamente inundou minha mente e me perguntei se esta seria minha escolha.

– Prefiro morrer. – eu disse agora nervosa.

Meu melhor amigo e meus pais. Eu não podia escolher entre eles. Mas eu sabia que pelo menos, meus pais estavam seguros, e se eu morresse Harry também estaria.

– Senhorita, será que tem algo que gostaria de compartilhar? – Voldemort disse com um canto de sua boca subindo em um sorriso deformado.

E antes que eu pudesse reagir, senti minha mente ser pressionada, e eu sabia que ele estava tentando ver as minhas lembranças.

Mentalmente comecei a me focar em outras coisas, camuflando a profecia da Trelawney.

Saiba: todo mundo foi neném
Einstein, Freud e Platão também
Hitler, Bush e Saddam Hussein
Quem tem grana e quem não tem


Eu comecei a cantar mentalmente a música trouxa, concentrando-me na letra ferozmente. Voldemort apenas se ajeitou e voltou a tentar invadir minha mente.

Era algo doloroso.

Como se uma faca tentasse cravar em meu crânio.


Saiba: todo mundo teve infância
Maomé já foi criança
Arquimedes, Buda, Galileu
e também você e eu


Eu praticamente gritava mentalmente, resistindo arduamente, sentindo uma dor excruciante, que me deixava fisicamente exausta.

A música infantil soava agora de modo ofegante, e a letra parecia irritar Voldemort.

Na verdade, qualquer coisa que o colocasse como um seu humano normal, ele detestava. Voldemort era vaidoso e detestava ser comum.

Senti a faca mental de Voldemort começar a perfurar meu escuto. Eu agora berrava a letra da música em minha cabeça, agora acompanhada pelas risadas da Bellatrix.


SAIBA: TODO MUNDO VAI MORRER
PRESIDENTE, GENERAL OU REI
ANGLO-SAXÃO OU MUÇULMANO
TODO E QUALQUER SER HUMANO


Eu praticamente berrava, irritando-o, desafiadoramente, fazendo questão de deixar bem claro sua semelhança à mim. Deixando bem claro que no fundo, eu e ele éramos apenas matéria de carbono, e ambos acabaríamos fétidos apodrecendo em alguma cova.

Com um olhar, joguei-lhe na cara toda sua humanidade. E como trilha sonora, a melodia infantil da música que ressonava em minha mente.

– CALE-SE! – O pálido homem colocou-se em minha frente, de feições ofídicas e olhos vermelhos que refletiam as chamas do inferno, segurando meu rosto entre suas mãos, cravando suas unhas em minha carne e transbordando fúria pelo olhar. Sorri-lhe vitoriosa.

– Algum problema Tom? – eu sorri.

– É uma trouxa não é? – Voldemort disse com seu rosto a centímetros do meu. – Pois que a tortura lhe seja familiar. Bellatrix. – ele chamou a morena, sem tirar seus olhos de mim – apenas métodos trouxas... Ouvi falar que são muito criativos. – ele disse arremessando-me para o chão.

– Nossa Tom, – eu disse caída sobre os braços, ainda com eles amarrados as minhas costas. – estou tremendo de medo. – eu disse sorrindo.

Voldemort andou até um trono de veludo verde e ali se acomodou, enquanto Bellatrix vinha para cima de mim com seu sádico olhar e seu insano sorriso.

Ela tirou do corpete de seu macabro vestido de mortiça, uma adaga prateada e andou até mim. Chutou-me o rosto com vontade, cortando o interior da minha boca.

Não teve conversa ou ameaças, ela simplesmente partiu para as finais. Ela montou sobre mim e imobilizou minha perna com seu joelho. Com um rápido olhar, ela ergueu o punhal, e com toda sua força, cravou-o em minha coxa.

Enterrou o metal até o fundo, fazendo-o encostas no osso e passar pelo nervo.

Eu não gritava. Eu urrava de dor.

Senti minha perna com tamanha dor, que desejei que ela fosse amputada.

– Onde ele está Granger, o que está escondendo? – Bellatrix disse aproximando seu rosto do meu, mas ainda com a mão sobre o punhal, pressionando-o contra meu fêmur.

Eu ainda não tinha conseguido parar de gritar de dor, eu ofegava e sentia o metal em meu músculo.

Ela não obtendo resposta, cravou o punhal em meu abdômen, causando-me uma terrível dor, quase tão ruim quando a primeira.

Ela passou a faca vagarosamente enquanto rasgava-me as tripas.

Asclépio. – ela sussurrou em meu ouvido, fechando o ferimento da barriga, e parando com a sangria desenfreada. – o bom, é que eu posso brincar com você, e você nunca vai morrer. – ela se afastou e sorriu.

– Deseja falar algo senhorita? – o monstro ofídico perguntou-me.

– Vai pro inferno, seu velho decadente! – eu gritei, sentindo minhas roupas ensopadas de sangue. O meu sangue.

Bellatrix tremeu de raiva e voltou a cravar o punhal em minha perna, desta vez girando-o dentro de minha perna abrindo um buraco.

Eu gritei e esperneei, desesperada para que aquilo parasse, sentindo uma dor indescritível, que queimava minha pele e me atingia de um modo que me dava ânsias de vômito, tamanha era minha dor.

E quando eu achei que fosse desmaiar de dor, um estampido fez com que Bellatrix interrompesse a escavação em minha perna.

Então um som de porta rangendo ecoou, e eu senti o ar frio da noite ir de encontro à mim.

– Eu trouxe Ronald Weasley. – a voz de Draco soou a uns quatro metros de mim, na porta de entrada da mansão Malfoy.

Ergui o olhar e encontrei os olhos do ruivo que se acenderam a me ver. Felicidade por eu estar viva, eu creio. Ele estava amarrado magicamente e estava caído no chão.

Eu, porém, repuxei o rosto em choro, a cada passo que Eles davam em direção a Voldemort.

– Não... Rony... Não... – eu tentei dizer, observando Draco, e não acreditando que ele havia me traído assim.

– Como se atreve a voltar aqui garoto? – Bellatrix disse endireitando sua coluna sobre mim e apontando a adaga para Draco. – como se atreve a mostrar essa sua cara traidora por aqui? – ela berrou ameaçando lançar as adagas.

– Cala a boca tia. – Draco revirou os olhos e dirigiu o olhar para Voldemort – Milord, espero que seja misericordioso e entenda que eu tinha que conseguir a confiança do Potter, para trazê-lo até você.

– Bom, eu não estou vendo o garoto... – Voldemort cruzou as mãos na frente do rosto.

– Ele fugiu, Milord. – Draco disse com os olhos baixos. – Sei que fracassei, mas prometo me redimir.

Lancei um olhar de nojo para o loiro e quis pular em seu pescoço. Bellatrix assistia divertida à tudo aquilo, parecia ter esquecido estar sentada sobre mim.

– Sugiro que matemos logo o Weasley então. – Bellatrix disse sorrindo – Draco apenas o trouxe como prova que ainda estava no lado certo, creio que ele já provou Milord. – Bellatrix fez uma reverência.

E foi então que uma luz me ocorreu. Senti o machucar no meu tornozelo da arma que havia escondido na meia.

Bruxos usam varinhas, não armas, logo, assim que tiraram minha varinha presumiram que eu era inofensiva. CÉUS EU AMOSER TROUXA.

Ignorando a dor torturante em minha perna empurrei Bellatrix, dando-lhe uma cabeçada no diafragma e passando minhas mãos amarradas por debaixo das pernas, conseguindo, em um único movimento tirar a arma da meia, destravá-la e mirar diretamente contra Bellatrix, que era a comensal mais próxima de mim.

Voldemort não pode ser morto, mas aposto como uma bala no meio da testa o atrasaria.

Todos me olharam surpresa, Draco e Rony em especial, Draco me olhava assustado, como se tentasse me dizer algo. Eu estava seriamente tentada em atirar em seu estômago e deixar que ele morresse corroído pelo próprio ácido gástrico.

– Rony, vem pra cá! – eu mirei a arma em Draco.

Voldemort deu risada, Draco dirigiu seu olhar para ele, em busca de ordens.

Com um aceno de mãos, Voldemort liberou Draco, divertido com a minha audácia e vendo até onde eu iria.

O ruivo correu até mim. Eu ainda mirava o peito de Draco.

– Não Hermione... – Rony disse sussurrando eu meu ouvido, como se tivesse algo importante para me dizer.

Ele não completou sua frase, já que uma tropa de comensais chegou na sala, e alguns vieram para a minha direção.

Antes que sacassem suas varinhas, mirei no máximo de comensais que pude, e abri fogo.

O disparo da arma era forte e impulsionava a arma para mim, e cada disparo eu sentia o metal ficar mais quente. Tentava acertar Voldemort ou Bellatrix, mas acabei acertando o braço de Draco que mais parecia um zumbi.

Acertei a cabeça de um. Tentei não me perturbar e continuei tentando proteger Rony, tentando visualizar uma varinha que eu pudesse roubar para Desaparatar.

Invalidei mais dois comensais, acertando o ventre de um e o ombro de outro, mas no fim, eram muitos, e assim que tiraram-me a arma com um feitiço convocatório, parti para o confronto físico. O que era cômico já que eu sequer chegava a ter 1,70.

Saí distribuindo cotoveladas e joelhadas, mordidas e chutes nos comensais, até que finalmente, eu caí.

Fui derrubada e cordas mágicas me envolveram, apertando-me firmemente. Eu mal podia respirar.

– Draco, leve o senhor Weasley e a senhorita Granger ao porão... Em breve conversarei com eles. Bellatrix, preciso conversar com você um instante...

Confesso não ter ouvido o resto da mensagem já que Draco suspendeu-me pelos calcanhares através do Levicorpus e foi empurrando Rony e eu para o porão.

Enquanto o sangue ia para a minha cabeça, eu desejava ardentemente dar um soco no loiro filho da mãe traidor.

E então, quando saímos de vista, e o som dos comensais não chegava até nós, Draco me tirou do ar,fazendo com que eu caísse em seus braços.

Antes que eu pudesse dar-lhe a tão merecida cotovelada, ele me abraçou. Rony também o fez.

PARA O MUNDO QUE EU QUERO DESCER, O QUE DIABOS É ISTO?

– Você está viva. – foi Draco quem murmurou.

– Seu filho de uma gansa, fique longe de mim seu...

– Hermione, ele está do nosso lado! – Rony disse impaciente. – ele está tentando ajudar e você dá um tiro nele? Sério?

– Como eu devia saber? Vocês podia ter me dado algum sinal!

– Eu fiquei te olhando o tempo todo – draco defendeu-se.

– Bom, Voldemort também me olhava, devo presumir que ele faz parte da equipe de resgate?

– Haha, muito engraçado... E o que pretendia? Há zilhões de barreiras aqui, não podemos Desaparatar aqui dentro! – Rony disse.

Sim eu era idiota. Na hora do desespero simplesmente me esqueci que a mansão Malfoy devia estar cheia de barreiras. Certo, todos têm seu momento burrice.

– Oh... – eu disse sentindo meu rosto corar – mas vocês não avisam! Como é que eu ia saber que... – e então se fez um clique na minha cabeça – Me diga que vocês não foram idiotas o suficiente para vir atrás de mim, em uma missão de resgate corajosa e suicida. – eu fechei os olhos e massageei as têmporas.

– Veja bem... – Rony começou a dizer.

– Discussões mais tarde, agora vocês tem que ficar presos aqui. – Draco apontou sua varinha e abriu a porta escura do final da escada.

O lugar tinha um tom assombrado e úmido, uma verdadeira masmorra. A porta se abriu e passos ecoaram lá de dentro.

– Tudo vai dar certo – Draco disse enquanto eu entrava lá dentro – Mais tarde eu passo aqui para fechar esta ferida e...

– Draco? – uma voz conhecida chegou até nós.

Eu cheguei a tropeçar em meus pés, Rony arregalou os olhos e Draco congelou onde estava.

Timidamente na porta, uma garota de cabelos loiros apareceu. Ela estava com o rosto todo cortado, seu pescoço estava roxo, seus cabelos sujos e desgrenhado, seu pulso do tamanho de uma melancia. Ela estava em trapos

– Luna?- Draco finalmente disse.

Eu vi algo que nunca tinha visto. Luna chorou. Chorou de soluçar. Draco andou até ela e a abraçou firmemente, ela apenas enterrou o rosto no peito de Draco e deixou que as lágrimas escorressem. Troquei um olhar com Rony, em busca de explicações, ele apenas deu de ombros.

– O que houve? – Draco murmurou contra os cabelos loiros da garota.

– Depois que você partiu, os comensais foram lá em casa. – ela dizia entre soluços.

– O que eles fizeram com você? – Eu perguntei afagando as costas da garota.

Ela apenas enterrou mais o rosto em Draco e chorou, balançando sua cabeça negativamente.

– Te bateram muito foi? – Rony disse em tom de compaixão, e como sempre, desajeitado na hora de consolar.

– Antes fosse... – Luna disse agora um pouco mais calma.

– O que eles fizeram com você? – Rony disse diretamente com a sensibilidade de uma pedra.

E com a mesma exatidão e de modo direto veio a resposta:

– Eu fui estuprada.

Senti meu sangue ferver. Um misto de angústia e raiva cresciam em meu peito, minha respiração ficou ofegante e tudo que consegui fazer foi por alguns instantes roubar Luna de Draco e abraçá-la o mais apertado que eu pude.

– Não contem pra ninguém... – ela disse retribuindo meu abraço e começando a chorar novamente.

– Quem foi? – uma voz gélida ecoou e mal se reconhecia Draco como emissor.

Luna voltou a entrar em prantos.

– Iago. – ela conseguiu murmurar entre um soluço e outro.

Levou algum tempo para acalmarmos Luna. Draco extremamente cuidadoso com ela ficou mais tempo do que deveria conosco. Finalmente ele teve que ir, eu e Rony tomamos seu lugar em ficar dando colo à Luna.

No porão, além dela estava Olivaras, o famoso artesão de varinhas, também estava no porão um duende, Grampo. Por um momento, fiquei receosa que o duende tivesse visto algo entre Draco e Luna, mas ele estava maltratado e dormia profundamente no fundo do porão imundo.

Imediatamente começamos a conversar com Luna e Olivaras, sobre como as coisas funcionavam por ali. O velho artesão não estava tão machucado quanto Luna, mas por ter mais idade, aparentava fraqueza e fragilidade.

– Que bom que estão aqui... – Luna disse – que dizer, não é bom que estejam presos aqui, mas...

– Nós entendemos Luna. E estamos feliz em estarmos aqui. – eu disse dando-lhe um sorriso confortador. – e agora o senhor, vai me explicar tudo. Tim-Tim por Tim-Tim. – eu disse à Rony.

Porém, antes que ele pudesse começar a se explicar o tal duende acordou e sem muito bom humor, ficou deitado em seu canto, sem interagir, olhando para o teto.

– Melhor não falarem nada. – Luna cochichou – Duendes não gostam de bruxos.

Revirei os olhos e lancei um olhar para Rony. Ele iria me contar que putaria toda era esse, nem que para isso eu tivesse que afogar o duende na minha saliva.

***

Foi uma surpresa encontrar Luna aqui. A pior das surpresas. E no fundo, a culpa era minha. Se ela tivesse ido comigo, se eu tivesse me inteirado mais da situação do pai dela, nada disso teria acontecido.

Agora, cá estava eu, com a visão embaçada de tanta raiva, tendo que me controlar para não matar – literalmente – a minha tia Bella que dizia o quão sujo o mundo era devido à presença de pessoas como a Hermione ou traidores de sangue como os Weasley.

Tudo que eu me concentrava no momento, era ter a chance de ter um pequeno vislumbre de Iago.

A única coisa que eu tinha certeza, é que sua morte seria lenta e dolorosa.

Mas com a presença de mais prisioneiros, teríamos que mudar nosso esquema de fuga.

“Precisamos conversar” - D.M.


Eu mandei a mensagem para Fred e Harry e forcei-me a comer mais um pedaço da comida em minha frente, sem nem saber o que eu botava na boca. Fingindo estar tudo bem, e ainda tendo que brindar pelo cerco se fechando à Harry que agora estava sozinho.

Senti meu bolso vibrar levemente e respirei profundamente.


“Amanhã pela manhã na biblioteca ” - F.W.


– Um brinde, ao meu filho, que voltou para casa, e enfraquecer o maldito Potter! – meu pai disse erguendo a taça de cristal enquanto minha mãe me abraçava.

Todos brindaram a mim. Minha tia Bella mais orgulhosa do que nunca.

– Filho, sentimos tanto a sua falta – minha mãe me abraçou.

– Também senti sua falta mãe. – eu disse retribuindo seu abraço.

Ela passou os dedos em meus cabelos e depois acariciou meu rosto, olhando-me com ternura e amor. Algumas lágrimas começaram a surgir em seus olhos.

– Não precisa chorar, mãe. Eu estou aqui. – eu disse dando um fraco sorriso de lado.

– Prometa que não vai mais embora. – ela disse em um sussurro.

Senti meu peito contorcer-se. Se havia algo que eu não suportava fazer, era mentir para minha mãe.

– Prometo. – eu disse mais uma vez, invejando Harry. Seria tão mais fácil que eu não tivesse pais, ou se eu pudesse simplesmente mandar-los para algum lugar na Austrália. A salvos disso tudo.

Novamente respirei fundo. Algo me dizia que as coisas estavam começando a ficar fora de controle.



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Notas finais do capítulo

Então é isso, espero que tenham gostado, e aguardem por que no próximo capítulo, teremos o sofrimento de um comensal filho da Puta... MUAHAHAH''
Mais uma vez, FELIZ NATAL - atrasado - e um ótimo ano novo, que 2012 seja o ano em que um Fred lindo entre na nossa vida.
-Ou um Draco para quem gosta dos loiros.
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Isso se o mundo não acabar :D
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Por hoje é tudo pessoal ^^
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*malfeitofeito*