Escolhas - Fred e Hermione escrita por penelope_bloom


Capítulo 52
The enemy next Door


Notas iniciais do capítulo

Obrigada à ErikaSPoll pela recomendação fofa, e a todas as leitoras lindas, que animam meu dia com seus comentários hilários, ameaças de morte e os Avadas que eu recebo.
-
Um beijo especial para leitora nova que me fez rir com seu nome apataeavaca.
-
Sabe, no mundo Bruxo sou mais famosa que o Harry, se elesobreviveu a um Avada, eu sobrevivi à centenas...
Se bem que depois do capítulo de hoje, eu vou receber mais alguns milhões de Avadas... D:
-
Fiz bem cumprido por que amanhã e depois não vou poder postar :(
-
Enjoy ;)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/159992/chapter/52


CINQUENTA E DOIS:


[N/A: Tudo bem, eu não vou reclamar dos Avadas ou dos Crucios – né Hermione Weasley – que eu levei, por que eu realmente tinha demorado. Mas para os que acharam que o motivo de choque era o Fredelícia... Sinto muito. Balinha para a Amis que acertou no chute.]


[N/A2: Hoje, uma pessoa morre. TCHAM-TCHAM! –Na verdade duas, por que com certeza vou receber Avadas depois desse capítulo.]


[N/A3: Música: http://www.youtube.com/watch?v=FXn1TonSmFc. Fiz o capítulo escutando ela, me inspirou pra caramba!]


Manhã de 28 de dezembro.

Dias para o fim da caçada: 5


Respirei fundo e girei meu pescoço até estralá-lo.

A conversa estava tranqüila na cozinha, então não vi risco em me mostrar.

Antes de adentrar a cozinha resolvi mandar uma mensagem para Harry, afinal, por que não?


Estou na casa de Liza, Escócia. Me desculpe pelo o que eu disse.” -H.G.


Eu fiquei pegando algumas lufas de ar. Não sei por que, eu estava nervosa... Bem, talvez eu soubesse o porquê. Surpreendentemente rápido, a resposta de Harry chegou:


Rony sabe onde fica, estamos na casa dos Lovegood, mas tem alguma coisa estranha com esse tal Xenófilo, passamos aí no fim da tarde. Eu é que peço desculpas por ser um completo idiota.” - H.P.


Sorri com a mensagem dele, e me senti encorajada a entrar naquela cozinha.

Com passos firmes, e a cabeça erguida, joguei meus cabelos maravilhosamente arrumados e lisos para trás, e entrei na cozinha.

– Bom dia povo. – eu disse me sentando ao lado de nossa visita, e nem sequer lhe dirigindo olhar. Céus, como essa coisa consegue ficar cada vez mais linda?

– Hermione?! – a perfeição encarnada mirou seus cristalinos olhos em mim. – o que ela faz aqui?

Cameron, a irmã gêmea de Ian, me recebeu com toda sua simpatia. Ela estava com uma blusa comprida verde, que ressaltavam seus olhos e seus enormes peitos, bem como uma calça jeans azul larga que estava presa com um suspensório extremamente lindo. Aliás, aquela garota não enjoava de sempre usar camisetas compridas?

– Oi Cameron. – eu disse com toda a minha falsidade.

– Como assim, oi? – ela disse vermelha – o Potter está aqui? Por que não me avisaram que eles estavam aqui.

“Por que não é da sua conta, sua nojenta.” Eu pensei furiosa, enquanto me servia de suco e controlava minha mão que estava louca para quebrar a jarra nos cabelos negros e lindos dela.

– Por que não era da sua conta. – Ian disse lendo meus pensamentos

– E Harry não está aqui. Por que o interesse? – Liza disse tirando muffins do forno.

E então, Cameron simplesmente se levantou.

– Aonde vai? – Ian perguntou, parecendo preocupado com a irmã.

– Vou mijar! Posso? Ou será que eu vou encontrar você sabe quem no banheiro? Quem sabe ele também esteja se escondendo aqui e vocês não me contaram?! – ela saiu berrando pelo corredor.

– Isso que ela nem é sua namorada. – eu disse pescando um dos muffins de Liza.

Nós Três rimos.

– Por que está com sua bolsa, deixe no seu quarto. – Liza disse gesticulando suavemente com a cabeça para a minha bolsa minúscula, com todo tipo de tralha dentro. Incluindo uma espada feita por duendes.

– Vou embora hoje... – eu ponderei sobre a morena odiável, e conclui que não era seguro ficar aqui. – Harry ia vir para cá, mas é melhor eu encontrá-lo em outro lugar. – eu murmurei em tom de segredo.

– Não... – Liza fez uma carinha manhosa e agarrou minha bolsa, colocando atrás da bancada, em uma tentativa de me impedir de partir. – fica só até o almoço.

– Liza, eu queria ficar, mas é que realmente não dá.

– Você só ficou um dia com agente. Fica mais um pouco. – Ian insistiu com seus olhos pidões.

– Pelo menos até eu fazer um penteado bem legal em você! – Liza disse ficando de joelhos no banco, como se fosse uma criança.

Suspirei profundamente.

– Eu vou tomar meu café, você faz o penteado, e eu vou. – eu disse irredutível.

– Tudo bem! – ela disse empolgada. – vou fazer uma trança lateral linda, que eu vi em uma revista semana passada. Eu tenho umas fitas vermelhas que vão ficar a coisa mais linda, e eu vou fazer uma maquiagem estilo Anne Hathaway, aquele que ela usou no Oscar. Que mulher bonita e sortuda, vou te dizer, é de se colocar fogo e apagar com tamanco e...

E lá ia Liza abrir sua ‘torneirinha de asneiras’.

Apenas lancei um olhar rápido para Ian, que pescou a mensagem, e pescou os lábios da namorada com delicadeza e sutileza, fazendo com que ela parasse de falar.

Eles começaram seu tradicional beijo de cinema. Eles eram tão lindinhos, tão fofos. Certo, eram um pouco pornográficos também.

– Então você vai embora hoje Hermione?

Dei um gole do meu suco calmamente e saboreei mais uma mordida daquele muffin que estava divino.

– Sim. Daqui a pouco, não se preocupe.

– Olha Hermione, me desculpa. – Cameron disse saindo do corredor e sentando-se ao meu lado.

– Por? – eu disse com a maior frieza do mundo.

– Por ser uma vaca com você.

Certo. Por essa eu não esperava. Até mesmo Ian e Liza deram uma pausa no amasso para ouvir o que a encarnação da beleza iria falar.

– É que, poxa, todos os comensais estão atrás de você, meu irmão está correndo risco por te proteger. Mas eu quero que saiba, que eu gosto de você. Eu tenho esse jeito estourado, meio nojento, mas eu gosto de você. Eu admiro você.

– Valeu Cameron, eu não sabia que pensava assim. – se fizesse silêncio, era possível escutar meu escudo se quebrando, e eu ficando completamente vulnerável. Também era possível ouvir minha lógica se suicidando.

Silêncio. Silêncio. E mais alguns milênios constrangedores de silêncio.

– Ownt. Que bonitinho... – a Liza irrompeu o silencio sepulcral que havia se formado. – já que está todo mundo nesse Love, vamos ao penteado da Hermione!

E abaixo de suplicas e pedidos de misericórdia, fui arrastada até a sala, sem tempo nem para pegar minha bolsa.

Liza atirou o twistter que estávamos jogando ontem a noite em qualquer canto, e colocou, bem no meio da sala, uma cadeira. Ian me agarrou como se eu fosse um saco de batata e me colocou na cadeira, Cameron apenas dava risada. Buscaram todo o material de tortura e começaram a mexer no meu cabelo, Cameron estava bem humorada, e ajudava Liza, enquanto Ian cantava uma música do Sum 41, para meu entretenimento. Com direito à dançinha sexy.

Depois de muito puxa-puxa e pó na minha cara, e lápis entrando no olho, e pincel na minha boca, e mais um pouco de laquê em todo perímetro da minha cabeça, eu estava pronta e perfeita. Ian, filho da puta, ria da minha cara, dizendo que eu mais parecia uma boneca na mão de Liza.

Liza, em minha defesa – ou na dela, eu não sei – tirou do bolso uma foto dele maquiado.

Eu, ela e Cameron rachamos de rir dele, enquanto ele, furioso, tentava pegar a foto de Liza. Eu definitivamente iria começar uma galeria com fotos constrangedoras.

Depois de inúmeras risadas, e mais puxões de cabelo, eu estava quase pronta.

– Pena que não se deram bem desde o começo. Vocês são ótimas juntas. – Liza disse traçando o tal laço na minha cabeça.

– Ah, vamos ter tempo para isso. – eu dei de ombros.

– É... Vamos ter tempo. – Carmem disse passando o laquê para Liza.

E depois de finalizar tudo, e de dar mais risadas eu me preparei para ir embora.

– Não, fica mais um pouco. – Cameron insistia, com uma estranha nota de desespero e impaciência na voz.

– Não posso... Liza, cadê minha bolsa?

– Nem sei, deve estar aqui pela sala. – ela deu de ombros.

Eu saquei minha varinha para fazer o feitiço convocatório. Mas então, repentinamente, um flash claro percorreu a sala e fez com que minha varinha voasse de minha mão.

Do outro lado da sala, encostada na janela, ela ria.

– Você não vai embora.

Um calafrio subiu pela minha espinha, alojando-se na forma de agonia em meu peito.

– Cameron, ela tem que ir. – Liza disse não entendendo o que se passava.

Cameron apenas ria. Com todo meu corpo tencionado, eu comecei a passar os olhos pela sala, enquanto procurava discretamente minha varinha.

– Certo, vamos lá cunhada, sempre soube que você era meio lesada. – e dizendo essas palavras, ela desarmou Liza, enquanto Ian se levantava do sofá alarmada, com a varinha firme entre os dedos.

Num brusco movimento, a morena de olhos sedutores e felinos, puxou a manga de sua blusa até os cotovelos, revelando aquela marca tão... Nojenta.

Ali estava tatuada, a marca negra.

– Cameron! – Ian disse entre surpresa e fúria, firmando sua varinha com tanta força que a qualquer momento iria parti-la. – O que diabos é isso?

– Eu sou uma comensal da morte. – ela disse em um tom de obviedade.

Liza começou a rir.

– Quase caí Cah. Superou-se nessa. – ela disse dando um passo até sua varinha no intuito de pegá-la.

Cameron começou a rir, como se confirmasse, que tudo não passava de uma brincadeira dela. Afinal, ela nunca seria uma comensal, certo? Pelo amor de Merlin, era Cameron!

Mas mesmo assim Ian mantinha sua varinha firme, com o rosto retorcido de incertezas.

– Ficou bem feita a marca. Até parece que é de verdade... Sabe, eu já fiz uma tatuagem e...

Crucio! – um lampeja vermelho irrompeu pela sala, atingindo a morena tagarela, fazendo-a curvar-se de dor, e cair urrando de dor, estampado em seu rosto a mais pura e refinada dor.

E antes que eu pudesse movimentar qualquer músculo, Ian acertou Cameron com um feitiço, fazendo com que ela batesse contra uma estante, derrubando alguns ornamentos que ali haviam.

– Você me atacou? – a morena perguntou de olhos chorosos, encarando o irmão.

– Foge Hermione! – ele disse correndo até mim e me dando um forte empurrão, logo em seguida correndo até Liza, que ofegante, tentava se levantar do chão.

– E vocês? – eu disse procurando loucamente por minha varinha.

– Eu dou conta dela.

Accio bolsa. – eu esperei, mas nada aconteceu.

– Como se eu não fosse colocar alguns feitiços bloqueadores na casa. – Cameron disse, novamente em pé, no outro lado da sala.

Eu não podia partir sem minha bolsa. Sem a espada de Griffindor, não conseguiríamos achar as horcruxes.

Crucio!

Expelliarmus! – a voz de Ian surgiu logo depois da voz de sua irmã, enquanto ambos começavam um duelo.

Corri pela casa, desesperada atrás da minha bolsa. Se ela era uma comensal, em minutos este lugar estaria infestado de homens encapuzados. Entrei em meu quarto e não achei nada. Voltei à cozinha, e vi Liza ajudando Ian. Vi minha bolsa caída atrás do balcão de mármore. Assim que a senti em minhas mãos, um grande estrondo ecoou pela sala e eu saí correndo corredor a fora para tentar achar uma saída daquela maldita casa, ou um jeito de quebrar os feitiços escudos que Cameron tinha lançado.

***

Eu havia caído e perdido minha varinha. Como minha irmã tinha se transformado nisso? Como ela era capaz de fazer isso, desde sempre, nós tomamos conta um do outro.

– Eu sou sua irmã! – Cameron gritava, logo após bloquear um feitiço de Liza – você devia ficar do meu lado! Nós somos uma família!

– Cameron, por favor não faça isso... Eu quero ficar com você, você sabe disso, mas o que você está fazendo, é errado. – eu disse com meu peito dolorido, tentando localizar minha varinha, enquanto cada músculo do meu corpo dizia para que eu me colocasse na frente da minha espevitava.

Cameron contorceu lindo rosto em choro, acertando a morena que a atacava, com um feitiço certeiro no peito. Liza caiu ofegante, com as costas no chão.

E meu coração falhou.

Vi ela cair, enquanto seu nome escapava pelos meus lábios.

– Você ama mais ela do que a mim! EU SOU SUA IRMÃ, EU TENHO SEU SANGUE, IAN!

– Não! Came, não é verdade e você sabe. Um é o porto seguro do outro lembra? – eu disse me levantando calmamente, com as mãos visíveis, e me colocando mais perto de Liza, que ainda ofegava, com sangue em sua boca.

– Você me trocou – ela fazia um agudo som de choro, prolongando-o em um gemido – Você me atacou.

– Você estava torturando Liza! – eu disse me pondo completamente em pé, mesmo sentindo todo meu corpo doendo. – Por favor, Came...

– NÃO ME CHAME ASSIM! É TUDO SOBRE ELA. SEMPRE É ELA! ELA TE TIROU DE PERTO DE MIM! – ela chorava mais e mais, gemendo baixo, como se uma faca estivesse sendo enterrada em seu corpo – Eu não tenho ninguém. Eu não tenho ninguém que olhe para mim, como ela olha para você! Eu só tenho você! Nós somos gêmeos, eu só tenho você, você só deveria ter a mim também!

– Não, você só não achou o cara certo... E eu sempre vou te amar Came... – eu disse agora andando em sua direção, vendo suas delicadas e lindas mãos Trêmulas.

– Cameron, eu sei o quanto você é importante para Ian, e eu nunca vou poder tirar ele de você. – Liza disse ainda com sangue na boca, sentando-se no carpete, e lançando-me um olhar preocupado.

– MENTIROSA! Ela matou o que eu era para você, ela nos separou... – lágrimas rolavam pelo seu lindo rosto, enquanto seu nariz ficava vermelho, e uma centelha de insanidade atravessava seus olhos. – Olho por Olho... – ela disse desfocando seu olhar levemente.

– Cameron... – eu disse desesperado, como se previsse seus próximos passos.

Liza olhou para mim e movimentou seus lábios rapidamente:

“Eu Te Amo, Pimpolho”

Um sorriso brincou no canto de sua boca. E eu gesticulei um rápido “Eu também”, girando minha cabeça e focando novamente em minha gêmea, que tinha em seus olhos, um brilho doentio.

Dente por dente. – Cameron finalizou sua frase tomando controle de sua varinha, segurando a firmemente.

NÃO!

Avada Kedrava!

Sem pensar duas vezes, parti para cima da minha irmã e a empurrei com toda minha força, arremessando-a para o outro lado da sala, fazendo com que ela batesse sua cabeça na mesa de jantar.

Corri para a morena com sangue na boca, estirada no chão.

– Liza! – eu gritei desesperada, dando leves tapas em seu rosto, beijando seus lábios, e inalando seu cheiro de pêssego. – não faz isso Liza, não me deixa...

E eu mergulhei na imensidão de seus olhos verdes e vastos. Como o mar.

Sempre tão profundos, agora estavam rasos.

Sempre tão falantes, agora estavam calados.

Sempre tão expressivos, agora estavam vazios.

O corpo ainda quente dela estava em meus braços, seus olhos fixos no local em que eu estava há dois segundos atrás, e o vestígio do amor que ela tentou me transmitir com o olhar, sumia.

A minha Liza, estava morta.

Soluços fortes e bruscos irromperam pela sala, e um gemido de dor prolongou-se, enquanto eu beijava-lhe os lábios e acariciava seus cabelos repicados. Senti minhas lágrimas começaram a molhar seu rosto, e tive consciência da morena que andava até mim. Mas a dor me sufocava, me envolvia em uma neblina e furava meus olhos com ferros quentes, enquanto meu peito era aberto com ácido, e lá, facas, serras e chutes, dizimavam meu coração à zero. E logo em seguida, colocavam-me fogo. E tudo que passava pelo nó que estrangulava minha garganta, eram meus gemidos e murmúrios de dor.

Eu nunca mais a calaria com um beijo.

Cameron parou ao meu lado, para que eu pudesse vê-la apontando sua varinha para mim.

Mas afinal, o que isso importava? Sem Liza, eu simplesmente não queria mais viver nesse mundo. Eu não conseguiria lidar com a dor que eu estou sentindo.

E se Cameron não puxasse o gatilho, por Merlin, eu puxaria.

– Vá em frente. – eu disse tentando abafar um pouco o choro e ignorar a dor latente que se apoderava do meu peito. – Me mate. É um favor que você faz para mim.

Eu direcionei meu olhar a ela. A retratação viva da beleza, e tudo que consegui tranmitir pelo meu olhar foram ódio e dor.

– Matar você? – ela disse como se aquilo fosse um absurdo – eu amor você, você é meu irmão, e agora, sem ela, somos só eu e vocês.

– Você está para mim! – eu disse com raiva. – você é nojenta, e vai ficar sozinha! Matando Liza Spicy, você também me matou. Eu vou me matar, e você vai ficar sozinha, e você vai ficar viva, por que você merece, toda a dor e sofrimento do mundo.

– Não... Ian, irmãos lembra? Para sempre. – ela disse sorrindo, com lágrimas nos olhos.

– Eu não sou seu irmão! O Ian que você conheceu, morreu com ela. – eu indiquei a morena desfalecida em meus braços – Você é fútil, ridícula, você é patética. Ninguém merece ter que ficar com você.

– Não Ian... – Cameron chorava novamente. – é culpa da sangue-ruim... Ian, se não fosse por ela seríamos, eu, você, Liza e o Fred. – ela sorria e balançava a cabeça, com lágrimas escorrendo pelo seu rosto.

– Não é ela! É você! EU PREFIRO MORRER A FICAR COM VOCÊ! EU TE ODEIO!

– Não... – ela sussurrava entre soluços.

– É Cameron, e quando menos perceber, eu vou ir ficar com Liza, e você, vai ficar sozinha!

NÃO! – ela berrou em puro devaneio e insanidade - PetrificusTtotalus!

Senti como se cada músculo meu congelasse, meu maxilar se travar e meu peito ficar tão rígido, que mal dava a chance para que meu pulmão se movimentasse em busca de ar. Mas lá estava eu. Vivo. Com o corpo da mulher que eu mais amei, preso em meu abraço de ferro.

– Não, eu vou cuidar de você... Os pais da Liza só chegam daqui a 3 meses, você fica aqui esse tempinho né? – ela disse passando os dedos pelo meu rosto. – eu e você... Para sempre. E chega daquela sangue ruim nojenta interferindo na minha vida. – ela se levantou e limpou o rosto, logo em seguida foi para o interior da casa

Senti todo meu corpo se contorcer de dor, enquanto eu sentia a pele morna de Liza contra a minha e sabia, que tudo estava acabado.

Em menos de 5 minutos, minha vida tinha acabado.

***

Eu estava ainda parada no corredor. Assistir à morte de Liza foi a coisa mais chocante que já passei até hoje.

A garota mais doida, simpática, inocente e querida, simplesmente caiu. Com seus olhos vazios e consumidos pelo verde morte.

Senti meu peito contorcer-se e aquela familiar ânsia subir-me pela garganta, enquanto minha visão ficava turva e eu sentia como se fosse desmaiar. E era tudo minha culpa.

Se eu não tivesse vindo para cá.

Se eu não tivesse brigado com Harry.

Se eu tivesse ficado com eles ao invés de ir preocupar minha bolsa patética.

Se eu ao menos tivesse atacado ela quando tive a chance!

SE, SE, SE.

É nisso que a minha patética vida se resume. Escolhas erradas e equivocadas, que acabam por ter conseqüências terríveis.

Poderia ser o Fred caído na sala, nesse exato momento.

“E tudo por que você não passa de uma garota patética e medrosa”

Ouvi o ecoar de minha consciência.

“Vai matar todo mundo ao seu redor assim, Granger”

Arrastando-me pelo corredor, adentrei a primeira porta que vi pela frente e a tranquei com inúmeros feitiços. Eu tinha que quebrar as barreiras, para poder Desaparatar e ir buscar ajuda. Nem que eu fosse atrás de Percy, eu tinha que ajudar Ian.

Levantando minha cabeça e respirando profundamente, eu comecei a reagir.

Era uma sala com toques rústicos, com armas e cabeças empalhadas, fotos de família e diversas armas espalhadas pelo quarto.

Sem pensar duas vezes, saí colocando todo tipo de pistola ou revolver que eu achava dentro da bolsa, bem como munição.

Na meia do meu All Atar, escondi uma arma de cano curto que estava carregada e destravada. Por mais que os comensais achem as armas da bolsa, duvido que se dêem ao trabalho de me revistar. Entre bruxos de puro sangue, um bruxo sem varinha, não é nada.

Se eu sabia usar uma arma?

Bem, eu assisto muitos filmes do Al Pacino e do Quentin Tarantino. Eu sabia destravar, travar, carregar e puxar o gatilho. O meu problema seria a mira.

Enfiei a mão na bolsa, e de lá tirei um velho livro sobre feitiços que eu roubei da biblioteca do colégio.

Sim, não é legal, mas eu precisava de algo do gênero, para caso, algum dia, eu ficasse presa em uma casa, com uma louca com ciúmes doentio do irmão gêmeo, e me culpasse por cada aspecto da vida, que não fosse exatamente igual a um conto de fadas.

No fundo eu sabia que alguma vaca frustrada ia tentar me matar.

Hermione! – a porta estremeceu.

Eu estremeci junto. O que diabos ela tinha feito com Ian?


Cabelos desgrenhados saindo pela boca, um filete de sangue saindo da sua boca e escorrendo pelo seu queixo, perna direita contorcida em uma posição esquisita. Seu corpo coberto por roupas manchadas de sangue estatelado no chão, e sua pele pálida e sem vida. Olhos vazios. Foi torturado antes de morrer.

O flash da visão de Ian morto veio à minha cabeça, e eu pude sentir a tontura voltando.

Mais desesperada, e agora não tão calma, folheei o livro, até achar o encantamento para quebrar o escudo.

Virei-me para norte como o livro celta dizia. E comecei a ler as palavras em latim, assim como o livro mandava.

“Spiritus septentrionem orientalem notum et occidentem sigilla hoc circulo”

– Isso tudo é sua culpa, Hermione! – os berros do lado de fora eram acompanhados com batidas. – Eu vou te entregar para os comensais, e o meu sorriso vai ser a última coisa que você vai ver antes de morrer.

Ouvi os seus passos no corredor, enquanto ela pronunciava feitiços, e aos poucos eu podia escutar o meu feitiço rachando-se.


“Frange crusta hoc, quod est nigrum et operuit tenebris. Frange in alica, quod irrigavitsanguine innocentum, et qui profert iam morte suscitavit. Dispone. Tellus. Ne dissipes illud.Et dimisi...”


Eu tinha que acabar o feitiço, para poder Desaparatar.

“eos omnes intra stuck here.” Era tudo que eu precisava dizer. Mas antes que eu completasse a frase, a porta de escancarou e um feitiço me atingiram, cortando diretamente meu pescoço.

Levei as mãos até ele e senti o sangue se esvair rapidamente. Mais um golpe me atingiu e eu tombei para o lado, me apoiando em uma mesa e derrubando todas as miniaturas que lá havia.

– Te achei, sua vaca desgraçada. – ela disse se aproximando de mim, enquanto eu grasnava, engasgando com meu próprio sangue.

O corte não havia atingido a jugular, mas o segundo golpe estava fazendo com que tudo dentro de mim sangrasse, como se ao invés de saliva, saísse sangue. Magia negra com certeza.

Mesmo completamente arrebentada, peguei a primeira coisa pesada que vi e acertei a cabeça da morena.

Toda a raiva começava a subir pela minha garganta e tudo que eu quis foi poder matá-la. Eu andei até ela e golpeei-a novamente. Ela apenas cobria o rosto comas mãos e errava todos os feitiços que pronunciava.

Ela deu-me uma joelhada no estômago, fazendo com que minha respiração dolorida se ir regularizasse, e eu literalmente me afoguei em meu sangue. Aproveitando minha suspensão de ataques, ela segurou a trança que Liza tinha feito e puxou minha cabeça para trás, chutou meu joelho, quase o partindo em dois e fazendo com que eu caísse lateralmente no chão.

– Você realmente achou que eu queria ser sua amiga? – ela disse me olhando de cima, ajeitando seu cabelo desgrenhado. – sua nojenta de sangue sujo. Você é desprezível.

– Se olha no espelho. – eu disse quase hiper-ventilando, e cuspindo sangue. – se eu sou desprezível, o que sobra para você seu verme? Você traiu seu próprio irmão! – eu tentei gritar mas senti mais sangue em minha traqueia, agora meu nariz também sangrava.

– Pelo menos o Fred me ama. – ela deu um sorrisinho presunçoso.

– Cala a boca, monte de lixo. Não abre a boca pra falar do Fred. – eu rosnei cuspindo mais sangue.

– Oh... Então não quer saber o que ele fazia enquanto você estava fora?

– Você está mentindo!

Ela ia concluir, quando um estrondo ocorreu na porta da frente.

Por um instante, meu peito bateu forte. Podia ser Harry. Sim, Harry tinha chega mais cedo e ele e Ron me salvariam, quem sabe Fred não tivesse vindo junto para quebrar a cara dessa vadia?

Eu me preparei para correr, mas o que apareceu na porta não foi Harry.

Dois altos comensais, de mascaras prateadas e vestes negras adentraram o quarto, como fantasmas cruéis e sombrios.

Senti meus olhos arderem mas tranquei qualquer sinal que pudesse demonstrar fraqueza...

Mas mesmo assim, acho que eles repararam o sangue que saia por tudo quanto é lugar e já formava uma poçinha no assoalho.

Dava quase para colocar um barquinho de papel.

– Hemorragia Lenta? – a voz era feminina e incrivelmente irritante. Bellatrix Lestrange. – Criativo, eu amei.

– Obrigado Bella. – Cameron disse ajeitando seus longos cabelos negros.

O outro comensal andou até mim e fez menção em me pegar no colo, mas eu fui mais rápida, e aproveitando que ele estava sem varinha, mordi-lhe com toda minha força, dando-lhe uma joelhada nas partes baixas e torcendo para ser um homem.

Cameron logo veio para cima de mim, enquanto Bellatrix apenas observava a cena.

A morena cravou suas unhas em meu rosto, enquanto eu dava repetidos murros e cotoveladas em seu rosto e peito.

Quando Cameron ameaçava tombar, vi de relance, Bellatrix apontar sua varinha para mim.

Crucio!

E então, a dor de meus sonhos, se tornou real. Agulhas cobertas por ácido foram cravadas em meus olhos, enquanto dentes fumegantes mastigavam minha pele que ardia, e minhas veias se constringiam de modo doloroso e torturante, quase me arrancando lágrimas, mas com certeza arrancando-me um grito da mais refinada agonia.

E quando a dor foi embora, deixando apenas meu corpo mutilado e terrivelmente dolorido, o comensal em que eu havia batido me jogou sobre os ombros.

– Não. – Bellatrix disse com sua voz divertida, e apenas agora eu notava que os três estavam rindo dos meus olhos que mal suportavam ficar abertos, enquanto sangue ainda escorria pela minha boca. – ela vai andando.

E então o tal homem me colocou no chão. Dor. Como se meus ossos tivessem sido cozinhados e roídos e agora tivesse pequenas agulhas chegando até i nervo.

Colocaram-me correntes, e foram me empurrando porta a fora.

– Ela vai para a mansão Malfoy, O Lord das Trevas ficará mais do que satisfeito. – Bellatrix disse tirando sua máscara, descendo seu capuz e mostrando seu sorriso de dentes fétidos e seus olhos com um brilho sádico e insano, castanhos e profundos, vazios. E seus cabelos cacheados que caiam em um meio coque desgrenhado e desleixado. – Ouviu querida, nós vamos nos divertir muito! – ela deu risada e foi guiando-nos casa a fora.

Não... – eu disse fraca tentando não cair no chão assim que passei pela sala e vi os corpos de Ian e Liza caídos no tapete. Abraçados e mortos.

Eu achei que tinha começado a chorar, mas notei que não tinha forças para isso, então apenas soltei um longo grunhido de dor escapar pelos meus lábios, enquanto uma onde de vômito – hemorragia interna – subir pela garganta e cair no chão sujando minhas roupas, e deixando-me tonta e fraca, fazendo com que a dor me consumisse e me jogasse na mais escura inconsciência.


Oh céus. Eu estava tão ferrada.



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Não me matem muito, por favor!
Minha saúde tem que estar plena para que eu consiga escrever bem rápido...
-
-
Desculpa galera, mas meu lado assassino não se conteve.
-
Por hoje é tudo pessoal.
-
-
Malfeitofeito**
-
*LUTO*