Escolhas - Fred e Hermione escrita por penelope_bloom


Capítulo 3
Jealousy


Notas iniciais do capítulo

Oi pipocas que eu tanto amo.

Aqui está mais um Cap.

PS: Meus PROFUNDOS agradecimentos à AnaBeatrizSouza que me indicou uma Fic com os gêmeos *glória*

Boa leitura :)



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TRÊS:

Olhei na minha grade de horário novamente:

Segunda era o dia que eu menos gostava, eu já não gostava de segundas-feiras, somado ao fato de começar o dia olhando para a cara do Snape, ter todas as minhas matérias ter em suas respectivas salas uma mais longe da outra, esgotar toda a minha paciência na aula de Aritmância com aqueles cálculos trabalhosos, e ainda ter mais uma aula com o Snape e tendo que morder a língua para não lhe mandá-lo à m... Bem, tornava o dia quase insuportável.

Mas o que me fez desejar a morte foi: esportes. Havia rumores de que este ano seria obrigatório algum esporte, mas eu não tinha levado a sério.

Ao menos eu teria dois horários livres.

Corri para a minha primeira aula que seria Defesa Contra as Artes das Trevas, que eu, por ser monitora já sabia que o professor seria o Snape. Agora poções seria um professor novo, Horácio Slughorn. Entrei na aula e me sentei em uma cadeira vazia. Harry estava com Rony conversando ainda sobre Quadribol. A me ver ambos sorriram.

– Rony vai fazer o teste para goleiro. – Harry disse na cadeira atrás de mim.

– Que ótimo Ron. Sei que você vai conseguir. – eu dei um sorriso.

– Obrigado Mione. – ele deu seu largo sorriso.

Droga, Ronald, você poderia ao menos ser mais feio, não?

– Posso sentar aqui? – uma voz meio rouca soou atrás de mim.

Virei-me e vi alguém musculoso apoiado sobre a minha mesa na minha frente. Era o McLaggen. Desde quando mesmo que o Córmaco McLaggen fala comigo?

– Posso ou não?

Vi Rony se mexer inquieto na cadeira.

– Não. Ela vai com a Gina.

Eu, Harry e Córmaco olhamos para Rony. Suas orelhas estavam quase roxas.

– E você quem é? – McLaggen disse irritado.

– Sou o melhor amigo dela.

Quis contestar e dizer que tecnicamente Haary era meu melhor amigo, ele era apenas o amor da minha vida, mas achei melhor não dizer nada.

– Tudo bem, e por que isso te dá o direito de decidir com quem ela fala? Você não é dono dela. E além do mais a Gina está sentada com a Romilda. – ele parou de encarar o Rony e me olhou. – se você não quiser, eu não vou me importar.

– Er... Acho que tudo bem. – eu disse abismada com a situação.

Ele sorriu para Rony vitorioso e se sentou ao meu lado.

– Você é bom nesta matéria? - eu perguntei tentando ser educada.

– Não na verdade... Não aprendi nada ano passado e fiquei atrasado nessa matéria...

– Ah, é verdade, esqueci que você não era da Armad... – eu me interrompi. Não sabia se podia ou não falar sobre a Armada de Dumbledore.

– Não era da onde?

– Do nosso clube de reforço. A Umbridge era realmente uma péssima professora.

– A Umbridge era uma horrível em tudo! Que mulher com cara de sapo. Ela abria a boca eu me surpreendia quando ela falava ao invés de coaxar.

Eu ri do seu comentário. Harry achava a mesma coisa dela.

– Hi, hi, hi, como você é engraçado Córmaco – Rony sussurrou para Harry em uma terrível imitação da minha risada.

– Calado Rony, deixa eles! – Harry repreendeu-o.

McLaggen ria, e por sorte ele acabou não ouvindo. Eu ri mais ainda.

– Quietos e abram na página 3. – Snape entrou na sala com seu bom-humor matinal.

Ele passou na frente da minha cadeira.

– Granger? McLaggen? – ele nos olhou com seu olhar de desprezo.

– Pois não professor.

– Qual a função do Bezoar? - ele pousou os olhos em Córmaco.

– É um antídoto que serve para quase todos os venenos, muito difícil de achar. – respondi.

– Correto senhorita. Menos dez pontos para a Grifinória.

– Mas eu respondi certo! – eu me irritei.

Os sonserinos riam.

– Sim a resposta está certa, mas eu me havia perguntado ao senhor McLaggen, e não a você, isso é para que aprenda a não ser mais uma Irritante sabe-tudo que tem prazer em se exibir. – ele sorriu. – escola também é formação de caráter, senhorita Granger.

“FILHO DA PUTA DESGRAÇADO! VAI COMPRAR UM SHAMPOO E ME DEIXA EM PAZ!” Berrei mentalmente.

Ele fechou o sorriso.

– Detenção Granger!

– Mas o que eu fiz?! – será que eu pensei muito alto?

– Hoje, em homenagem a senhorita Granger nós iremos falar sobre Legilimência. A senhorita sabe o que é? – ele ergueu suas sobrancelhas.

É claro que eu sabia. Merda, eu esqueci que ele era um ótimo Legilimens.

Legilimência é a capacidade de extrair sentimentos e lembranças da memória de outras pessoas. Aqueles que dominam a Legilimência são capazes, sob determinadas condições, de penetrar as mentes de suas vítimas e interpretar suas conclusões corretamente, quase como ler a mente. Alguém que pratica Legilimência é chamado de Legilimens. Essa prática é tão restrita quanto ao uso de veritaserum, pelo ministério da magia. – respondi prontamente.

– Exatamente. Então agora você sabe o motivo da sua detenção?

– Creio que o senhor me interpretou erroneamente, e que as regras se referem à falta de respeito para com os professores, e eu tenho testemunhas que confirmam que eu não o tenha desrespeitado, professor Snape.

– Pela sua insistente arrogância, senhorita Granger, irei manter sua detenção. – ele começou a andar pela sala. – Vocês irão aprender apenas na teoria, pois como colocou a senhorita, - ele me indicou – é algo controlado pelo ministério a rédeas curtas, e seu uso é bem restrito.

– E não devia ser usado nos alunos. – McLaggen cochichou. Sorrimos, Snape não viu.

– Legilimência. Do latim Legens, é leitor e Mens, é mente... - Ele voltou a falar. Eu ajeitei meu pergaminho e comecei a anotar.

*

– Hem, hem! – Rony pigarreou

Eu estava andando ao lado de Córmaco rumo à aula de poções. Eu estava conversando com o McLaggen sobre o que nós acharíamos nas lembranças do Snape. Ele estava me falando que provavelmente ele tinha algum trauma com Shampoo. Sua teoria quanto ao seu trauma era: Ele estava no banho, caiu Shampoo em seus olhos, ele escorregou e quebrou o nariz. Desde então ele não lava mais a cabeça. Parei de rir e me virei para Ron.

– Oi Ron. – eu dei meu sorriso bobo.

– Posso falar com você – ele fuzilou o Córmaco com o olhar, e este retribuiu. – a sós.

– Hã, - eu me virei para o Córmaco. – Você não se importa...

– Não tem problema. – ele sorriu para mim. Seus cabelos cacheados caindo sobre seus olhos. – Nos vemos na aula.

Ele antes de sair me deu um beijo na bochecha. Nada britânico. Ele até que era simpático. Nunca pensei que ele quisesse ser meu amigo.

– Hermione. O que você tem na cabeça?! – ele disse com suas orelhas vermelhas.

– Como assim?

– O Córmaco não presta, fique longe dele. Pense bem, é a primeira vez que você fala com ele e já pegou uma suspensão. – ele disse em tom autoritário.

– Desculpe, mas desde quando você manda em mim? Você não é nada meu! – eu me irritei. Que fique registrado, ele não é nada meu por que ele não quer.

– Bom, então faça o que você quiser. Mas não diga que eu não avisei! E já que eu ser seu amigo e não ser nada seu dá no mesmo, não precisa mais se dar ao trabalho de ser minha amiga. – ele bufou e foi na direção contrária.

Eu senti como se ele tivesse me dado um soco. Agradeci a Merlin por não ter que olhar para ele durante a aula.

Entrei e me sentei em uma mesa sozinha, abismada demais até para respirar direito. Como ele era idiota meu deus.

– Mione! – duas vozes sincronizadas me chamaram.

Eu não queria ver ninguém, eu só queria ficar sozinha com meus livros.

Os gêmeos estavam sentados com Lino Jordan em uma mesa mais a frente.

Olhei no relógio, ainda faltavam cinco minutos para bater o sinal.

Eles se levantaram e se sentaram ao meu lado. Lino me abraçou. Lino sim era uma pessoa sem senso de inconveniência...

– Por que você está tão tristonha? – ele sorriu.

– Eu to bem, Lino... Sério. – eu menti forçando um sorriso.

– Mione como era o nome daquele feitiço de cura? – Jorge quis saber.

– Por que você quer saber? – desconfiei.

– É que os Nugá Sangra-Nariz estão dando problema, e eu vou ser a cobaia, então... – Lino disse rindo respondendo a minha pergunta.

– Ah, da última vez você nem sangrou muito! – Fred protestou.

– E madame Pomfrey controlou sua hemorragia a tempo. – Jorge concluiu.

Eu comecei a rir baixinho. Só eles para me fazerem rir em uma hora dessas.

– Depende. Eu vi alguns feitiços. Asclépio é para cicatrização, Epskey é quando se tem pequenos ferimentos, acho que seria o ideal. Mas se alguma coisa sair errado demais use Vulnera Sanantur. Cura casos mais graves.

– Você é brilhante Mione. – Fred e Jorge murmuraram.

– Algum de limpeza? Por que até eu convencer o Dino que eu não havia feito um sacrifício satânico na minha cama foi bem difícil. – Fred disse.

– Na verdade ele começou a achar que você estava “naqueles dias”. – Jorge disse rindo.

Eu dei risada.

Scourgify, limpa que é uma beleza. Usava esse direto no segundo ano... Vocês lembram que o Rony ficava vomitando lesmas por causa do feitiço do Malfoy?

Meu sorriso diminuiu ao me lembrar do Rony. "E não precisa mais se dar ao trabalho de ser minha amiga.

Atrás dos três garotos pude ver que McLaggen havia finalmente me visto, e agora acenava para mim. Sorri-lhe em retribuição e ele voltou para a sua conversa animada com Angelina e Cátia.

– Eu lembro! – Jorge berrou atraindo alguns olhares. – eu ainda tenho a foto que o Colin tirou! Épico, até hoje chantageio ele com esta foto.

Eles riram.

– Vamos lá, senta com agente Mione. – Lino disse se levantando da cadeira.

– Não Lino, obrigada. Eu vou me concentrar melhor aqui.

– Mione. Essa não cola. – Jorge começou.

– Você vai para lá e ponto. Por bem ou por mal. – Fred concluiu.

Ele usou um tom de voz ameaçador.

– Fred meu querido, eu conheço o triplo de feitiços letais que você conhece, é pouco provável que você me vença em um duelo.

Lino e Jorge riram.

– Aposto dois galeões no meu irmão! – Jorge murmurou.

– Dois na Mione. – Lino respondeu.

– Pois bem Hermione. Você pode saber feitiços, mas não se pode fazer feitiços... – ele enfiou a mão nos bolsos da minha veste e tirou minha varinha. -... Sem varinha.

– Droga Hermione. – Lino gemeu.

Fred o ignorou.

– E em quesito de força, acho que um batedor com seis anos de experiência leva vantagem.

Eu ia responder alguma coisa, quando Fred fez um movimento brusco se curvando sobre mim, segurando minha cintura, e me colocando sobre seus ombros como se eu fosse um saco de batatas.

– Foi um prazer fazer negócio. – ouvi Jorge dizer atrás de nós, seguido pelo barulho de moedas.

– Fred isso vai ter volta. – eu disse. Ele atravessou a sala até a mesa deles.

– Claro Hermione, estou tremendo. – ele disse sarcástico.

Ele se curvou e me deixou escorregar até eu ficar sentada na cadeira.

– Resolveu pegar o irmão menos pobretão, Sangue-ruim? Parece que você não é tão burra assim.

Aquela voz de pato chegou até meus ouvidos como uma agressão. Pansy Parkinson veio até mim acompanhada de Crabbe e Goyle e Vaisey. Estranhamente Malfoy estava em um canto, sentado desenhando algo no caderno. Ele estava (mais) pálido e seus olhos inchados. Ele parecia... Triste. Juro que cheguei a ficar com vontade de ir lá consolar ele, mas se eu chegasse lá aposto que levaria um Crucio no meio da cara.

– Vai pro inferno Parkinson! – eu disse dando as costas.

– Nossa que medo. E você vai fazer o que? – Vaisey riu.

– Ela eu não sei, mas eu vou arrebentar a sua cara. – Fred se botou ao meu lado. Jorge e Lino logo se posicionaram também.

Ah, eu amo essa proteção entre Grifinórios, principalmente quando os Grifinórios ao meu lado são gigantes batedores... e Lino.

– Corajoso não é, Weasley? Quer mostrar coragem para a sua namoradinha? Seu traidor de sangue, seus dias estão contados. – Vaisey retrucou.

– Nossa Vaisey, eu admiro a sua coragem em ameaçar uma garota. É tanta testosterona que eu tenho vontade de maquiar. – eu comentei irônica.

–Cala a boca sua Sangue-ruim! E quem é você? É só uma Nerd ridícula, vai arrumar esse seu cabelo horroroso antes de vir falar conosco. – Pansy grasnou apontando a varinha para mim.

Enfiei a mão nas minhas vestes a procura da minha varinha e me dei em conta que estava sem ela.

Diffindo! - ela berrou apontando para mim.

Aos desinformados esse feitiço rasga as coisas. Ela apontou para o meu rosto. Esperei sentir meu rosto sendo dilacerado, porém, isso não ocorreu. Abri os olhos e me deparei com costas bem definidas e cabelos ruivos. Fred ficou na minha frente.

– Seu traidor miserável! – Pansy guinchou novamente.

Diffindo!

Protego! – desta vez foi Lino que berrou.

Todos se levantaram. Sonserinos e Grifinórios com as varinhas firmemente nas mãos.

Que idéia terrível uma aula só com grifinórios e sonserinos... Quer dizer, por que não nos dão logo machados e espadas para nos digladiarmos?

– Você vai ver só sua Sangue-ruim nojenta! – Pansy grasnou, e vendo que já tinha muita platéia marchou de volta para a sua mesa.

Sinceramente me abismava a capicidade de sonserinos me odiarem pelo simples fato de eu ser uma nascida bruxa.

– Obrigado garotos... Eu realmente não sei o que... – eu me interrompi no meio da frase.

Olhei para Fred e esse estava com um rasgo em sua pele que ia desde a área inferior esquerda de seus olhos até o meio de sua boca, quase chegando ao queixo. Arregalei meus olhos.

– Fred! Aquela vaca... Eu vou retalhar aquela cara de fuinha... – eu disse mais para mim mesma.

– Estou bem Hermione. – Fred sorriu.

– Fred, minha varinha. – eu pedi.

Ele enfiou a mão nas suas vestes e tirou a varinha de fibra de coração de dragão do seu bolso. Peguei-a e apontei para ele.

Asclépio! – um fino cordão de luz azul-violeta, de consistência entre aquosa e gasosa saiu da ponta da minha varinha e foi passando pelo corte como se fosse um zíper. Fechando sua pele sem deixar marca.

Eu terminei a observei meu trabalho. Havia ficado uma pequena marca do lado inferior do seu olho esquerdo. Mas nada gritante.

– Obrigado Mione. – ele fez uma careta engraçada. - Hey Jorge. – ele disse sorrindo. – ainda estou mais bonito que você? – ele olhou para o seu gêmeo.

– Mano querido... Você sabe que eu sou o mais bonito.

– Não é não! A mamãe sempre diz que eu sou o mais bonito! – Fred disse em um tom choroso e debochado.

– Ora, mas a mamãe nem sabe quem é quem e além do mais...

O sinal tocou interrompendo a discussão.

O professor entrou na sala. Ele era gordo e careca, tinha bigodes estilo o seu Leôncio do pica-pau. Seu sorriso era largo e ele foi arrumar o material para aula. Todos se sentaram, mas foram poucos os que largaram as varinhas, alguns grifinórios ainda fuzilavam os sonserinos que faziam piadas degradantes sobre a grifinória.

– Bom dia turma! – ele disse completamente alheio ao clima de tensão da turma.

Ele apontou para o quadro e palavras começaram a aparecer.

“Horácio E. F. Slughorn”

– Serei seu novo professor de Poções. E este ano como notaram, o sexto e o sétimo ano terão aula juntos, e espero que possamos trabalhar bem com isso. – ele passou os olhos na turma. – pois bem! Abram seus livros de...

A porta se abriu fazendo um estrondo. Dois garotos entraram na sala. Um estava com os cabelos seriamente rebeldes, com os óculos meio tortos e o seu familiar olhar de esmeralda como quem diz: “Desculpe o atraso!”

– Desculpe o atraso! Só ficamos sabendo que teríamos poções agora! – Harry disse em uma voz ofegante.

Ao seu lado estava ele, com seus cabelos cor de fogo e seus olhos amêndoa-esverdeado. Sua blusa estava meio amassada e sua gravata frouxa. Eu não pude conter um suspiro meio doloroso. Ele encontrou meu olhar. Ele não sorriu, apenas olhou para o chão, me ignorando.

Eu senti meu queixo tremer e me concentrei completamente no meu exemplar de ‘Estudos Avançados no Preparo de Poções’

– Potter! Por Favor, entre! Você e o seu amigo...

– Ronald Weasley.

– Sim, vocês podem se sentar nesse grupo. – Slughorn apontou para a nossa mesa. Eu o odiei profundamente, e torci para que ele não fosse um Legilimens, ou provavelmente conseguiria outra detenção.

Harry e Rony se sentaram. Harry entre Jorge e Lino, e Rony entre Lino e eu. Eu me afundei ainda mais e deseje poder me esconder na página do meu livro. Como diabos eles estão aqui? Até onde sei, eles não passaram nesta matéria. Slughorn andou pela sala e em cada grupo que havia se formado, ele botou um caldeirão, cada um dele com cheiros, vapores e fumaças singulares.

– Agora, - disse Slughorn, cujas linhas massivas estavam tremendo atrás dos vapores. - Balanças para fora, todo mundo, e seus kits de poções, e não se esqueçam de suas cópias de “Estudos Avançados no Preparo de Poções...”.

– Senhor? - chamou Harry, levantando a mão.

– Harry, meu garoto?

– Eu não tenho um livro, nem Balanças nem nada, Ron também não tem, nós não sabíamos que poderíamos fazer o N.I.E.M. , entende?

– Ah, sim, a Professora McGonagall mencionou... Não se preocupe, meu garoto, não tem por que se preocupar. Você pode usar os ingredientes do armário da sala por hoje, e eu tenho certeza de que podemos lhes emprestar umas balanças, e tenho uma caixa de livros velhos aqui, que servirão até vocês escreverem para Floreios e Borrões... - Slughorn andou para um armário no canto e, depois de um momento, voltou com duas velhas cópias de “Estudos Avançados no Preparo de Poções...”, por Libatius Borage, os quais ele deu para Harry e Ron com duas balanças.

– Agora - disse Slughorn, voltando para frente da sala e inflando seu peito de modo que os botões da sua camisa ameaçavam pular para fora. - Preparei algumas poções para vocês darem uma olhada, só por curiosidade, vocês sabem. São o tipo de coisa que vocês precisam ser capazes de fazer depois de completarem seus N.I.E.M.s. Vocês já devem ter ouvido falar nelas, mesmo que vocês nunca as tenham feito. Alguém pode me dizer o que essa aqui é? - Ele indicou o caldeirão perto da mesa da Sonserina, onde estava o Nott.

A minha mão bem treinada atingiu o ar antes que a de qualquer outro; Slughorn apontou para mim.

– É Veritaserum, uma incolor e inodora poção que força quem bebe a falar a verdade. – eu disse orgulhosa.

Rony bufou do meu lado. Se havia algo que ele sabia fazer era me irritar. Olhei para o lado e me foquei no professor.

– Muito bem, muito bem! – disse Slughorn, feliz.

– Agora – continuou, apontando para o caldeirão perto da mesa da Pansy. - Essa é bem conhecida... Tem aparecido nos folhetos do Ministério ultimamente... Quem poderia...? -

A minha mão foi a mais rápida de novo.

– É a poção Polissuco, senhor - eu disse novamente sem hesitar.

– Excelente! Agora essa aqui... Sim querida? - perguntou Slughorn, agora perplexo, olhando a minha mão socando o ar novamente.

– É Amortentia! – eu disse como se fosse algo banal. Ignorei os sons irritadiços de Rony.

– Realmente, é. Parece quase uma tolice perguntar - disse Slughorn, que parecia muito interessado - mas eu acredito que você saiba o que ela faz?

– É a mais poderosa poção do amor no mundo! - disse Hermione.

– Certo! Você a reconheceu, eu suponho, por seu distinto brilho de pérola?

– E pela fumaça subindo em suas espirais características – confirmei observando a dança entre os vapores - E ela deve cheirar diferente para cada um, dependendo do que nos atrai, eu, por exemplo, sinto cheiro de grama recentemente cortada, pergaminho novo e – o último cheiro foi o cheiro do cabelo do Ron. Inconfundivelmente delicioso. Senti meu rosto ficar vermelho e não concluí a frase.

– Posso perguntar seu nome, minha querida? - perguntou Slughorn, alheio a minha vermelhidão nas bochechas.

– Hermione Granger, senhor.

– Granger? Granger? Por acaso você tem algum parentesco com Hector Dagworth-Granger, que fundou a "Extraordinária Sociedade dos Fazedores de Poções"?

– Não. Eu acredito que não, senhor. Eu nasci Trouxa.

Vi Pansy se aproximar de Nott e sussurrar algo; ambos riram, mas Slughorn não se importou; ao contrário, abriu um sorriso e olhou para Harry ao meu lado.

– Há! “Uma das minhas melhores amigas é nascida trouxa, e ela é a melhor do nosso ano!” Acredito que esta seja a amiga da qual você me contou, Harry?

– Sim, senhor - confirmou Harry.

– Bem, você recebeu vinte pontos para a Grifinória, Senhorita Granger - disse Slughorn.

Olhei para Harry e sorri. Ele sim era meu amigo.

– Você não existe Harry. – murmurei.

–Grande coisa vocês dois. – Ron falou em um tom que parecia aborrecido.

Tive vontade de dar-lhe um soco. Ele era bipolar só podia. Primeiro ELE vem brigar comigo, e agora ainda quer pisotear no que resta de mim.

– E agora, senhorita, poderia me dizer qual é esta poção? – ele apontou para um fraco de cristal delicadamente colocado em um suporte de bronze.

Ela tinha um ar espelhado e singular. Eu poderia chutar qual era, mas não tinha certeza; balancei a cabeça negativamente. Vi a mesa dos sonserinos rir.

– Bem esta é a Félix Felicis. – ele olhou para a turma. – mais conhecida como...

– Sorte líquida. – eu disse de modo convicto.

– Muito bem, senhorita! – ele juntou as mãos e fez um ar satisfeito. – Na aula de hoje, senhores, faremos a poção morto-vivo, e o aluno que fizer a poção mais aceitável, ganhara este frasco de Felix Felicis, e aproveitará doze horas de pura... Sorte.

Todos os olhares caíram sobre o frasquinho. Malfoy parecia especialmente interessado.

Será que eu só precisava de um pouco de sorte para me acertar com o Rony? Eu olhei o ruivo que brincava com sua pena ao meu lado.

– Página dez. Comecem! – Slughorn disse.

Eu me foquei no meu livro. Aos poucos fui separando os ingredientes e preparando de acordo com as instruções. Eu estava com muita dificuldade de obter a seiva de algo que me parecia ser uma azeitona sob o feitiço ‘Engordium’ e extremamente escorregadia.

– Esprema com a lateral da adaga, saí mais seiva. – Harry disse ao meu lado.

Parecia estar dando certo para ele, mas de esguelha notei que ele estava seguindo instruções que estavam escritas a mão nos cantos do seu livro velho que ele tinha pego de Slughorn.

– Não Harry. Fala claramente para cortar. – eu protestei.

– Se você diz. – ele deu de ombros.

No final da aula a minha poção ao invés de estar azul, estava roxa, e sua fumaça saia excessivamente, quando o certo era não ter fumaça. Slughorn disse que a minha não estava de todo ruim, estava melhor que a de Crabbe que estava verde e corroendo seu caldeirão. Mas quem levou a sorte líquida foi Harry, que havia seguido as instruções do seu livro rabiscado.

Frustrada e de orgulho ferido saí da sala murmurando um rápido ‘parabéns’ ao Harry. A aula de História me deixou mais feliz, concentrei-me em datas e esqueci os meus problemas.


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Notas finais do capítulo

Não vou aguentar e vou postar o quarto cap Hoje...

Está bem divertido... ou não né...

Bom, Até lá.